Gases Efeito de Estufa (CO2 e CH4)

GASES EFEITO DE ESTUFA

A exploração das tar sands é um retrocesso para a indústria do petróleo em vez de caminhar o desenvolvimento de combustíveis mais limpos, os processos de extracção e processamento são actualmente significativamente mais sujos que o petróleo convencional.

Os efeitos prejudicais incluem grandes emissões de gases efeito de estufa; altos níveis de outros poluentes do ar como compostos orgânicos voláteis, oxido de nitrogénio e dióxido de enxofre, impactos de subsistência na saúde das populações locais, incluindo as First Nation Communities; poluição e consumo insustentável de água, e destruição de florestas. A indústria e o governo dizem estar preocupados sobre a captura e armazenamento de carbono.

GASES EFEITO DE ESTUFA

Quando o mundo começa a levar a sério a mudança climática, a produção de petróleo das tar sands está a aumentar a intensidade do uso do petróleo. Quer olhe-mos para as emissões do well-to-refinary (3 vezes pior que a média) ou well-to-whell que inclui a queima do combustível nos depósitos dos automóveis (cerca de 17% pior que a média), o facto é que as emissões são maiores que o petróleo convencional. Em vez de reduzir as emissões de gases efeito de estufa por unidade de energia produzida, o petróleo das tar sands é mais poluente que nunca. As elevadas emissões da extracção in situ são uma grande preocupação, porque se a exploração de tar sands continua a crescer segundo os planos das empresas, a exploração in situ irá crescer significativamente. Isto levará a um aumento na intensidade de emissões absolutas de carbono.

Métodos de produção: Minagem 62-164 KgCO2e/barril; In Situ 99-176 KGCO2e/barril

Petróleo convencional: 27-58 KGCO2e/barril

A produção de tar sands tornou-se a maior indústria poluente do Canadá, e um factor chave para o Canadá falhar o tratado de Quioto. As emissões do Canadá aumentaram em 26,2% entre 1990 e 2007, e em 2007 era 32,2% acima do tratado de Quioto. Cerca de 44% da projecção de emissões de gases no Canadá de 2006 a 2020 espera que derivem de novos projectos tar sands.

BIO-CARBONO: NÃO É TIDO EM CONTA

O carbono na atmosfera criado pela destruição da floresta boreal, pântanos e pauis dos locais dos projectos tar sands não estão incluídos nas estimativas oficiais das emissões libertadas pela extracção das tar sands. Muita da terra explorada é coberta por florestas boreais. Devastar esta floresta, liberta para o ar carbono que estava no chão como destrói o potencial de absorção de carbono.

O governo e a indústria não tentaram verdadeiramente medir adequadamente ou estudar este caso. A mais compreensiva tentativa num cenário de total exploração, uma média de 8.7 milhões de toneladas de CO2 por ano devem ser adicionadas aos números oficiais de emissões. Um estudo com mais tempo concluiu numa base por barril, que mais de 11% das emissões well-to-tank devem ser acrescentadas no caso de projectos de minagem.

OUTROS GASES POLUENTES

Alberta está-se a tornar-se o local mais poluente no Canadá devido á exploração das tar sands. O processo produz óxido de nitrogénio e dióxido de enxofre, que não são só irritantes respiratórios, como contribuem para névoa e chuva ácida. A benzina, composto orgânico volátil conhecido cancerígena esta ligado às tar sands.

As emissões de NOx e SO por barril são o dobro do petróleo convencional. Preocupam os depósitos de ácidos em Saskatchewan, parcialmente causada pelas tar sands, que podem exceder a “buffering” dos lagos e terras na região – isto é, a sua habilidade para neutralizar o acido sem uma mudança no valor de PH.

CAPTURA E ARMAZENAMENTO DE CARBONO: FARÁ REALMENTE DIFERENÇA?

A indústria e o governo apontam o desenvolvimento dos meios para capturar e armazenar carbono como a resposta para as altas emissões de gases efeito de estufa da produção tar sands. No entanto, um relatório recente sugere que o potencial da CAC para limitar as emissões dos projectos tar sands pode ser limitado. Relata que: “a redução geral de operações “upstream” pode estar entre 10 a 30% em 2020 e 30 a 50% em 2050.”. O custo de provocar estas reduções marginais podem ser proibidas financeiramente com custos de $110 a $290 por tonelada.

Isto compara-se infelizmente com estimativas para a CAC para produção de carvão em $60 a $150 por tonelada, o que lança a questão se será implementado.

A UE está comprometida a travar a mudança climática e a perigosa dependência de combustíveis fosseis importados ao escolher um caminho baixo em carbono. Um estímulo “verde” também é uma saída para a corrente crise financeira e um motor para o desenvolvimento sustentável para o futuro. Para que ambos, o objectivo ambiental e energético serem credíveis, a UE tem de assumir políticas que previna a “re-carbonização” da nossa economia que inevitavelmente resultará da expansão das tar sands e outras formas de petróleo não convencional. Usar produtos energéticos prejudiciais ao clima simplesmente não é compatível com a mudança para uma economia de baixo carbono. Têm por isso de ser impedidas de entrar no mercado mundial.

Novos depósitos de tar sands e outros petróleos não convencionais foram já descobertos em Madagáscar, Venezuela, Congo, Rússia, Jordânia, Nigéria e Angola. Uma nova fronteira para o desenvolvimento das tar sands em África, uma região já por si altamente vulnerável ao impactos da mudança climática.

A Directiva para a Qualidade do Combustível, que limita um valor de 10% de cortes de emissões dos combustíveis, é uma oportunidade para a direcção certa.

A nova estratégia europeia para 2020, tem como fim atingir uma economia sustentável através do combate ás mudanças climáticas e dependência de combustíveis fosseis.

Com a implementação do objectivo europeu 20/20/20: cortar as emissões de gases efeito de estufa, aumentar as renováveis e melhorar a eficiência energética em 20% em 2020. No entanto, cortes mais profundos e rápidos são necessários para estabilizar as emissões de gases que muitos consideram o valor seguro de 350 partes por milhão. Estudos recentes mostram que são possíveis reduções de 40% nas emissões domésticas em 2020 e de 90% de redução até 2050. Por estas razões, os estimados 379 milhões de dólares para investir nas tar sands canadianas no período até 2025 seria melhor gasto no financiamento para mudar para uma economia baixa em carbono ou nos esforços para atingir o Millennium Development Goals 7 em sustentabilidade ambiental.

A AEEP (Africa-UE Energy partnerchip) reconhece a necessidade para mudar para energias sustentáveis no continente através do desenvolvimento de estruturas para energia renovável, como modo de parar com os impactos ambientais que já afectam o continente.

A Directiva para a Qualidade do Combustível deve-se focar em reduzir os gases efeito de estufa ao longo do ciclo de vida dos combustíveis fosseis. Isto significa incentivar a refinarias mais limpas, e métodos de extracção baixos em carbono, enquanto desincentiva métodos de produção de combustível destruidores ambientalmente, como as tar sands. Para criar este incentivo, as diferentes pegadas de carbono de diferentes bases de petróleo que entram na Europa tem de ser reconhecidas, ao assentar valores que expressem a diferença de intensidade de gases efeito de estufa.

 

COMPARAÇÃO DAS EMISSÕES DA PRODUÇÃO DE PETROLEO

Medir a intensidade de gases efeito de estufa da produção de tar sands e compara-la com a produção de petróleo convencional é um exercício contestado. O resultado de qualquer comparação depende qual o alcance de actividades está incluído na análise como também qual o tipo de produção é utilizado para comparação com as tar sands.

O variado alcance de diferentes qualidades de crude, métodos de transporte a nível mundial também dificulta uma comparação difícil.

È importante esclarecer se a comparação de emissões é well-to-refinary (até ao portão da refinaria), well-to-tank (todo o processo anterior á combustão no motor), ou well-to-whell (todo o ciclo de vida incluindo a combustão). 80% de todo o ciclo de vida das emissões ocorre quando o combustível é queimado no motor, comparar emissões well-to-whell aumenta o total de emissões a serem comparados portanto faz diferença entre os métodos de produção parecerem muito menores – um método usualmente usado pelas empresas tar sands para tentar trivializar este assunto.

Estudos baseados numa revisão de 13 estudos realizados em 2009 comparando as emissões das tar sands com petróleo convencional, descobrem que ainda não há um consenso da “ caracterização do ciclo de vida das emissões da indústria tar sands. Calcula uma média de crescimento da diferença entre petróleo convencional e as tar sands será de 19% para emissões well-to-refinary e 17% para well-to-whell.

Desde que a lei de baixos valores de carbono da Califórnia foi introduzida para reduzir o ciclo de vida dos gases efeito de estufa dos combustíveis fósseis vendidos no estado, o governo de Alberta e a indústria tar sands têm se esforçado para mostrar uma diferença mínima entre as emissões dos combustíveis derivados de tar sands e outros combustíveis. Em Julho de 2009 o governo de Alberta autorizou 2 estudos dos consultadores das companhias petrolíferas. Baseado nos resultados, o governo declarou que as emissões well-to-whell derivadas das tar sands são comparáveis a outros crudes. O governo mais tarde disse: “as emissões das tar sands são geralmente 10% mais elevadas que emissões directas de outros crudes nos EUA.”

As empresas de petróleo repetidamente citaram estes estudos em resposta as preocupações expressadas sobre o impacto ambiental das tar sands. Recentemente ambas Shell e BP citaram os mesmos para contradizer alguns investidores, que diziam que as emissões de carbono elevado associados ás tar sands põe em risco o valor das acções.

No entanto afirmam que estes relatórios são mais exactos que estudos mais intensos levados pelos governos dos EUA e do Canadá leva á perda de credibilidade. Estes estudos sugerem que a emissão well-to-whell está entre 13 e 27%. O relatório de Alberta usou uma pequena selecção de crudes convencionais para comparação, uma significante proporção da qual eram crudes pesados, que tem emissões mais elevadas que outros crudes convencionais. Em contraste, os estudos do governo usa um largo número de diferentes crudes que mais correctamente reflecte o crude consumido nos EUA. Os dois estudos de Alberta divergiram em cerca de 10% no seu cálculo das emissões médias do petróleo convencional.

Enquanto os estudos em Alberta estavam ponderadas para produção convencional mais suja, alguns dos projectos das tar sands ainda não estavam a decorrer. Usando dados teóricos dos projectos propostos em vez de dos dados das operações correntes é uma táctica nunca usada em nenhum outro estudo.

O debate sobre quanto mal faz a exploração das tar sands comparada com a produção convencional dificilmente vai continuar. O mais impressionante sobre a tentativa do governo de Alberta de suavizar o assunto é que na melhor das hipóteses a produção tar sands é só um bocado pior que o pior petróleo convencional, um acontecimento de estar orgulhoso.

Seja como for a extracção de tar sands é um passo na direcção errada. Enquanto o mundo precisa desesperadamente de cortar as emissões de gases efeito de estufa, a produção de tar sands inevitavelmente faz a produção de petróleo ainda mais suja. O esforço da indústria para banalizar este assunto é um exemplo deplorável e de um egoísta com interesse próprio.

As companhias de petróleo como a Shell dizem que o Carbon Capture Storage e melhoramentos de eficiência irão reduzir as emissões de gases efeito de estufa das tar sands. No entanto os investidores e as ONG’s estão a duvidar das afirmações da Shell, dado a falta de testes da tecnologia CCS e a implicação financeira para uma escala comercial para reduzir significativamente os gases efeito de estufa. Mesmo sendo eficaz ao reduzir os gases libertados, os custos podem atingir 110-290$ por tonelada.

Os investidores devem procurar energias renováveis, em vez de procurar tecnologias como a CCS.

O transporte é um factor chave para melhorar a sustentabilidade energética. È responsável por 32% das emissões na Europa, o sector em maior evolução de libertação de gases efeito de estufa, um sector que depende 97% de combustíveis fossil.

Um olhar sobre o ciclo de vida dos gases efeito de estufa inclui todas as emissões da produção de combustível: desde a extracção passando pela refinaria, distribuição e combustão do combustível (emissões weel-to-whell).

A combustão conta cerca de 2,5 kg de CO2 por litro de combustível, seja qual a sua fonte. Ao refinar acrescenta mais 15-20% de emissões por litro, que significa no fim o valor de emissões de 2.9 kg de CO2 por litro de combustível

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