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Debate ou Demagogia?

 

Dia 10 de Fevereiro fomos ao debate organizado pelo Concelho da Cidade de Caldas da Rainha, já o tínhamos decidido antes de receber o convite por e-mail… (tenho de dizer que fiquei surpreendido)

O debate apesar de ser nas Caldas debruçava-se sobre as explorações ao largo de Peniche e da Nazaré, apesar das Caldas ter tido uma concessão em 1981, estar no meio da área de excelência para exploração de gás de xisto em Portugal, e num estudo de 2010 ser na Serra do Bouro o melhor local para instalar um sistema de armazenamento de gás natural no sobsolo.

“Como sabemos, para alguns, Portugal é um desafio à exploração de petróleo. Para outros, os impactos da exploração de petróleo irão afetar de forma negativa atividades como a pesca, a agricultura e turismo, assim como pode constituir uma ameaça ao ambiente e saúde pública das populações.

O Conselho da Cidade, constituindo-se como entidade dinamizadora das iniciativas que se enquadram no conceito de uma democracia participativa pretende, com este debate, contribuir para o esclarecimento das pessoas sobre este tema e, deste modo, para uma opinião informada de todos.”

Primeiro devo dizer que foi bom acontecer apesar das limitações ao ser um evento académico- intelectual, que por si são desinteressantes para o cidadão comum… mas está aberta a porta para seguir com debates, agora é tema na Cidade…

A plateia estava “dividida” por parcelas. Na linha da frente PS. Do lado esquerdo PP, PSD e… a Brigada Anti Crime das Caldas da Rainha (???) Talvez viessem para deter o representante da Partex Oil and Gas por crimes contra a humanidade, mas ele faltou… nunca saberemos!. Do Lado direito Partidos Independentes e membros do Concelho da Cidade, na linha da frente Peniche Livre de Petróleo. Na fila de trás BE, Nós e políticos locais… Depois uns poucos de cidadãos espalhados pela sala.

Nos 5 minutos antes do início a cumplicidade entre os oradores era visível… Amigos e profissionais de longa data, movem-se no mesmo meio e discutem assuntos energéticos e ambiente á largos anos, conhecendo-se profundamente.

O debate abriu com o discurso normal de balanço entre benefícios e impactos da exploração petrolífera, mantendo a discussão focada no impacto ambiental por Ana Costa Leal do Concelho da Cidade.

Cedo se percebeu que o debate não interessava aos Autarcas da Região que foram convidados e não compareceram, nem mandaram representante. Numa área onde os trabalhos estão mais avançados que em qualquer concessão offshore ou no Algarve o silêncio político continua a ser total. (Lembro que em 2012 enviei mails para a Camara Municipal de Alcobaça depois de ler um artigo onde o Presidente pedia mais informações… Nunca recebi resposta)

O representante da Partex também falhou, não tendo a empresa enviado mais ninguém em seu lugar… Ficámos só com os “Verdes”… O moderador é/foi jornalista em jornais da região… incluindo o Jornal das Caldas, que para o dia 1 de abril de lançou esta noticia….

Começamos por Nuno Ribeiro da Silva, que esteve presente como professor universitário.

Se querem um debate sério não o convidem… Demagogo profissional (arte ou poder de conduzir o povo. A demagogia está relacionada à negativa da deliberação racional, fazendo uso de uma das falhas da democracia, qual seja, manipular a maioria pelo uso de aparentes argumentos de senso comum entremeados com disjunções falaciosas ) é conhecido como expressões como “ O petróleo offshore é como um bocado de carne. Primeiro come-se as partes mais acessíveis e depois é que vamos procurar junto às costelas”.

Cada vez que o debate estava a ganhar uma linha de diálogo, a palavra passava e ele conseguia destabilizar, sendo mesmo chamado à atenção por quem estava a ouvir sobre as suas dissertações, e histórias pessoais que nada interessavam e nem respondiam às perguntas feitas.

Mestre em Economia e Planeamento Energético. Professor Catedrático, onde tirou mestrado, Universidade Técnica de Lisboa.

Mestre em Economia, Política e Planeamento Energético pela Universidade Técnica de Lisboa, após ter cursado Engenharia e Economia. Representou Portugal junto do Banco Mundial em missões oficias. De 1985-1996 exerceu cargos políticos, foi Acessor do Secretário de Estado do Ambiente (1985-1986), Secretário de Estado da Energia (1986-1991), Secretário de Estado da juventude/ presidência do Concelho de Ministros (1991-1993) e Deputado á assembleia da Republica (1992- 1996) Tendo passado por várias empresas de renome, como a CP ou a Rodoviária Nacional, ingressou na EDP em 1985. É Presidente da ENDESA GENERACIÓN PORTUGAL, S.A. e de várias empresas do GRUPO ENDESA em Portugal. É Presidente do Conselho Estratégico Nacional do Ambiente da CIP (Confederação Empresarial de Portugal), Vice-presidente da Direcção da AIP (Associação Industrial portuguesa) e Membro do Conselho da Indústria Portuguesa. Pertence a órgãos sociais de várias instituições ligadas aos temas de Energia e Ambiente. Administrador do OMIP (Mercado Ibérico).

A primeira frase dele foi dedicada ao jogo de futebol e ao frio. Passou a ideia que esteve no abrir das renováveis em Portugal, e que eram as empresas energéticas estatais que atrasaram a sua introdução ao dominar as decisões na indústria energética. Realçou a dependência que o nosso modo de vida tem dos produtos derivados do petróleo, como plásticos, químicos, agrícolas, sintéticos.

Mais á frente no seu discurso vem as frases fáceis para atirar a culpa de um futuro toxico aos países pobres em desenvolvimento como a Índia ou “socialistas” como a China… nunca ouvi África. Com a justificação que seria difícil proibi-los de viver como nós viemos antes dos carros elétricos. (Então mas o progresso não é para todos?) Salientando o impacto dos automóveis na destruição ambiental, apontando o dedo a cada um que tenha carro e a todos os que vão comprar sem ser elétrico. Sem falar nos petroleiros, metaneiros, cruzeiros, aviões, foguetões, camiões, fábricas, produção animal, etc… Não! A culpa é tua… que compras carro.

De Repente sai-se com uma afirmação que vem contra declarações, relatórios e mesmo memorandos do governo, de que “não existem reservas de gás de xisto (Shale Gas) em Portugal”.

Falando das eólicas, que tanto preza, disse: “ Quem me dera ter uma eólica para a minha casa, ou em cada cidade, mas tem de haver estudos, não queremos uma eólica junto ao Mosteiros dos Jerónimos, ou na Torre na Serra da Estrela, na Serra de Cintra (não vamos olhar para a Quinta da Regaleira e ver eólicas), ou no meio de uma praia, as coisas não são nem branco nem preto, nem todos os locais são bons.”

Fica para pensarem…

Junto esta frase dele partilhada no debate por António Eloy: “ Não se pode extrair petróleo ao pé de índios” (sorriso)

Como bom “aluno” e homem que está em cima das ultimas no campo das energias, lançou “bons exemplos” do impacto social da industria petrolífera, utilizando o “cliché” europeu da Cidade de Aberdeen, Escócia, totalmente falso e já desmentido por moradores da cidade escocesa, quando no Algarve num debate semelhante foi usado o mesmo exemplo. A sua mentira foi desmascarada por António Eloy, que esteve em Aberdeen recentemente. Arrematou com o golpe final: Noruega (que já foi dos países mais pobres da Europa), onde o petróleo é objectivo estratégico do estado.

Esclarecer sobre as concessões petrolíferas no offshore nada….

Deixo a última, falando sobre Aberdeen: “Quando lá estive era uma aldeia manhosa de pescadores” . Para tentar justificar o “progresso” que a indústria petrolífera levou para a localidade… Que hoje é uma zona industrial com um alto nível de pobreza extrema.

 

Antonío Eloy

Trouxe ao debate um tema que normalmente é mantido fora dos debates públicos sobre explorações petrolíferas, o impacto social da indústria petrolífera, e da possibilidade de tudo isto ser só uma especulação económica para fazer rodar dinheiros que mexam na bolsa de valores de Wall Street (Que não é de todo uma opinião a excluir) com todo o seu impacto social em todo o Mundo. Apresentou o Exemplo da Nigéria, que desde os anos 80 tem sofrido ecocidios e genocídios directamente conectados com a exploração petrolífera. Por várias vezes levantou um livro que trazia sobre o tema:

Disse ter os mesmos dados que Nuno Ribeiro da Silva, mas uma visão académica diferente, confrontando a ideia de ser necessário continuar a investir e a extrair petróleo por razões ambientais, económicas e sociais.

Geo Politicamente falando relembrou que todo este investimento para manter a indústria petrolífera no futuro deve-se principalmente aos planos traçados depois dos EUA e a Rússia terem ultrapassado a Arábia Saudita como maiores produtores do Mundo, e a ascensão do petrodólar como moeda mundial. Hoje o mundo está como está…

Seguiu dizendo que não acredita nas explorações em Portugal porque no mar são muito caras e as reservas não o compensam, e em Terra como temos grande massa populacional nas áreas pretendidas as explorações não serão possíveis.

Falou do seu encontro com uma senhora de idade que estava 30 minutos antes de uma secção de esclarecimento em Vila do bispo perto da sua aldeia. A Senhora estava lá porque a concessão que foi anulada no Algarve (concessão de Aljezur) era ao lado das suas terras e que a sua horta começou a ser inundada com líquidos com espuma e de cor verde que vinham do “furo de água” da Portfuel empresa criada por Sousa Cintra. (Estive nesse terreno quando da Bicicletada Anti Fracking, é de chorar com a indiferença…

O problema do capital esteve sempre no discurso de Eloy, mas nem sempre contra os capitalistas apenas como a forma como alguns agem… Deu o exemplo de Gulbenkian a quem chamou de “Bom-Agiota”, uma das razões porque era amigo de seu avô. Acrescentou o nome de Alfred Nobel que criou a dinamite tão importante para a ascensão da indústria de mineração e energia (acrescentamos Guerra) com dinheiro do seu investimento e da sua família na indústria petrolífera — Nuno Ribeiro da silva falou no nome Bill Gates. Eloy realçou a mudança da economia negra criada através da exploração de petróleo para um capitalismo verde da família Rockfeller—(acordo com 350 org), Filantropia.

Fica para pensar!!!

À pergunta do grupo Peniche Livre de Petróleo: Qual o Impacto dos trabalhos de prospeção no ambiente?

Todos responderam que pode-se considerar nulo…. Bom mais uma vez a cultura ambientalista deixa os animais de fora (se calhar para não puxar o tema, também nas renováveis, principalmente barragens). No offshore os mamíferos marinhos e outros animais são fortemente afectados ( De resto como grande parte das gigantes ONG verdes mundiais)… como de certo os animais em terra também com os barulhos dos camiões batedores para estudos sísmicos nas concessões… Sem falar do transporte de material para o local de exploração…

Nuno Ribeiro da Silva para ajudar falou que a prospeção apenas usava uma broca de diamante, acrescentando á explicação de Eloy que se resumia em “Como espetar uma agulha”…

Júlia Seixas

Membro do movimento Futuro Limpo, que tem como acção, garantir os direitos democráticos do povo português.

Falou das 6.000 assinaturas conseguidas pelo grupo Peniche Livre de Petróleo, sem mencionar as restantes milhares de assinaturas recolhidas pelo país, principalmente no Algarve que mostraria a real ação popular contra a democracia representativa que tenta manter a obscuridade e as decisões sobre as explorações longe da decisão popular.

Apesar de eu não acreditar que a solução está na Democracia Representativa, no mundo onde vivemos e que nos regula, necessita de quem acredite, realize a resistência jurídica num estado de direito, (um trabalho que não faria, nem pediria a alguém para fazer) que levará muito tempo, sempre encontrando novos desafios como os acordos transatlânticos TTIP ou CETA, Projectos de Interesse Nacional, etc…

Trabalham para o cancelamento dos contractos como meio para parar os trabalhos de prospeção, ao contrário da maioria que acha, que não há mal em “saber o que temos”.

Júlia explicou que se os trabalhos não forem parados agora, no futuro, quanto mais tempo se deixar passar, mais dinheiro as empresas vão receber do estado português, porque assim está no contracto assinado sem consulta popular, sem discussão política, sem olhar á população e às leis e protocolos para a libertação de gases efeito de estufa (o gás toxico falado é sempre CO2, nunca o Metano entra na equação). Parar agora era mais barato, parar daqui a 10 anos é aumentar a divida… Quanto mais as empresas investiram mais, vão lutar pelos seus direitos.

Como profissional listou as movimentações dos movimentos pelas alterações climáticas, dos acordos na COP 21 e do encontro pelo clima em Marraquexe, onde foram escritos e assinados memorandos de aconselhamento – sem valor legislativo– que pretendem substituir o Acordo de Quioto que foi um fracasso.

Explicou também de como as explorações são não só ecologicamente mas também economicamente insustentáveis para Portugal e para o mundo, alertando para os valores de aluguer e taxas nos contractos assinados pelo estado e as petrolíferas e para a não obrigação de estudos de impacte ambiental na fase de prospeção e que quando as há são realizadas por empresas contratadas pelas petrolíferas que por vezes realizam estudos mais completos ou mais formais segundo testemunho da própria.

Tentando dar uma luz sobre o montante de uma possível indeminização do estado às petrolíferas deu o exemplo dos gastos diários de 1 milhão de euros por dia pela Galp na concessão offshore, que se multiplicados por 10 ou 30 anos dará mais “sacrifício” para os quem paga impostos, e quem é explorado (trabalhadores precários/imigrantes), não para Portugal.

Da parte do público, tivemos ataques políticos aos governadores locais e nacionais. Como se os acordos entre Governo, Corporações e Banco Mundial não viessem já do Estado Novo. Também não faltaram as dúvidas sobre os supostos ganhos para as populações locais. Que foram elucidadas pela júlia Seixas.

De destacar uma senhora que se identificou como Mãe que simplesmente disse que quer saber o que pensam fazer no “seu quintal”, que é inadmissível que esteja em debate a exploração de petróleo perto da minha casa e da minha filha ou da filha de outra pessoa qualquer.

Não sei se conscientemente ou por instinto maternal, salientou um ponto importante em toda esta resistência às petrolíferas “ou filha de outra pessoa qualquer”.

Como também usual o medo/revolta (para não entrar em assuntos mais profundos) falou mais alto do que a solidariedade que a declaração daquela Mãe mostrou. Um Sr de repente diz: Se querem explorar que vão explorar para outro lado!

Quando decidi ir ao debate, não ia ouvir, porque mesmo não conhecendo bem todos os oradores, conheço bem a musica ao som das batidas do sistema industrial, da cultura de um povo civilizado, foi-me educada, andei na escola por ela, estudo-a, trabalho nela, respiro nela, vivo nela, vou morrer nela… Mas mesmo caminhando nos corredores da sua liberdade, vou-me sentido livre dessa liberdade. Vou ser terra/ar/água/fogo, para as sementes futuras… Não uma memória nos céus, um condenado no inferno, uma estátua… um exemplo…

Vivo hoje! Penso que é melhor viver hoje a pensar no amanha do que viver o amanha sem pensar hoje!

Não ia ver, porque não é a minha visão para informar, incluir e colaborar com as populações…

Mas acabei por ouvir coisas interessantes e ver reações autênticas (sem nenhum tipo de “actuação”) tanto dos oradores como do público.

Fui como elemento do grupo facebook: Caldas da Rainha por um Oeste Sustentável e também como voluntário da CREA (Caldas da Rainha pela Ética Animal).

Fomos criar utupia (Cidadadia Participativa)….

Fui para sentir…

Gostei de sentir a Júlia Seixas. Gostava que António Eloy conseguisse equilibrar melhor o activista ambiental e social com a sua profissão e não consentir que se fique com a ideia que só a luta contra os testes nucleares valeram a pena, mesmo se estando hoje a resistir contra instalações nucleares aqui bem perto, mas não tão perto assim. De que não vale a pena resistir aos trabalhos de prospeção para gás e petróleo, mesmo não acreditando na sua exploração… e que sempre que possa, deixe o seu trabalho literário sobre a luta em Ferrel sair em palavras motivadoras em secções onde seja convidado… A Resistência do povo de ferrel que não sendo a única em Portugal e no Mundo, é sem dúvida importante para a resistência em Peniche e no Oeste, para que não seja um exemplo do passado mas sim um acreditar no futuro.

Agora é juntar á vontade de organizar uma secção de informação popular, mais esforço para um evento na Zona Oeste…

Cada um deve fazer o que acredita! Pois se isso não der resultado, nada mais dará! Quem sabe juntando todo o que cada um de nós acredita, mesmo não nos juntando fisicamente ou ideologicamente, possamos unir, pensar nas ideias que nos são educadas, apresentadas, das que nos fazem pensar, nas que nos causam psicoses, que nos fazem sentir livres, das ideias que sabemos ser livres, das ideias que não entendemos, das ideias que recusamos, das ideias que nos façam duvidar da certeza e razão…

As corporações colaboram, umas com as outras (com casos muito raros) para manter o seu maior império de pé (A civilização). A sua colaboração é frágil, pois assenta na procura de poder para derrubar uma serra, uma técnica, uma tecnologia, um império. Para impedir o curso de um rio, da migração animal, da livre circulação de povos. Para impedir a livre circulação de direitos e impor deveres.

Nós, Povo devemo-nos Unir, Apoiar, fazer das diferenças – quando possível— uma força.

“Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalha” Sun Tsu

 

 

 

 

2ª Romería-Manisfestación Contra o Fracking-Masa (Burgos)

Dia 30 de julho estivemos numa acção em Burgos a convite da Asamblea Vecinal Urbel-Rudrón, grupo local inserido na Asamblea Contra la Fractura Hidráulica de Burgos. Participamos na 2ª Romería_Manisfetación contra o fracking e não convencionais. O dia começou com a Romería (passeio) no local assinalado para o primeiro poço, na localidade, chamado de Sedano 2. No final do passeio juntaram-se cerca de 300 pessoas para escrever com os seus corpos: Fracking en Ningún Sitio, para uma fotografia aérea. De seguida fomos até á pequena aldeia de Masa bem perto do local do pretendido furo,  que tem uma das maiores fábricas de explosivos de Espanha perto de si. E querem extrair gás na mesma zona?. Na aldeia, comeu-se, e depois o grupo de dança tradicional local abriu a programação, foi seguido da banda Anti-Fracking do povo de Merindades, também ele em perigo devido ao Fracking. Podémos jogar jogos tradicionais, como a Tuta (tipo o Jogo da malha português) entre outros. Ao fim da tarde uma peça de teatro pelo grupo da Asociación Valle de Sedano, seguido de uma secção de informação e debate sobre o fracking e as empresas, com grupos de Burgos, Cantábria e Portugal. Mais começou a festa com o Titulo: Hasta Nunca BNK! (BNK, é a empresa que quer fazer fracking em Burgos.) A festa começou com música variada, seguido de um grupo que junta Cumbia Chilena, Teatro e histórias populares com um excelente espetáculo. A noite foi até de madrugada com a banda RKR (Punk Rock).

Foi um dia sempre a acontecer coisas desde as 8.00 da manha. Montámos sombras no local da fotografia aérea e distribuímos água pelo pessoal que estava pelo caminho para o indicar ás pessoas que vinham participar. Quando o sol estava alto, fomos todos para o local previamente marcado para fazer as letras para a fotografia aérea, uma MNS para as petrolíferas. Depois o almoço eram Patatas tradicionais. Para desmoer o almoço fomos jogar a Tuta com os populares da terra, deitar à sombra, banhar-se na fonte, ouvir a música que passava, falar das experiências, etc. Eu, reencontrar pessoas que tinham estado comido em 2015 quando da ida ao Espeleo rock: Festival Anti Fracking e à Frackanpada. O teatro da população que dá o nome á concessão: Sedano, apresentou uma peça de comédia popular que a população adorou. Depois fizemos uma assembleia popular para falar das concessões locais, dos problemas, discutir as vantagens e desvantagens, partilhar as experiências dos grupos de Cantábria, Burgos e de Portugal. Populares locais gostaram de ouvir o testemunho que levei, da acção dos locais em volta do furo de Sousa Cintra na Concessão de Aljezur, que levou ao cancelamento da mesma devido á insistência dos locais em voltar ao local tirar fotos e pressionarem para se saber o que se passava ali, o que levou o Estado a investigar e a anular o contrato por ilegalidades da Portfuel. Lá, como cá, tentaram enganar a população em redor dos furos com mentiras. Porque Masa, e em seu redor são povos pequenos que nada sabem o que se passa, perguntam muito e debatem bastante… Depois foi relaxar, e aproveitar a festa que estava montada no centro da aldeia. A esta altura já homens dos seus 90 anos  (alguns que estiveram na assembleia, com os filhos e netos) e crianças se tinham retirado. Mas muitos populares da aldeia e arredores assistiram ao espetáculo do grupo El Bombo Do Diabo, musica, teatro, contador de histórias ao ritmo da Kumbia Chilena. Depois concerto de punkrock, RKR uma banda com jovens (alguns menores) com mais de 50 covers de bandas míticas Bascas, de Burgos e de outras zonas autónomas como Eskurboto, Polha Record, de bandas locais, etc… até às 4 da manha… alguns resistentes ainda foram á festa tradicional no povo Pedra. Eu dormir… Desde essa noite o Rio que passa debaixo de casa, embalou-me durante a estadia com o seu som ao se desviar das pedras, ao fazer festas nas plantas, ao empurrar os lagostins que tentavam subir a corrente, contava histórias com o vento em dueto…

 

 

Na manha seguinte, dia 1 de agosto (para não me perder) foi relaxar no Lo Molino. Lo Molino é uma moinho antigo com uma grande casa de pedra, que estava condenado ao abandono, agora está a ser recuperado para habitação com uma área grande onde se vão realizar eventos anti fracking e outros para ajudar na campanha de divulgação, investigação e acção da Assembleia de Burgos, sempre protegendo a horta. Nesse dia não fizemos nada, iniciamos ambos a recuperação do mês anterior, eu da Bicicletada e eles da preparação da Romaria-Manifestação. No dia 2 começamos a falar sobre as nossas experiências, dos locais em perigo na zona devido ao Fracking, do campo Petrolífero de Ayoluengo, dos estudos que falam do mau aproveitamento dos campos eólicos devido à sua má localização, que  estão em parque natural e perto do campo petrolífero, quase que se misturam… Pois é, o campo petrolífero está no Parque Natural de las Hoces del Alto Ebro y Rudrón. Depois uns foram ensaiar, outros fazer artesanato, outros construir um  local de composto para os dejetos da casa de banho seca, para ser usado como adubo na horta. A loiça era lavada no rio com sabão natural caseiro. De noite a luz era alimentada por uma bateria de carro ou de luzes que passaram o dia a carregar ao sol. No dia 2 de Agosto fomos tomar ao Rio Rudrón ameaçado pelo Fracking, e comer pizza Vegan numa aldeia com 20 casas à beira de um belo rio… No dia 3 fomos mandar uns mergulhos no Pozo Azul, um poço natural com mais de 13 km de comprimento, vários braços que criam várias pequenas lagoas de água verde esmeralda… No dia 4 fomos visitar a cascata mais conhecida dos povos vizinhos, que atravessa uma pequena aldeia de pedra vinda perto da entrada de uma grande gruta, uma paisagem que toca profundo, quando nos lembramos que tudo o que vivemos nestes dias está em perigo devido ás petrolíferas. Durante tudo o dia a dançar no céu andavam sempre os Abutres, majestosos lentos, contemplativos, os reis dos montes em igualdade com a Águia Real, que muitas vezes era só aparecia como uma silhueta que aparecia a caminho do Sol. No fim da tarde, a caminho de casa fomos ao Campo Petrolífero de Ayoluengo, Sargentes de la Lora (onde se encontra o Museu do Petróleo. E sim, mais uma vez em Parque Natural), Burgos, o único da Península Ibérica, que está a ser estudado para estimulação dos poços convencionais encerrados ao longo dos anos. Ainda tem vários poços a extrair petróleo convencional e a injectar o lixo tóxico no sobsolo, ao todo foram mais de 50 poços desde os anos 60, hoje estarão uns 6 a funcionar. Com o Fracking querem estimular algumas dezenas que estão encerrados . O Cheiro é indiscritível -muito tempo dá vómitos- o barulho constante dos motores das bombas a imitar cegonhas é uma tortura, os motores funcionam com o gás que saí da extração.

No outro dia, foi dia de voltar, com a união entre grupos mais fortalecida e com algumas ideias para o futuro para que nos possamos apoiar, colaborar, estar nas dificuldades e estar nas vitórias em conjunto… até lá.

Fracking e Não Convencionais; Nem aqui, Nem em Lado Nenhum! Não às Petrolíferas!

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Sondagens na Bacia do Porto

Tese de mestrado, Geologia (Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia), Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2015

Poço Lula -1:

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A Bacia do Porto teve algum histórico de exploração de hidrocarbonetos no final do século XX até há cerca de 20 anos atrás, com a realização de cinco poços exploratórios e várias campanhas de aquisição sísmica 2D, a última da qual executada no ano 2001. As sondagens realizadas intersectaram níveis que mostraram ter evidências da geração e acumulação de hidrocarbonetos na bacia. Assim, foram identificados dois intervalos com potencial gerador de hidrocarbonetos. O primeiro corresponde ao início do Jurássico Inferior, na base da Formação Esturjão, e o segundo insere-se no início do Jurássico Superior, no Oxfordiano (Formação Cabo Mondego). Estes dois intervalos deverão ter correspondência com os identificados na Bacia Lusitânica para o Jurássico Inferior (Formações Água de Madeiros e Vale das Fontes), e para o Jurássico Superior (Formação de Cabaços/Vale Verde). Através da análise dos dados geoquímicos disponibilizados, verifica-se que o intervalo do Jurássico Inferior mostrou ter indícios promissores de potencial gerador, nomeadamente tendo como referência os níveis identificados no poço Lula-1. O intervalo do Oxfordiano foi reconhecido na base do poço Cavala-4, apresentando um razoável potencial gerador de hidrocarbonetos. De forma a avaliar a existência e tipo de sistemas petrolíferos na margem subexplorada no offshore profundo, incluída na área de estudo, projectou-se todo o conhecimento da litostratigrafia, evolução geodinâmica, ciclos de transgressão-regressão e variação do nível do mar desde a Bacia do Porto para a área mais distaltauros 1994.

Sondagem Lula-1/1Z Taurus

Esta ferramenta de estudo denominada genericamente por «Diagrama de Wheeler» revelou ser extremamente útil para um exercício de especulação, com critério, das variações litológicas mais prováveis de serem encontradas na margem proximal externa, com impacto na definição dos prováveis elementos de sistemas petrolíferos. A comparação da zona a Oeste da Bacia do Porto no offshore profundo, com a margem conjugada Canadiana, especificamente com a Bacia de Flemish Pass, foi importante como análogo de exploração

Bacia de Flemish:

Foi lançado o concurso para seis concessões em águas profundas e pouco profundas na região do Porto, sobre as quais existem muitos dados disponíveis. O actual governo anulou-as… por Agora

Em 2015 a Repsol realizou vigilância sísmica no offshore da bacia do Porto ao largo de Aveiro e norte da Figueira da Foz.

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Como se pode ver no Mapa abaixo, foram  realizadas várias sondagens e perfurações na Bacia do Porto, que quase toca nos limites da Bacia Lusitânia no offshore: a malha dos estudos sísmicos ainda é mais apertada…

campanha sismica até 2012
campanha sismica até 2012

Potencial para “Plays” de “Shale Gas” da Formação de Mira – (Carbónico, Sul de Portugal).

Será que foi aqui que começou o interesse pelo onshore no Algarve?

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( Algarve, Estremadura, Alto Alentejo e Baixo Alentejo estudados para gás de xisto. Podes ver os mapas das concessões e áreas identificadas )

Mais uma área estudada para Shale gas (Gás de Xisto), o Alentejo continua a ser de Norte a Sul estudado para se descobrir fontes de gás não convencional depois do alto Alentejo na Serra da Ossa, também se procura no Baixo Alentejo.

Potencial para “Plays” de “Shale Gas” da Formação de Mira – (Carbónico, Sul de Portugal).

O Grupo do Flysch do Baixo Alentejo tem vindo a ser apontado como um potencial “play” de “shale gás especialmente na Formação de Mira. Para tal, foram realizadas análises sobre 32 amostras, 26 pertencentes à Formação de Mira e 6 já pertencentes à base da Formação Brejeira, para determinar o grau de maturação (Cristalinidade da Illite) e os parâmetros de geoquímica orgânica (Rock-Eval Pirólise), sendo posteriormente relacionados com dados previamente existentes. A Zona Sul Portuguesa (ZSP) e o seu Grupo do Flysch do Baixo Alentejo (GFBA) foram considerados como potenciais geradores de gás natural não convencional (shale gas). Foram recolhidas algumas amostras das formações Mira e Brejeira. O estudo aqui foi desenvolvido para uma tese de Mestrado em Engenharia Geológica e de Minas no Instituto Superior Técnico (IST), tendo sido realizado no sector central da ZSP, entre as cidades de Almodôvar (distrito de Beja) e Monchique, as análises de geoquímica orgânica foram devidamente embaladas e enviadas para os laboratórios GeoData em Sehnde, Alemanha, os resultados sugerem um estado de maturação avançado para todas as amostras, entre a janela do gás húmido e a sobrematuração. Os resultados de Rock-Eval sugerem um potencial gerador baixo, com indicadores de presença de hidrocarbonetos. Considerando a totalidade do conjunto de dados, as formações parecem ter tido algum potencial gerador aquando da sua deposição tendo gerado e expelido hidrocarbonetos entre o fim do Paleozoico e o início do Mesozoico (Triásico).

“CONCLUSÃO

A Formação de Mira, bem como todo o GFBA no geral, apresenta um elevado grau de maturação e aparenta ter esgotado o seu potencial gerador. Contudo é de salientar que a existência de picos S1 do ensaio de Rock-Eval sugerem a existência de hidrocarbonetos gerados e aprisionados na formação, ainda que em baixas quantidades. Esta situação, aliado à complexa geometria, intercalação de grauvaques e os prováveis custos associados à logistica, limitam severamente a atractividade da região perante a industria petrolífera. Existe no entanto a possibilidade de estas formações terem alimentado um sistema petrolífero com reservatórios convencionais Mesozóicos a Sul, no Algarve, assumindo que exista uma concordância de “Timings” entre maturação, reservatório, selo e armadilha.

“Agradecimentos

PARTEX OIL&GAS (Financiamento de Rock-Eval pirólise e TOC)

Prof. Doutor António Costa e Silva (Orientador)”

Pedro Branco1 , Nuno Pimentel2

1 Instituto Superior Técnico, Engenharia Geológica e de Minas

2 Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

Informação retirada de documento apresentado no IV Congresso Jovens Investigadores em Geociências, LEG 2014. “Potencial para “Plays” de “Shale Gas” da Formação de Mira (Carbónico, Sul de Portugal).

O povo queria ser “Doutor/Engenheiro” para viver melhor. Pelo caminho esqueceu-se de quem foi! Queria conhecimento para poder ser! E hoje o que é?

Se a biosfera se satura de venenos letais, se o meio ambiente se degrada e polui, se o encombrement ameaça sofucar, afogar e paralisar o homem, todos devem saber se ainda vão a tempo de emendar a civilização, de se defender e de preparar um mundo habitável aos que vierem” . O Suicídio da Humanidade; Lucien Barnier, Cadernos do Século 1970 ( Ano Europeu da Conservação da Natureza.) 

 

Concessões de Gás e Petróleo 2015 (blog em actualização)

                       BLOG  EM  ACTUALIZAÇÃO

                     (D.I.Y.) Faz Tu Mesmo (Com amigos)

  • DIY: Projectos que sem quaisquer apoios financeiros é realizado. Reforça o espírito anticonsumista, e assenta na ideia que uma pessoa sozinha pode muito bem fazer um trabalho com originalidade substituindo vários “profissionais” excessivamente bem pagos e por vezes incompetentes.
ENMC (Entidade Nacional para o Mercado e combustíveis): 
“CONCESSÕES E CONTRATOS em 2015
O direito ao acesso e exercício das atividades de prospeção, pesquisa, desenvolvimento e produção de petróleo é subordinado a um único título – Contrato de Concessão (e Adenda(s) respetiva(s)), contemplando todas as fases de atividade. 
No que respeita à zona imersa profunda (profundidade de coluna de água superior a 200 metros), o modelo de contrato foi definido no âmbito do Concurso Público Internacional de 2002 para atribuição de áreas de concessão na zona imersa profunda e de acordo com o Decreto-Lei 109/94, de 26 de abril.
Onshore – Bacia Lusitânica: 3 Áreas 
A Australis Oil & Gas Ltd. requereu a atribuição de três concessões, mediante Negociação Direta.
Os contratos de concessão das áreas denominadas “Batalha” e “Pombal” foram assinados, em 2015/09/30, com a empresa Australis Oil & Gas Portugal.

Onshore – Bacia do Algarve: 2 Áreas
Os contratos de concessão foram assinados, em 2015/09/25, com a empresa Portfuel, petróleos e gás de Portugal Lda.

Deep-Offshore – Bacia do Alentejo: 2 Áreas
A Kosmos Energy LLC requereu a atribuição de duas concessões, mediante Negociação Direta.

Deep-Offshore – Bacia do Algarve: Áreas “Sapateira” e “Caranguejo”
Os contratos de concessão foram assinados, em 2015/09/04, com o consórcio Repsol / Partex. 

Deep-Offshore – Bacia do Algarve: Áreas “Lagosta” e “Lagostim”
Os contratos de concessão foram assinados, em 2011/10/21, com o consórcio Repsol / RWE. 
Desde 2012/09/13, por Adendas aos contratos, estas concessões são detidas pelo consórcio Repsol / Partex.

Deep-Offshore – Bacia de Peniche: Áreas “Camarão”, “Amêijoa”, “Mexilhão” e “Ostra”
Os contratos de concessão foram assinados, em 2007/05/18, com o consórcio Petrobras / Galp / Partex.
Desde 2013/05/18, por Adendas aos contratos, estas concessões são detidas pelo consórcio Repsol / Galp / Partex.

Deep-Offshore – Bacia do Alentejo: Áreas  “Lavagante”, “Santola” e “Gamba”
Os contratos de concessão foram assinados, em 2007/02/01, com  o consórcio Hardman / Galp / Partex.
Em 2010/03/25, por Adendas aos contratos, estas concessões passaram a ser detidas pelo consórcio Petrobras / Galp.
Em 2014/02/01, por Adendas aos contratos, estas concessões passaram a ser detidas pela empresa Galp.
Desde 2014/12/18, por Adendas aos contratos, estas concessões são detidas pelo consórcio ENI / Galp. 
PROSPEÇÃO E PESQUISA DE PETRÓLEO
2015/2016
Deep-Offshore:
  • Bacia do Alentejo: 1 sondagem de pesquisa a realizar pelo consórcio ENI / Galp
  • Bacia do Algarve: 1 sondagem de pesquisa a realizar pelo consórcio Repsol / Partex                                                                                                                                                             Como aceder aos dados de pesquisa?
  • Os dados de prospeção e pesquisa resultantes da atividade de empresas que operaram em Portugal, ao longo dos anos, estão disponíveis nas instalações da ENMC.
Recomendação da Comissão:
  • No âmbito da RECOMENDAÇÃO DA COMISSÃO de 22.1.2014 relativa a princípios mínimos para a exploração e a produção de hidrocarbonetos (designadamente gás de xisto) mediante fracturação hidráulica maciça, informa-se:
    • Número de projetos de poços concluídos e planeados que envolvem fracturação hidráulica maciça: Nenhum.
    • Número de licenças concedidas, os nomes dos operadores envolvidos e as condições de licenciamento: Nenhum.
    • Estudo da situação inicial realizado nos termos dos pontos 6.1 e 6.2, assim como os resultados da monitorização efetuada nos termos dos pontos 11.1, 11.2 e 11.3, alíneas b) a e): Nenhum.
  • Nota: Foi estabelecido um grupo de trabalho para preparação de um documento de práticas recomendadas a serem seguidas durante as atividades de pesquisa/produção de “gás de xisto”.

                             Opinem, Investiguem, Criem, Contactem!
TOMA

Tight Oil ( Shale Oil-Petroleo de xisto) em Portugal!!! Em quantos Locais?

 

Tight OIl

Em 2011 a Mohave Oil and Gas, anunciou uma “joint venture” (acordo) com a Sorgenia B.V. e a Rohol Aufsuchungs Aktiengesellschaft (RAG), para a avaliar fontes não convencionais na Bacia do Porto. As corporações estudaram 1,821Km2. Os trabalhos estiveram na segunda fase até 2014. A Mohave anunciou que não iria para a fase seguinte se não encontrasse financiamento. A Mohave Oil mostrava-se excitada com o acordo para avaliar a fonte de Tight oil na Lower Jurassic (Lias), mas no fim do ano anunciou o abandono das operações. No Barreiro tudo indica que uma das formas de hidrocarbonetos será o Tight Oil, como decerto em muitas outras localidades on shore. E quem sabe nas muitas concessões off shore? Toda a bacia Lusitaniana é considerada a potencial fonte de Tight Oil ( como também de shale gas) ambas necessitam de técnicas como o Fracking.

No poço (ALJ-3) perfurado pela Mohave Oil em Aljubarrota foi para confirmar a presença de Tight Oil no Jurrasic Reef.

O que é o tight Oil?

T.Oil é um petróleo convencional encontrado dentro de reservatórios com muito baixa permeabilidade. Para ser economicamente viável para fluir para o poço de extração sem assistência de tecnologia avançada de perfuração e completion processe, é utilizada normalmente  perfuração horizontal e fracturação para aceder a este tipo de petróleo.

É uma fonte já conhecida há muito das corporações petrolíferas, mas muito cara. Mas, agora com a escassez do petróleo convencional (de fácil acesso) as corporações estão obrigadas a investir nessas tecnologias e avanças para formas de gás e petróleo não convencionais, como o Tight Oil.

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Tipos de “Plays” Tight Oil

Na indústria do gás os depósitos de gás ou petróleo são classificados de “Plays”, que são diferenciadas pela geologia e na tecnologia necessária para produzir petróleo.

Halo Oil

As propriedades do reservatório não tão favoráveis como aquelas dentro da área anteriormente explorada. Necessita de novas tecnologias, como a perfuração horizontal.

Shale Oil

O material da rocha é predominantemente rico em material orgânico que contém petróleo. A rocha é ao mesmo tempo a fonte e o reservatório.

Passos para produção de Tight oil

  • No primeiro ano Identificação das fontes através de testes sísmicos indicadores e petróleo.
  • Depois aquisição das terras, e permissão para perfurar, e recolher amostras.
  • No terceiro ano, avaliação através de produção piloto. Perfuração de poços horizontais e determinar o potencial de produção. Alguns níveis de fracturação poder ser necessária a esta altura e planeamento e aquisição de linhas para oleodutos e estações de tratamento e armazenamento do gás e do petróleo.
  • Quarto ano, testes de produção piloto. Perfuração de vários poços horizontais. Otimização das técnicas de perfuração e fracturação. Planeamento e aquisição de direito á construção de oleodutos.
  • Quinto ano, desenvolvimento comercial. Aprovação do governo para a construção de infraestruturas e técnicas aplicáveis para extração identificadas durante a avaliação. Otimização das técnicas para extração (poços horizontais e fracturação)
  • No 10º ano, Projecto completo e direito a reclamar ao desenvolvimento de poços para extração dentro dos regulamentos nesta parte final.

A tecnologia da perfuração Horizontal

O propósito da tecnologia é aumentar o contacto entre o reservatório e o final do poço. Os poços são perfurados na vertical até uma profundidade que pode ir normalmente dos 1000m ao 3000m acima das reservas e depois é “Kick off” (virado) para um angulo até ficar paralelo ao reservatório. Depois de estar em posição, pode-se estender até 3 ou 4 km. Esta ponta final do poço é conhecida como  “Horizontal Leg”.

 Fractura Hidraulica

Os reservatórios de Tight oil necessitam de alguma forma de estimulação depois do poço ser aberto. O estímulo mais comum utilizado pela indústria petrolífera é referido como Fracturação hidráulica ou Fracking. Este processo implica injectar fluidos no wellbore (poço de produção) já existente ou criar novas fracturas ou caminhos por onde o gás ou petróleo possam fluir para o poço. Isto deve-se á muito baixa permeabilidade das rochas, que não permite o fluir do gás ou petróleo retidos na rocha. Para criar as fraturas, são bombeados fluidos, constituídos por água, químicos e areia. Os químicos são utilizados para reduzir a fricção, evitar o aparecimento de microrganismos e prevenir a corrosão dos materiais. Depois das fraturas estarem abertas, é injectada areia/cerâmica para manter aberta a fractura ceriada. No caso do Tight Oil o processo de fractura hidráulica normalmente envolve múltiplos passos. O volume dos fluidos depende dos níveis de produção depois do tratamento.

Microssísmicas

Estudos Micro sísmicos associados á fractura hidráulica (Fracking) são criados pelo homem no processo de criar caminhos para os hidrocarbonetos fluírem para o poço. As fracturas geralmente são tão pequenas que só lá cabem  grãos de areia ou micro bolas de cerâmica.

Monotorização

Durante as operações de fracturação, é importante saber onde estão as fracturas. Para acompanhar em tempo real o processo de fracturação pode-se utilizar esta técnica ou Pressure responses. No final de estar completa a operação de fracturar, o modelo de microssísmicas pode ser utilizado para definir o limite das fracturas. É utilizado também para definir fontes recuperáveis, áreas de estimulação insuficiente, e assegurar a proteção dos lençóis de água.

Produção Inicial

Depois de ser aberto o poço até ao reservatório, fratura-se a rocha com Tight Oil, são utilizados métodos convencionais para a produção. Isto é realizado com grandes bombas.

Infill Drilling

Em muitos casos, a operaçõe é utilizada para aumentar a produção de petróleo do campo de extração convencional já existente. A tecnologia foi criada para expandir as fronteiras da zona de produção (Sweet spot) dentro da formação petrolífera.

Construção dos poços

O primeiro paço crítico na construção de um poço é a proteção dos lençóis de água. Existem 3 tipos de caixas que são individualmente preenchidas com cimento para criar várias barreiras. Isto é realizado para assegurar que o poço está adequadamente acimentado e capaz de aguentar a pressão associada ao Fracking. Antes da estimulação o poço é testado com pressão para assegurar a sua integridade .

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Os impactos para o ambiente e para a saúde humana são conhecidos pelos estudos das consequências no fracking na extracção de gás de xisto…

2015: Shale Gas (gás de xisto) No Alto Alentejo… e Algarve

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Portugal fracturado ao meio?

Alto Alentejo na mira da obsessão petrolífera. Segundo declarações de António Costa Silva, da Partex Oil and Gas à RTP a localidade de Estremoz/Serra D’Ossa são zonas com possibilidades de armazenar gás natural suficiente para exploração. O LNEG (Laboratório Nacional de Energia e Geologia) refere que “temos de ter investidores que estejam apostados a investir em Portugal, que vejam que o investimento lhes vai trazer uma mais-valia económica no final.” Estas localidades juntam-se ás da zona litoral da estremadura, Bombarral, Cadaval e Alenquer como áreas de gás de xisto (shale gas) em Portugal, na bacia do Algarve também se identificou uma possibilidade de gás de xisto para exploração. António Costa diz que “Portugal está numa situação desolada e triste” porque ignora estes polos económicos, “há um processo de gaseificação da economia americana” realçou tentando passar uma boa imagem da exploração de shale gas nos EUA. Segundo Joaquim Góis, professor na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) “É o gás de xisto também, na sua fase de exploração, aquele que levanta problemas ambientais”. Mesmo Sabendo dos problemas que a extração de gás de xisto esta a provocar nos EUA, Canadá, etc, mesmo depois de vários países europeus não só terem proibido o Fraking (técnica necessária á extração do gás de xisto por perfuração horizontal e fracturacão hidráulica) Teresa Pontes, presidente do LNEG disse “é preciso sabermos de antemão, que  para perfurar o solo e partir a rocha para extrair o gás, não vamos atingir aquíferos”. Um artigo da RTP acaba com esta frase: “Os peritos pedem agora mais estudos e que se mantenha a discussão pública.

A Serra D’Ossa desde os anos 50 que sofreu uma mudança profunda no seu ecossistema com a plantação massiva de eucaliptos, desequilibrando para sempre a sua biodiversidade. É casa da Águia-de-Bonelli, um dos animais em perigo de extinção em Portugal, devido à caça (ilegal), envenenamento e choque contra as linhas elétricas, e grandemente devido às perturbações e alterações do seu habitat. habitat da Gineta, espécie protegida, caçada regularmente nas armadilhas para predadores nas reservas de caça, sendo regularmente ignorado o seu estatuto de espécie protegida. A Cobra de Capuz, com um estatuto de conservação vulnerável, devido maioritariamente á destruição do seu habitat. Nos anfíbios o Sapo-parteiro-ibérico, com estatuto de conservação pouco preocupante, pode estar em perigo devido á destruição e habitat e alterações climáticas.

As suas plantas belas como a Rosa-Albardeira, outras com estatuto de preservação como o Orvalho-do-Sol, e muitas outras tradicionalmente usadas pela população local, para medicina tradicional e tradição gastronómica estão em perigo, mesmo depois de sobreviver a 6.000 hectares de Eucalipto.

Às espécies animais referidas acima, devemos juntar a Cegonha Preta, o Bufo Real, a Lontra e os Morcegos.

O Centro de Educação e Interpretação Ambiental da Serra D’Ossa (CEIA), inaugurado em 2002, deixa um apelo: “Pensamos ser este o momento ideal para as entidades competentes traçarem um destino para a Serra, que passe nomeadamente pela divulgação e valorização do património natural nela existente, englobando necessariamente iniciativa privada e poder local. Pelo nosso lado, esse continua a ser o nosso sonho e faremos tudo ao nosso alcance para a sua concretização, promovendo e protegendo o rico e diversificado património existente na Serra d’Ossa”.Em Estremoz existe o Centro de Ciência Viva, “local onde a ciência e a tecnologia rompem os laboratórios…”. Um dos seus principais projectos é a colaboração com a escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Évora, principalmente através do laboratório de investigação de Rochas Industriais e Ornamentais e do centro de geofísica de Évora, para descobrir como funciona a terra, “Um planeta maravilhoso onde todos os fenómenos aparecem interligados”.

No Algarve as shale gas estão na área offshore (no Mar). Na bacia do Algarve também se estudam os Mud Vulcanoes (erupções de água e lama/barro), acompanhadas por gás metano. Uma das melhores fontes de informação sobre shales, e natureza dos materiais.

“Leões, tigres, elefantes, pandas, tubarões, baleias, morcegos, praticamente todos os anfíbios e muitos outros animais estão seriamente ameaçados de desaparecerem para sempre, devido a factores tão diversos como perda/destruição do habitat natural, alterações climáticas, poluição, caça furtiva e tráfico.”

O que é afinal o abandono? Que animais são considerados em estado de abandono? Porque razão o abandono animal não deve abranger apenas os animais deixados na rua?

Por estas razões o abandono animal não é só o ato de jogar o animal na rua ou num canil municipal. O conceito de abandono é bem mais alargado e engloba uma boa parcela de outros animais em situação de risco.”  Mundo dos animais.PT

“Se as abelhas desaparecerem da face da Terra, então o homem só terá mais quatro anos de vida. Sem abelhas não há mais polinização, não há mais plantas, não há mais animais, não há mais homem.”

Albert Einstein

IONIQ Resources quer-nos vender localização de jazidas de gás e petróleo em Portugal.

Esta empresa têm ligações a Portugal e à elite da energia em Portugal. Sabe quem são. O que nos vendem? Quem são os seus “contactos” em Portugal? E a quem deves fazer perguntas…

A empresa inglesa de investimentos IONIQ Resources, com sede fiscal no Chipre, diz ter descoberto 6 novas jazidas de petróleo e gás no território on shore português.

O petróleo estará a 2.500 metros de profundidade, acessível com a tecnologia nos dias de hoje. A empresa utilizou uma tecnologia recente, chamada Remote Electromagnetic Resonance com ligação a satélites através de ressonâncias magnéticas, que emite frequências de materiais como crude ou gás, entre outros. A empresa é uma conhecida intermediária entre vendedores e compradores de produtos que vão de crude (gás e petróleo) a pedras preciosas (diamantes e ouro), passando pelo açúcar. Na ficha técnica da IONIQ estiveram 4 directores com nome português, entre eles Paulo Caetano, que foi administrador da Fomentinvest, empresa onde trabalhou Passos Coelho antes de ser líder do PSD. A empresa está ligada ao ambiente, mudanças climáticas, e mercado de carbono. Paulo Caetano fez também parte da administração da AdP Energia, do grupo Águas de Portugal (A privatizar), passou pela Telecelular investimentos, Empresa Geral de Fomento (Privatizada em 2014), agora nos quadros da SUMA (Mota Engil), e Mota Engil, foi também nomeado director da Oceanlinx (economia do mar) em 2008, quando a empresa foi adquirida pelo New Energy Fund (dedicada a energias renováveis).

Damon Walker, administrador da IONIQ com ligações á sucursal portuguesa, disse que a empresa não desenvolveu a tecnologia mas tem licença exclusiva de utilização por 3 anos. O contacto com o governo português foi realizado á um ano onde a empresa garantia ao Estado “ que estas estruturas podem ser uma importante fonte de riqueza nacional”. O Ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, diz que a empresa não apresentou qualquer estudo e proposta concreta sobre as jazidas. O ministro falou da proposta petrolífera na conferência “Committment to Green Growth”, realizado em Lisboa em Outubro de 2014. O ministério diz ter recebido uma carta em Novembro de 2014 que “está a ser examinada do ponto de vista técnico e do ponto de vista legal e será respondido brevemente.” Todas as proposta de extração terão de passar pela Direção Geral de Geologia e Energia. Sabe-se que são 5 on shore e 1 offshore, não se sabe a localização das mesmas. Dizem conter petróleo no valor de 43 biliões de dólares.

Na gerência da OINIQ estão pessoas que ocuparam ou ocupam cargos em negócios como, Câmara Árabe-Britânica de Comércio; Trans Atlantic Business Development (TTIP), GEC Royal Aeronautical; Serviço Policial do Reino Unido; Henderson Global investors, Citi (USA), HSBC (conhecido financiador de operações fraking pelo Mundo), Hudson Fairfax Group. As suas especialidades passam por combustíveis refinados (diesel), combustíveis de jacto e M100 mazut (fuelóleo), além de açúcar, diamantes brutos e lapidados e barras de ouro.

Fomentinvest, Politica e Má Gestão!!!

O grupo Fomentinvest tem como lema: “A nossa inspiração é saber que tudo tem solução. Para nós, sustentabilidade é mais que um discurso.” Apresenta-se como “ um Know how único, que representa uma importante quota no mercado nacional, o que a torna um player de referência em Portugal.”

Tem como acionistas por ordem de poder: A Ilídio Pinho Holding, seguido da Caixa Geral de Depósitos, Banco Espirito Santo, Milennium, Banif e o Banco Africano de Investimentos no final. A Ilídio Pinho Holding em 2000 queria ser a acionista de referência do BES. Também nesse ano foi iniciado o processo para a formação da Fundação Ilídio Pinho, instituição de ciência e tecnologia, Mário Soares foi um dos convidados para integrar os órgãos sociais. O seu projecto cultural ANAMNESE, que consistiu em criar uma plataforma digital sobre arte contemporânea de e em Portugal entre 1993 3 2003, foi Iniciado em 2002 com dinheiros públicos. Em 2006 foi iniciada A Coleção de Arte contemporânea portuguesa da Fundação. Oferece também um prémio a que chamaram “Ciência na Escola”, em 2011/2012 o prémio foi atribuído a um trabalho sobre Biologia/Recursos Naturais, no ano anterior foi a um trabalho sobre Biologia/Ciências da Terra e da Vida… No último ano ganhou um projecto sobre o pão de salicórnia.

A Fomentinvest e o Banif em 2010 iniciaram a Ecotrader, a primeira correctora de carbono portuguesa. O seu presidente, foi também o homem forte da Fomentinveste , Ângelo Correia, acompanhado na mesa por Carlos Jorge do Banif e de Paulo Caetano pela Ecoprogresso. A Ecoprogresso apresenta-se como uma empresa no negócio de emissões de carbono na sua estortura acionista está a Fomentinvest e como líder a Procesl, empresa de Engenharia Hidráulica e Ambiental SA, ligada a projectos de águas residuais e de abastecimento público, campos de golf, ETAR’s, etc…

O Homem forte da Fomentinvest foi Ângelo Correia, iniciou a sua carreira na Mocidade Portuguesa, esteve na Criação do PPD em 1974, trabalhou no Ministério da Educação e no Instituto de Alta Cultura e na Presidência do Conselho de Ministros. Depois esteve em várias empresas entre elas: Lisboagás, Portogás, Philips portuguesa, Cipol (Companhia internacional de petróleos), etc… Foi presidente da Associação Nacional das Empresas Operadoras Portuárias nos anos 90, e da Associação de Empresas de Segurança Privada (2008-2010). Foi Ministro de Balsemão. Em 2007 presidiu à Mesa do Congresso Nacional do PSD. Presidente da Lusitaniagás, vogal na Ilídio Pinho, presidente da Câmara de Comercio e Industria Árabe Portuguesa.

Passos Coelho é o actual primeiro-ministro, mas foi empregado de Ângelo Correia. Como administrador da Fomentinveste recebeu mais de 10 processos de contra ordenação por má gestão. Como presidente da RIBTEJO (Fomentinveste) perdeu um processo do tribunal “por muito grave incumprimento das normas de qualidade de água”.

Jorge Moreira da Silva, é especialista em alterações climáticas e energia. Foi Conselheiro  Sénior na área de energias e alterações climáticas das Nações Unidas em 2009. Em 2011 foi director da área de economia das alterações climáticas, no programa das Nações Unidas. Conselheiro de Cavaco Silva para a Ciência, Ambiente e Energia. Representou Portugal no encontro Bilderberg em 2012.

Um caso exemplar de má gestão, e do que é a Globalização Económica foi o caso do projecto da Fomentiveste; Albaidas.

Esta investida da OINIQ Resources no negócio das energias em Portugal demonstra bem a rede de interesses que envolve a exploração de gás de xisto e petróleo não convencional e quanto difícil vai ser confrontar o avanço dos trabalhos da industria de exploração petrolífera, se não houver uma vontade e união popular. Com o alcance politico dos negros tentáculos da industria,e o domínio no que se relaciona com as energias renováveis, as coisas só vão mudar se rumo se a vontade de quem vai sofrer de imediato nos locais de exploração, de quem os apoia, e de quem quer o fim das fontes de energia se liberte de “energias sujas”, se transforme  em acção.

Informa-te e age…

 

Fracking & Deep offshore Oil in Portugal 2014. (WTF!!?)

Oil in Portugal (1938-2014)

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First concession where in 1938 for oil and Tar Sands in the Lusitania basin and Algarve basin, it was active until 1968. During that period in Lusitania they took seismic study’s near Lisbon, they also made 78 drills, with 33 being more that 500m deep, some seen as sub commercial production. In 1973 and 74 where made 30 oil offshore contract’s, the last one where in 1979. This time  also cover the Porto basin. Between 1978 and 2004, 39 area’s where concede, 23 concession’s onshore, 15 offshore and 1 deep-offshore. After the seismic deep offshore work of TGS-Nopec in 1999-2002, the government release a public contest for oil exploration. Repsol-YPF (spain) and RWE-Dea (Germany) run for 2 block’s in 2005. But In 2006 Mohane Oil was the only company working in Portugal. In 2007 12 new contract where assign.

  • 3 concessions with Hardman Resources Ltd; Petrogal S.A.; Partex Oil and Gas for the Lavagante, Santola and Gamba areas. In 2010 the areas went to Petrobras Internacional and Petroleos de Portugal (petrobrás/Galp).
  • 4 contract’s (Petrobras/Galp/Partex) for Camarão, Ameijoa, Mexilhão e ostra áreas, depp offshore Peniche
  • 5 contract’s with Mohave Oil for Cabo Mondego-2; S.Pedro Muel-2; Aljubarrota-3; Rio Maior-2 and Torres Vedras-3, on shore and offshore Lusitania basin.

In 2008  the coalition Hardman/Galp/partex make 2D seismic studys in Alentejo basin. The coalition Petrobras/Galp/Partex make 2D seimic studys in Peniche basin.

In 2011 Mohave keep seismic workink in Mafra, and Torres Vedras.

In 2012 Mohave open a 4.000 m well in Alcobaça, the work went for 50 days, 24 hour’s a day.

In the same year after 3D seismic, all the concession show sediment’s. In 2013 Mohave: had 6 concession’s onshore/offshor. Galp/Mohave: 1 concession onshore. Oracle Energy: 1 concession. Petrobrás/Galp/Repsol/Partex: 4 concession deepshoe. Petrobrás/Galp: e concession’s. Repsol/Partex: 2 concession’s offshore.

2014: Repsol and Partex in Algarve offshore. Oracle Energy in Barreiro (on shore).

More than half of the Continental borders of Portugal (offshore) have oil potential. On shore, pré salt in all basin, mainly Natural Gas.

The last days of 2014….

Mohave Oil ( Porto Energy) USA,  abandoned the works after not be able to fund investor’s for oil and gas production (not because of lack of oil or gas). The company also try to sell the seismic data… It fail. The company leave a 6,475m of oil area. (The CEO of this company, are Ian B. McMurtrie, start is career in Texano Exploration Canada).

Petrobrás also leave the work in Portugal saying that company will abandoned all the work outside Brazil. They want to concentrate in the brasilien pré salt, and stop spend money in Portugal, New Zealand, Iran and Libya (we can see why).

images (8)Partex Oil and Gas where created just before 2º World War by Caloust Gulbenkian (Mr 5%) in Panama. Today the company belong to the Gulbenkian Fundation.

Galp is a Portuguese company. Beginning being Privatized in 1999. In 2000, the ENI and EDP (energy of Portugal, privatized in 2013), become member’s.  In 2005 the Grupo Amorim also joint, and in 2006 have 33,3% of Galp. The year after star exploring in Timor.

Mohave and Petrobrás leave the rest of the work mainly to Repsol, Galp and Partex…

2014 also where the year that individuals and groups star make “visible” the fracking problem. Some action’s, debates, information meeting’s, newspaper’s articles, start to show up in the South and in the North of Portugal. But the political and lobbing (dark, red, and green) forces are wining… Also some projects for, pipelines, environmental “studys” for logistic building’s (“Gas bunkers”, C02 keeping to sell, Harbor’s for super-oil ship’s) are on the political agenda.

images (9)In 2015/2016  the The Transatlantic Trade and Investment Partnership (TTIP)  could start the trade agreement to be negotiated between the European Union and the United States. Tar Sands already start to come to Spain…. All off this will get worst…

This is the first text in English after some desire of people to understand better what is happening in Portugal with Fracking and unconventional oil. IF you would like more/better information… just ask… don’t rush.. and i will  respond… if you think I can help… Just… ring…

Hugs and keep doing it….

sorry  about the bad (writing) Inglish…. It’s done…

Pequena revisão: “Petróleo” em Portugal 2014!!!

Ainda faltam dois meses para acabar o ano, mas como não sabemos o tempo que vamos ter para rever os acontecimentos petrolíferos em Portugal no ano 2014… Aqui vai

A empresa Norte Americana Porto Energy (Mohave OiL and Gas) abandonou os trabalhos em Maio de 2014. A razão falta de produção de petróleo em Portugal, (não confundir com falta de petróleo), que levou á falta de investidores. Joe Berardo foi um dos que investiu na empresa. O elevado custo da exploração, levou a corporação a abandonar os trabalhos. A produção seria iniciada em 2012, mas nunca aconteceu. A empresa tentou vender a todo o custo, até dados das prospeções, nada resultou. A Porto Energy passou os últimos 6 meses em negociações a prometer mundos e fundos. A corp. detinha 7 concessões, na Bacia Lusitânia- Zambujal, Cabo Mondego 2; São pedro Muel 2; Aljubarrota 3; Rio Maior 2; Peniche e Torres Vedras, com uma área de 6.475 KM2.

A empresa tinha iniciado os trabalhos de prospeção em 2007, apontando 2012 como o inicio das explorações, com a direção de Ian B. McMurtrie. Ian está ligado a 17 conselhos de administração de empresas, em 3 organizações diferentes através de 5 diferentes industrias. Doutorado em geologia, iniciou a sua carreira na Texano Exploration Canadá.

Em Portugal a Mohave estava também activa no Barreiro onde ofereceu o seu conhecimento técnico à Oracle, que iniciou estudos de prospeção este ano na Península de Setúbal. A corporação já tinha provado haver reservas de petroleo pré sal e de gás e petróleo leve na parte norte da bacia lusitânica. A empresa abandonou o poço Alcobaça 1, em 2014, depois de investir só no poço 8,3 milhões de euros que dizia ter uma reserva de 8.000 barris de petróleo e gás natural. Segundo o ministro da economia, Álvaro dos Santos. “ Envolvendo um investimento de 230 milhões nos próximos 5 anos e a criação de 200 postos de trabalho directos e 1,400 indirectos”.

A Porto Energy esta registada nos EUA (Texas), e segundo os regulamentos norte americanos a empresa adoptou as suas leis. Uma delas era a política contra “Whistle blowing” (Bufos), que impedia que os trabalhadores alertassem para problemas dentro da empresa, uma regra de confidência para evitar escândalos. E Agora os ex trabalhadores vão continuar a cumprir este contracto?

Uma das Parceiras da Mohave é a Galp Energia.

Galp: Processo de privatização iniciado em 1999. O primeiro passo foi a construção do gasoduto de alta pressão entre Setúbal e Braga, pela Transgás. Um ano depois entra a ENI e a EDP- Energias de Portugal. Na terceira fase de privatização a REN entra no negócio, comprando ações ao estado português. Em 2005 o Grupo Amorim entra no acordo, em 2006 detêm 33,34% da Galp. Em 2007 começou  a explorar em Timor.

Em Portugal a Galp detêm blocos na Bacia de Peniche e Bacia do Alentejo, que assinou com o Estado Português e a Petrobrás em 2007, e no poço Aljubarrota 3, que assinou em 2012 com a Mohave. Para 2015 a Galp espera autorização do governo para explorar na costa alentejana e ter um poço de exploração em 2016. Segundo notícias de Outubro de 2014 a Galp até ao final do ano tinha de decidir se abandonava ou se comprometia a perfurar um poço de exploração. De acordo com Ferreira de Oliveira, presidente da Galp: “ esta nas mãos do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia” a aprovação do projecto de perfuração de águas profundas. Em 2013 a Petrobrás abandona o mercado português, no caso da concessão de Peniche, foi substituída pela Repsol, na costa alentejana a Galp procurava parceiros.

A Petrobrás entrou na corrida para o petróleo português com a Mohave em 2007. Foi operadora de 7 blocos off shore, em profundidades dos 200 aos 3000 metros. A empresa vai agora abandonar 38 operações fora do Brasil, incluindo em Portugal. Segundo representantes da empresa: “a Petrobrás considera que o risco exploratório não justifica a continuidade de sua participação…” A decisão deve-se ao interesse da Corporação em se concentrar nas explorações pré sal no Brasil. Segundo Graça Foster, presidente da empresa, esta política pode levar ao encerramento de blocos em Portugal, Nova Zelândia, Irão, Turquia e Líbia.

A Petrobrás, Galp e Partex estavão unidas na exploração de gás e petróleo no Brasil. A Galp está em 28 projectos no Brasil,em parceria privilegiada com a Petrobrás. Estão ambas nas Bacias de Santos, bacia Espírito Santo, Potiguar, Campos, Pernanbuco Sergipe Alagoas, Amazonas. Destacamos aqui o bloco da Amazonas (mais mediático), com uma área de 5,718 km2, as licenças foram adquiridas em 2008, o preço pago foi de 27,5 milhões de reais. Até 2015 devem ser perfurados vários poços de prospeção. A área de gás natural situa-se perto de uma grande zona importante mineira e industrial.

A Partex Oil and Gas (Fundação Gulbenkian) também partilha explorações no Brasil com a Petrobrás. Está presente em dois campos de exploração. Iniciou as suas explorações no Brasil em 2001. A Partex trabalha nas Bacias de Potiguar, no Campo de Colibri e Cardial, juntamente com a Petrobrás. O primeiro poço já foi aberto, e representa um recorde de perfuração deep offshore drilling, mais de 7.600 metros, com 2,1000 de coluna de água. Em Portugal está na Bacia de Peniche e do Algarve.

Agora em Portugal a Mohave e a Petrobás abandonam as explorações e ficam as suas fiéis parceiras no comando das operações a Galp e a Partex. A Galp é “portuguesa”, a Partex foi criada antes do início da segunda guerra e registada no Panamá, estando a sua proprietária (Fundação Gulbenkian) em Portugal. Os recursos de petróleo e gás do grupo no final de 2005 atingiu 215 milhões de barris de óleo equivalente, demonstrando um claro aumento em relação a 2004. E hoje? E no Futuro?

Este ano, de 2014 também foi o ano em que as acções de sensibilização e informação sobre o gás de xisto apareceram, e se multiplicaram. Foram criados grupos para acompanhar os trabalhos das petrolíferas e das movimentações politicas. Foram “abandonados poços”, mas iniciaram-se trabalhos noutros. O Lobbing nacional e europeu, americano e canadiano ameaça leis de proteção ambiental e de saúde pública da União Europeia. Foram iniciados estudos, ou trabalhos nos Portos de Sines e Matosinhos para melhorar a receção de super petroleiros e o armazenamento de gás ou petróleo. Iniciou-se o projecto para a construção de várias dezenas de cavidades salinas para armazenar gás natural na estação de carriço, Pombal, ou CO2 como na Central do Pego, na central da Tejo Energia.

images (7)No Algarve a Partex e a Repsol estão neste momento a iniciar trabalhos para instalar a plataforma petrolífera off shore, sendo a área de prospeção mais avançada, e mais perto de iniciar a exploração.

No Barreiro pouco se continua a saber, a Oracle Energy, corporação responsável pelos trabalhos, pouco diz. O CEO da empresa foi co-fundador da Mohave Oil, ex – parceira no projecto. A exploração é valida até 2021, e estende-se a toda a Península de Setúbal. O presidente da câmara do barreiro disse a uns cidadãos, numa assembleia, que “Não foi saber o que era o Fracking (extracção gás de xisto). Nem vou!”

No ano de 2015 era para entrar em vigor o acordo transatlântico (TTIP) que vem apoiar as corporações, devido a grande oposição as coisas estão atrasadas, mas a luta entre o Anão e o Golias continua.

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E nós que vamos fazer em 2015?

Ver Brincar à roda das cadeiras?