Seismic AirGun (Salvem as Baleias e amigos)

O impacto da indústria petrolífera no mundo animal é conhecido sem possibilidades de desmentidos. O que este novo tipo de petróleo vem trazer são mais tecnologias nocivas ao mundo animal. Para sondar os reservatórios Deep offshore antes de investir milhões na perfuração a indústria petrolífera  utiliza uma tecnologia conhecida como Seismic AirGun. A população de cetáceos (baleias, golfinhos, cachalotes, etc), Lulas, crustáceos e peixes são seriamente afectados pelo som libertado pela airgun (pistola de ar) para os testes sísmicos (siesmic survey). Esta tecnologia está a ser utilizada em todos os Oceanos, com o aumento das ZEE (zonas económicas exclusivas) de vários países tudo aumenta afectando globalmente a população marítima.

A indústria não pode dizer que não sabia de nada, este tipo de tecnologia é procurado desde os anos 60 com o Deep Sea Drilling Project. As primeiras publicações foram distribuídoas em papel, que foram scaneadas em 2006-2007 pela universidade do Texas A&B University Digital Library, com o financiamento da NSF (Nacional Science Foundation). Os relatórios internacionais são estudos de expedições Deep Sea  Drilling de 1968-1983.

E hoje estas “brilhantes mentes” criaram a Seismic AirGun.

Seismic AirGun

Barulho (som antropogénico) de uma “arma de ar” (seismic airgun), utilizada para descobrir depósitos de gás ou petróleo a centenas de Km abaixo do mar, pode cobrir uma área de 300,000 km2 com um volume de 20 dB, continuadamente por semanas ou meses. Desde a sua utilização que a Whaling Commission’s  Scientific Committee disse “… a utilização persistente e repetida sobre uma área… deve ser considerada um grave problema do nível de impacto nas populações…” 2005

Cerca de 250 baleias macho deixaram de cantar durante semanas até meses durante um estudo sísmico, recomeçando a cantar dias depois do final dos trabalhos. É muito difícil acreditar que tal efeito não afecta biologicamente a pulação de baleias (reprodução). No estudo foi notado que uma baleia parava os chamamentos se estivesse a haver explosões de som a 10 km.

As Baleias azuis reagem de outro modo. Mesmo com Seismic survey utilizando uma pistola de ar de poder médio levou as baleias no St. Lawrence Estuary a modificar as suas vocalizações. As baleias faziam mais chamamentos nos dias dos trabalhos, do que quando não havia emissão de som. O que prova que fontes de som das air gun (pistolas de ar) podem interferir com sinais de comunicação importantes para a sobrevivência dos mamíferos marinhos.

Os mamíferos marinhos evitam as áreas onde se está a realizar trabalhos com esta tecnologia. Algumas populações de baleias demoram muito tempo a voltar ao local. Em 2008 foi descoberto que locais onde vivem populações de golfinhos eram afectadas pela utilização do air gun. Só voltavam á área quando a arma estava silenciosa. Uma análise dos cetáceos (mamíferos marinhos) em reação a 201 seismic surveys no Reino Unido mostraram danos intrínsecos do som emitido. Durante uma vigilância sísmica, todos os pequenos mamíferos marinhos com dentes foram encontrados a grandes distâncias dos barcos. As Orcas, e outras espécies de baleias evitam as áreas onde se liberta o barulho.

O Cachalote no Golfo do México não parecia evitar o barulho, mas depois reparou-se que esforçava-se menos para procurar comida, e evitava nadar. Reduzem a utilização da cauda em 6% durante a exposição ao barulho, e a tentativa de capturar presas em 19%. O barulho contribuiu para o declínio de algumas espécies. As baleias cinzentas de Sakhalin Island, Rússia, deslocaram-se, devido a estudos sísmicos, da sua área de alimentação, voltando dias depois do final dos trabalhos. As baleias nadam mais depressa quando expostas a 153 db (Um avião a jacto são 130 dB), e respiram muito mais rápido.

Em 2007 foi descoberta uma redução da diversidade de cetáceos, relacionado com o aumento das vigilâncias sísmicas de 2000 a 2001 no Brasil. Entre 1999 e 2004 existiu uma relação negativa entre a diversidade de cetáceos e a intensidade das vigilâncias sísmicas. As baleias cinzentas quando expostas mesmo a uma airgun de pequenas dimensões evitam o barulho e mudam de comportamento alimentar para um de transição. Também começam a “hauling out” (fugir a predadores, regulação termal, actividade social, redução de parasitas, etc) ao som da airgun. As focas diminuem o seu ritmo cardíaco, juntando um comportamento dramático deixando de se alimentar. A Seismic airgun provavelmente causou a morte de baleias. A dificuldade em provar sem dúvidas com estudos é que só se recupera 2% das carcaças das baleias.

Um golfinho sofreu de rigidez e instabilidade na postura que progrediu para um estado catatónico e afogou-se a 600 metros de um disparo de som seismic 3D com todo o poder. Efeitos do stress ou mudanças fisiológicas, crónicas, podem inibir o sistema imunitário e comprometer a saúde dos animais. Isto já foi estudado em baleias e golfinhos.

Tartarugas

As tartarugas evitam as áreas de vigilância sísmica com air gun com um nível de 175 db. Em estudos foi detectada surdez. Uma airgun média a uma profundidade de 100 metros cousa impacto no comportamento das tartarugas numa área de 2 km. Em 2010 foi descoberto que 51% das tartarugas, divagavam e separavam-se no ponto mais próximo do raio de emissão da airgun.

Peixe

Já foi observado uma grande variedade de impactos acústicos nos peixes. A seismic air gun danifica em grande extensão e a uma distância de 500 m da vigilância sísmica. Comportamentos a que assistem são: mergulhar para profundidas não comuns, congelarem em grupo, ou entrem em stress e nadarem exaustivamente. Perto de locais de operações sísmicas a redução de pesca foi de 40% a 80%. Estes efeitos podem durar mais 5 dias depois de finalizados os testes sísmicos e a uma distância de 30 km do barco. O impacto no crescimento dos ovos e das larvas incluem diminuição do número de ovos viáveis, aumento da morte embrionária, diminuição do crescimento da larva, e a sua habilidade para escapar a predadores.

Invertebrados

Os invertebrados também não estão imunes aos efeitos do som antropogénico. 9 Lulas gigantes ficaram encalhadas, algumas vivas, numa área de utilização de air gun em 2001 e 2003 em Espanha. Os ferimentos eram ferimentos internos, órgãos e ouvidos rebentados. Expostos a um som de 160 dB reagiram com o largar da tinta e um nadar rapidíssimo. Em cativeiro tentam fugir para uma zona com isolamento acústico. Os bivalves mostram stress acústico provado pela glucose. No camarão registaram-se ovários danificados e ferimentos no sistema de equilíbrio. Em 2013 ficou provado que playbacks de impulsos sísmicos durante o desenvolvimento da larva, causava um atraso no crescimento e em 46% existia má formação corporal, afetando o acasalamento.

Está claro que a modificação causada pelo homem que se estende por 300,000 km 2 ou em distâncias de 4.000 km da fonte do som durante 80 a 95% dos dias do mês, todo o ano, tem um grande impacto no ecossistema. As Seismic airgun’s são o segundo maior contribuidor de som na água causado pelo homem, seguido das explosões nucleares e semelhantes. Pelo menos 37 espécies marinhas mostraram estar a ser afectadas pelas vigilâncias sísmicas. A mudança de comportamentos devido ao som passa por diminuição da procura de comida, fuga ao som, mudança na vocalização, abandono de habitats importantes, stress, diminuição da viabilidade dos ovos, diminuição da captura e comida, problemas de audição, ferimentos massivos e morte por afogamento ou paragem total de movimentos. Airgun Noise devem ser consideradas um poluente marinho com sérios impactos ambientais.

A Review of the Impacts of Seismic Airgun Surveys on Marine Life

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