Arquivo da categoria: Bacia Lusitanica

A bacia vai do Sul do Porto a norte de Sines, com uma área de 28.000 km2

Existem dois sistemas petrolíferos identificados na bacia, um sistema pré sal e um sistema suprasalt. O primeiro são rochas de areia entre a formação de Silves e a da Dagorda. Existem vários reservatórios no suprasalt. As formações da Brenha e de Montejunto oferecem reservatórios regionais (locais).

ATÉ AOS ANOS 80:
Foram perfurados na bacia, 51 dos quais eram testes superficiais, 7 eram testes em profundidade até aos 2.000 metros e mais. Foi encontrado heavy oil em 41 dos furos e Lith Oil em 6. Isto representou 64% dos poços perfurados no onshore, 91% da descoberta de Heavy OIL e 55% do Lith Oil encontrado.
O primeiro furo foi em 1939: só mais tarde em 1963 se voltou a perfurar. A Petrogal procurou parceiros maioritariamente Franceses e a Mobil. Depois de 1963 os poços de exploração para teste onshore (terra) foi limitado a poços superficiais com o objectivo Heavy Oil. 27 dos 90 poços perfurados perfuraram mais de 1000 M, 10 furos abaixo dos 2.000 m, e 1 para lá dos 3.000 m.

No Offshore – os primeiros contractos em 1973 foram entregues a empresas estrangeiras. entre 1974 e 1978 foram perfurados 20 poços de exploração, com operadores como a Shell, Sun, Esso e Texano. Os furos foram dos 2.000 aos 4.000 metros de profundidade
4 áreas estavam activas em 1981, 2 concessões da Petrogal e as outras entregue a empresas estrangeiras. mais tarde foi assinado um contracto com a empresa canadiana Sceptre, Bom Valley, e Siebens. A Sceptre perfurou o primeiro poço profundo no onshore desde 1963, em Outubro de 1980. Nesse ano foi assinado um contracto com a Union Texas, subsidiária da Allied Chemical.

55% dos 110 poços de exploração perfurados foi encontrado heavy oil e gás. Não existe duvida sobre a Bacia ser geradora de petróleo.

Duas fontes são promissoras: uma no Barreiro, onde foi encontradas boas amostras de ligh Oil; e em Arruda, Vila Franca de Xira, onde também se encontrou Ligh Oil
Dos 110 poços perfurados na bacia, 60 encontraram petróleo e gás. 45 destes consistia em heavy oil, em amostras superficiais perto de Torres Vedras e Monte Real. 15 poços profundos perfurados mostram petróleo, 4 no onshore da Figueira da Foz e 11 no onshore

As melhores amostras ocorreram no Barreiro, na Midle Jurassic, com light Oil. Outra amostra foi encontrada na Arruda, Vila Franca de Xira.

Estimava-se que os depósitos teriam 18 km2 ou mais, com aproximadamente 150 milhões de barris, com 30 milhões de barris a necessitar de Thermal Estimulation, para ser recuperável. A Petrogal era a concessionária.
Os campos ideias terão o tamanho ar 25 milhões de barris, e as empresas sabem disso, daí a falta de entusiasmo na Bacia. No entanto, com o preço do petróleo estabilizado, campos de 5. milhões até 25 milhões podem ser economicamente viáveis. Para isso também se procuram novas tecnologias e avanços no processo de estimulação para recuperação.

De 1978 a 2004, foram atribuídas 23 concessões no onshore e 1 no offshore da Bacia Lusitânica Durante este período foram efetuadas 23 no onshore da Bacia Lusitânica. No final de 2006, apenas uma companhia operava em Portugal, Mohave Oil & Gas, detentora de 2 concessões no onshore da Bacia Lusitânica. Na região de Alcobaça, a Mohave encontrou fortes indícios de gás em duas das sondagens realizadas e, na região de Torres Vedras, realizou um conjunto de sondagens, com recuperação de óleo em fraturas e iniciou testes de produção. A empresa tinha adquirido, em 1996, 224 km de sísmica no onshore e, em 2000, 760 km no offshore.

Em 2007 houve um significativo incremento na prospeção e pesquisa de petróleo em Portugal com a assinatura de 12 novos contratos 5 concessões no onshore e offshore da Bacia Lusitânica; e 4 concessões no deep-offshore da Bacia de Peniche. Nas concessões do deep-offshore, em 2008, duas campanhas sísmicas 2D foram realizadas com: 3307 km na Bacia do Alentejo; e 8615 km na Bacia de Peniche

Em 2010, ocorrem as primeiras campanhas sísmicas 3D em Portugal. A primeira, com 2096 km2 foi realizada no deep-offshore da Bacia de Peniche, seguida de outra com 117 km2 na região de Torres Vedras, onshore da Bacia Lusitânica. Nos dois anos seguintes, outros levantamentos de sísmica 3D foram realizados: ; 1100 km2 no offshore da Bacia Lusitânica; 400 km2 no onshore da Bacia Lusitânica.

No onshore da Bacia Lusitânica foram realizadas 3 sondagens de pesquisa profundas e é realizado um levantamento aeromagnético cobrindo praticamente toda a bacia. Foi realizada 1 sondagem de pesquisa profunda e 23 sondagens de pesquisa pouco profundas. Ainda nesse ano 2 contratos de concessão no onshore da Bacia Lusitânica foram assinados

Em 2013, 1 contrato de concessão no onshore da Bacia Lusitânica foi assinado

Como consequência da extinção da Mohave Oli & Gas (detida a 100% pela Porto Energy), todos os seus contratos de concessão expiraram (Aljubarrota/Alcobaça, Torres Vedras) em Dezembro de 2014. Outras empresas candidataram-se a áreas de concessão no onshore da Bacia Lusitânica, cujos processos estão a decorrer.
Também em 2014, a Oracle Oil & Gas Corporation requereu o abandono da área de concessão que detinha no onshore da Bacia Lusitânica, cujo processo também está em análise.

A Australis Oil & Gas Ltd. requereu a atribuição de três concessões, mediante Negociação Direta.
Os contratos de concessão das áreas denominadas “Batalha” e “Pombal” foram assinados, em 2015/09/30, com a empresa Australis Oil & Gas Portugal. Estando a concessão do Cadaval em avaliação.

Debate ou Demagogia?

 

Dia 10 de Fevereiro fomos ao debate organizado pelo Concelho da Cidade de Caldas da Rainha, já o tínhamos decidido antes de receber o convite por e-mail… (tenho de dizer que fiquei surpreendido)

O debate apesar de ser nas Caldas debruçava-se sobre as explorações ao largo de Peniche e da Nazaré, apesar das Caldas ter tido uma concessão em 1981, estar no meio da área de excelência para exploração de gás de xisto em Portugal, e num estudo de 2010 ser na Serra do Bouro o melhor local para instalar um sistema de armazenamento de gás natural no sobsolo.

“Como sabemos, para alguns, Portugal é um desafio à exploração de petróleo. Para outros, os impactos da exploração de petróleo irão afetar de forma negativa atividades como a pesca, a agricultura e turismo, assim como pode constituir uma ameaça ao ambiente e saúde pública das populações.

O Conselho da Cidade, constituindo-se como entidade dinamizadora das iniciativas que se enquadram no conceito de uma democracia participativa pretende, com este debate, contribuir para o esclarecimento das pessoas sobre este tema e, deste modo, para uma opinião informada de todos.”

Primeiro devo dizer que foi bom acontecer apesar das limitações ao ser um evento académico- intelectual, que por si são desinteressantes para o cidadão comum… mas está aberta a porta para seguir com debates, agora é tema na Cidade…

A plateia estava “dividida” por parcelas. Na linha da frente PS. Do lado esquerdo PP, PSD e… a Brigada Anti Crime das Caldas da Rainha (???) Talvez viessem para deter o representante da Partex Oil and Gas por crimes contra a humanidade, mas ele faltou… nunca saberemos!. Do Lado direito Partidos Independentes e membros do Concelho da Cidade, na linha da frente Peniche Livre de Petróleo. Na fila de trás BE, Nós e políticos locais… Depois uns poucos de cidadãos espalhados pela sala.

Nos 5 minutos antes do início a cumplicidade entre os oradores era visível… Amigos e profissionais de longa data, movem-se no mesmo meio e discutem assuntos energéticos e ambiente á largos anos, conhecendo-se profundamente.

O debate abriu com o discurso normal de balanço entre benefícios e impactos da exploração petrolífera, mantendo a discussão focada no impacto ambiental por Ana Costa Leal do Concelho da Cidade.

Cedo se percebeu que o debate não interessava aos Autarcas da Região que foram convidados e não compareceram, nem mandaram representante. Numa área onde os trabalhos estão mais avançados que em qualquer concessão offshore ou no Algarve o silêncio político continua a ser total. (Lembro que em 2012 enviei mails para a Camara Municipal de Alcobaça depois de ler um artigo onde o Presidente pedia mais informações… Nunca recebi resposta)

O representante da Partex também falhou, não tendo a empresa enviado mais ninguém em seu lugar… Ficámos só com os “Verdes”… O moderador é/foi jornalista em jornais da região… incluindo o Jornal das Caldas, que para o dia 1 de abril de lançou esta noticia….

Começamos por Nuno Ribeiro da Silva, que esteve presente como professor universitário.

Se querem um debate sério não o convidem… Demagogo profissional (arte ou poder de conduzir o povo. A demagogia está relacionada à negativa da deliberação racional, fazendo uso de uma das falhas da democracia, qual seja, manipular a maioria pelo uso de aparentes argumentos de senso comum entremeados com disjunções falaciosas ) é conhecido como expressões como “ O petróleo offshore é como um bocado de carne. Primeiro come-se as partes mais acessíveis e depois é que vamos procurar junto às costelas”.

Cada vez que o debate estava a ganhar uma linha de diálogo, a palavra passava e ele conseguia destabilizar, sendo mesmo chamado à atenção por quem estava a ouvir sobre as suas dissertações, e histórias pessoais que nada interessavam e nem respondiam às perguntas feitas.

Mestre em Economia e Planeamento Energético. Professor Catedrático, onde tirou mestrado, Universidade Técnica de Lisboa.

Mestre em Economia, Política e Planeamento Energético pela Universidade Técnica de Lisboa, após ter cursado Engenharia e Economia. Representou Portugal junto do Banco Mundial em missões oficias. De 1985-1996 exerceu cargos políticos, foi Acessor do Secretário de Estado do Ambiente (1985-1986), Secretário de Estado da Energia (1986-1991), Secretário de Estado da juventude/ presidência do Concelho de Ministros (1991-1993) e Deputado á assembleia da Republica (1992- 1996) Tendo passado por várias empresas de renome, como a CP ou a Rodoviária Nacional, ingressou na EDP em 1985. É Presidente da ENDESA GENERACIÓN PORTUGAL, S.A. e de várias empresas do GRUPO ENDESA em Portugal. É Presidente do Conselho Estratégico Nacional do Ambiente da CIP (Confederação Empresarial de Portugal), Vice-presidente da Direcção da AIP (Associação Industrial portuguesa) e Membro do Conselho da Indústria Portuguesa. Pertence a órgãos sociais de várias instituições ligadas aos temas de Energia e Ambiente. Administrador do OMIP (Mercado Ibérico).

A primeira frase dele foi dedicada ao jogo de futebol e ao frio. Passou a ideia que esteve no abrir das renováveis em Portugal, e que eram as empresas energéticas estatais que atrasaram a sua introdução ao dominar as decisões na indústria energética. Realçou a dependência que o nosso modo de vida tem dos produtos derivados do petróleo, como plásticos, químicos, agrícolas, sintéticos.

Mais á frente no seu discurso vem as frases fáceis para atirar a culpa de um futuro toxico aos países pobres em desenvolvimento como a Índia ou “socialistas” como a China… nunca ouvi África. Com a justificação que seria difícil proibi-los de viver como nós viemos antes dos carros elétricos. (Então mas o progresso não é para todos?) Salientando o impacto dos automóveis na destruição ambiental, apontando o dedo a cada um que tenha carro e a todos os que vão comprar sem ser elétrico. Sem falar nos petroleiros, metaneiros, cruzeiros, aviões, foguetões, camiões, fábricas, produção animal, etc… Não! A culpa é tua… que compras carro.

De Repente sai-se com uma afirmação que vem contra declarações, relatórios e mesmo memorandos do governo, de que “não existem reservas de gás de xisto (Shale Gas) em Portugal”.

Falando das eólicas, que tanto preza, disse: “ Quem me dera ter uma eólica para a minha casa, ou em cada cidade, mas tem de haver estudos, não queremos uma eólica junto ao Mosteiros dos Jerónimos, ou na Torre na Serra da Estrela, na Serra de Cintra (não vamos olhar para a Quinta da Regaleira e ver eólicas), ou no meio de uma praia, as coisas não são nem branco nem preto, nem todos os locais são bons.”

Fica para pensarem…

Junto esta frase dele partilhada no debate por António Eloy: “ Não se pode extrair petróleo ao pé de índios” (sorriso)

Como bom “aluno” e homem que está em cima das ultimas no campo das energias, lançou “bons exemplos” do impacto social da industria petrolífera, utilizando o “cliché” europeu da Cidade de Aberdeen, Escócia, totalmente falso e já desmentido por moradores da cidade escocesa, quando no Algarve num debate semelhante foi usado o mesmo exemplo. A sua mentira foi desmascarada por António Eloy, que esteve em Aberdeen recentemente. Arrematou com o golpe final: Noruega (que já foi dos países mais pobres da Europa), onde o petróleo é objectivo estratégico do estado.

Esclarecer sobre as concessões petrolíferas no offshore nada….

Deixo a última, falando sobre Aberdeen: “Quando lá estive era uma aldeia manhosa de pescadores” . Para tentar justificar o “progresso” que a indústria petrolífera levou para a localidade… Que hoje é uma zona industrial com um alto nível de pobreza extrema.

 

Antonío Eloy

Trouxe ao debate um tema que normalmente é mantido fora dos debates públicos sobre explorações petrolíferas, o impacto social da indústria petrolífera, e da possibilidade de tudo isto ser só uma especulação económica para fazer rodar dinheiros que mexam na bolsa de valores de Wall Street (Que não é de todo uma opinião a excluir) com todo o seu impacto social em todo o Mundo. Apresentou o Exemplo da Nigéria, que desde os anos 80 tem sofrido ecocidios e genocídios directamente conectados com a exploração petrolífera. Por várias vezes levantou um livro que trazia sobre o tema:

Disse ter os mesmos dados que Nuno Ribeiro da Silva, mas uma visão académica diferente, confrontando a ideia de ser necessário continuar a investir e a extrair petróleo por razões ambientais, económicas e sociais.

Geo Politicamente falando relembrou que todo este investimento para manter a indústria petrolífera no futuro deve-se principalmente aos planos traçados depois dos EUA e a Rússia terem ultrapassado a Arábia Saudita como maiores produtores do Mundo, e a ascensão do petrodólar como moeda mundial. Hoje o mundo está como está…

Seguiu dizendo que não acredita nas explorações em Portugal porque no mar são muito caras e as reservas não o compensam, e em Terra como temos grande massa populacional nas áreas pretendidas as explorações não serão possíveis.

Falou do seu encontro com uma senhora de idade que estava 30 minutos antes de uma secção de esclarecimento em Vila do bispo perto da sua aldeia. A Senhora estava lá porque a concessão que foi anulada no Algarve (concessão de Aljezur) era ao lado das suas terras e que a sua horta começou a ser inundada com líquidos com espuma e de cor verde que vinham do “furo de água” da Portfuel empresa criada por Sousa Cintra. (Estive nesse terreno quando da Bicicletada Anti Fracking, é de chorar com a indiferença…

O problema do capital esteve sempre no discurso de Eloy, mas nem sempre contra os capitalistas apenas como a forma como alguns agem… Deu o exemplo de Gulbenkian a quem chamou de “Bom-Agiota”, uma das razões porque era amigo de seu avô. Acrescentou o nome de Alfred Nobel que criou a dinamite tão importante para a ascensão da indústria de mineração e energia (acrescentamos Guerra) com dinheiro do seu investimento e da sua família na indústria petrolífera — Nuno Ribeiro da silva falou no nome Bill Gates. Eloy realçou a mudança da economia negra criada através da exploração de petróleo para um capitalismo verde da família Rockfeller—(acordo com 350 org), Filantropia.

Fica para pensar!!!

À pergunta do grupo Peniche Livre de Petróleo: Qual o Impacto dos trabalhos de prospeção no ambiente?

Todos responderam que pode-se considerar nulo…. Bom mais uma vez a cultura ambientalista deixa os animais de fora (se calhar para não puxar o tema, também nas renováveis, principalmente barragens). No offshore os mamíferos marinhos e outros animais são fortemente afectados ( De resto como grande parte das gigantes ONG verdes mundiais)… como de certo os animais em terra também com os barulhos dos camiões batedores para estudos sísmicos nas concessões… Sem falar do transporte de material para o local de exploração…

Nuno Ribeiro da Silva para ajudar falou que a prospeção apenas usava uma broca de diamante, acrescentando á explicação de Eloy que se resumia em “Como espetar uma agulha”…

Júlia Seixas

Membro do movimento Futuro Limpo, que tem como acção, garantir os direitos democráticos do povo português.

Falou das 6.000 assinaturas conseguidas pelo grupo Peniche Livre de Petróleo, sem mencionar as restantes milhares de assinaturas recolhidas pelo país, principalmente no Algarve que mostraria a real ação popular contra a democracia representativa que tenta manter a obscuridade e as decisões sobre as explorações longe da decisão popular.

Apesar de eu não acreditar que a solução está na Democracia Representativa, no mundo onde vivemos e que nos regula, necessita de quem acredite, realize a resistência jurídica num estado de direito, (um trabalho que não faria, nem pediria a alguém para fazer) que levará muito tempo, sempre encontrando novos desafios como os acordos transatlânticos TTIP ou CETA, Projectos de Interesse Nacional, etc…

Trabalham para o cancelamento dos contractos como meio para parar os trabalhos de prospeção, ao contrário da maioria que acha, que não há mal em “saber o que temos”.

Júlia explicou que se os trabalhos não forem parados agora, no futuro, quanto mais tempo se deixar passar, mais dinheiro as empresas vão receber do estado português, porque assim está no contracto assinado sem consulta popular, sem discussão política, sem olhar á população e às leis e protocolos para a libertação de gases efeito de estufa (o gás toxico falado é sempre CO2, nunca o Metano entra na equação). Parar agora era mais barato, parar daqui a 10 anos é aumentar a divida… Quanto mais as empresas investiram mais, vão lutar pelos seus direitos.

Como profissional listou as movimentações dos movimentos pelas alterações climáticas, dos acordos na COP 21 e do encontro pelo clima em Marraquexe, onde foram escritos e assinados memorandos de aconselhamento – sem valor legislativo– que pretendem substituir o Acordo de Quioto que foi um fracasso.

Explicou também de como as explorações são não só ecologicamente mas também economicamente insustentáveis para Portugal e para o mundo, alertando para os valores de aluguer e taxas nos contractos assinados pelo estado e as petrolíferas e para a não obrigação de estudos de impacte ambiental na fase de prospeção e que quando as há são realizadas por empresas contratadas pelas petrolíferas que por vezes realizam estudos mais completos ou mais formais segundo testemunho da própria.

Tentando dar uma luz sobre o montante de uma possível indeminização do estado às petrolíferas deu o exemplo dos gastos diários de 1 milhão de euros por dia pela Galp na concessão offshore, que se multiplicados por 10 ou 30 anos dará mais “sacrifício” para os quem paga impostos, e quem é explorado (trabalhadores precários/imigrantes), não para Portugal.

Da parte do público, tivemos ataques políticos aos governadores locais e nacionais. Como se os acordos entre Governo, Corporações e Banco Mundial não viessem já do Estado Novo. Também não faltaram as dúvidas sobre os supostos ganhos para as populações locais. Que foram elucidadas pela júlia Seixas.

De destacar uma senhora que se identificou como Mãe que simplesmente disse que quer saber o que pensam fazer no “seu quintal”, que é inadmissível que esteja em debate a exploração de petróleo perto da minha casa e da minha filha ou da filha de outra pessoa qualquer.

Não sei se conscientemente ou por instinto maternal, salientou um ponto importante em toda esta resistência às petrolíferas “ou filha de outra pessoa qualquer”.

Como também usual o medo/revolta (para não entrar em assuntos mais profundos) falou mais alto do que a solidariedade que a declaração daquela Mãe mostrou. Um Sr de repente diz: Se querem explorar que vão explorar para outro lado!

Quando decidi ir ao debate, não ia ouvir, porque mesmo não conhecendo bem todos os oradores, conheço bem a musica ao som das batidas do sistema industrial, da cultura de um povo civilizado, foi-me educada, andei na escola por ela, estudo-a, trabalho nela, respiro nela, vivo nela, vou morrer nela… Mas mesmo caminhando nos corredores da sua liberdade, vou-me sentido livre dessa liberdade. Vou ser terra/ar/água/fogo, para as sementes futuras… Não uma memória nos céus, um condenado no inferno, uma estátua… um exemplo…

Vivo hoje! Penso que é melhor viver hoje a pensar no amanha do que viver o amanha sem pensar hoje!

Não ia ver, porque não é a minha visão para informar, incluir e colaborar com as populações…

Mas acabei por ouvir coisas interessantes e ver reações autênticas (sem nenhum tipo de “actuação”) tanto dos oradores como do público.

Fui como elemento do grupo facebook: Caldas da Rainha por um Oeste Sustentável e também como voluntário da CREA (Caldas da Rainha pela Ética Animal).

Fomos criar utupia (Cidadadia Participativa)….

Fui para sentir…

Gostei de sentir a Júlia Seixas. Gostava que António Eloy conseguisse equilibrar melhor o activista ambiental e social com a sua profissão e não consentir que se fique com a ideia que só a luta contra os testes nucleares valeram a pena, mesmo se estando hoje a resistir contra instalações nucleares aqui bem perto, mas não tão perto assim. De que não vale a pena resistir aos trabalhos de prospeção para gás e petróleo, mesmo não acreditando na sua exploração… e que sempre que possa, deixe o seu trabalho literário sobre a luta em Ferrel sair em palavras motivadoras em secções onde seja convidado… A Resistência do povo de ferrel que não sendo a única em Portugal e no Mundo, é sem dúvida importante para a resistência em Peniche e no Oeste, para que não seja um exemplo do passado mas sim um acreditar no futuro.

Agora é juntar á vontade de organizar uma secção de informação popular, mais esforço para um evento na Zona Oeste…

Cada um deve fazer o que acredita! Pois se isso não der resultado, nada mais dará! Quem sabe juntando todo o que cada um de nós acredita, mesmo não nos juntando fisicamente ou ideologicamente, possamos unir, pensar nas ideias que nos são educadas, apresentadas, das que nos fazem pensar, nas que nos causam psicoses, que nos fazem sentir livres, das ideias que sabemos ser livres, das ideias que não entendemos, das ideias que recusamos, das ideias que nos façam duvidar da certeza e razão…

As corporações colaboram, umas com as outras (com casos muito raros) para manter o seu maior império de pé (A civilização). A sua colaboração é frágil, pois assenta na procura de poder para derrubar uma serra, uma técnica, uma tecnologia, um império. Para impedir o curso de um rio, da migração animal, da livre circulação de povos. Para impedir a livre circulação de direitos e impor deveres.

Nós, Povo devemo-nos Unir, Apoiar, fazer das diferenças – quando possível— uma força.

“Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalha” Sun Tsu

 

 

 

 

Tight Oil ( Shale Oil-Petroleo de xisto) em Portugal!!! Em quantos Locais?

 

Tight OIl

Em 2011 a Mohave Oil and Gas, anunciou uma “joint venture” (acordo) com a Sorgenia B.V. e a Rohol Aufsuchungs Aktiengesellschaft (RAG), para a avaliar fontes não convencionais na Bacia do Porto. As corporações estudaram 1,821Km2. Os trabalhos estiveram na segunda fase até 2014. A Mohave anunciou que não iria para a fase seguinte se não encontrasse financiamento. A Mohave Oil mostrava-se excitada com o acordo para avaliar a fonte de Tight oil na Lower Jurassic (Lias), mas no fim do ano anunciou o abandono das operações. No Barreiro tudo indica que uma das formas de hidrocarbonetos será o Tight Oil, como decerto em muitas outras localidades on shore. E quem sabe nas muitas concessões off shore? Toda a bacia Lusitaniana é considerada a potencial fonte de Tight Oil ( como também de shale gas) ambas necessitam de técnicas como o Fracking.

No poço (ALJ-3) perfurado pela Mohave Oil em Aljubarrota foi para confirmar a presença de Tight Oil no Jurrasic Reef.

O que é o tight Oil?

T.Oil é um petróleo convencional encontrado dentro de reservatórios com muito baixa permeabilidade. Para ser economicamente viável para fluir para o poço de extração sem assistência de tecnologia avançada de perfuração e completion processe, é utilizada normalmente  perfuração horizontal e fracturação para aceder a este tipo de petróleo.

É uma fonte já conhecida há muito das corporações petrolíferas, mas muito cara. Mas, agora com a escassez do petróleo convencional (de fácil acesso) as corporações estão obrigadas a investir nessas tecnologias e avanças para formas de gás e petróleo não convencionais, como o Tight Oil.

playTypes

Tipos de “Plays” Tight Oil

Na indústria do gás os depósitos de gás ou petróleo são classificados de “Plays”, que são diferenciadas pela geologia e na tecnologia necessária para produzir petróleo.

Halo Oil

As propriedades do reservatório não tão favoráveis como aquelas dentro da área anteriormente explorada. Necessita de novas tecnologias, como a perfuração horizontal.

Shale Oil

O material da rocha é predominantemente rico em material orgânico que contém petróleo. A rocha é ao mesmo tempo a fonte e o reservatório.

Passos para produção de Tight oil

  • No primeiro ano Identificação das fontes através de testes sísmicos indicadores e petróleo.
  • Depois aquisição das terras, e permissão para perfurar, e recolher amostras.
  • No terceiro ano, avaliação através de produção piloto. Perfuração de poços horizontais e determinar o potencial de produção. Alguns níveis de fracturação poder ser necessária a esta altura e planeamento e aquisição de linhas para oleodutos e estações de tratamento e armazenamento do gás e do petróleo.
  • Quarto ano, testes de produção piloto. Perfuração de vários poços horizontais. Otimização das técnicas de perfuração e fracturação. Planeamento e aquisição de direito á construção de oleodutos.
  • Quinto ano, desenvolvimento comercial. Aprovação do governo para a construção de infraestruturas e técnicas aplicáveis para extração identificadas durante a avaliação. Otimização das técnicas para extração (poços horizontais e fracturação)
  • No 10º ano, Projecto completo e direito a reclamar ao desenvolvimento de poços para extração dentro dos regulamentos nesta parte final.

A tecnologia da perfuração Horizontal

O propósito da tecnologia é aumentar o contacto entre o reservatório e o final do poço. Os poços são perfurados na vertical até uma profundidade que pode ir normalmente dos 1000m ao 3000m acima das reservas e depois é “Kick off” (virado) para um angulo até ficar paralelo ao reservatório. Depois de estar em posição, pode-se estender até 3 ou 4 km. Esta ponta final do poço é conhecida como  “Horizontal Leg”.

 Fractura Hidraulica

Os reservatórios de Tight oil necessitam de alguma forma de estimulação depois do poço ser aberto. O estímulo mais comum utilizado pela indústria petrolífera é referido como Fracturação hidráulica ou Fracking. Este processo implica injectar fluidos no wellbore (poço de produção) já existente ou criar novas fracturas ou caminhos por onde o gás ou petróleo possam fluir para o poço. Isto deve-se á muito baixa permeabilidade das rochas, que não permite o fluir do gás ou petróleo retidos na rocha. Para criar as fraturas, são bombeados fluidos, constituídos por água, químicos e areia. Os químicos são utilizados para reduzir a fricção, evitar o aparecimento de microrganismos e prevenir a corrosão dos materiais. Depois das fraturas estarem abertas, é injectada areia/cerâmica para manter aberta a fractura ceriada. No caso do Tight Oil o processo de fractura hidráulica normalmente envolve múltiplos passos. O volume dos fluidos depende dos níveis de produção depois do tratamento.

Microssísmicas

Estudos Micro sísmicos associados á fractura hidráulica (Fracking) são criados pelo homem no processo de criar caminhos para os hidrocarbonetos fluírem para o poço. As fracturas geralmente são tão pequenas que só lá cabem  grãos de areia ou micro bolas de cerâmica.

Monotorização

Durante as operações de fracturação, é importante saber onde estão as fracturas. Para acompanhar em tempo real o processo de fracturação pode-se utilizar esta técnica ou Pressure responses. No final de estar completa a operação de fracturar, o modelo de microssísmicas pode ser utilizado para definir o limite das fracturas. É utilizado também para definir fontes recuperáveis, áreas de estimulação insuficiente, e assegurar a proteção dos lençóis de água.

Produção Inicial

Depois de ser aberto o poço até ao reservatório, fratura-se a rocha com Tight Oil, são utilizados métodos convencionais para a produção. Isto é realizado com grandes bombas.

Infill Drilling

Em muitos casos, a operaçõe é utilizada para aumentar a produção de petróleo do campo de extração convencional já existente. A tecnologia foi criada para expandir as fronteiras da zona de produção (Sweet spot) dentro da formação petrolífera.

Construção dos poços

O primeiro paço crítico na construção de um poço é a proteção dos lençóis de água. Existem 3 tipos de caixas que são individualmente preenchidas com cimento para criar várias barreiras. Isto é realizado para assegurar que o poço está adequadamente acimentado e capaz de aguentar a pressão associada ao Fracking. Antes da estimulação o poço é testado com pressão para assegurar a sua integridade .

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Os impactos para o ambiente e para a saúde humana são conhecidos pelos estudos das consequências no fracking na extracção de gás de xisto…

Não vejo, Não oiço, Não falo…

Mais um artigo num jornal local sobre petróleo e gás de xisto na Zona Oeste de Portugal.

GNN: Somos dos que acreditam nas pessoas, no individuo. Defendemos que o melhor passo para ajudar a sociedade humana e o mundo em redor é pôr o Eu acima da profissão, da classe, da hierarquia, e olhar para as outras vidas como sendo também filhos/as, pais, irmãos/as, amigos/as.

Quando um profissional actua sempre como um, suprimindo a sua pessoa, o/a politico/a que aprova as leis sem pensar em todos por igual, um/a policia que abusa da autoridade e ataca quem devia proteger, um/a assistente social que fecha os olhos à “humanidade”, e olha com fobia, abandonando alguém à sua sorte, um/a activista que faz acordos aceitando “menos destruição”, quando não o é “no seu quintal”, um/a jornalista que escolhe o habitual/sensacional em prol da verdade de todos os factos  de interesse para o bem-estar de, um irmão, um filho, uma mãe, uma amiga, temos de perguntar: Qual o papel do jornalismo? Fazer propaganda ou dar a conhecer todos os factos?

Um jornal local, como uma junta de freguesia devia servir os interesses da população local, zelar pelo interesse popular e publicar notícias que os mantivessem a par de todos os factos que os afectam. Mas o que vemos é a total rendição e adaptação ao modos operandis dos jornais locais aos média nacionais na corrente dos interesses financeiros locais e mundiais, atrelados à economia nacional. O Jornal em questão é propriedade da associação de comerciantes e industria local.

Ficamos a saber que Vila Verde dos Francos, foi uma das zonas estudadas para gás natural e petróleo leve. Alenquer e Torres Vedras, como outros locais vários em Portugal, têm potencialidades petrolíferas que foram “abandonados”.

O jornal optou pelo mesmo tipo de informação de outros jornais locais, e nacionais. Tentaremos mostrar exemplos disso. Perguntamos: Os jornais funcionam numa rede que já estipula que tipo de notícias dão? O jornalismo é a voz do progresso? É markting?

A verdade não é notícia? Ou os jornalistas são empregados das corporações, fieis aos seus partidos políticos, e interesses?

Sabemos que o jornalista têm a liberdade de escolher o que publicar. O que deixa dúvidas é: Deve um jornalista tomar partido? Uma coisa é defender uma ideia, apresentando todos os factos, outra coisa é apresentar um lado do assunto, esconder o outro, e dizer: “Não somos obrigados a colocar todo o que sabemos, damos a notícia e a pessoas decide por si.”

Já diz o ditado popular: ” Tanto é bandido o que rouba como o que fica a olhar”.

Para Saber: Não desejamos culpar este jornal ou a jornalista em questão. Este artigo é uma reacção ao Jornalismo em geral… Mas queremos que eles e os jornalistas que no futuro terão ou quererão  pensar nisso, tenham o outro lado da história, e a questão em mente: Sou jornalista, relações públicas ou ando ventricular ?

Exemplos do artigo sobre a exploração de petróleo em Alenquer do jornal ValorLocal (pág 11), e partes de artigos de outros jornais locais e nacionais.

Em relação ao abandono dos poços:

Gazeta das Caldas; Afinal, o gás encontrado na zona da Quinta do Telheiro, a cerca de 700 metros do Mosteiro de Alcobaça, não tem viabilidade comercial e dentro de dias deverá ser desmontada a plataforma que desde Agosto perfurava o solo.”

Diário de Leiria; “Os trabalhos de perfuração atingiram os 3.240 metros de profundidade, encontrando gás enclausurado abaixo da camada de sal, mas as areias reservatório são insuficientes para um sucesso comercial.

ValorLocal; De facto havia alguma coisa, não sei se gás, se petróleo, mas o que quer que fosse estava a grande profundidade e se calhar em pouca quantidade, o que não justificava o investimento”.

Animação dos comerciantes:

Valor Local; “ Lina Maria era a vizinha mais próxima do local onde se processavam os trabalhos. Proprietária de um café lembra-se da grande agitação que a pequena povoação de Casais da Fonte da Pipa conheceu. Na altura teve de expandir o negócio e adaptar a sua casa a restaurante e a albergue de funcionários da Mohave.

RadioCister; “tendo em conta a presença de 50 trabalhadores, que irão dormir e comer em Alcobaça, assim como a contratação de serviços indiretos a empresas da região”

Misto de Sentimentos:

Gazeta das Caldas; “O autarca recebeu a notícia com um misto de sentimentos. Por um lado, havia a esperança de que o subsolo da cidade fosse uma ‘galinha dos ovos de ouro’. Por outro, “também é um descanso”, dada a localização do poço em pleno perímetro urbano e o impacto dos trabalhos na vida dos alcobacenses

Valor Local; “ O presidente da junta de freguesia de Vila Verde dos Francos, Mário Rui Isidoro, recorda com nostalgia os dias frenéticos que freguesia viveu…” (…)  “Na altura, foi bom para o meu estabelecimento, claro que lucrei com isso, mas também tínhamos alguns receios porque se ouvia dizer que se encontrassem petróleo ou gás poderiam abarbatar os terrenos aqui à volta”

Ajudas às autarquias:

Rmnoticias; “considerou o autarca, recordando que a empresa “contribuía também para o desenvolvimento da freguesia” onde comparticipou a aquisição de edifícios e adquiriu um terreno que ofereceu à junta

ValorLocal; “ a empresa arranjou os caminhos vicinais circundantes, bem como o principal acesso à serra” (…) Depois da Mohave abandonar a serra, estiveram de novo no local, onde se procedeu à recolha de resíduos, para arranjo de caminhos, doados à junta e a agricultores.”

ValorLocal;  “ A Mohave fez um furo bastante fundo, ficaram de avisar se houvesse alguma coisa e que a câmara ainda ia beneficiar com isso, apesar de não saberem quais os benefícios, mas que haveriam de beneficiar o concelho de alguma maneira”,

Oeste Global: “O presidente da câmara de Alcobaça desvalorizou hoje o anúncio da saída da empresa norte-americana Mohave Oil do país e do concelho onde efectuou prospecções, sublinhando que, existindo recursos, outras empresas poderão interessar-se pela sua exploração

Depois vêm a parte dedicada aos movimentos contra a exploração. Para a qual fomos contactados para uma entrevista para este artigo do jornal ValorLocal.

E por essa razão decidimos reagir. Quando nos contactaram foi para uma entrevista sobre os problemas na saúde publica e a  exploração gás e petróleo em Portugal

Primeiro dá a entender que as únicas acções contra os trabalhos são na internet. Que o grupo facebook Parem as Tar sands/Não ao Fracking é um movimento ou faz parte de uma plataforma. Depois faz do Movimento anti Gas de Xisto Barreiro o grupo mais activo desta plataforma. O artigo trás algumas citações da entrevista, mas são os clichés do costume, para o qual já as corporações têm as desculpas preparadas.

A crítica ao artigo não é porque não reproduziram a entrevista na integra, ou quiseram fazer dos grupos contra o gás de xisto uma plataforma, depois de nas respostas à entrevista ter sido dito explicitamente que não existia uma plataforma formal, que existia uma troca de informação, mas sem compromissos. Mas foi sim, pela opção jornalística de repetir o diálogo do “Business as allways”, depois da jornalista, e da redacção conhecerem todos os factos do verdadeiro impacto nocivo da exploração de petróleo e gás natural, escolheu fazer “playback” do lobbing petrolífero e defender a ideia de progresso dos comerciantes locais, através da voz e necessidade dos mais pobres.

Ficámos a saber que Joe Berardo, já nada têm a ver com o negócio, e que a Mohave Oil and Gas, deixou de ter escritórios no país, e que vai entregar as concessões que detêm.

Fica outra pergunta: Se são economicamente  não viáveis, a quem vai passar a Mohave as concessões?

No artigo o autarca de Alcobaça admite nunca ter ouvido dos perigos dos trabalhos para o ambiente, tal como o autarca do Barreiro, numa intervenção do grupo anti gás de xisto do Barreiro, na Assembleia Municipal em 2014.

A Mohave nuca teve a intenção de ficar a explorar os poços, esse trabalho é para outras corporações, o seu principal objectivo está alcançado. Os políticos portugueses já entraram no jogo, grandes petrolíferas como a Petrobras, Partex e Repsol já estão a trabalhar. A quantidade de empresas internacionais que andaram a esburacar, contaminar e a explorar deu dinheiro a todos, e o dinheiro que rodou entre todos não foi pouco. O bichinho na cabeça da população local está a ser chocado e a desenvolver-se, e a indiferença à verdade alimenta todo este trabalho e lobbing tentando criar o momento Fait Acompli (  Uma coisa que já aconteceu ou já foi decidida antes daqueles afectados oiçam falar sobre, deixando-os sem opção se não aceitar e  que dificilmente se poderá desfazer.), desejados pelos investidores e beneficiados.

Em baixo as perguntas do Jornal e  as minhas respostas:

  1. Quais os perigos para a saúde pública no que respeita À exploração de gás natural e petróleo leve?

Todos nós ouvimos falar das alterações climáticas e das suas consequências no ambiente em redor. Essas alterações são produzidas devido à libertação de gazes efeito de estufa como o Carbono (CO2), Gases voláteis e Metano. A extração de gás de xisto (Fracking) vêm libertar de 3 a 5 vezes mais gazes dos que libertados pela extração “convencional” de gás natural e petróleo, estando quase ao nível do maior responsável pela destruição da camada de Ozono, a Agropecuária. Para o CO2, as corporações já criaram um mercado, criando a ilusão que estão a resolver o problema da fuga de CO2 para atmosfera. Nos EUA, onde a extração de gás de xisto teve inicio à quase uma década existem registos de cancros terminais, dores crónicas (musculares e de cabeça), derrames de sangue pelo nariz, doenças pulmonares, debilitação do sistema nervoso, irritações cutâneas, etc.

Depois outro grande problema ao nível da saúde pública é a inevitável, e assumida pela indústria petrolífera, contaminação das águas de serviço público e privado. Nos locais onde se realizam extração de gás de xisto as águas ficam tão contaminadas com líquidos utilizados nas perfurações e com gazes que imigram do poço de extração, através de fugas, que os animais morrem, e a água fica imprópria para consumo humano. A contaminação por Metano é tanta que as águas dos poços privados e rios que passam nas terras pegam fogo, literalmente.

Outro assunto não menos importante é a contaminação dos alimentos. Agricultores e criadores de gado, apresentam provas de morte das suas colheitas e animais devido às águas contaminadas pelas corporações de extracção de gás de xisto. Quando contaminado o lençol de água, toda a agricultura será afectada, desde a comum, à biológica, que com valores de contaminação elevados dificilmente poderá passar por biológico. Os animais morrem, porque as águas impróprias para consumo para o ser humano, são na maior parte das vezes aceites para dar de beber aos animais, que são 99% criados para alimentação. Não dá que pensar?

Podemos considerar as consequências sociais um problema de saúde pública, pois o stress, os esgotamentos nervosos e as psicoses estão a aumentar nas localidades onde a extracção do novo petróleo e gás se realizam, o alcoolismo e toxicodependência também aumentaram, ou apareceram pela primeira vez depois da instalação de poços e extracção de gás ou petróleo, como pode testemunhar o grupo: IDLE NO MORE. Pessoas ficam sem capacidade para trabalhar, e algumas vezes, de socializar, porque uma industria lhes destruiu a sua casa, a sua natureza, o seu modo de vida, a industria não têm solução para os problemas que produz, nem é obrigada a ter.

  1. Que conhecimentos tem quanto ao que tem sido feito neste âmbito pelas companhias como a Mohave na zona Oeste de Portugal nomeadamente Alenquer e Torres Vedras

Os planos para Portugal são instruídos pela Troika e pela CEE, ao nível petrolífero as leis são Norte Americanas, portanto as corporações como a Mohave Oil seguem o modos operandis das “corporações mães”, das diretivas europeias e “sugestões” de grupos petrolíferos. Na Mohave estão elementos com 20 e mais anos de experiência, alguma parte esteve no inicio da extração das Tar Sands (areias betuminosas) no Canadá, trabalharam nos Países Árabes e África deste tempos colonialistas, basta olhar para as condições dos povos dessas localidades para nos apercebermos que as corporações nada fazem pela saúde publica, mas trabalham afincadamente nas relações públicas para menorizar o seu impacto social, através do Lobbing, dádivas sociais, manipulação de imagem, etc… Como referi acima, uma das soluções apresentadas pela industria petrolífera mundial foi a Cap and Trade (negócio de carbono), uma solução já provada errada, e que só vêm criar mais um mercado, onde a poluição vai continuar. Temos o recente grupo, A OesteSustentável – Agência Regional de Energia e Ambiente do Oeste em parceria com a OesteCIM – Comunidade Intermunicipal do Oeste, prefeito exemplo do que nos espera.

Não são obrigatórios estudos de impacto ambiental, portanto, sem investigação, não existem dados, sem dados não pode haver uma avaliação, sem avaliação não se pode abrir um processo de averiguação, começa logo por ai, nos EUA as corporações foram obrigadas por lei a revelar dados dos seus trabalhos, e mesmo assim, esse conhecimento é retirado a ferros, e vem aos poucos. O primeiro passo que deveria ser dado, é por lei internacional não obrigatório: estudos de impacto ambiental. Todos os estudos de impactos no ambiente e na saúde pública foram realizados pelas partes interessas, as vitimas da extração de gás de xisto e de outras fontes não convencionais de matéria prima fóssil.

Pouco se sabe sobre os trabalhos de prospecção de gás e petróleo em Portugal, sobre as pretensões, ideias, compromissos, obrigações, e direitos muito menos, tanto das corporações, como das autarquias como da população. O trabalho de prospecção de gás natural e petróleo leve em Portugal não sendo segredo, também não é revelado ás massas, e nas localidades nada se sabe. Os impactos na saúde pública da industria fóssil neste momento está na mesma posição do que o Tabaco, por exemplo, todos sabemos que é nocivo, mas “ninguém consegue provar”, e assim vai andando o comércio livre, deixando consequências e saindo impune.

No caso de Alenquer e de Torres Vedras os problemas são os mesmos. O caso da contaminação do lençol de água que abastece os dois concelhos é aceite pela industria petrolífera, que não é o caso SE vai acontecer, é QUANDO VAI acontecer. A população destes conselhos, juntamente com a do Cadaval e Alcobaça e outras no Oeste vão passar pelas imensas dificuldades que passam os cidadãos que habitam perto de locais de extracção de gás de xisto e petróleo não convencional espalhados pelo mundo, doenças graves, dolorosas, incapacitadoras e terminais. Basta rever a história da industria de extração, e perguntar aos grupos Anti-Fracking existentes em todos os locais de extração das energias não convencionais, como as pretendidas em Portugal, para se saber o que escondem as corporações. A luta de Calvin Tillman que foi presidente das Câmara de uma pequena cidade chamada DISH, nos EUA, é o melhor exemplo do que se vai passar em toda a Zona Oeste e outras localidades de Portugal se a extração de gás de xisto for aceite pela população.

3, A sua acção para além do blogue gasnaturalnao.wordpress.com tem sido feita? De que outras formas tem sido feita pressão sobre os agentes? E acções de sensibilização junto da população?

O blog foi criado depois de ter estado 2 anos num grupo internacional contra as Tar Sands do Canadá, onde conheci vários métodos, várias acções,  e foi do contacto com várias culturas, vários indivíduos “que tirei ideias”. Sei de todas as formas de repressão utilizadas sobre os activistas que estão contra a industria petrolífera. Li sobre o outro da lado da história das petrolíferas. Fora do blog, as acções são para informar, primeiro porque sem conhecimento as pessoas não se apercebem da necessidade de resistir à implementação da extração petrolífera em Portugal e seu novo desenvolvimento no mundo, segundo para que a pressão sobre os agentes económicos, políticos e científicos envolvidos se intensifique. A pressão sobre os agentes não é fácil porque ou são desconhecidos, (ainda hoje se descobrem novas corporações e  formam-se novas empresas). Ou porque as grandes multinacionais envolvidas nunca encontraram nenhum tipo de resistência aos seus trabalhos, as populações não fazem perguntas, os autarcas não fazem a mínima do que se passa, e as autoridades politicas só este ano começam a divulgar alguma informação, como o espaço marítimo para recursos naturais, o reinicio dos testes sísmicos no Barreiro, os trabalhos em Alcobaça, ou a instalação da plataforma petrolífera nos mares do Algarve.  Com a promessa de postos de trabalho, de ganhos financeiros para a economia nacional, e roalitys para as autarquias, o lobbing corporativo cria uma barreira  politico-social entre os activistas e a população local, o que divide a população e dificulta a criação de grupos homogéneos e de apoio que possam realmente atingir um numero que possa interferir no ritmo dos trabalhos de prospecção petrolífera, como o que aconteceu no oeste, quando da intenção da instalação de uma central nuclear em Ferrel há mais de 35 anos, que levou à não instalação da central nuclear, nem em Ferrel , nem em Portugal.

Junto da população, este ano têm sido dados alguns passos. Participamos num encontro popular de sensibilização no Barreiro, organizado pelo Jornal MAPA, que  levou à criação do grupo Movimentoantigasdexistobarreiro. Estive numa acção de esclarecimento no Centro de Cultura Libertária, em Cacilhas. Nas Caldas da Rainha, onde foram  realizados estudos para a instalação de cavernas salicinas para reservar gás ou líquidos tóxicos,  participei num evento artístico/informação, onde apresentei um video sobre a extração de gás de xisto em português, acompanhado de uma performance, chamada Frack M’isto ( uma alusão ao magalho de Zé Povinho),  houve uma pequena palestra realizada por uma voluntária do grupo Grupo de Portugal para análise crítica ao Acordo UE-EUA (TTIP) que falou do acordo e das suas consequências ao nível de protecção ambiental, diminuição dos padrões de protecção ambiental, autorização da exploração de gás de xisto (fracking) , venda de produtos com químicos não testados em laboratórios europeus, desregulação dos níveis de emissões no sector da aviação. Tudo relacionado com a industria de petróleo e seus sub-produtos. Também ouve recentemente uma secção na BOESG, em Lisboa, sobre o Fracking em França.

Depois de umas conversas juntei-me a pessoas que tiveram a ideia de criar uma zine sobre  o gás de xisto, para divulgação dos locais de extração, consequências, envolvidos, infraestruturas, e contactos, ainda está em desenvolvimento. Notar que todo este trabalho não é realizado por profissionais, são trabalhadores, estudantes, desempregados, somos autodidactas no que diz respeito à industria petrolífera, temos em comum o respeito pelo futuro e pela natureza onde estamos inseridos como membros, muitos de nós nunca tinham feito activismo. Até hoje nos 2 anos em que iniciei o blog já participaram pessoas com informação, desenhos para cartazes, flyers, vídeos, divulgação, em secções de esclarecimento e informação, que variam entre os 19 e os 60 anos, não somos um grupo organizado, apenas nos apoiamos, partilhamos informação e falamos sobre possíveis acções, mas a distância física e muitas vezes ideológicas, a falta de acesso à imprensa nacional e dificuldades financeiras prejudicam a pressão necessária sobre as corporações e investidores, como Fundação Gulbenkian ou Jo Berardo ( que entretanto sabemos que está fora), REN, EDP, GALP, CUF, universidades, etc. Já recebi convites para sensibilização em pequenos encontros. Também participámos na investigação para artigos de jornais na internet e…. Sempre que posso falo com alguém que sei ser das localidades onde as coisas estão mais avançadas. O que pretendo é a passagem de informação,  que se discuta o assunto nos cafés, com os amigos, no trabalho, nas escolas, nas assembleias municipais, nas juntas de freguesia, na praia, na consciência. Depois cada um deve saber como pode participar ou criar o seu próprio modo de actuar. Neste momento não existe uma plataforma formal, mas colaboração, essa sim, mais como um WEbmovement, é a ligação que existe entre os pequenos grupos que é actual e regular.

Uma parte importante para criar pressão social e politica sobre as corporações é levar as ONG ambientalistas e dos direitos humanos a levantar a questão com os responsáveis pelas aprovações dos trabalhos, pelo acompanhar dos estudos de prospeção, e pelos estudos universitários relacionados com a geologia petrolífera na costa e continente português, e comportamento dos meios naturais afectados pelos trabalhos petrolíferos realizando campanhas que cheguem à grande parte das casas da população. Isso está fora das possibilidades da nossa actuação.

4-Pelo que percebo a sua acção e de outros congéneres seu tem sido feita um pouco na sombra, porquê este mode de actuação?

A modo de actuação deve-se muito ao secretismo das petrolíferas, que não permite informação mais localizada, além dos comportamentos criminosos de algumas corporações como a Oracle Energy, acusada de corrupção, que opera no Barreiro, ou da Petrobrás que opera no offshore português, acusada de corrupção nos negócios pré- sal, pelo ex-director da Petrobras Paulo Roberto Costa, detido na prisão do Comissariado da Polícia Federal em Curitiba (no estado do Paraná, no sul do Brasil), em troca de uma redução de pena. Para as corporações, e políticos já saímos da sombra, já sabem que existem indivíduos e grupos que se preparam para resistir a esta politica energética. Já enviei mail’s  à câmara de Alcobaça, depois de ler uma entrevista com o presidente da câmara, que acaba com ele a pedir mais esclarecimentos, para qual me ofereci, não obtive resposta. O grupo do Barreiro também já se deslocou a uma assembleia municipal e “falou” com o presidente da câmara. No Algarve o grupo asmaa-algarve. já teve encontros com António Costa Silva, presidente a Partex Oil and Gas (Fundação Gulbenkian). Na sombra… só porque os trabalhos estão a ser realizados na sombra, fora alguns artigos espalhados por blogs, não existe uma recolha de dados a nível nacional sobre as empresas, e consequências dos seus trabalhos.

Outra grande causa é a dificuldade de levar as pessoas a compreender que as dificuldades económicas que passamos não são nada em relação aos problemas das gerações futuras se no mundo não houver uma união popular contra a continuidade das energias fósseis. A divida que vamos ficar para com eles (gerações futuras) nada se compara à divida para com a Troika.

  1. Para além de si, a sua plataforma integra quantos mais activistas desta causa?

Como expliquei acima, não estamos organizados, grande parte dos artigos do blog são da minha responsabilidade, já fomos 2, já fomos 50, depende. Toda a acção é uma ação da “plataforma”, naquele momento estamos todos para aquele assunto, com a mesma intenção, divulgar e resistir, o importante é não impedir, pode-se não participar, ou mesmo não acreditar numa acção, mas o que pode não ser a melhor forma para nós pode ser a resposta noutro local ou de outro grupo. Todo o individuo ou população que seja activo contra a industria petrolífera, o novo petróleo e gás e métodos de extracção não convencional, qualquer pessoa que partilhe informação sobre algum ponto da exploração em Portugal e no Mundo pode dizer que pertence à “plataforma” nacional contra o gás de xisto e petróleo leve… Nós não criámos nenhuma.

  1. Que acções no terreno, para além da internet, estão marcadas ?

Marcadas nenhuma. Queremos fazer acções de rua, preparar material para apresentações em feiras, encontros de arte, esperamos que para o ano, as coisas já não estejam na sombra. Este ano já se fala como nunca se falou de petróleo (gás de xisto) em Portugal, a Quercus já lançou uma noticia e um video depois do anuncio do inicio dos trabalhos no Algarve. Faltam as corporações e isso depende da pressão popular, pois a classe politica está rendida ás obrigações para com a dívida económica, e em Portugal sem ser o movimento contra a central nuclear, só nas incineradoras existiu uma tentativa clara de recusar e resistir à sua instalação… perdeu o elo mais fraco, onde estão instaladas hoje. Nem os aterros, nem as Barragens conseguiram criar movimentos activos nos locais e de acção directa, que levassem ao abandono dos trabalhos…

Marcado está a continuidade em acompanhar os trabalhos, investigar, continuar a falar, criar flyer’s, procurar pessoas com a mesma preocupação, e  quando for possível não dar descanso até toda a informação sobre o que já se fez, o que se pensa fazer, quanta quantidade de água já foi poluída, onde está, que químicos já foram utilizados, quais vão utilizar, etc… Acções marcadas certas são: levar informação ás pessoas, levá-las a pensar. Levar o coração a agir… De Resto… Depende de Mim, de Ti e do leitor.

Depois de rever mandei algumas mns com coisas que faltavam ou que completavam, nunca foi mostrado interesse. Algumas já inseri no texto…

Depois de rever vi que faltavam alguns eventos  anti fracking como o no Centro de Cultura Libertária em Cacilhas, Casa VIVA do Porto, O documentário na BOESG. Enviei essa informação ao jornal e disse que estava disponível  para esclarecer algum ponto. E na parte do alcoolismo e toxicodependência, completava-se com o exemplo passado no Canadá, descrito pelo  movimento Idle No More….

Bom, se abriram os link’s dos jornais facilmente reparam, na clonagem ou frases gémeas falsas em todos os artigos dos jornais, se procurarem acharam mais ainda se calhar da vossa área.

Se sabem de acções  de sensibilização sobre os trabalhos das petrolíferas em Portugal que queiram partilhar. força. Se encontrarem artigos em jornais locais, podia-se talvez criar uma biblioteca virtual…

Se me esqueci de alguma coisa, desculpem desde já…

Aqui vão mais alguns exemplos de lobbing jornalístico:

Dia da mentira: 1 de abril de 2011: http://www.gazetacaldas.com/10411/petroleo-nas-caldas-da-rainha/

Ultima tiragem antes do dia da mentira: 29 de Março de 2003: http://jornaldascaldas.com/Obras_na_cidade_podem_detetar_indicios_de_petroleo_no_subsolo

Jornal de arte cultura e cidadania do Oeste: cididania:http://www.tintafresca.net/News/newsdetail.aspx?news=7fa00634-2c78-427c-889d-ab59b7941c21&edition=124 

Escreve Mohave Oil no Oeste, ou petróleo em Portugal, noticias locais sobre prospecção e extracção de petróleo…

E decide por ti…

 

 

 

 

 

Oeste Sustentável e Gás de Xisto?

Convenção “Low Carbon de um OesteSustentável“

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15-07-2014

A OesteSustentável – Agência Regional de Energia e Ambiente do Oeste em parceria com a OesteCIM – Comunidade Intermuniacreagestatus_hres_ptcipal do Oeste organizou nos dias 9 e 10 de julho, a Convenção “Low Carbon de um OesteSustentável – Desafios e Oportunidades, na sede da OesteCIM, em Caldas da Rainha. Depois de um primeiro dia de convenção em que foram apresentados os Planos de Ação para a Sustentabilidade Energética do Oeste (SEAP’s) dos Municípios da Região Oeste, assim como o de outros em fase de implementação, foram debatidos e ajustados pelos técnicos dos municípios presentes, as medidas prioritárias para cada um dos municípios.

(A área do OesteCIM é muito semelhante à área de gás de xisto em Portugal, onde, se a exploração de gás de xisto ou de petróleo não convencional não for parada irá aumentar os gazes efeito de estufa como o Metano ou o carbono (CO2). A poluição é um novo negócio, o de carbono é de biliões, e mais uma vez o lobbing financeiro prepara-se para encher os bolsos:

Video: Cap and Trade ( negócio do carbono)

Foi de seguida apresentado o Observatório Low Carbon (Observatório de Energia e Ambiente dos Municípios Associados da OesteSustentável), sublinhando-se o seu papel na monitorização da aplicação e adaptação das medidas constantes nos SEAP’s, num almejado objetivo de desenvolvimento sustentável, suportado num crescimento económico e numa qualificação ambiental, numa perspectiva de ação local com uma consciência global. Foram posteriormente apresentados diversos mecanismos de financiamento, incentivos e oportunidades na área da eco-eficiência e energia que possibilitarão a implementação destas medidas. O evento concluiu-se com a entrega de um certificado de compensação das emissões associadas a este evento a cada um dos autarcas, tendo sido posteriormente assinado o Pacto Low Carbon para a Sustentabilidade Energética dos Municípios Associados da OesteSustentável.

No discurso de encerramento, o Eng.º Humberto Marques, Presidente do Conselho de Administração da OesteSustentável agradeceu à equipa da OesteSustentável, OesteCIM e técnicos municipais, mencionando que este é o resultado de um longo caminho, iniciado com a elaboração da matriz energética e carbónica da região, destacando também que este “…foi hoje um sinal de grande visão para o futuro…” e concluiu mencionando que a região assumiu esse compromisso, para uma melhor equidade e coesão territorial, afirmando que “É o início de um longo caminho e um caminho feito com um compromisso.”

Os 12 municípios do Oeste comprometeram-se a executar várias medidas que irão permitir reduzir, até 2020, 20% das emissões de carbono e contribuir para a sustentabilidade energética na região. Actualmente na região Oeste são produzidas, por ano, 1,8 toneladas de carbono  No entanto, e de acordo com  o presidente da Agência Oeste Sustentável, Humberto Marques, serão tomadas medidas na área dos edifícios, mobilidade, energia, sector doméstico e dos transportes urbanos, onde encaixa a Linha do Oeste. O responsável considera que é fundamental que haja uma “coesão” intermunicipal bastante firme relativamente à linha férrea pois “não basta tê-la a funcionar, é preciso que tenha muita inovação e possa responder aos desafios do futuro, de uma certa descarbonização”.

Actualmente a iluminação pública, em termos da electricidade consumida pelas autarquias, é a área mais poluente, seguida dos transportes. No entanto, em termos macro, na região é o sector dos transportes que mais emissões faz. Trata-se de um  “sector bastante complexo e difícil de se intervir”, reconhece Rogério Ivan, director executivo da Oeste Sustentável, mas acrescenta que grande parte desse consumo acaba por ser comportamental, “ao pisar mais ou menos no acelerador”. No que se refere às empresas de transportes importa que algumas delas possam modernizar a sua frota e instalações para se tornarem mais “low carbon”.

O responsável destaca o papel da educação e sensibilização, por parte dos organismos públicos, no que respeita ao estímulo à utilização de meios de transporte menos poluentes. Esta posição foi corroborada por Humberto Marques, que destacou que a aposta na redução das emissões de gases de efeito estufa não pode estar limitada ao poder local e central, mas que tem que ser feita em conjunto com os cidadãos, pedindo que também estes colaborem com boas práticas a nível energético.

A assinatura do pacto “low carbon para a sustentabilidade energética dos municípios associados da Oeste Sustentável” foi o culminar de dois dias de convenção, onde especialistas, técnicos e representantes das áreas dos transportes e energias renováveis discutiram as medidas a utilizar para reduzir as emissões, assim como os casos de sucesso que existem a nível nacional nesta área. Com esta tomada de posição conjunta, os autarcas oestinos pretendem colocar-se na linha da frente para a obtenção de apoios comunitários no âmbito do novo quadro. O pacto para a sustentabilidade energética foi também assinado pelo município de Odivelas que, não tendo uma agencia de energia, associou-se ao Oeste.

Para monitorizar o plano delineado pelas autarquias foi criado o Observatório Low Carbon, que periodicamente irá avaliar se as medidas propostas estão a ser cumpridas e, nos casos em que seja necessário, recomendar novos procedimentos. Composto por uma pequena equipa de três membros (um da Oeste Sustentável, outro da OesteCIM e um terceiro da RNAE – Associação das Agencias de Energia e Ambiente), tem como eixos estratégicos, alem das reduções de carbono de cada um dos municípios, a valorização dos recursos energéticos da região e o desenvolvimento de acções de cooperação inter-regional.

De acordo com o coordenador do Observatório, Luís Fernandes, os municípios de Óbidos e Torres Vedras destacam-se na aplicação do plano para a sustentabilidade energética, enquanto que os outros têm aplicado apenas algumas medidas avulsas.

A OesteSustentável foi definida em 2010. Assume compromissos na área da energia, resíduos, fundo regional de carbono, educação criativa para a sustentabilidade, entre outros.

Sua missão: Ser uma Agencia modelo na implementação para a promoção da Gestão Sustentável.

Visão: Agência inovadora para o Combate às alterações climáticas.

Valores: inovação, Cooperação, rigor e responsabilidade

Orgãos Sociais:

Presidente :Eng. Orlando Costa Ferreira, Administrador executivo da Rodoviária Tejo

Primeiro secretário: Eng.o António leal Sanches, director regional da EDP

Segundo secretário: Dr.a Alexandra Batista, AIRO – Associação Empresarial do oeste

No conselho da administração está:

Drº Nuno André Oliveira Mangas pereira, Instituto politécnico de leiria

Entre outros, nos quais vários presidentes de câmara

Fontes “não convencionais” de energia fossil em Portugal!

Fontes “não convencionais” foram identificadas em Portugal. Fica a saber o que é, as técnicas e tecnologia de extração de gás e petróleo ” não convencional”. Em Portugal terão de ser utilizadas para extrair o tipo de gás e petróleo encontrado no sub solo on shore e off shore.

Conhece Também uma empresa que funciona em Portugal e que se dedica a vender e a apoiar com técnicas e tecnologia necessária para a extração de gás e petróleo “ não convencional”. A SGS Portugal. Também se fala um pouco da técnica de captura e armazenamento de carbono.

sgs_iso_9001_pt_round_tcl_hrO que são fontes “não convencionais” de fontes de energia?

Os recursos não convencionais são hidrocarbonetos (petróleo e gás) que se encontram em condições que não permitem o movimento do fluido, por se encontrarem presos em rochas pouco permeáveis, ou por se tratar de petróleos com uma viscosidade muito elevada. A sua extração requer o emprego de tecnologia especial, pelas propriedades do próprio hidrocarboneto e pelas características da rocha que o contém.  Atualmente representam uma interessante fonte de recursos, uma vez que muitos deles se encontram em jazidas que se consideravam esgotadas. Calculando-se que se encontram em grandes volumes.

Existem várias formas de petróleo e gás não convencional:

Heavy Oil: Petróleo em estado líquido de alta densidade. Extrai-se da rocha mediante a injeção de vapor ou polímeros.

Oil Shale: Petróleo produzido diretamente a partir da rocha mãe (shale rica em matéria orgânica).

Oil Sands ou areias betuminosas: Areias impregnadas em betume, que é um hidrocarboneto de muito alta densidade e viscosidade. Este betume no seu estado natural não tem a capacidade de fluir ao poço.

Tight Oil: Petróleo proveniente de reservatórios com baixa porosidade e permeabilidade.

Shale Gas: Gás Natural contido em rochas argilosas (shale) com alto conteúdo de matéria orgânica e muito baixa permeabilidade (rocha mãe). Para a sua exploração é necessário perfurar poços horizontais e fraturar a rocha.

indexTight Gas: Gás natural contido em rochas de baixa porosidade e permeabilidade.

Coalbed Methane: Gás natural extraído de capas de carvão. Devido ao seu alto conteúdo de matéria orgânica, o carvão retém uma grande quantidade de gás absorvido.

Hidratos de Metano: Composto sólido similar ao gelo, que contém metano. Este fica preso numa estrutura cristalina de moléculas de água, estável em sedimentos marinhos a profundidades superiores a 300 metros

As técnicas para a sua extração são também “ não convencionais”:

Mineração a céu aberto quando as oil sands são superficiais.

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Poços verticais e injeção de polímeros ou vapor para mobilizar o cru extra-pesado.

Poços horizontais e fratura em caso de Shale ou Tight Oil.

Produção e extração

A produção de gás das rochas mãe que apresentam muito baixa permeabilidade é possível graças à perfuração horizontal, que permite navegar pela capa objetivo, frequentemente com trajetórias que superam os 1000 metros. Existem vários métodos de extração de gás não convencional. Por exemplo, no caso do Shale Gas, os processos de extração são os seguintes:

  • Injeção de milhares de litros de água, areia, e químicos vários.
  • Estas injeções sob pressão provocam uma rede de microfraturas na formação, permitindo assim ao gás preso fluir para o interior do poço.

A revolução não convencional

Os recursos não convencionais podem representar nas próximas décadas uma contribuição decisiva para o fornecimento mundial de energia. O preço do petróleo sobe, as energias renováveis  impõem-se, mas o mundo continua em busca de novas jazidas do velho combustível fóssil, responsável por 80% da matriz energética mundial.

Se acredita que tenhamos algumas décadas de combustível fóssil, cada vez mais raro, cada vez mais caro – afirma João Marcelo Ketzer, coordenador do Centro de Excelência e Inovação sobre Petróleo, Recursos Minerais e Armazenamento de Carbono (Cepac) da PUCRS, um dos principais centros de estudo de reservatórios não convencionais no país. – A transição de um mundo baseado em combustíveis fósseis para um mundo baseado em outra fonte demora – sintetiza

Países  esforçam-se para explorar fontes não convencionais. Em março, o Japão se tornou o primeiro país a extrair gás do chamado “gelo de fogo”. Os hidratos de metano parecem gelo. Encontrados em profundidades superiores a 500 metros e temperaturas de 4°C ou menos, são compostos de moléculas de água em estrutura sólida que aprisionam moléculas de gás natural. Extrair o gás desses reservatórios, frequentes em margens continentais, tem se revelado um desafio que só é compensado por um dado ainda mais intrigante: é provável que haja mais gás natural em hidratos do que em todas as demais fontes fósseis.

Outra fonte não convencional, o gás de folhelho ( gás de Xisto) tem levado os Estados Unidos de importadores a exportadores de gás. Para extrair o tesouro gasoso que fica retido na rocha sedimentar argilosa – o folhelho ou xisto (em Português), ou shale, em inglês –, os americanos fraturam a rocha em diferentes pontos

Ambiente e Economia

Más notícias para o clima – sentenciou o professor de Economia Energética do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) Christopher Knittel, avaliando como a abundância de gás deve levar à queda no preço, também, de carvão e petróleo, muito mais poluentes.

Então, por que continuamos a investir tempo e dinheiro pesquisando essas fontes não convencionais? O próprio Knittel dá a resposta: usar o gás natural como substituto mais limpo dos outros combustíveis fósseis pode representar um grande alívio para o efeito estufa.

– O gás é uma fonte majoritária na geração de energia elétrica, mas nos próximos cinco anos vai emergir como um combustível significativo para o transporte, graças à oferta abundante e às preocupações com a dependência do petróleo e a poluição do ar – projetou a diretora executiva da Agência Internacional de Energia, Maria van der Hoeven, durante a apresentação do Relatório de Médio Prazo do Mercado de Gás, em Junho, em São Petersburgo. – O gás natural tem potencial significante como energia limpa em transporte pesado, em que a eletrificação não é possível.

Quer dizer: necessitamos de combustíveis fósseis se quisermos nos livrar deles a longo prazo.

Ainda assim, foi principalmente o interesse econômico o que moveu a pesquisa de shale gas nos EUA, e a corrida pela autos suficiência energética de países como Japão e Índia, que estão num ritmo apressado na exploração do hidrato. Os nipónicos projetam para 2016 a extração comercial, e os indianos anseiam por a produzir seu estimado 1,9 trilhão de metros cúbicos de gás congelado assim que possível.

GÁS BOM, GÁS MAU !?

A pressa vai na contramão da preocupação ambiental. A técnica de perfuração e fraturamento empregada pelos EUA para extrair gás de folhelho (xisto), injetando uma mistura de água, areia e produtos químicos em alta pressão, incomoda ambientalistas. Eles temem a contaminação de lençóis freáticos pelo vazamento do gás e questionam o tratamento da água utilizada para a fraturação da rocha, um mercado estimado em  US$ 100 bilhões, segundo a ONG WaterWorld

Em dezembro de 2012, a revista National Geographic publicou uma reportagem em que resume os desafios da exploração de gases não convencionais. Sob o título “Gás Bom, Gás Mau”, o texto foi categórico: “Queime gás natural e ele aquece a sua casa. Mas deixe-o escapar e ele aquece todo o planeta”. O mesmo hidrato visto como fonte de combustível do futuro é agente do ciclo de aquecimento global: se a temperatura passa dos 4°C, a gaiola de gelo se rompe e o metano, 23 vezes mais danoso ao efeito estufa do que o CO², é liberado rumo à atmosfera.

Os EUA têm afirmado que a extração de gás de folhelho (xisto) pode ser realizada com relativa segurança. Porém, no caso do gelado hidrato de metano, o buraco é, literalmente, mais em baixo. Segundo João Marcelo Ketzer, o desenvolvimento de tecnologias para explorar o recurso com o menor risco demora, principalmente, porque “é muito caro fazer pesquisa em grandes profundidades”. E os riscos ambientais e dificuldades de produção andam de mãos dadas.

– O que se está estudando é uma tecnologia que não congele o gás no caminho. Uma forma é injetar vapor de água quente dentro do reservatório, que vai derreter o gelo.

Outra técnica experimental envolve injetar CO² atmosférico nos reservatórios, substituindo o metano nos hidratos, e extraindo o combustível ao mesmo tempo em que se presta um serviço de captura de carbono. Mais ponderados que os japoneses, os americanos estimam que a exploração comercial será possível em 2025, com alguma sorte e vontade política

. Enquanto isso, o Brasil prepara seu próprio terreno. E aí, vamos de gás?

Corporação SGS ( Em Portugal)

A SGS oferece uma ampla gama de serviços que suportam o teste e a análise de recursos de gás natural não convencionais. O gás natural não convencional é aquele confinado em reservatórios cuja produção era anteriormente considerada muito complexa ou cara, geralmente porque a tecnologia necessária para alcancá-lo ainda não havia sido inventada ou porque é muito caro para ser economicamente viável. No entanto, à medida que os recursos vão ficando mais difíceis e caros de extrair e a tecnologia vai avançando, fica mais fácil utilizar o gás não convencional. Com isso, extrair esses recursos é uma opção cada vez mais lucrativa. Cada recurso considerado para produção precisa ser totalmente analisado e investigado.

Serviços de recursos não convencionais da SGS

Os serviços de recursos não convencionais da SGS estudam, testam, avaliam e relatam seus recursos e os custos potenciais e o valor associado à sua extração. Através de nosso serviço abrangente, você terá todas as informações necessárias para tomar decisões críticas de negócios, planejar e implementar uma extração lucrativa e otimizar o processo de produção.

Realizamos rotineiramente composições de gás natural no laboratório e no campo. A análise precisa da composição de gás é essencial para uma avaliação econômica precisa do recurso em questão. Combinada com técnicas avançadas, como taxas isotópicas, mineralogia avançada e testes físicos da rocha fonte e gás desenvolvido, oferece informações vitais sobre a origem do gás, incluindo detalhes sobre a continuidade do reservatório, sua compartimentalização, bem como migração.

Petróleo e Gás: Deixe a SGS atestar o sucesso do seu negócio

Esteja a sua empresa envolvida na exploração, extração, refinação, transporte ou comercialização de petróleo, gás, areias petrolíferas ou outros hidrocarbonetos, a SGS oferece uma ampla gama de serviços para dar suporte e otimizar seu negócio. Para apoiar a exploração upstream, oferecemos diferentes serviços que podem ser usados de forma independente ou em conjunto, para melhorar os processos existentes. Na mineralogia aplicada, você pode confiar na SGS para a realização de serviços avançados de qualidade de reservatórios, mineralogia de gás de xisto e análise XRD

Também como suporte às atividades upstream, oferecemos análise de fluidos de reservatório e produção, gestão e distribuição de amostras e serviços de recursos não convencionais, como análise de metano em camada de carvão e serviços de teste de poço. Podemos ajudá-lo a projetar e executar misturas, usar aditivos e outros processos de otimização, onshore, offshore e em trânsito. Se encontrar dificuldade para fazer o seguro de linhas de crédito, pode contar com os nossos serviços de inspeção de comércio, que oferecem medições e análises de nível internacional.

 A SGS é líder mundial em testes, inspeção, certificação e verificação, com sua experiência inigualável, ampla excelência e alcance global. Seja qual for sua área de negócio, contacte-nos hoje mesmo para saber como nossa ampla gama de serviços dedicados a petróleo, gás e areias petrolíferas podem ajudá-lo a ganhar vantagem competitiva

O Grupo SGS Portugal e a Universidade de Aveiro assinaram uma parceria que irá permitir aos mais interessados em Gestão Ambiental frequentar Cursos de Formação Avançada ligados a esta área.

O mercado do ambiente em Portugal está numa fase de franco crescimento devido não só a novas exigências legais, mas também ao facto dos empresários estarem mais despertos para as vantagens e ganhos de eficiência destas ferramentas de gestão.

A SGS Portugal, numa lógica de responsabilidade social e de preocupação com o desenvolvimento sustentável nacional, estreita as suas relações com as instituições de ensino superior, promovendo a articulação entre as mesmas e o meio empresarial.

Tendo como premissa o pressuposto de complementaridade entre a dimensão académica e a empresarial, bem como da sinergia que daí pode advir para a competitividade organizacional, a SGS e a Universidade Fernando Pessoa formalizaram a sua parceria, através da assinatura de um Protocolo, no dia 26 de Maio, no Salão Nobre da UFP-Porto.

Com conjunção dos conhecimentos e experiências destas duas entidades pretende-se não só proporcionar às Universidades uma aproximação ao meio empresarial, mas ainda preencher lacunas de formação identificadas no mercado e qualificar profissionais cujas competências sejam mais adequadas às necessidades das organizações

“Porque o desenvolvimento sustentável não se consegue através de acções cheias de boas intenções mas vazias de resultados, acreditamos no valor desta parceria e no progresso que ela significa não apenas para a SGS e para a Universidade Fernando Pessoa, mas para todos os formandos e organizações que beneficiarão das suas competências” afirmou Ana Pina Teixeira, Presidente do Conselho de Administração do Grupo SGS Portugal.

Mercado de Carbono

original_mercado de carbonoO Mercado do Carbono tem um potencial de crescimento verdadeiramente ímpar e será impulsionado pelo início do primeiro período de cumprimento do Protocolo de Quioto (2008-2012).

Segundo estimativas, Portugal necessitará anualmente de 10 a 20 MtCO2 para cumprir o Protocolo de Quioto e o custo poderá atingir cerca de 2 biliões de euros anuais.

Entre 2008 e 2012, admite-se que a procura suplante em muito a oferta, o que se deve essencialmente aos critérios rígidos aplicados pela Comissão Europeia para a atribuição de emissões, podendo o Plano Nacional de Atribuição de Licenças de Emissões (PNALE) para o período em causa sofrer um corte significativo face à proposta inicial.

“A SGS é um actor privilegiado no Mercado do Carbono, pois oferece os serviços mais rigorosos, credíveis e competitivos em termos de validação e verificação das emissões de GEE. A SGS é reconhecida mundialmente devido à sua independência e objectividade ‘científica’ nesta e noutras matérias”, sustenta Luís Barrinha, director de Certificação de Ambiente e Segurança da SGS ICS.

Na União Europeia, o Mercado do Carbono mais competitivo a nível mundial, a SGS encontra-se acreditada por cada Estado-Membro para exercer a verificação dos dados das emissões de CO2. A nível mundial, e desde 1999, a empresa está acreditada pelas Nações Unidas como Entidade Operacional Designada para a validação de projectos e verificação de emissões reduzidas. Por isso, tanto em Portugal como no resto do mundo, a SGS disponibiliza o seu conhecimento e experiência para apoiar os seus clientes na medição de emissões, na validação das suas metodologias e na verificação dos relatórios de emissões.

A SGS valida igualmente projectos no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) em todo o mundo, assegurando a fiabilidade técnica, o rigor científico e a credibilidade necessárias para as transacções no Mercado do Carbono.

Outra área de intervenção no domínio do Mercado do Carbono é a de apoio a Projectos de Implementação Conjunta, criando condições para a transacção de unidades de redução de emissões mediante projectos de investimento entre empresas ou países, designadamente países do Hemisfério Norte em desenvolvimento emergente e rápido, como, por exemplo, os países da Europa do Leste

Assumindo o pressuposto da complementaridade de vocações entre a dimensão académica e empresarial e a sinergia que daí pode advir para a competitividade organizacional (patenteada na parceria estabelecida entre a UFP, o CEVAL, Medinorte/Unimed e Cooprofar, dando origem às respectivas Universidades Corporativas), a Universidade Fernando Pessoa irá organizar um seminário intitulado:  “Educação corporativa: educar para a competitividade” a realizar-se no dia 20 de Junho de 2007, pelas 14h30m, no Auditório da Universidade Fernando Pessoa, sito na Praça 9 de Abril nº 349 na cidade do Porto.

O evento será constituído por dois painéis e uma conferência. No 1º painel “A Universidade Tradicional um parceiro a não esquecer” irão explanar os seus pontos de vista, quatro professores da Chamada Universidade Tradicional, mas que têm realizado um vasto trabalho junto do mundo empresario.

Um exemplo do desejo da técnica Prefuração Horizontal em Portugal, Clic; BooooMMMM

 “Berardo quer produzir 500 milhões de barris de petróleo em Portugal” (…) Há alguns anos, já me tinham tentado convencer a investir, mas sabia que era muito difícil extrair petróleo em Portugal devido à geologia, pelo que recusei. Mas com o ‘horizontal drilling’ [ver texto ao lado] já concordei”, disse o investidor ao Diário Económico…”


mohave

Bacia Lusitaniana e Gás Natural ( não convencional).

As explorações das petrolíferas em Portugal são para gás natural. Neste momento falam-nos de gás natural convencional. Mas apontam como pontos de grande interesse o Tight Gas e o Shale Gas. Tipo de Gases para os quais já se fazem em Portugal investigações e prospecções.
Neste documento ficas a saber o que é o gás natural convencional (Shale Gas) e não convencionais, e um pouco mais sobre a extracção de gás na bacia lusitaniana. Também que temos em comum com o Canadá.

Este documento prova não só a existência de grandes investimentos da industria petrolífera mas também o lobbing que a industria de petrolífera mantêm nas universidades. No  IST de Lisboa trabalha Costa da Silva presidente da Partex Oil and Gas, como professor, conselheiro, júri, etc… . A Partex também tem cotas em empresas de energias alternativas em Portugal, mas não encontramos doutoramentos, dissertações sobre energias alternativas.

Retiramos excertos sobre a bacia e o porquê de se andar à procura de petróleo, das localizações de alguns poços na zona oeste, constituição rochosa, e história da formação que mantêm o gás preso em reservatórios naturais que podem ir até vários milhares de metros de profundidade.

Se a corrupção na politica é reconhecida e combatida, o lobbing legal das corporações que compram/alugam acres de terras e mar para exploração petrolífera é ignorado. A Troika veio não só abrir os bolsos dos portugueses como abrir as portas ao mercado livre. Enquanto nos preocupamos com os ordenados, deveres, direitos, levantar a cabeça e seguir em frente, tornando possível uma melhor sociedade, a industria das energias continua a trabalhar na direcção contrária.
Bacia Lusitania ( Portugal) formação geológica propensa à existência de gás e petróleo.

“Caraterização de formações da Bacia Lusitaniana ( zona emersa) para a produção de gás natural ( não convencional)”

Abaixo, excertos de uma dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em:   Engenharia Geológica e de Minas.

( Documento original aqui): Bacia Lusitaniana

“A presente dissertação, Caraterização de formações da bacia Lusitania (zona emersa) para a produção de gás natural (não convencional), teve como objectivo caraterizar morfologicamente potenciais zonas de existência de gás natural, ou seja, zonas onde a probabilidade de ocorrência de gás natural é maior.

“Palavras-chave: Bacia Lusitaniana; Gás natural não convencional; shale gas; tight gas.”

“A história da prospecção de hidrocarbonetos em Portugal ter-se-á iniciado em meados do século XIX. Data de 1844 uma das primeiras referências à existência de hidrocarbonetos no nosso território. No lugar designado Canto de Azeche, em São Pedro de Muel, entre 1844 e 1861 foram exploradas areias asfálticas.”
GÁS NÃO CONVENCIONAL (Shale Gas)

“Neste capítulo define-se, com algum detalhe, o conceito de gás não convencional assim como as principais categorias ou tipos deste recurso.
Desde o início da exploração petrolífera que os recursos não convencionais têm sido algo descurados, quer ao nível da produção, quer ao nível do seu estudo. Este facto ficou a dever- se à circunstância destes recursos exigirem uma produção e um tratamento mais dificil, não sendo atractivos economicamente. Paralelamente, a exploração destes recursos é bastante mais agressiva para o ambiente e exige também um nível tecnológico consideravelmente superior, comparativamente aos chamados recursos convencionais de hidrocarbonetos.
Segundo a Halliburton, num relatório elaborado para o “Oil and Gas Journal” em Dezembro de 2007, o gás não convencional era um recurso emergente há dez anos, há vinte anos era completamente ignorado mas, hoje em dia, tornou-se no negócio principal de muitas grandes companhias, representando mais de 40% do mercado transaccionado nos Estados Unidos da América (Wylie et al., 2007).”

Uma definição precisa, estável e consensual de gás não convencional é difícil de encontrar pois o que era não convencional ontem, pode, através de avanços tecnológicos ou novos processos, tornar-se convencional amanhã. No fundo, a convencionalidade de um recurso é um conceito dinâmico. No sentido mais abrangente, gás natural não convencional é o gás que é mais difícil e menos económico de extrair, normalmente devido à tecnologia necessária para o alcançar não estar plenamente desenvolvida ou ser mais dispendiosa.

“Segundo um relatório da National Petroleum Council (NPC) dos Estados Unidos da América, de Julho de 2007, define-se gás natural não convencional como o tipo de gás que não pode ser produzido com escoamentos e volumes económicos a não ser que o poço seja estimulado por grandes tratamentos de fractura hidráulica, poços horizontais, poços multi-laterais e/ou outras técnicas que exponham uma maior área do reservatório ao poço.”

TIPOS DE GÁS NÃO CONVENCIONAL
Dentro do conceito ou categoria “gás natural não convencional” existem diversas subcategorias que dividem este grande grupo, tendo em conta factores como o estado físico, a localização ou a génese. Passemos então a definir os tipos de gás natural que podem ser, ou são mesmo, considerados gás natural não convencional. Essencialmente, existem sete categorias principais de gás natural não convencional:

Deep Gas; CBM, Coal Bed Methane; Geopressurized Zones; Arctic Gas; Sub-Sea Hydrates ou Gas Hydrates; Tight Gas; Shale Gas.

DEEP GAS

“Deep Gas ou gás natural profundo é gás que, tal como o nome indica, existe a grandes profundidades, muito abaixo das profundidades de perfuração convencionais. Encontra-se tipicamente a profundidades maiores do que os 15 mil pés (4,5 KM), bastante mais profundo do que os depósitos de gás convencional, que rondam os poucos milhares de pés. Este tipo de gás, no entanto, tem-se tornado mais convencional, sendo que muitos autores já não acomodam este tipo de gás como pertencente à categoria de “não convencional”.
A perfuração muito profunda, exploração e técnicas de extracção têm vindo a melhorar substancialmente, tornando estes depósitos economicamente viáveis. O gás profundo é ainda mais caro de produzir do que o gás dito convencional e, por isso, as condições económicas têm que ser de tal ordem que permitam uma exploração rentável.
Para melhor ilustrar a realidade, temos como exemplo o gás natural descoberto a grandes profundidades na bacia de Anadarko, nos Estados Unidos, em meados de 1978. Recurso virtualmente intocável, era simplesmente impossível e não económico extrair este gás. Era gás profundo e portanto não convencional. No entanto, geraram-se incentivos com a aprovação da regulação market-based rate e Natural Gas Policy Act para a procura e extracção de gás natural não convencional e estimulando também o investimento na exploração e perfuração a grandes profundidades, tornando muito desse gás bastante profundo num recurso comercialmente extraível .”

COAL BED M ETHANE (CBM)

“O carvão é um combustível fóssil, que se forma na terra em condições geológicas semelhantes às da formação do petróleo e do gás. Os depósitos de carvão estão, geralmente, dispostos em veios e são explorados em exploração subterrânea. Muitos destes depósitos também contêm gás natural quer dentro do veio de carvão quer na rocha circundante. Este gás, metano, está confinado e só se liberta para a atmosfera durante as operações mineiras relacionadas com a exploração do carvão.
Desde o início das explorações de carvão, que o Coal Bed Methane (CBM) é considerado um incómodo pela indústria extractora, pois está relacionado com muitos acidentes neste tipo de minas. Geralmente, este gás liberta-se no interior da mina e é diluído, propositadamente, por ar fresco que é insuflado para as galerias e é libertado, sem qualquer controlo, para a atmosfera.
Hoje em dia, o CBM ganhou outro estatuto pois a exploração de carvão já não é tão rentável por si só. Assim sendo, este recurso tornou-se uma fonte de obtenção de gás natural, sendo extraído e injectado em pipelines de gás natural para posterior venda e utilização como matéria-prima industrial na geração de calor e electricidade. O que era antes um subproduto da indústria do carvão torna-se cada vez mais uma fonte de gás natural”

Zonas Geopressurizadas

“São formações subterrâneas naturais que estão sob uma pressão anormalmente elevada para a profundidade a que se encontram. Formadas por camadas de argila que se depositaram e compactaram muito rapidamente sobre uma camada mais porosa e absorvente, geralmente de areia ou de silte, limitadas lateralmente impedindo a migração dos fluidos. A água e gás contidos nas camadas de argila são “espremidas” para fora dessas camadas e entram nos poros dos depósitos de areia e silte. Devido à compressão existente, o gás natural deposita-se nestes poros sob altas pressões (daí o termo geopressurização). Estas zonas, para além das propriedades acima descritas, estão tipicamente localizadas a grandes profundidades, entre 10 mil e 25 mil pés (3 a 7 Km) abaixo da superfície da terra.
A combinação de todos estes factores faz com que a extracção deste tipo de gás natural seja bastante difícil. No entanto, segundo estimativas da Agência Internacional de Energia esta é a fonte que encerra as maiores quantidades de gás natural do mundo.”

SUB-SEA HYDRATES OU GAS HYDRATES (Existente Em Portugal)

Os hidratos de gás metano são a forma de gás natural, não convencional, mais recente a ser descoberta e estudada. Estas formações são sólidos cristalinos em que um hidrocarboneto, geralmente metano, está preso num invólucro de gelo. Ocorrem nos espaços porosos de rochas sedimentares, formando cimentos, nódulos ou camadas. Encontram-se em depósitos sob sedimentos oceânicos ou no interior de formações continentais sedimentares. Estes hidratos assemelham-se a neve derretida ou a derreter, tendo sido descobertos pela primeira vez em regiões de permafrost do Ártico. Contudo, o seu estudo veio revelar que este tipo de formações é muito mais comum do que inicialmente se esperava.
Os hidratos de gás ocorrem abundantemente na natureza, tanto em regiões árticas como em sedimentos marinhos nas proximidades das margens continentais. O hidrato de metano é estável em sedimentos no fundo do mar a mais de 300 metros e, onde ocorre, desempenha uma função de cimentação dos sedimentos soltos, formando uma camada que pode atingir centenas de metros de espessura.
Os fundos oceânicos com ângulos de talude inferiores a 50 graus são estáveis nas margens continentais atlânticas, no entanto, existem muitas marcas de deslizamentos, o que evidencia a ocorrência de um fenómeno desconhecido. A profundidade do topo destas marcas é próxima da profundidade da zona de hidratos, sendo que a análise dos perfis sísmicos indicou uma menor quantidade de hidratos nos sedimentos imediatamente sob as marcas. Este facto sugere que a instabilidade destas formações está na causa dos deslizamentos nas margens continentais. O mecanismo que pode dar origem a estes fenómenos está ligado à destruição destes hidratos na base da camada que os contém. Esta mudança transforma uma zona semi- cimentada numa zona saturada de gás livre com pouca resistência, facilitando o deslizamento.
A causa desta destruição de hidratos é atribuída à redução de pressão devido à diminuição do nível das águas do mar, que ocorrem em períodos glaciares.
Juntamente com o depósito sólido de hidratos, pode ainda estar contido gás convencional sob as formações de hidratos e sedimentos marinhos, que funcionam como uma camada impermeável, ou seja, uma armadilha. Como este gás está sob pressão dentro de uma estrutura cristalina, as suas moléculas estão “arrumadas” de uma forma mais densa do que em qualquer outra forma de gás, convencional ou não. Estas camadas cimentadas pelos hidratos de gás, que funcionam como armadilhas de gás livre existente em camadas inferiores, podem ser vistas como potenciais recursos mas também podem representar potenciais perigos para as operações de perfuração e, como tal, devem ser estudadas.
A produção de gás contido em reservatórios em que as armadilhas sejam deste tipo, pode ser também uma maneira de produzir o gás dos próprios hidratos que, com a redução das pressões do reservatório subjacente, se libertam e recarregam o referido reservatório com gás da armadilha.”

TIGHT GAS (Existente em Portugal)

“O Tight Gas é um gás contido em formações muito compactas e invulgarmente impermeáveis de rocha muito dura, em formações de areias (arenitos e grés) ou calcários muito impermeáveis e não porosos que produzem na sua grande maioria gás seco . Este tipo de formações é designado vulgarmente como Tight Sands e Tight Carbonates, respectivamente.
Uma vez perfurado um reservatório convencional de gás natural, este gás pode começar a ser produzido muito rapidamente e sem grandes dificuldades. Neste tipo de formações (tight) têm de ser aplicadas algumas técnicas, das quais são exemplo a fracturação hidráulica e a acidificação, a fim de que o gás possa ser produzido economicamente.”

Shale Gas ( Existente em Portugal)

O shale é uma rocha sedimentar de grão muito fino  que se parte facilmente em finas
camadas, paralelas entre si. É uma rocha de baixa dureza mas não se desintegra uma vez molhada ou húmida. Estas rochas “xistosas” podem conter gás natural, principalmente quando duas camadas de shale negro confinam uma camada mais fina.

Dry Gas – Gás natural que não contém ou contém quantidades mínimas de hidrocarbonetos líquidos e é constituído por mais de 95% de metano. Contém menos de 0,1 galões de líquidos por cada Mcf (Million cubic feet).

Devido às suas propriedades (impermeabilidade e baixa porosidade) é consideravelmente mais oneroso e difícil extrair o gás neles contido do que em depósitos de gás convencional.
Estas formações são simultaneamente o reservatório e a rocha-mãe, quando a sua génese (da rocha e gás) é contemporânea. Neste caso, a tradução de Shale para Xisto não será correcta, sendo que uma rocha metamórfica passa por processos de pressão e temperatura que ultrapassam em muito as da janela do petróleo e gás natural. Assim, Shale pode também conter na sua definição as margas e calcários argilosos que contêm gás nos seus poros, fracturas e absorvido na sua matriz. Para manter a abrangência da palavra utilizaremos doravante, Shale sem tradução.

Geologicamente, os Shales que contêm gás natural são rochas de grão fino e ricas em matéria orgânica. Os seus poros são muito pequenos, o que torna o fluxo de gás muito difícil no seu interior, podendo classificar-se como impermeáveis, a não ser que estejam naturalmente fracturados ou que se criem essas fracturas para que o fluxo seja facilitado, abrindo ligações entre os seus poros.
Já, há muito tempo, se conhecia a presença de gás nestas formações mas não era viável a sua extracção. No passado recente, a conjugação de dois factores tornou possível e economicamente viável a produção deste gás:

– Avanços na perfuração horizontal;
– Avanços na fracturação hidráulica de maciços.

Analisadas as especificidades dos sete tipos de gás não convencional acima descritos, conclui-se que nem todas as classes se enquadram no âmbito do presente trabalho. No caso do gás ártico e dos hidratos de gás, a sua localização geográfica na região árctica e nas margens continentais (offshore), respectivamente, extrapola o objecto deste estudo (onshore de Portugal).
No caso do CBM, para além de não dispormos de dados referentes à prospecção de carvão na bacia Lusitaniana, o foco será dado aos hidrocarbonetos derivados do petróleo excluindo assim esta classe.

Em relação ao deep gas ou gás profundo, também não será abordado por dois motivos. O primeiro e principal é por que, à data, a maioria das entidades e autores da área não o consideraram não convencional. Em segundo lugar, qualquer outro dos gases aqui abordados pode também estar localizado a profundidades elevadas e daí que esta subcategoria acaba por não fazer sentido. Poderia passar a ser identificada como uma característica de localização de qualquer outro tipo de gás.
Assim como no caso do deep gas, o gás existente em zonas geopressurizadas acaba por ser um tipo ou categoria alicerçada numa especificação de duas características físicas do reservatório. Por um lado a pressão, por esta ser anormalmente alta, por outro lado a profundidade, também elevada. De igual forma, na maior parte da bibliografia consultada, esta categoria não é sequer considerada, remetendo-nos para o mesmo raciocínio anterior, que será englobar esta categoria como sendo um estado físico a que qualquer tipo de reservatório possa estar sujeito.

Resumindo, assumir-se-á que este estudo estará confinado ao Tight Gas e ao Shale Gas por estas serem as duas categorias de gás não convencional cuja presença poderá ser uma realidade neste contexto.

A BACIA LUSITANIANA

A bacia Lusitaniana é uma bacia sedimentar que se desenvolveu na Margem Ocidental Ibérica durante parte do Mesozóico. A sua dinâmica enquadra-se no contexto da fragmentação da Pangeia, mais especificamente da abertura do Atlântico Norte. Caracteriza-se como uma bacia distensiva, pertencente a uma margem continental do tipo atlântico de rift não vulcânica. Ocupa mais de 20 000 km 2 na parte ocidental da Margem Ocidental Ibérica, alongando-se por cerca de 200 km segundo direcção aproximada NNW-SSE e por mais 100 km na direcção perpendicular; cerca de 2/3 aflora na área continental emersa e a restante área, encontra-se imersa, na plataforma continental (Kullberg et al., 2006).

Com base em variações de fácies e espessura das unidades litoestratigráficas do Jurássico Inferior que afloram à superfície, Rocha e Soares (1984) dividiram a bacia em três sectores:

1. Setentrional, limitado a Sul pela falha da Nazaré, com grande espessura de sedimentos depositados durante o Jurássico Inferior e Médio e o Cretácico Superior-Paleogénico, estes formados noutro contexto geodinâmico;

2. Central, situa-se entre as falhas de Nazaré, a Norte, e de Torres Vedras-Montejunto- Arrife, a Sul, onde o Jurássico Médio aflora bem e apresenta fortes espessuras; corresponde, grosso modo, à área aflorante do actual Maciço Calcário Estremenho;

3. Meridional, limitado a Norte pelas falhas de Torres Vedras-Montejunto-Arrife e marcado pela importância da sedimentação do Jurássico Superior e Cretácico Inferior.

A grande fase de rifting iniciou-se no final do Jurássico (Oxfordiano), originando a separação entre a Península Ibérica e a América do Norte no Cretácico Inferior.
O Jurássico superior mostra variações abruptas de espessura devido a uma diferenciação da bacia Lusitaniana em várias sub-bacias de rápida subsidência.

Particularmente durante o Oxfordiano superior-Kimeridgiano inferior, as sub-bacias desenvolveram-se como half-grabens (Turcifal e Arruda) e também como estruturas de erosão de salina (Bombarral-Alcobaça). Estas sub-bacias possuem histórias deposicionais distintas.

Durante o Tithoniano (Portlandiano) manteve-se a mesma evolução sedimentar: sedimentos marinhos a Sul e depósitos terrestres a Norte, com a deposição de sedimentos clásticos continentais grosseiros – Grés Superiores – alcançando agora áreas mais a Sul do que anteriormente.

A Sul de Peniche, a formação de Grés Superiores evolui para sedimentos clásticos de plataforma litoral e carbonatos – “Pteroceriano” – maioritariamente, recoberto por carbonatos litorais de pequena profundidade.

Finalmente, a deposição de carbonatos marinhos só teve continuação na área de Sintra, sem descontinuidade desde o Jurássico superior ate ao Cretácico inferior. No resto da bacia, os sedimentos do Jurássico superior e do Cretácico inferior estão separados por uma grande discordância.
A separação da América do Norte, da Europa e da Ibéria ocorreu na base do Cretácico e resultou em grandes discordâncias nos níveis do Neocomiano e intra-Aptiano. Estas
discordâncias aumentam de amplitude em direcção à margem Este da bacia Lusitaniana e indiciam que as falhas de limite da bacia estiveram activas durante a deposição do Cretácico inferior. A deposição de sedimentos clásticos no Cretácico é posterior a uma grande fase de remobilização dos diapiros, que teve a sua maior intensidade no Jurássico superior.
As sequências deposicionais seguintes representam uma fase pós-rifting do Jurássico superior: a sequência do Valangiano a Aptiano inferior e Aptiano superior a Turoniano demonstram distribuições de fácies semelhantes, com pouca variação de espessura e cobrem grande parte da bacia. Em ambas as sequências, as zonas Norte caracterizam-se por sedimentos clásticos (formação de Torres Vedras). A formação de Torres Vedras formou-se em ambientes fluvio- deltaicos com intercalações calcárias marinhas e/ou pantanosos.
Durante o Cenomaniano, um mar pouco profundo cobriu novamente grande parte da bacia Lusitaniana, depositando localmente calcários (formação do Cacém). A parte Superior da formação do Cacém demonstra uma fácies de regressiva que inclui um aumento dos rudistas.
Durante o Senoniano, a área a Sul do cabo Mondego emergiu. No entanto, a Norte, desenvolveu-se uma bacia do Cretácico superior, que se encheu sequencialmente de sedimentos clásticos de origem continental – formação de Gândara; margas marinhas e calcários – formação Carapau; depósitos de sedimentos clásticos marinhos de baixa profundidade e dolomites – formação Dourada.

A margem Atlântica aparenta ter permanecido uma zona de erosão durante o Cretácico superior – início do Cenozóico.
Durante o Oligocénico, ocorreu apenas sedimentação terrígena esporádica – formação de Benfica – no onshore da bacia Lusitaniana, enquanto na parte offshore, a Oeste e a Norte, foi depositada apenas uma fina sequência de carbonatos marinhos de pouca profundidade variando lateralmente a clastitos terrígenos – formação Espadarte.
O Neogénico encontra-se representado por uma fina sequência de sedimentos clásticos terrígenos – formação da Moreia.
A fase inicial de inversão, que aparenta ter sucedido durante o Campaniano superior- Maastrichiano, está relacionada com o início da fase compressiva da Ibéria com a Europa e África, devido ao seu movimento relativo. A mais recente fase de inversão da bacia ocorreu no fim do Miocénico. A colisão das placas Africana e Ibérica criou uma cadeia montanhosa de rift- bético sobre o Sul de Espanha-Norte de África e criou um regime tectónico compressivo em grande parte do Centro-Sul de Portugal .

FORMAÇÃO DA BRENHA E CANDEEIROS

“Os sedimentos da base da primeira unidade (Liásico médio e superior) são essencialmente constituídos por margas e calcários margosos; no Aaleniano predominam os calcários margosos que passam, no Bajociano, a calcários compactos.
A Formação de Brenha assenta em concordância sobre as Camadas de Coimbra, em toda a bacia.
No sector sul da bacia a sedimentação efectua-se em ambientes sempre menos profundos do que os observados nos restantes sectores para o intervalo de tempo em que se enquadra a Formação de Brenha: rampa interna no Pliensbaquiano, tidal flat no
Toarciano, supra- a inter-mareal no Bajociano e Batoniano e submareal a mareal no Caloviano.
Na parte oriental dos sectores central e norte da bacia, diferencia-se outra unidade, a Formação de Candeeiros, com limite inferior diacrónico desde o Bajociano. A diferenciação destas unidades verifica-se ao longo de um eixo submeridiano (Arunca- Montemor no sector norte e Rio Maior-Porto de Mós-Leiria no sector central), que separa ambientes de plataforma interna, lagunar e intermareal para Este, de ambientes de características hemipelágicas com a formação de turbiditos carbonatados a Oeste.

A Formação de Brenha depositou-se em ambiente de rampa carbonatada externa de águas relativamente profundas, onde são frequentes as faunas de amonites, e a Formação dos Candeeiros em rampa carbonatada interna de pequena profundidade.
Condições de mar aberto passam a prevalecer a partir do Liásico médio e a topografia do fundo continua a apresentar geometria de rampa homoclinal, com o desenvolvimento de turbiditos na sequência margosa com finas intercalações calcárias do Toarciano.
O retorno progressivo à sedimentação carbonatada no final do Toarciano, após um intervalo predominantemente margoso (Liásico médio e superior), é acompanhado, em Peniche, pelo desenvolvimento de fluxos silicicláticos e associações biodetríticas
amalgamadas, sob influência nítida do alto fundo da Berlenga, bastante próximo.
Provavelmente no topo da Formação de Candeeiros (Caloviano?; Caloviano / Oxfordiano?) ocorrem importantes movimentos gravíticos de massas. Citam-se três casos, a título de exemplo: Ateanha, Sicó e Alvaiázere.
No corte tipo localizado na região de Brenha, ao longo da estrada Figueira da Foz- Aveiro, a formação apresenta espessura de aproximadamente 950 m. A parte superiorcarbonatada da Formação da Brenha (Dogger) apresenta espessura inferior à sua
equivalente lateral, a Formação de Candeeiros, por um espessamento em direcção a Este e Sul.”

CONCLUSÕES
“Concluiu-se, em primeiro lugar, que o gás natural, a par do petróleo, é uma importante fonte de energia. É um recurso abundante, mais limpo que os demais combustíveis fósseis e é bastante competitivo no mercado energético.
A prospecção e produção deste recurso no nosso país constitui uma enorme mais-valia económica, tecnológica e social. Este facto materializa-se na redução da dependência energética do exterior, criação de mais-valias para o estado (contratos de concessões, royalties, entre outros), criação de emprego, introdução de valências industriais e o incentivo à formação de quadros qualificados para desempenhar as tarefas necessárias às operações de prospecção e produção.
Concluiu-se também que, para além de prospecção de gás natural convencional, fará sentido, na zona emersa da bacia Lusitaniana, realizar trabalhos mais aprofundados de prospecção de shale gas e tight gas.

Todas as litologias descritas da Bacia, nas formações estudadas (Brenha e Candeeiros), enquadram-se perfeitamente no triângulo onde se “balizam” os reservatórios de shale e, por conseguinte, não é possível ignorar a possibilidade de existência de reservatórios com tais características.

Em relação aos mapas criados, existe uma conclusão que se destaca, após ser realizada a normalização dos volumes de vazios pela área:

A zona 2, situada no concelho de Alenquer, é a zona com maior índice de vazios por área, o que significa que, quando interceptada por um poço vertical, é a zona que terá um maior índice de vazios exposto ao referido poço e, como tal, será provavelmente a área mais interessante a prospectar, sob este ponto de vista.
Embora o volume de vazios seja um bom indicador da qualidade do reservatório existem inúmeros outros parâmetros a ser considerados, mas para os quais não dispomos de informação, como por exemplo o factor de expansão do gás, pressão, temperatura, entre outros.
A produção de um qualquer bem está sujeita à lei da oferta e da procura. O caso do gás não é diferente. As flutuações de preço, quer pela conjuntura internacional quer do ponto de vista da sazonalidade, são factores que afectam a produção ao ponto de a poderem tornar não rentável. Este facto só é passível de ser contornado com uma capacidade de armazenamento para posterior venda, quando o mercado se tornar mais favorável. A produção de gás na bacia Lusitaniana tem como ponto forte a possibilidade de comportar tal armazenamento. Este armazenamento pode ser realizado em diapiros salinos que estão amplamente disseminados pela bacia Lusitaniana, oferecendo uma maior estabilidade à eventual produção.
Finalmente, sugere-se um estudo mais aprofundado às potenciais rochas-mãe existentes na bacia Lusitaniana, pois nelas jaz o potencial de poderem ser simultaneamente rochas reservatório de shale gas e shale oil.

Petroleo, Caldas da Rainha. E Termas?

Petróleo nas Caldas da Rainha. 1 de Abril de 2011, Gazeta das Caldas

parqueAs dificuldades que têm sido levantadas em Alcobaça para a pesquisa de petróleo no subsolo, fizeram com que os responsáveis decidissem lançar uma pesquisa nas Caldas da Rainha, uma vez que, como se sabe desde há algum tempo, existem aflorações do precioso líquido, tanto no concelho vizinho como no mar fronteiro a Peniche.”

 Foto: Carros de investigação para petróleo contratados pela Mohave OIl and Gas/ Porto Energy. As corporações de petróleo parecem que colaboraram com a Gazeta.

Obras na cidade podem detetar indícios de petróleo no subsolo. 29-03-2013, Jornal das Caldas

 Primeira Página; Fala por si

t1A realização de obras na cidade que tem fechado ruas à circulação do trânsito sem  que a população seja avisada, sendo apanhada de surpresa, até pode vir a compensar os incómodos que tem causado, já que no decurso das mesmas foi feita uma perfuração acidental na Rua Coronel Soeiro de Brito, que levou à descoberta de indícios da possibilidade de haver petróleo no subsolo”

Estes dois artigos em jornais regionais das Caldas “tiveram a mesma ideia” para o 1º de Abril (dia das mentiras), a existência de petróleo nas Caldas da Rainha. Ambas as noticias foram desmentidas nas edições seguintes, e apresentadas como partida 1 de Abril. As Caldas está inserida na mesma formação rochosa que as outras localidades do Oeste com formações de hidrocarbonetos (gás, petróleo) como Alcobaça, Rio Maior, Alenquer, S. Pedro Muel, Torres Vedras, Peniche, todas elas já com investimentos e autorizações para investigação e exploração de petróleo e gás natural.

vários artigos sobre exploração de gás e petróleo em jornais locais:

http://www.jornaldascaldas.com/Obras_na_cidade_podem_detetar_indicios_de_petroleo_no_subsolo

http://www.jornaldascaldas.com/coloquio-havera-petroleo-em-peniche

http://www.oesteglobal.co/So_falta_Portugal_encontrar_petroleo_apos_grandes_descobertas_no_Brasil_e_Angola__Presidente_Galp

http://www.jornaldealcobaca.com/Mohave_inicia_trabalhos_de_pesquisa_de_petroleo_dentro_da_cidade_de_Alcobaca

http://www.gazetacaldas.com/10411/petroleo-nas-caldas-da-rainha/

http://www.gazetacaldas.com/31091/hospital-termal-a-interminavel-saga/

http://www.gazetacaldas.com/9697/prospeccao-de-petroleo-em-alcobaca-sem-riscos-para-estruturas-do-mosteiro/

http://www.gazetacaldas.com/20930/mohave-acredita-que-ha-gas-natural-em-alcobaca-com-viabilidade-de-exploracao-ao-longo-de-uma-decada/

http://www.gazetacaldas.com/26420/sinais-encorajadores-na-prospeccao-de-gas-em-alcobaca/

http://www.gazetacaldas.com/25101/mohave-inicia-perfuracao-em-alcobaca-e-a-cidade-ja-ganha-com-a-empreitada/

http://www.gazetacaldas.com/?s=Admiraveis+destinos

Mas a verdade é que é bem possível ser verdade existir petróleo no solo das Caldas. As Caldas está inserida na chamada Bacia Lusitânia.

Neste artigo vamos ficar o mais possível focados nas Caldas da Rainha, mas falaremos também na Bacia Lusitânia para provar que estas noticias e a divulgação da exploração em Alcobaça, nestes jornais pode ser uma Negra e Azul “mentira”. A exploração de petróleo e gás seria desastrosa para as termas. Então para as substituir será preciso afastar a população das decisões sobre o hospital e criar um investimento que assegure o crescimento e progresso da cidade… dizemos nós!

quadrants_ptA Bacia Lusitânia é uma bacia sedimentar que se desenvolveu na Margem Ocidental Ibérica (MOI) durante parte do Mesozóico, e a sua dinâmica enquadra-se no contexto da fragmentação da Pangeia, mais especificamente da abertura do Atlântico Norte.”

participação essencialmente evaporítica é variável no quadro de uma possível coordenação por um mínimo(?) de duas áreas depocêntricas (Wilson & Leinfelder, 1990): uma a Norte, com funcionalidade no diapiro de Caldas da Rainha-Monte Real (…) De acordo com os trabalhos da Shell Prospex Portuguese (in Watkinson, 1989), a Form. de Dagorda (Peniche) subdivide-se em três membros, particularmente expressos na sondagem de S. Mamede” (…)

A Bacia Lusitaniana está limitada a Oeste por uma falha normal de bordo de bacia, que terá uma orientação próxima de NNE-SSW e aflora na actual plataforma continental. O testemunho emerso mais próximo desse limite é dado pelo conjunto de ilhéus da Berlenga, Estelas e Farilhões, situados a Oeste da península de Peniche, pertencentes ao bordo levantado de soco paleozóico. Esta estrutura limitadora da bacia a ocidente é designada por horst da Berlenga. Na outra margem deste relevo estrutural encontra-se uma bacia assimétrica, na actual zona de talude continental, designada por bacia externa (e.g.Kullberg, 2000) ou bacia de Peniche (e.g. Alves at al., 2006).”

Martzi 14 Idade da Crosta Oceânica Atlântica_thumb[5]IV. DINÂMICA DA BACIA

Como foi referido, a Bacia Lusitaniana evoluiu em regime tectónico distensivo durante o Mesozóico, que levou à formação de crosta oceânica Atlântica e da Margem Ocidental Ibérica.”

  V.EVOLUÇÃO PALEOGEOGRÁFICA PÓSRIFT (CRETÁCICO SUP.)

A primeira destas etapas está centrada no corpo carbonatado do Cenomaniano-Turoniano da Estremadura e Beira Litoral (Choffat, 1900; Berthou, 1973; Soares 1966, 1968a, 1968b, 1972, 1980; Lauverjat, 1982), com maior expressão nas regiões de Lisboa-Sintra, Nazaré-Leiria-Ourém e Baixo Mondego.”

Em pleno máximo transgressivo e a partir da parte média do Cenomaniano Sup., a plataforma carbonatada é afectada por movimentos tectónicos ligados à actividade diapírica e à reactivação de eixos de fracturação mais antigos. O rejogo destas estruturas, com destaque para as de Arunca-Montemor-Palhaça, Rio Maior-Leiria-Monte Real-Carriço e Caldas da Rainha-Nazaré-Leiria-Pombal levou à diferenciação de domínios paleogeogáficos”

Em finais do Cenomaniano Sup. [zona de Pseudonodosoides (Callapez, 2001, 2004), equivalente à zona

standard de Juddii (Kennedy,1985) o desenvolvimento da plataforma é fortemente perturbado por movimentos com carácter compressivo, que resultam em soerguimento dos sectores situados a Sul do eixo de Caldas da Rainha-Nazaré-Leiria-Pombal.

http://run.unl.pt

Sistemas Petrolíferos

ROCHAS MÃE E GERAÇÃO DE PETRÓLEO

Quantidades significativas de petróleo foram geradas nas bacias Lusitânica e do Porto como mostram as numerosas manifestações superficiais e indícios encontrados em sondagens. Na bacia do Algarve, os indícios de petróleo encontrados são menos significativos apesar de, em 2 das 5 sondagens perfuradas até hoje, terem sido detectados indícios de gás e/ou óleo. Quanto à bacia do Alentejo e às restantes 5 bacias exteriores (no deep-offshore), nada pode ser afirmado peremptoriamente uma vez que nunca foram perfuradas, mas não há razão para duvidar da existência de um sistema petrolífero também nestas bacias

Análises geoquímicas a amostras do Norte da bacia Lusitânica revelaram espessuras de rocha geradora entre 140 a 190 m, valores de TOC entre 0,2 e 5,8 % e valores de reflectância média de vitrinite entre 0,7 e 2,0 %, o que coloca essas amostras na janela de óleo-gás Recifes carbonatados, sobretudo do Jurássico Superior, são comuns na bacia Lusitânica. Reservatórios razoáveis a bons encontram-se localmente no Jurássico Superior desta bacia

ARMADILHAS

As armadilhas de petróleo são estruturas estratigráficas e/ou tectónicas (ou estruturais) que permitem a sua  acumulação. Nas bacias portuguesas existem ambos os tipos mas, provavelmente, mais de 90% das sondagens  realizadas, até hoje em Portugal, tinham como objectivo armadilhas estruturais. Isto reflecte provavelmente o facto de as armadilhas estruturais serem mais fáceis de identificar na sísmica do que as armadilhas estratigráficas. Outra causa, pode ter a ver com o facto de, muitas vezes, as armadilhas estruturais apresentarem maiores acumulações de petróleo que as armadilhas estratigráficas e na altura em que a maioria das sondagens foram efectuadas em Portugal, anos 70 e 80, as concessionárias procuravam grandes campos petrolíferos.

Alguns exemplos de armadilhas perfuradas emPortugal:

Anticlinais: e.g. sondagem Moreia-1, no offshore da Figueira da Foz, na bacia Lusitânica.
Falhas: e.g. sondagem 14A-1 (falha inversa), também no offshore da Figueira da Foz, na bacia Lusitânica.
Diapiros de sal: e.g. sondagens de Monte-Real, a Norte de Leiria, na bacia Lusitânica.
Reservatórios fracturados: e.g. sondagens da Abadia, em Torres Vedras, na bacia Lusitânica.
Recifes: e.g. sondagem Touro-1, no offshore de Viana do Castelo, na bacia do Porto.
Canais fluviais: e.g. sondagem Aljubarrota-1, perto de Alcobaça, na bacia Lusitânica.

http://www.dgeg.pt/dpep/pt/geology_pt/wells_summary_pt.htm

Geologia do Petróleo de Portugal

AS BACIAS SEDIMENTARES MESO-CENOZÓICAS

Os novos dados de sísmica e de gravimetria adquiridos pela TGS-NOPEC (ver a página História da pesquisa) permitiu uma melhor demarcação das bacias sedimentares do onshore, do offshore pouco profundo e permitiu ainda reconhecer novas bacias desenvolvidas em águas mais profundas

A bacia Lusitânica, localizada a Sul da bacia do Porto, é a maior das bacias interiores portuguesas e estende-se do onshore para o offshore com uma área de cerca de 22000 km2. O pacote sedimentar que a preenche, com cerca de 6 km de espessura, tem uma idade semelhante à da bacia do Porto mas apresenta uma maior espessura dos sedimentos do Jurássico, em comparação com os do Cretácico. Tal como acontece com a bacia do Porto, também aqui a espessura dos sedimentos Cenozóicos é fina.

A evolução das bacias exteriores não é tão bem conhecida uma vez que a maior parte dos dados cobrindo esta área só recentemente se encontra disponível. O relatório “Portugal Deep 2000 Evaluation Report”images, realizado e comercializado pela TGS, fornece o enquadramento geológico regional das bacias do deep-offshore de Portugal. Alguns dos modelos propostos no relatório estão disponíveis no site:  http://www.tgsnopec.no.

A área total das bacias exteriores ainda é desconhecida. A sísmica TGS do deep-offshore fornece uma ideia das formas destas bacias, mas os seus limites são ainda incertos. O mesmo pode ser dito quanto à espessura sedimentar e idade dos sedimentos. No entanto, podemos afirmar que a espessura do pacote sedimentar Cenozóico parece significativamente mais espesso do que é observado nas bacias interiores da margem ocidental, o que permite pensar num futuro promissor para a pesquisa destas bacias.

No Neogénico ocorreu de novo um período de subsidência e transgressão em todas as bacias, particularmente no Sul da bacia Lusitânica e nas bacias do Alentejo e Algarve, onde foram acumuladas espessas sequências de materiais terrígenos e de carbonatos marinhos pouco profundos.

As Corporações utilizam uma técnica conhecida por Fait Acompli – Uma facto consumado; uma acção que é completada antes que aqueles afetados por ela possam inquirir ou reverte-la.

03piombinoCOVAs táticas são várias, criam-se os problemas e presenta-se a solução.

Se um dia aparecer nos Jornais; Petróleo nas Caldas da Rainha não será no 1º de Abril.

As Caldas está no meio de toda a investigação e exploração de hidrocarbonetos na zona Oeste, mas somos os únicos em que a economia depende do turismo (termas), o que não quiser que o Estado facilite terrenos para petróleo e gás como faz para o “turismo” de luxo, onde o exemplo do Bom Sucesso está aos olhos de todos.

 Com a crise, as corporações investem em tudo o que queiram vender. O  “nosso” País com o FMI, está a saldo. O envestimento pela industria do petroleo para extração e modos de vida dos seus investidores estão bem patentes na zona Oeste. Se pensa que não pode mudar o que está mal. O que vão pensar as gerações futuras?