Arquivo da categoria: Áreas Petrolíferas

Não vejo, Não oiço, Não falo…

Mais um artigo num jornal local sobre petróleo e gás de xisto na Zona Oeste de Portugal.

GNN: Somos dos que acreditam nas pessoas, no individuo. Defendemos que o melhor passo para ajudar a sociedade humana e o mundo em redor é pôr o Eu acima da profissão, da classe, da hierarquia, e olhar para as outras vidas como sendo também filhos/as, pais, irmãos/as, amigos/as.

Quando um profissional actua sempre como um, suprimindo a sua pessoa, o/a politico/a que aprova as leis sem pensar em todos por igual, um/a policia que abusa da autoridade e ataca quem devia proteger, um/a assistente social que fecha os olhos à “humanidade”, e olha com fobia, abandonando alguém à sua sorte, um/a activista que faz acordos aceitando “menos destruição”, quando não o é “no seu quintal”, um/a jornalista que escolhe o habitual/sensacional em prol da verdade de todos os factos  de interesse para o bem-estar de, um irmão, um filho, uma mãe, uma amiga, temos de perguntar: Qual o papel do jornalismo? Fazer propaganda ou dar a conhecer todos os factos?

Um jornal local, como uma junta de freguesia devia servir os interesses da população local, zelar pelo interesse popular e publicar notícias que os mantivessem a par de todos os factos que os afectam. Mas o que vemos é a total rendição e adaptação ao modos operandis dos jornais locais aos média nacionais na corrente dos interesses financeiros locais e mundiais, atrelados à economia nacional. O Jornal em questão é propriedade da associação de comerciantes e industria local.

Ficamos a saber que Vila Verde dos Francos, foi uma das zonas estudadas para gás natural e petróleo leve. Alenquer e Torres Vedras, como outros locais vários em Portugal, têm potencialidades petrolíferas que foram “abandonados”.

O jornal optou pelo mesmo tipo de informação de outros jornais locais, e nacionais. Tentaremos mostrar exemplos disso. Perguntamos: Os jornais funcionam numa rede que já estipula que tipo de notícias dão? O jornalismo é a voz do progresso? É markting?

A verdade não é notícia? Ou os jornalistas são empregados das corporações, fieis aos seus partidos políticos, e interesses?

Sabemos que o jornalista têm a liberdade de escolher o que publicar. O que deixa dúvidas é: Deve um jornalista tomar partido? Uma coisa é defender uma ideia, apresentando todos os factos, outra coisa é apresentar um lado do assunto, esconder o outro, e dizer: “Não somos obrigados a colocar todo o que sabemos, damos a notícia e a pessoas decide por si.”

Já diz o ditado popular: ” Tanto é bandido o que rouba como o que fica a olhar”.

Para Saber: Não desejamos culpar este jornal ou a jornalista em questão. Este artigo é uma reacção ao Jornalismo em geral… Mas queremos que eles e os jornalistas que no futuro terão ou quererão  pensar nisso, tenham o outro lado da história, e a questão em mente: Sou jornalista, relações públicas ou ando ventricular ?

Exemplos do artigo sobre a exploração de petróleo em Alenquer do jornal ValorLocal (pág 11), e partes de artigos de outros jornais locais e nacionais.

Em relação ao abandono dos poços:

Gazeta das Caldas; Afinal, o gás encontrado na zona da Quinta do Telheiro, a cerca de 700 metros do Mosteiro de Alcobaça, não tem viabilidade comercial e dentro de dias deverá ser desmontada a plataforma que desde Agosto perfurava o solo.”

Diário de Leiria; “Os trabalhos de perfuração atingiram os 3.240 metros de profundidade, encontrando gás enclausurado abaixo da camada de sal, mas as areias reservatório são insuficientes para um sucesso comercial.

ValorLocal; De facto havia alguma coisa, não sei se gás, se petróleo, mas o que quer que fosse estava a grande profundidade e se calhar em pouca quantidade, o que não justificava o investimento”.

Animação dos comerciantes:

Valor Local; “ Lina Maria era a vizinha mais próxima do local onde se processavam os trabalhos. Proprietária de um café lembra-se da grande agitação que a pequena povoação de Casais da Fonte da Pipa conheceu. Na altura teve de expandir o negócio e adaptar a sua casa a restaurante e a albergue de funcionários da Mohave.

RadioCister; “tendo em conta a presença de 50 trabalhadores, que irão dormir e comer em Alcobaça, assim como a contratação de serviços indiretos a empresas da região”

Misto de Sentimentos:

Gazeta das Caldas; “O autarca recebeu a notícia com um misto de sentimentos. Por um lado, havia a esperança de que o subsolo da cidade fosse uma ‘galinha dos ovos de ouro’. Por outro, “também é um descanso”, dada a localização do poço em pleno perímetro urbano e o impacto dos trabalhos na vida dos alcobacenses

Valor Local; “ O presidente da junta de freguesia de Vila Verde dos Francos, Mário Rui Isidoro, recorda com nostalgia os dias frenéticos que freguesia viveu…” (…)  “Na altura, foi bom para o meu estabelecimento, claro que lucrei com isso, mas também tínhamos alguns receios porque se ouvia dizer que se encontrassem petróleo ou gás poderiam abarbatar os terrenos aqui à volta”

Ajudas às autarquias:

Rmnoticias; “considerou o autarca, recordando que a empresa “contribuía também para o desenvolvimento da freguesia” onde comparticipou a aquisição de edifícios e adquiriu um terreno que ofereceu à junta

ValorLocal; “ a empresa arranjou os caminhos vicinais circundantes, bem como o principal acesso à serra” (…) Depois da Mohave abandonar a serra, estiveram de novo no local, onde se procedeu à recolha de resíduos, para arranjo de caminhos, doados à junta e a agricultores.”

ValorLocal;  “ A Mohave fez um furo bastante fundo, ficaram de avisar se houvesse alguma coisa e que a câmara ainda ia beneficiar com isso, apesar de não saberem quais os benefícios, mas que haveriam de beneficiar o concelho de alguma maneira”,

Oeste Global: “O presidente da câmara de Alcobaça desvalorizou hoje o anúncio da saída da empresa norte-americana Mohave Oil do país e do concelho onde efectuou prospecções, sublinhando que, existindo recursos, outras empresas poderão interessar-se pela sua exploração

Depois vêm a parte dedicada aos movimentos contra a exploração. Para a qual fomos contactados para uma entrevista para este artigo do jornal ValorLocal.

E por essa razão decidimos reagir. Quando nos contactaram foi para uma entrevista sobre os problemas na saúde publica e a  exploração gás e petróleo em Portugal

Primeiro dá a entender que as únicas acções contra os trabalhos são na internet. Que o grupo facebook Parem as Tar sands/Não ao Fracking é um movimento ou faz parte de uma plataforma. Depois faz do Movimento anti Gas de Xisto Barreiro o grupo mais activo desta plataforma. O artigo trás algumas citações da entrevista, mas são os clichés do costume, para o qual já as corporações têm as desculpas preparadas.

A crítica ao artigo não é porque não reproduziram a entrevista na integra, ou quiseram fazer dos grupos contra o gás de xisto uma plataforma, depois de nas respostas à entrevista ter sido dito explicitamente que não existia uma plataforma formal, que existia uma troca de informação, mas sem compromissos. Mas foi sim, pela opção jornalística de repetir o diálogo do “Business as allways”, depois da jornalista, e da redacção conhecerem todos os factos do verdadeiro impacto nocivo da exploração de petróleo e gás natural, escolheu fazer “playback” do lobbing petrolífero e defender a ideia de progresso dos comerciantes locais, através da voz e necessidade dos mais pobres.

Ficámos a saber que Joe Berardo, já nada têm a ver com o negócio, e que a Mohave Oil and Gas, deixou de ter escritórios no país, e que vai entregar as concessões que detêm.

Fica outra pergunta: Se são economicamente  não viáveis, a quem vai passar a Mohave as concessões?

No artigo o autarca de Alcobaça admite nunca ter ouvido dos perigos dos trabalhos para o ambiente, tal como o autarca do Barreiro, numa intervenção do grupo anti gás de xisto do Barreiro, na Assembleia Municipal em 2014.

A Mohave nuca teve a intenção de ficar a explorar os poços, esse trabalho é para outras corporações, o seu principal objectivo está alcançado. Os políticos portugueses já entraram no jogo, grandes petrolíferas como a Petrobras, Partex e Repsol já estão a trabalhar. A quantidade de empresas internacionais que andaram a esburacar, contaminar e a explorar deu dinheiro a todos, e o dinheiro que rodou entre todos não foi pouco. O bichinho na cabeça da população local está a ser chocado e a desenvolver-se, e a indiferença à verdade alimenta todo este trabalho e lobbing tentando criar o momento Fait Acompli (  Uma coisa que já aconteceu ou já foi decidida antes daqueles afectados oiçam falar sobre, deixando-os sem opção se não aceitar e  que dificilmente se poderá desfazer.), desejados pelos investidores e beneficiados.

Em baixo as perguntas do Jornal e  as minhas respostas:

  1. Quais os perigos para a saúde pública no que respeita À exploração de gás natural e petróleo leve?

Todos nós ouvimos falar das alterações climáticas e das suas consequências no ambiente em redor. Essas alterações são produzidas devido à libertação de gazes efeito de estufa como o Carbono (CO2), Gases voláteis e Metano. A extração de gás de xisto (Fracking) vêm libertar de 3 a 5 vezes mais gazes dos que libertados pela extração “convencional” de gás natural e petróleo, estando quase ao nível do maior responsável pela destruição da camada de Ozono, a Agropecuária. Para o CO2, as corporações já criaram um mercado, criando a ilusão que estão a resolver o problema da fuga de CO2 para atmosfera. Nos EUA, onde a extração de gás de xisto teve inicio à quase uma década existem registos de cancros terminais, dores crónicas (musculares e de cabeça), derrames de sangue pelo nariz, doenças pulmonares, debilitação do sistema nervoso, irritações cutâneas, etc.

Depois outro grande problema ao nível da saúde pública é a inevitável, e assumida pela indústria petrolífera, contaminação das águas de serviço público e privado. Nos locais onde se realizam extração de gás de xisto as águas ficam tão contaminadas com líquidos utilizados nas perfurações e com gazes que imigram do poço de extração, através de fugas, que os animais morrem, e a água fica imprópria para consumo humano. A contaminação por Metano é tanta que as águas dos poços privados e rios que passam nas terras pegam fogo, literalmente.

Outro assunto não menos importante é a contaminação dos alimentos. Agricultores e criadores de gado, apresentam provas de morte das suas colheitas e animais devido às águas contaminadas pelas corporações de extracção de gás de xisto. Quando contaminado o lençol de água, toda a agricultura será afectada, desde a comum, à biológica, que com valores de contaminação elevados dificilmente poderá passar por biológico. Os animais morrem, porque as águas impróprias para consumo para o ser humano, são na maior parte das vezes aceites para dar de beber aos animais, que são 99% criados para alimentação. Não dá que pensar?

Podemos considerar as consequências sociais um problema de saúde pública, pois o stress, os esgotamentos nervosos e as psicoses estão a aumentar nas localidades onde a extracção do novo petróleo e gás se realizam, o alcoolismo e toxicodependência também aumentaram, ou apareceram pela primeira vez depois da instalação de poços e extracção de gás ou petróleo, como pode testemunhar o grupo: IDLE NO MORE. Pessoas ficam sem capacidade para trabalhar, e algumas vezes, de socializar, porque uma industria lhes destruiu a sua casa, a sua natureza, o seu modo de vida, a industria não têm solução para os problemas que produz, nem é obrigada a ter.

  1. Que conhecimentos tem quanto ao que tem sido feito neste âmbito pelas companhias como a Mohave na zona Oeste de Portugal nomeadamente Alenquer e Torres Vedras

Os planos para Portugal são instruídos pela Troika e pela CEE, ao nível petrolífero as leis são Norte Americanas, portanto as corporações como a Mohave Oil seguem o modos operandis das “corporações mães”, das diretivas europeias e “sugestões” de grupos petrolíferos. Na Mohave estão elementos com 20 e mais anos de experiência, alguma parte esteve no inicio da extração das Tar Sands (areias betuminosas) no Canadá, trabalharam nos Países Árabes e África deste tempos colonialistas, basta olhar para as condições dos povos dessas localidades para nos apercebermos que as corporações nada fazem pela saúde publica, mas trabalham afincadamente nas relações públicas para menorizar o seu impacto social, através do Lobbing, dádivas sociais, manipulação de imagem, etc… Como referi acima, uma das soluções apresentadas pela industria petrolífera mundial foi a Cap and Trade (negócio de carbono), uma solução já provada errada, e que só vêm criar mais um mercado, onde a poluição vai continuar. Temos o recente grupo, A OesteSustentável – Agência Regional de Energia e Ambiente do Oeste em parceria com a OesteCIM – Comunidade Intermunicipal do Oeste, prefeito exemplo do que nos espera.

Não são obrigatórios estudos de impacto ambiental, portanto, sem investigação, não existem dados, sem dados não pode haver uma avaliação, sem avaliação não se pode abrir um processo de averiguação, começa logo por ai, nos EUA as corporações foram obrigadas por lei a revelar dados dos seus trabalhos, e mesmo assim, esse conhecimento é retirado a ferros, e vem aos poucos. O primeiro passo que deveria ser dado, é por lei internacional não obrigatório: estudos de impacto ambiental. Todos os estudos de impactos no ambiente e na saúde pública foram realizados pelas partes interessas, as vitimas da extração de gás de xisto e de outras fontes não convencionais de matéria prima fóssil.

Pouco se sabe sobre os trabalhos de prospecção de gás e petróleo em Portugal, sobre as pretensões, ideias, compromissos, obrigações, e direitos muito menos, tanto das corporações, como das autarquias como da população. O trabalho de prospecção de gás natural e petróleo leve em Portugal não sendo segredo, também não é revelado ás massas, e nas localidades nada se sabe. Os impactos na saúde pública da industria fóssil neste momento está na mesma posição do que o Tabaco, por exemplo, todos sabemos que é nocivo, mas “ninguém consegue provar”, e assim vai andando o comércio livre, deixando consequências e saindo impune.

No caso de Alenquer e de Torres Vedras os problemas são os mesmos. O caso da contaminação do lençol de água que abastece os dois concelhos é aceite pela industria petrolífera, que não é o caso SE vai acontecer, é QUANDO VAI acontecer. A população destes conselhos, juntamente com a do Cadaval e Alcobaça e outras no Oeste vão passar pelas imensas dificuldades que passam os cidadãos que habitam perto de locais de extracção de gás de xisto e petróleo não convencional espalhados pelo mundo, doenças graves, dolorosas, incapacitadoras e terminais. Basta rever a história da industria de extração, e perguntar aos grupos Anti-Fracking existentes em todos os locais de extração das energias não convencionais, como as pretendidas em Portugal, para se saber o que escondem as corporações. A luta de Calvin Tillman que foi presidente das Câmara de uma pequena cidade chamada DISH, nos EUA, é o melhor exemplo do que se vai passar em toda a Zona Oeste e outras localidades de Portugal se a extração de gás de xisto for aceite pela população.

3, A sua acção para além do blogue gasnaturalnao.wordpress.com tem sido feita? De que outras formas tem sido feita pressão sobre os agentes? E acções de sensibilização junto da população?

O blog foi criado depois de ter estado 2 anos num grupo internacional contra as Tar Sands do Canadá, onde conheci vários métodos, várias acções,  e foi do contacto com várias culturas, vários indivíduos “que tirei ideias”. Sei de todas as formas de repressão utilizadas sobre os activistas que estão contra a industria petrolífera. Li sobre o outro da lado da história das petrolíferas. Fora do blog, as acções são para informar, primeiro porque sem conhecimento as pessoas não se apercebem da necessidade de resistir à implementação da extração petrolífera em Portugal e seu novo desenvolvimento no mundo, segundo para que a pressão sobre os agentes económicos, políticos e científicos envolvidos se intensifique. A pressão sobre os agentes não é fácil porque ou são desconhecidos, (ainda hoje se descobrem novas corporações e  formam-se novas empresas). Ou porque as grandes multinacionais envolvidas nunca encontraram nenhum tipo de resistência aos seus trabalhos, as populações não fazem perguntas, os autarcas não fazem a mínima do que se passa, e as autoridades politicas só este ano começam a divulgar alguma informação, como o espaço marítimo para recursos naturais, o reinicio dos testes sísmicos no Barreiro, os trabalhos em Alcobaça, ou a instalação da plataforma petrolífera nos mares do Algarve.  Com a promessa de postos de trabalho, de ganhos financeiros para a economia nacional, e roalitys para as autarquias, o lobbing corporativo cria uma barreira  politico-social entre os activistas e a população local, o que divide a população e dificulta a criação de grupos homogéneos e de apoio que possam realmente atingir um numero que possa interferir no ritmo dos trabalhos de prospecção petrolífera, como o que aconteceu no oeste, quando da intenção da instalação de uma central nuclear em Ferrel há mais de 35 anos, que levou à não instalação da central nuclear, nem em Ferrel , nem em Portugal.

Junto da população, este ano têm sido dados alguns passos. Participamos num encontro popular de sensibilização no Barreiro, organizado pelo Jornal MAPA, que  levou à criação do grupo Movimentoantigasdexistobarreiro. Estive numa acção de esclarecimento no Centro de Cultura Libertária, em Cacilhas. Nas Caldas da Rainha, onde foram  realizados estudos para a instalação de cavernas salicinas para reservar gás ou líquidos tóxicos,  participei num evento artístico/informação, onde apresentei um video sobre a extração de gás de xisto em português, acompanhado de uma performance, chamada Frack M’isto ( uma alusão ao magalho de Zé Povinho),  houve uma pequena palestra realizada por uma voluntária do grupo Grupo de Portugal para análise crítica ao Acordo UE-EUA (TTIP) que falou do acordo e das suas consequências ao nível de protecção ambiental, diminuição dos padrões de protecção ambiental, autorização da exploração de gás de xisto (fracking) , venda de produtos com químicos não testados em laboratórios europeus, desregulação dos níveis de emissões no sector da aviação. Tudo relacionado com a industria de petróleo e seus sub-produtos. Também ouve recentemente uma secção na BOESG, em Lisboa, sobre o Fracking em França.

Depois de umas conversas juntei-me a pessoas que tiveram a ideia de criar uma zine sobre  o gás de xisto, para divulgação dos locais de extração, consequências, envolvidos, infraestruturas, e contactos, ainda está em desenvolvimento. Notar que todo este trabalho não é realizado por profissionais, são trabalhadores, estudantes, desempregados, somos autodidactas no que diz respeito à industria petrolífera, temos em comum o respeito pelo futuro e pela natureza onde estamos inseridos como membros, muitos de nós nunca tinham feito activismo. Até hoje nos 2 anos em que iniciei o blog já participaram pessoas com informação, desenhos para cartazes, flyers, vídeos, divulgação, em secções de esclarecimento e informação, que variam entre os 19 e os 60 anos, não somos um grupo organizado, apenas nos apoiamos, partilhamos informação e falamos sobre possíveis acções, mas a distância física e muitas vezes ideológicas, a falta de acesso à imprensa nacional e dificuldades financeiras prejudicam a pressão necessária sobre as corporações e investidores, como Fundação Gulbenkian ou Jo Berardo ( que entretanto sabemos que está fora), REN, EDP, GALP, CUF, universidades, etc. Já recebi convites para sensibilização em pequenos encontros. Também participámos na investigação para artigos de jornais na internet e…. Sempre que posso falo com alguém que sei ser das localidades onde as coisas estão mais avançadas. O que pretendo é a passagem de informação,  que se discuta o assunto nos cafés, com os amigos, no trabalho, nas escolas, nas assembleias municipais, nas juntas de freguesia, na praia, na consciência. Depois cada um deve saber como pode participar ou criar o seu próprio modo de actuar. Neste momento não existe uma plataforma formal, mas colaboração, essa sim, mais como um WEbmovement, é a ligação que existe entre os pequenos grupos que é actual e regular.

Uma parte importante para criar pressão social e politica sobre as corporações é levar as ONG ambientalistas e dos direitos humanos a levantar a questão com os responsáveis pelas aprovações dos trabalhos, pelo acompanhar dos estudos de prospeção, e pelos estudos universitários relacionados com a geologia petrolífera na costa e continente português, e comportamento dos meios naturais afectados pelos trabalhos petrolíferos realizando campanhas que cheguem à grande parte das casas da população. Isso está fora das possibilidades da nossa actuação.

4-Pelo que percebo a sua acção e de outros congéneres seu tem sido feita um pouco na sombra, porquê este mode de actuação?

A modo de actuação deve-se muito ao secretismo das petrolíferas, que não permite informação mais localizada, além dos comportamentos criminosos de algumas corporações como a Oracle Energy, acusada de corrupção, que opera no Barreiro, ou da Petrobrás que opera no offshore português, acusada de corrupção nos negócios pré- sal, pelo ex-director da Petrobras Paulo Roberto Costa, detido na prisão do Comissariado da Polícia Federal em Curitiba (no estado do Paraná, no sul do Brasil), em troca de uma redução de pena. Para as corporações, e políticos já saímos da sombra, já sabem que existem indivíduos e grupos que se preparam para resistir a esta politica energética. Já enviei mail’s  à câmara de Alcobaça, depois de ler uma entrevista com o presidente da câmara, que acaba com ele a pedir mais esclarecimentos, para qual me ofereci, não obtive resposta. O grupo do Barreiro também já se deslocou a uma assembleia municipal e “falou” com o presidente da câmara. No Algarve o grupo asmaa-algarve. já teve encontros com António Costa Silva, presidente a Partex Oil and Gas (Fundação Gulbenkian). Na sombra… só porque os trabalhos estão a ser realizados na sombra, fora alguns artigos espalhados por blogs, não existe uma recolha de dados a nível nacional sobre as empresas, e consequências dos seus trabalhos.

Outra grande causa é a dificuldade de levar as pessoas a compreender que as dificuldades económicas que passamos não são nada em relação aos problemas das gerações futuras se no mundo não houver uma união popular contra a continuidade das energias fósseis. A divida que vamos ficar para com eles (gerações futuras) nada se compara à divida para com a Troika.

  1. Para além de si, a sua plataforma integra quantos mais activistas desta causa?

Como expliquei acima, não estamos organizados, grande parte dos artigos do blog são da minha responsabilidade, já fomos 2, já fomos 50, depende. Toda a acção é uma ação da “plataforma”, naquele momento estamos todos para aquele assunto, com a mesma intenção, divulgar e resistir, o importante é não impedir, pode-se não participar, ou mesmo não acreditar numa acção, mas o que pode não ser a melhor forma para nós pode ser a resposta noutro local ou de outro grupo. Todo o individuo ou população que seja activo contra a industria petrolífera, o novo petróleo e gás e métodos de extracção não convencional, qualquer pessoa que partilhe informação sobre algum ponto da exploração em Portugal e no Mundo pode dizer que pertence à “plataforma” nacional contra o gás de xisto e petróleo leve… Nós não criámos nenhuma.

  1. Que acções no terreno, para além da internet, estão marcadas ?

Marcadas nenhuma. Queremos fazer acções de rua, preparar material para apresentações em feiras, encontros de arte, esperamos que para o ano, as coisas já não estejam na sombra. Este ano já se fala como nunca se falou de petróleo (gás de xisto) em Portugal, a Quercus já lançou uma noticia e um video depois do anuncio do inicio dos trabalhos no Algarve. Faltam as corporações e isso depende da pressão popular, pois a classe politica está rendida ás obrigações para com a dívida económica, e em Portugal sem ser o movimento contra a central nuclear, só nas incineradoras existiu uma tentativa clara de recusar e resistir à sua instalação… perdeu o elo mais fraco, onde estão instaladas hoje. Nem os aterros, nem as Barragens conseguiram criar movimentos activos nos locais e de acção directa, que levassem ao abandono dos trabalhos…

Marcado está a continuidade em acompanhar os trabalhos, investigar, continuar a falar, criar flyer’s, procurar pessoas com a mesma preocupação, e  quando for possível não dar descanso até toda a informação sobre o que já se fez, o que se pensa fazer, quanta quantidade de água já foi poluída, onde está, que químicos já foram utilizados, quais vão utilizar, etc… Acções marcadas certas são: levar informação ás pessoas, levá-las a pensar. Levar o coração a agir… De Resto… Depende de Mim, de Ti e do leitor.

Depois de rever mandei algumas mns com coisas que faltavam ou que completavam, nunca foi mostrado interesse. Algumas já inseri no texto…

Depois de rever vi que faltavam alguns eventos  anti fracking como o no Centro de Cultura Libertária em Cacilhas, Casa VIVA do Porto, O documentário na BOESG. Enviei essa informação ao jornal e disse que estava disponível  para esclarecer algum ponto. E na parte do alcoolismo e toxicodependência, completava-se com o exemplo passado no Canadá, descrito pelo  movimento Idle No More….

Bom, se abriram os link’s dos jornais facilmente reparam, na clonagem ou frases gémeas falsas em todos os artigos dos jornais, se procurarem acharam mais ainda se calhar da vossa área.

Se sabem de acções  de sensibilização sobre os trabalhos das petrolíferas em Portugal que queiram partilhar. força. Se encontrarem artigos em jornais locais, podia-se talvez criar uma biblioteca virtual…

Se me esqueci de alguma coisa, desculpem desde já…

Aqui vão mais alguns exemplos de lobbing jornalístico:

Dia da mentira: 1 de abril de 2011: http://www.gazetacaldas.com/10411/petroleo-nas-caldas-da-rainha/

Ultima tiragem antes do dia da mentira: 29 de Março de 2003: http://jornaldascaldas.com/Obras_na_cidade_podem_detetar_indicios_de_petroleo_no_subsolo

Jornal de arte cultura e cidadania do Oeste: cididania:http://www.tintafresca.net/News/newsdetail.aspx?news=7fa00634-2c78-427c-889d-ab59b7941c21&edition=124 

Escreve Mohave Oil no Oeste, ou petróleo em Portugal, noticias locais sobre prospecção e extracção de petróleo…

E decide por ti…

 

 

 

 

 

Oeste Sustentável e Gás de Xisto?

Convenção “Low Carbon de um OesteSustentável“

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15-07-2014

A OesteSustentável – Agência Regional de Energia e Ambiente do Oeste em parceria com a OesteCIM – Comunidade Intermuniacreagestatus_hres_ptcipal do Oeste organizou nos dias 9 e 10 de julho, a Convenção “Low Carbon de um OesteSustentável – Desafios e Oportunidades, na sede da OesteCIM, em Caldas da Rainha. Depois de um primeiro dia de convenção em que foram apresentados os Planos de Ação para a Sustentabilidade Energética do Oeste (SEAP’s) dos Municípios da Região Oeste, assim como o de outros em fase de implementação, foram debatidos e ajustados pelos técnicos dos municípios presentes, as medidas prioritárias para cada um dos municípios.

(A área do OesteCIM é muito semelhante à área de gás de xisto em Portugal, onde, se a exploração de gás de xisto ou de petróleo não convencional não for parada irá aumentar os gazes efeito de estufa como o Metano ou o carbono (CO2). A poluição é um novo negócio, o de carbono é de biliões, e mais uma vez o lobbing financeiro prepara-se para encher os bolsos:

Video: Cap and Trade ( negócio do carbono)

Foi de seguida apresentado o Observatório Low Carbon (Observatório de Energia e Ambiente dos Municípios Associados da OesteSustentável), sublinhando-se o seu papel na monitorização da aplicação e adaptação das medidas constantes nos SEAP’s, num almejado objetivo de desenvolvimento sustentável, suportado num crescimento económico e numa qualificação ambiental, numa perspectiva de ação local com uma consciência global. Foram posteriormente apresentados diversos mecanismos de financiamento, incentivos e oportunidades na área da eco-eficiência e energia que possibilitarão a implementação destas medidas. O evento concluiu-se com a entrega de um certificado de compensação das emissões associadas a este evento a cada um dos autarcas, tendo sido posteriormente assinado o Pacto Low Carbon para a Sustentabilidade Energética dos Municípios Associados da OesteSustentável.

No discurso de encerramento, o Eng.º Humberto Marques, Presidente do Conselho de Administração da OesteSustentável agradeceu à equipa da OesteSustentável, OesteCIM e técnicos municipais, mencionando que este é o resultado de um longo caminho, iniciado com a elaboração da matriz energética e carbónica da região, destacando também que este “…foi hoje um sinal de grande visão para o futuro…” e concluiu mencionando que a região assumiu esse compromisso, para uma melhor equidade e coesão territorial, afirmando que “É o início de um longo caminho e um caminho feito com um compromisso.”

Os 12 municípios do Oeste comprometeram-se a executar várias medidas que irão permitir reduzir, até 2020, 20% das emissões de carbono e contribuir para a sustentabilidade energética na região. Actualmente na região Oeste são produzidas, por ano, 1,8 toneladas de carbono  No entanto, e de acordo com  o presidente da Agência Oeste Sustentável, Humberto Marques, serão tomadas medidas na área dos edifícios, mobilidade, energia, sector doméstico e dos transportes urbanos, onde encaixa a Linha do Oeste. O responsável considera que é fundamental que haja uma “coesão” intermunicipal bastante firme relativamente à linha férrea pois “não basta tê-la a funcionar, é preciso que tenha muita inovação e possa responder aos desafios do futuro, de uma certa descarbonização”.

Actualmente a iluminação pública, em termos da electricidade consumida pelas autarquias, é a área mais poluente, seguida dos transportes. No entanto, em termos macro, na região é o sector dos transportes que mais emissões faz. Trata-se de um  “sector bastante complexo e difícil de se intervir”, reconhece Rogério Ivan, director executivo da Oeste Sustentável, mas acrescenta que grande parte desse consumo acaba por ser comportamental, “ao pisar mais ou menos no acelerador”. No que se refere às empresas de transportes importa que algumas delas possam modernizar a sua frota e instalações para se tornarem mais “low carbon”.

O responsável destaca o papel da educação e sensibilização, por parte dos organismos públicos, no que respeita ao estímulo à utilização de meios de transporte menos poluentes. Esta posição foi corroborada por Humberto Marques, que destacou que a aposta na redução das emissões de gases de efeito estufa não pode estar limitada ao poder local e central, mas que tem que ser feita em conjunto com os cidadãos, pedindo que também estes colaborem com boas práticas a nível energético.

A assinatura do pacto “low carbon para a sustentabilidade energética dos municípios associados da Oeste Sustentável” foi o culminar de dois dias de convenção, onde especialistas, técnicos e representantes das áreas dos transportes e energias renováveis discutiram as medidas a utilizar para reduzir as emissões, assim como os casos de sucesso que existem a nível nacional nesta área. Com esta tomada de posição conjunta, os autarcas oestinos pretendem colocar-se na linha da frente para a obtenção de apoios comunitários no âmbito do novo quadro. O pacto para a sustentabilidade energética foi também assinado pelo município de Odivelas que, não tendo uma agencia de energia, associou-se ao Oeste.

Para monitorizar o plano delineado pelas autarquias foi criado o Observatório Low Carbon, que periodicamente irá avaliar se as medidas propostas estão a ser cumpridas e, nos casos em que seja necessário, recomendar novos procedimentos. Composto por uma pequena equipa de três membros (um da Oeste Sustentável, outro da OesteCIM e um terceiro da RNAE – Associação das Agencias de Energia e Ambiente), tem como eixos estratégicos, alem das reduções de carbono de cada um dos municípios, a valorização dos recursos energéticos da região e o desenvolvimento de acções de cooperação inter-regional.

De acordo com o coordenador do Observatório, Luís Fernandes, os municípios de Óbidos e Torres Vedras destacam-se na aplicação do plano para a sustentabilidade energética, enquanto que os outros têm aplicado apenas algumas medidas avulsas.

A OesteSustentável foi definida em 2010. Assume compromissos na área da energia, resíduos, fundo regional de carbono, educação criativa para a sustentabilidade, entre outros.

Sua missão: Ser uma Agencia modelo na implementação para a promoção da Gestão Sustentável.

Visão: Agência inovadora para o Combate às alterações climáticas.

Valores: inovação, Cooperação, rigor e responsabilidade

Orgãos Sociais:

Presidente :Eng. Orlando Costa Ferreira, Administrador executivo da Rodoviária Tejo

Primeiro secretário: Eng.o António leal Sanches, director regional da EDP

Segundo secretário: Dr.a Alexandra Batista, AIRO – Associação Empresarial do oeste

No conselho da administração está:

Drº Nuno André Oliveira Mangas pereira, Instituto politécnico de leiria

Entre outros, nos quais vários presidentes de câmara

Fontes “não convencionais” de energia fossil em Portugal!

Fontes “não convencionais” foram identificadas em Portugal. Fica a saber o que é, as técnicas e tecnologia de extração de gás e petróleo ” não convencional”. Em Portugal terão de ser utilizadas para extrair o tipo de gás e petróleo encontrado no sub solo on shore e off shore.

Conhece Também uma empresa que funciona em Portugal e que se dedica a vender e a apoiar com técnicas e tecnologia necessária para a extração de gás e petróleo “ não convencional”. A SGS Portugal. Também se fala um pouco da técnica de captura e armazenamento de carbono.

sgs_iso_9001_pt_round_tcl_hrO que são fontes “não convencionais” de fontes de energia?

Os recursos não convencionais são hidrocarbonetos (petróleo e gás) que se encontram em condições que não permitem o movimento do fluido, por se encontrarem presos em rochas pouco permeáveis, ou por se tratar de petróleos com uma viscosidade muito elevada. A sua extração requer o emprego de tecnologia especial, pelas propriedades do próprio hidrocarboneto e pelas características da rocha que o contém.  Atualmente representam uma interessante fonte de recursos, uma vez que muitos deles se encontram em jazidas que se consideravam esgotadas. Calculando-se que se encontram em grandes volumes.

Existem várias formas de petróleo e gás não convencional:

Heavy Oil: Petróleo em estado líquido de alta densidade. Extrai-se da rocha mediante a injeção de vapor ou polímeros.

Oil Shale: Petróleo produzido diretamente a partir da rocha mãe (shale rica em matéria orgânica).

Oil Sands ou areias betuminosas: Areias impregnadas em betume, que é um hidrocarboneto de muito alta densidade e viscosidade. Este betume no seu estado natural não tem a capacidade de fluir ao poço.

Tight Oil: Petróleo proveniente de reservatórios com baixa porosidade e permeabilidade.

Shale Gas: Gás Natural contido em rochas argilosas (shale) com alto conteúdo de matéria orgânica e muito baixa permeabilidade (rocha mãe). Para a sua exploração é necessário perfurar poços horizontais e fraturar a rocha.

indexTight Gas: Gás natural contido em rochas de baixa porosidade e permeabilidade.

Coalbed Methane: Gás natural extraído de capas de carvão. Devido ao seu alto conteúdo de matéria orgânica, o carvão retém uma grande quantidade de gás absorvido.

Hidratos de Metano: Composto sólido similar ao gelo, que contém metano. Este fica preso numa estrutura cristalina de moléculas de água, estável em sedimentos marinhos a profundidades superiores a 300 metros

As técnicas para a sua extração são também “ não convencionais”:

Mineração a céu aberto quando as oil sands são superficiais.

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Poços verticais e injeção de polímeros ou vapor para mobilizar o cru extra-pesado.

Poços horizontais e fratura em caso de Shale ou Tight Oil.

Produção e extração

A produção de gás das rochas mãe que apresentam muito baixa permeabilidade é possível graças à perfuração horizontal, que permite navegar pela capa objetivo, frequentemente com trajetórias que superam os 1000 metros. Existem vários métodos de extração de gás não convencional. Por exemplo, no caso do Shale Gas, os processos de extração são os seguintes:

  • Injeção de milhares de litros de água, areia, e químicos vários.
  • Estas injeções sob pressão provocam uma rede de microfraturas na formação, permitindo assim ao gás preso fluir para o interior do poço.

A revolução não convencional

Os recursos não convencionais podem representar nas próximas décadas uma contribuição decisiva para o fornecimento mundial de energia. O preço do petróleo sobe, as energias renováveis  impõem-se, mas o mundo continua em busca de novas jazidas do velho combustível fóssil, responsável por 80% da matriz energética mundial.

Se acredita que tenhamos algumas décadas de combustível fóssil, cada vez mais raro, cada vez mais caro – afirma João Marcelo Ketzer, coordenador do Centro de Excelência e Inovação sobre Petróleo, Recursos Minerais e Armazenamento de Carbono (Cepac) da PUCRS, um dos principais centros de estudo de reservatórios não convencionais no país. – A transição de um mundo baseado em combustíveis fósseis para um mundo baseado em outra fonte demora – sintetiza

Países  esforçam-se para explorar fontes não convencionais. Em março, o Japão se tornou o primeiro país a extrair gás do chamado “gelo de fogo”. Os hidratos de metano parecem gelo. Encontrados em profundidades superiores a 500 metros e temperaturas de 4°C ou menos, são compostos de moléculas de água em estrutura sólida que aprisionam moléculas de gás natural. Extrair o gás desses reservatórios, frequentes em margens continentais, tem se revelado um desafio que só é compensado por um dado ainda mais intrigante: é provável que haja mais gás natural em hidratos do que em todas as demais fontes fósseis.

Outra fonte não convencional, o gás de folhelho ( gás de Xisto) tem levado os Estados Unidos de importadores a exportadores de gás. Para extrair o tesouro gasoso que fica retido na rocha sedimentar argilosa – o folhelho ou xisto (em Português), ou shale, em inglês –, os americanos fraturam a rocha em diferentes pontos

Ambiente e Economia

Más notícias para o clima – sentenciou o professor de Economia Energética do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) Christopher Knittel, avaliando como a abundância de gás deve levar à queda no preço, também, de carvão e petróleo, muito mais poluentes.

Então, por que continuamos a investir tempo e dinheiro pesquisando essas fontes não convencionais? O próprio Knittel dá a resposta: usar o gás natural como substituto mais limpo dos outros combustíveis fósseis pode representar um grande alívio para o efeito estufa.

– O gás é uma fonte majoritária na geração de energia elétrica, mas nos próximos cinco anos vai emergir como um combustível significativo para o transporte, graças à oferta abundante e às preocupações com a dependência do petróleo e a poluição do ar – projetou a diretora executiva da Agência Internacional de Energia, Maria van der Hoeven, durante a apresentação do Relatório de Médio Prazo do Mercado de Gás, em Junho, em São Petersburgo. – O gás natural tem potencial significante como energia limpa em transporte pesado, em que a eletrificação não é possível.

Quer dizer: necessitamos de combustíveis fósseis se quisermos nos livrar deles a longo prazo.

Ainda assim, foi principalmente o interesse econômico o que moveu a pesquisa de shale gas nos EUA, e a corrida pela autos suficiência energética de países como Japão e Índia, que estão num ritmo apressado na exploração do hidrato. Os nipónicos projetam para 2016 a extração comercial, e os indianos anseiam por a produzir seu estimado 1,9 trilhão de metros cúbicos de gás congelado assim que possível.

GÁS BOM, GÁS MAU !?

A pressa vai na contramão da preocupação ambiental. A técnica de perfuração e fraturamento empregada pelos EUA para extrair gás de folhelho (xisto), injetando uma mistura de água, areia e produtos químicos em alta pressão, incomoda ambientalistas. Eles temem a contaminação de lençóis freáticos pelo vazamento do gás e questionam o tratamento da água utilizada para a fraturação da rocha, um mercado estimado em  US$ 100 bilhões, segundo a ONG WaterWorld

Em dezembro de 2012, a revista National Geographic publicou uma reportagem em que resume os desafios da exploração de gases não convencionais. Sob o título “Gás Bom, Gás Mau”, o texto foi categórico: “Queime gás natural e ele aquece a sua casa. Mas deixe-o escapar e ele aquece todo o planeta”. O mesmo hidrato visto como fonte de combustível do futuro é agente do ciclo de aquecimento global: se a temperatura passa dos 4°C, a gaiola de gelo se rompe e o metano, 23 vezes mais danoso ao efeito estufa do que o CO², é liberado rumo à atmosfera.

Os EUA têm afirmado que a extração de gás de folhelho (xisto) pode ser realizada com relativa segurança. Porém, no caso do gelado hidrato de metano, o buraco é, literalmente, mais em baixo. Segundo João Marcelo Ketzer, o desenvolvimento de tecnologias para explorar o recurso com o menor risco demora, principalmente, porque “é muito caro fazer pesquisa em grandes profundidades”. E os riscos ambientais e dificuldades de produção andam de mãos dadas.

– O que se está estudando é uma tecnologia que não congele o gás no caminho. Uma forma é injetar vapor de água quente dentro do reservatório, que vai derreter o gelo.

Outra técnica experimental envolve injetar CO² atmosférico nos reservatórios, substituindo o metano nos hidratos, e extraindo o combustível ao mesmo tempo em que se presta um serviço de captura de carbono. Mais ponderados que os japoneses, os americanos estimam que a exploração comercial será possível em 2025, com alguma sorte e vontade política

. Enquanto isso, o Brasil prepara seu próprio terreno. E aí, vamos de gás?

Corporação SGS ( Em Portugal)

A SGS oferece uma ampla gama de serviços que suportam o teste e a análise de recursos de gás natural não convencionais. O gás natural não convencional é aquele confinado em reservatórios cuja produção era anteriormente considerada muito complexa ou cara, geralmente porque a tecnologia necessária para alcancá-lo ainda não havia sido inventada ou porque é muito caro para ser economicamente viável. No entanto, à medida que os recursos vão ficando mais difíceis e caros de extrair e a tecnologia vai avançando, fica mais fácil utilizar o gás não convencional. Com isso, extrair esses recursos é uma opção cada vez mais lucrativa. Cada recurso considerado para produção precisa ser totalmente analisado e investigado.

Serviços de recursos não convencionais da SGS

Os serviços de recursos não convencionais da SGS estudam, testam, avaliam e relatam seus recursos e os custos potenciais e o valor associado à sua extração. Através de nosso serviço abrangente, você terá todas as informações necessárias para tomar decisões críticas de negócios, planejar e implementar uma extração lucrativa e otimizar o processo de produção.

Realizamos rotineiramente composições de gás natural no laboratório e no campo. A análise precisa da composição de gás é essencial para uma avaliação econômica precisa do recurso em questão. Combinada com técnicas avançadas, como taxas isotópicas, mineralogia avançada e testes físicos da rocha fonte e gás desenvolvido, oferece informações vitais sobre a origem do gás, incluindo detalhes sobre a continuidade do reservatório, sua compartimentalização, bem como migração.

Petróleo e Gás: Deixe a SGS atestar o sucesso do seu negócio

Esteja a sua empresa envolvida na exploração, extração, refinação, transporte ou comercialização de petróleo, gás, areias petrolíferas ou outros hidrocarbonetos, a SGS oferece uma ampla gama de serviços para dar suporte e otimizar seu negócio. Para apoiar a exploração upstream, oferecemos diferentes serviços que podem ser usados de forma independente ou em conjunto, para melhorar os processos existentes. Na mineralogia aplicada, você pode confiar na SGS para a realização de serviços avançados de qualidade de reservatórios, mineralogia de gás de xisto e análise XRD

Também como suporte às atividades upstream, oferecemos análise de fluidos de reservatório e produção, gestão e distribuição de amostras e serviços de recursos não convencionais, como análise de metano em camada de carvão e serviços de teste de poço. Podemos ajudá-lo a projetar e executar misturas, usar aditivos e outros processos de otimização, onshore, offshore e em trânsito. Se encontrar dificuldade para fazer o seguro de linhas de crédito, pode contar com os nossos serviços de inspeção de comércio, que oferecem medições e análises de nível internacional.

 A SGS é líder mundial em testes, inspeção, certificação e verificação, com sua experiência inigualável, ampla excelência e alcance global. Seja qual for sua área de negócio, contacte-nos hoje mesmo para saber como nossa ampla gama de serviços dedicados a petróleo, gás e areias petrolíferas podem ajudá-lo a ganhar vantagem competitiva

O Grupo SGS Portugal e a Universidade de Aveiro assinaram uma parceria que irá permitir aos mais interessados em Gestão Ambiental frequentar Cursos de Formação Avançada ligados a esta área.

O mercado do ambiente em Portugal está numa fase de franco crescimento devido não só a novas exigências legais, mas também ao facto dos empresários estarem mais despertos para as vantagens e ganhos de eficiência destas ferramentas de gestão.

A SGS Portugal, numa lógica de responsabilidade social e de preocupação com o desenvolvimento sustentável nacional, estreita as suas relações com as instituições de ensino superior, promovendo a articulação entre as mesmas e o meio empresarial.

Tendo como premissa o pressuposto de complementaridade entre a dimensão académica e a empresarial, bem como da sinergia que daí pode advir para a competitividade organizacional, a SGS e a Universidade Fernando Pessoa formalizaram a sua parceria, através da assinatura de um Protocolo, no dia 26 de Maio, no Salão Nobre da UFP-Porto.

Com conjunção dos conhecimentos e experiências destas duas entidades pretende-se não só proporcionar às Universidades uma aproximação ao meio empresarial, mas ainda preencher lacunas de formação identificadas no mercado e qualificar profissionais cujas competências sejam mais adequadas às necessidades das organizações

“Porque o desenvolvimento sustentável não se consegue através de acções cheias de boas intenções mas vazias de resultados, acreditamos no valor desta parceria e no progresso que ela significa não apenas para a SGS e para a Universidade Fernando Pessoa, mas para todos os formandos e organizações que beneficiarão das suas competências” afirmou Ana Pina Teixeira, Presidente do Conselho de Administração do Grupo SGS Portugal.

Mercado de Carbono

original_mercado de carbonoO Mercado do Carbono tem um potencial de crescimento verdadeiramente ímpar e será impulsionado pelo início do primeiro período de cumprimento do Protocolo de Quioto (2008-2012).

Segundo estimativas, Portugal necessitará anualmente de 10 a 20 MtCO2 para cumprir o Protocolo de Quioto e o custo poderá atingir cerca de 2 biliões de euros anuais.

Entre 2008 e 2012, admite-se que a procura suplante em muito a oferta, o que se deve essencialmente aos critérios rígidos aplicados pela Comissão Europeia para a atribuição de emissões, podendo o Plano Nacional de Atribuição de Licenças de Emissões (PNALE) para o período em causa sofrer um corte significativo face à proposta inicial.

“A SGS é um actor privilegiado no Mercado do Carbono, pois oferece os serviços mais rigorosos, credíveis e competitivos em termos de validação e verificação das emissões de GEE. A SGS é reconhecida mundialmente devido à sua independência e objectividade ‘científica’ nesta e noutras matérias”, sustenta Luís Barrinha, director de Certificação de Ambiente e Segurança da SGS ICS.

Na União Europeia, o Mercado do Carbono mais competitivo a nível mundial, a SGS encontra-se acreditada por cada Estado-Membro para exercer a verificação dos dados das emissões de CO2. A nível mundial, e desde 1999, a empresa está acreditada pelas Nações Unidas como Entidade Operacional Designada para a validação de projectos e verificação de emissões reduzidas. Por isso, tanto em Portugal como no resto do mundo, a SGS disponibiliza o seu conhecimento e experiência para apoiar os seus clientes na medição de emissões, na validação das suas metodologias e na verificação dos relatórios de emissões.

A SGS valida igualmente projectos no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) em todo o mundo, assegurando a fiabilidade técnica, o rigor científico e a credibilidade necessárias para as transacções no Mercado do Carbono.

Outra área de intervenção no domínio do Mercado do Carbono é a de apoio a Projectos de Implementação Conjunta, criando condições para a transacção de unidades de redução de emissões mediante projectos de investimento entre empresas ou países, designadamente países do Hemisfério Norte em desenvolvimento emergente e rápido, como, por exemplo, os países da Europa do Leste

Assumindo o pressuposto da complementaridade de vocações entre a dimensão académica e empresarial e a sinergia que daí pode advir para a competitividade organizacional (patenteada na parceria estabelecida entre a UFP, o CEVAL, Medinorte/Unimed e Cooprofar, dando origem às respectivas Universidades Corporativas), a Universidade Fernando Pessoa irá organizar um seminário intitulado:  “Educação corporativa: educar para a competitividade” a realizar-se no dia 20 de Junho de 2007, pelas 14h30m, no Auditório da Universidade Fernando Pessoa, sito na Praça 9 de Abril nº 349 na cidade do Porto.

O evento será constituído por dois painéis e uma conferência. No 1º painel “A Universidade Tradicional um parceiro a não esquecer” irão explanar os seus pontos de vista, quatro professores da Chamada Universidade Tradicional, mas que têm realizado um vasto trabalho junto do mundo empresario.

Um exemplo do desejo da técnica Prefuração Horizontal em Portugal, Clic; BooooMMMM

 “Berardo quer produzir 500 milhões de barris de petróleo em Portugal” (…) Há alguns anos, já me tinham tentado convencer a investir, mas sabia que era muito difícil extrair petróleo em Portugal devido à geologia, pelo que recusei. Mas com o ‘horizontal drilling’ [ver texto ao lado] já concordei”, disse o investidor ao Diário Económico…”


mohave

Pré Sal; Petróleo, Barreiro, Aljubarrota, Brasil. etc…

Pré Sal – Portugal/ Brasil

Este “ novo petróleo” foi descoberto na costa do Brasil, existe em todo o Atlântico  Sul, daí a sua existência em Portugal, Angola, Moçambique, etc…

Este tipo de exploração levanta problemas com grandes quantidades de CO2, com o qual têm de lidar, juntamente com outros.

As corporações dizem ser uma fonte de energia fóssil mais limpa que a do petróleo convencional, e que devido às tecnologias criadas, a quantidade de CO2 libertado vai ser controlado. Tornando assim o pré sal menos nocivo para a camada de ozono. Para isso contam com a tecnologia :

Captura e armazenamento de carbono.

Uma das técnicas das corporações para impingir as suas explorações é falar de trabalho. No Brasil sindicatos, grupos de trabalhadores das várias corporações, políticos e patrões juntam-se para responder aos ambientalistas.

Trabalhadores das refinarias, construção de gasodutos, transporte, etc criam campanhas pró exploração de petróleo, com slogans tipo: Pelo trabalho. Sim ao pré sal!

Já na politica a luta é pelos lucros. O interesse não é parar as explorações, mas sim desviar os ganhos da mão dos privados, para as “ Mãos Publicas” ( para o Estado).

O problema do “ Novo Petróleo” e de novas técnicas não convencionais de extração de petróleo é que se vai espalhar pelo mundo. Sendo assim não só vai manter os danos já reconhecidos dos seus empreendimentos, como vai multiplicá-los por várias vezes.

Para que se anda a estudar a população? Para se auto destruir? Qual o papel das universidades na sociedade? Criar condições para que cada um tenha “lugar” na sociedade por igual oportunidade? Ou Produzir peças humanas de uma máquina que se auto destrói?

Se trabalhar liberta! Quero continuar preso à natureza!

Que caminhos queremos deixar às gerações futuras?

  

Exploração Pré Sal! O que é?

Em Portugal algumas das reservas de petróleo identificadas são conhecidas como“ petróleo pré – sal. Esta formação de rocha petrolífera foi descoberta no Brasil, local onde é intensamente explorado. Sabe-se que existe também na costa africana, e em todo o Atlântico Sul.

Petróleo pré-sal, rochas sob a crosta terrestre formadas exclusivamente de sal, que formam a crosta oceânica. È aqui que está aprisionado o“ Novo Petróleo”.

As primeiras reservas foram encontradas no Brasil. Lá os campos petrolíferos do pré-sal  vão desde 1 a 2 km de lâminas de água e entre 4 a 6 km de profundidade do subsolo.

A origem desse depósito está ligada à deriva dos continentes e à formação do Atlântico Sul, na separação da América do Sul e da África

Nas rochas da camada pré-sal existentes no mundo, a primeira descoberta de reserva petrolífera ocorreu no litoral brasileiro, que passou a ser conhecida simplesmente como “petróleo do pré-sal” ou “pré-sal”.

Depois do anúncio da descoberta de reservas na escala de dezenas de bilhões de barris, em todo o mundo começaram processos de exploração em busca de petróleo abaixo das rochas de sal nas camadas profundas do subsolo marinho.

O petróleo do pré-sal está em uma rocha reservatório localizada abaixo de uma camada de sal nas profundezas do leito marinho.

Entre 300 e 200 milhões de anos havia um único continente, a Pangeia, que há cerca de 200 milhões de anos se subdividiu em Laurásia e Gondwana. Há aproximadamente 140 milhões de anos teve inicio o processo de separação entre as duas placas tectônicas sobre as quais estão os continentes que formavam o Gondwana, os atuais continentes da África e América do Sul. No local em que ocorreu o afastamento da África e América do Sul, formou-se o que é hoje o Atlântico Sul

Ocorrências similares sob o sal podem ser encontradas nas Bacias do Ceará (Aptiano Superior), Sergipe-Alagoas, Camamu, Jequitinhonha, Cumuruxatiba e Espírito Santo, no litoral das ilhas Malvinas, mas também já foram identificadas no litoral atlântico da África, no Japão, no Mar Cáspio e nos Estados Unidos, na região do Golfo do México.

Os nomes que se anunciam das áreas do Pré-Sal possivelmente não permanecerão, pois, se receberem o status de “campo de produção”, deverão ser rebatizados segundo o artigo 3° da Portaria ANP nº 90, com nomes ligados à fauna marinha.

A descoberta de indícios de petróleo no pré-sal foi anunciada pela Petrobras em 2006. A existência de petróleo na camada pré-sal em todo o campo que viria a ser conhecido como pré-sal foi anunciada pelo ex-diretor da ANP e posteriormente confirmada pela Petrobras em 2007. Em 2008 a Petrobras confirmou a descoberta de óleo leve na camada sub-sal e extraiu pela primeira vez petróleo do pré-sal.

Em setembro de 2008, a Petrobras começou a prospectar petróleo da camada pré-sal em quantidade reduzida. Esta exploração inicial ocorre no Campo de Jubarte (Bacia de Campos), através da plataforma P-34. A Petrobras afirma já possuir tecnologia suficiente para extrair o óleo da camada. O objetivo da empresa é desenvolver novas tecnologias que possibilitem maior rentabilidade, principalmente nas áreas mais profundas

Tecnologia

A prospecção do petróleo em grandes profundidades é feita principalmente por meio de atividades sísmicas

Por sua qualidade superior, o óleo encontrado no pré-sal de Tupi, na Bacia de Santos, com 28,5° API, traz boas perspetivas, mesmo diante dos altos custos de extração”. A Petrobras é a operadora desse campo, onde detém 65% de participação, sendo que a empresa britânica British Gas (BG Group) possui 25%, e a portuguesa Petrogal/Galp, 10%.

Quanto à qualidade do gás do pré-sal, Sampaio explica que se trata de um gás rico, no qual se encontra uma grande variedade de componentes intermediários (como propano, butano e outros) que permitem a extração de muitos produtos de alto valor. O ponto negativo, lembra Sampaio, é que o gás de alguns reservatórios do pré-sal é contaminado com uma grande quantidade de dióxido de carbono (CO2). Em Tupi, a presença de CO2 pode variar de 8 a 12%.

Vamos separar o CO2 do gás por meio da tecnologia de separação por membranas, desenvolvida por fornecedores. O equipamento identifica as moléculas separa-as. A contaminação desaparece, mas, evidentemente, o custo aumenta”

Entre os grandes desafios está o barateamento do custo de produção e do transporte do gás, da plataforma à costa, economicamente inviável se ocorrer apenas por gasodutos.


“Ainda assim, temos um projeto de construção de um gasoduto que ligará Tupi ao campo de Mexilhão, na Bacia de Santos”, diz Sampaio. Outras alternativas podem ser aplicadas, como 
GTL (gas to liquid)GTS (gas to solid). A primeira delas está sendo desenvolvida pela Petrobras em parceria com empresas estrangeiras que detêm essa tecnologia. A outra saída é a queima do gás, mas o limite de queima permitido pela ANP é muito inferior ao que deverá ser gerado na produção dos poços de petróleo do pré-sal. Assim, para que a produção dos poços da área do pré-sal tenha sucesso comercial, esse gargalo precisa ser resolvido.

Para a extração de petróleo, a grande dificuldade tecnológica relaciona-se menos à profundidade do que à instabilidade da camada de sal. A Petrobras possui vários poços de extração de petróleo em águas profundas e domina essa tecnologia, mas é a primeira vez que enfrenta o desafio de atravessar uma camada salina menos dura do que a rochosa, mas também menos estável. Essa tecnologia pioneira está sendo desenvolvida em parceria com o Núcleo de Transferência de Tecnologia (NTT) da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que há anos trabalha em parceria com a Petrobras

A corrosão é também um obstáculo a ser enfrentado para a perfuração dos poços no pré-sal. Os tubos e as válvulas instaladas no fundo do mar terão de resistir à alta concentração de CO2 e enxofre de alguns poços, e à agressividade química do sal. Para lidar com esse problema, Sampaio informa que a Petrobras utiliza ligas de aço especiais, desenvolvidas por empresas multinacionais

A resistência do aço contra possíveis trincas no ambiente hostil do pré-sal deverá ser aumentada com a introdução no mercado da tecnologia CLC (Continuous on Line Control) pela Usiminas, prevista para 2011. A empresa fez um acordo de transferência dessa tecnologia com uma de suas acionistas, a japonesa Nippon Steel. Darcton Damião, diretor de pesquisa e inovação da Usiminas, explica que a tecnologia baseia-se num sistema de resfriamento acelerado das chapas de aço.

“É o estado da arte em resistência de aço que atenderá às necessidades da indústria de óleo e gás, sobretudo para operações no pré-sal”.

Outro importante desafio é compreender melhor a formação geológica do petróleo e do gás do pré-sal. O sucesso da exploração dos novos campos depende de uma maior familiaridade com as tão particulares características das rochas carbonáticas microbianas brasileiras, as únicas no mundo que alojam hidrocarbonetos. É preciso investigar mais sobre essas rochas e as três camadas rochosas onde estão o petróleo e o gás do pré-sal: rocha geradora, rocha reservatório e rocha selante (camada de sal).

Para isso, a Petrobras firmou uma parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Outras pesquisas sobre o pré-sal e formas de vencer seus desafios vêm sendo desenvolvidas em parcerias entre empresas, universidades e institutos de pesquisa, muitas em caráter sigiloso, visto que a exploração desse mercado parece muito atraente e envolve interesses concorrentes. Segundo Sampaio, não há barreiras para a produção originária das acumulações do pré-sal

Além disso, a Petrobras realiza parcerias tecnológicas no âmbito da Rede Galileu– uma rede de alto desempenho envolvendo quinze universidades brasileiras, especializada em mecânica computacional e visualização científica para solucionar seus problemas de engenharia – e em acordos de cooperação com várias universidades e institutos de pesquisa, como a Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) e outros.

Conforme informou a Petrobras, por meio de sua assessoria de imprensa, entre 2006 e 2009 a empresa investiu cerca de R$ 1,8 bilhão em universidades e institutos de pesquisa brasileiros. As obrigações dos contratos de concessão levaram a empresa a instituir o modelo de redes temáticas em 2006, e desde então o número de temas abordados cresceu. Hoje já são 50 redes, reunindo 80 instituições no país.

Participam também dos estudos e desenvolvimentos sobre o pré-sal diversas outras empresas de diferentes portes que atuam em mercados afins, com ou sem parcerias com a Petrobras – como os fornecedores SchlumbergerUsiminasBaker Hughes,Confab,StrataGeo,  Soluções Tecnológicas, Flamoil ServiçosLupatechFugro LasaPGS Petroleum Geo Services,CGG Veritas, entre outros

Grandes multinacionais concorrentes do próprio ramo do petróleo também se destacam na introdução de tecnologias desenvolvidas no mundo todo para exploração do pré-sal, como as norte-americanas Exxon, Amerada HessAnadarko, as portuguesas Galp e Partex, a espanhola Repsol, a anglo-holandesa Shell e a inglesa BG

    Novidades - 2013-01 Pre-Sal

Riscos Ambientais

Se muitas perspetivas econômicas apontam para a lucratividade dos negócios ligados ao pré-sal, o que dizer dos riscos ambientais envolvidos? O CO2, principal gás causador do efeito estufa, está presente em alta concentração nos hidrocarbonetos do pré-sal. Separá-lo do gás natural e re-injetá-lo num reservatório subterrâneo é uma das propostas de solução da Petrobras, que declarou intenções de não lançar o CO2 na atmosfera, o que exige mais investimentos e tecnologia.

Ainda que a concepção do processo de reinjeção do gás no subsolo tenha sucesso, o refino do petróleo, bem como a fabricação de seus derivados e os subprodutos de sua utilização são fortemente emissores de CO2, sem falar nos tradicionais riscos de vazamentos no mar e as sérias consequências sobre a vida marinha e as cadeias alimentares do planeta. Soluções para esses problemas também devem entrar na pauta dos investidores no pré-sal.

A obtenção da licença do Ibama para a prospecção do subsolo por atividades sísmicas depende da avaliação do estudo de impacto ambiental apresentado pela empresa que recebeu a concessão da área, em conformidade com as normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). As áreas de águas rasas (de profundidade até 400 metros) e do entorno do Atol de Abrolhos (BA) – habitat de baleias jubarte – são protegidas pelo Ibama e não podem receber atividades de exploração. Mas suspeita-se que, nas regiões prospectadas, os pulsos sonoros da atividade sísmica possam ser causadores de desequilíbrios na fauna marinha, resultando em encalhes de golfinhos e baleias, bem como de alterações nos comportamentos de acasalamento e desova, e mesmo no desvio de rotas de tartarugas marinhas.

No Brasil:

Oportunidades de emprego e desenvolvimento da indústria

Como parte desse investimento, criamos uma série de ações estratégicas que garantem o desenvolvimento de toda a cadeia de bens e serviços, trazendo tecnologia, capacitação profissional e grandes oportunidades para a indústria.

Empresas que fazem parte da nossa cadeia de suprimentos, por exemplo, podem se beneficiar com o Programa Progredir, que facilita o acesso ao crédito bancário, e com os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), um financiamento exclusivo. Também participamos de importantes iniciativas para atender à crescente demanda por mão-de-obra, como o Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural), que já qualificou mais de 88 mil profissionais. A expectativa é que mais de 200 mil profissionais sejam capacitados com o programa, em 185 categorias nos níveis médio, técnico e superior.

Experiência em andamento na Bacia de Santos visa diminuir emissões de gases que contribuem para o aquecimento global.

Está previsto para começar em Agosto, no poço Lula (ex-Tupi), na bacia de Santos, uma experiência pioneira no mundo, a captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês) em águas profundas.


Trata-se de uma maneira de absorver grandes quantidades de gás carbônico (CO2) contidas no petróleo do pré-sal para impedir que esse gás poluente alcance a atmosfera e contribua para o aquecimento global. Experiências semelhantes são realizadas em vários países e, no Brasil, a Petrobras já guarda há bastante tempo 
CO2 no subsolo do Recôncavo Baiano.

“Mas não se tem no mundo projeto de injeção de CO2 offshore a 300 quilômetros da costa e a uma profundidade de 2.200 metros”, diz Alberto Sampaio de Almeida, assistente da área de exploração e produção da Petrobras no pré-sal. Almeida conta que a tecnologia para extração de gás em projetos de CCS em terra evoluíram com rapidez depois que a preocupação com o aumento de gases do efeito estufa na atmosfera tornou-se um problema mundial.

termelétrica de Boundary, na província canadense de Saskatchewan, por exemplo, revende os gases capturados para serem usados na extração de restos de petróleo em poços maduros e na indústria química. No mar, a companhia petrolífera Statoil retira CO2 do gás natural extraído da costa da Noruega para reinjetá-lo em um aquífero de sal sob o reservatório.

Novos testes

Atualmente, a Petrobras concluiu as instalações para transporte e processamento de gás natural e CO2 na concessão Mexilhão, e de lá o gás misturado é levado por gasodutos até Caraguatatuba (SP). Mas ainda falta completar o transporte do CO2 novamente para o reservatório marinho, onde ele é usado para “empurrar” o petróleo para a superfície. O desafio para a construção dessas tubulações está na possível formação de compostos corrosivos que poderiam danificar o material, o que exigiu a utilização de metais mais resistentes do que normalmente são usados em poços.

A Petrobras deve testar três poços injetores – o primeiro para receber gás com CO2, o segundo apenas água e o terceiro água misturada com CO2, que, segundo Almeida, provavelmente será a melhor opção.

“O carbono com água funciona quase como um solvente em rochas carbonadas, tendo um efeito benéfico que aumenta o fator de recuperação do óleo”, diz Almeida, referindo-se à relação entre o óleo existente no reservatório e o que é possível extrair comercialmente.

O problema, tanto para a Petrobras como as empresas que extraem petróleo em outros locais em que variações dessa tecnologia está sendo usada, ainda é o custo. A empresa se recusa a divulgar o investimento já feito no processo, por se tratar de uma tecnologia experimental, mas relatório do governo da Noruega que investe no desenvolvimento do CCS há mais de dez anos, estima que pode representar um acréscimo de 20% a 30% no custo da exploração do petróleo

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Estudo realizado pelo governo americano chegou a uma conclusão semelhante e defende a criação de uma taxa sobre as emissões de CO2 para financiar o desenvolvimento da tecnologia.

Condições adversas

Projeto semelhante será adotado pela Petrobras, mas em condições bem mais adversas de profundidade e pressão. Em primeiro lugar, a empresa constatou que o teor de carbono do petróleo do pré-sal da Bacia de Santos é bem maior do que o registrado em outros locais. Em Campos, por exemplo, para cada metro cúbico de óleo extraído, há liberação de 150 m³ de CO2; enquanto em Santos, a proporção pode ser de 230 a 250 m³ para cada metro cúbico de óleo, uma proporção que chega a ser 20% maior.

“Tivemos que encontrar uma forma de produzir nesse campo com essa premissa, ou seja, para impedir que todo esse gás chegue à atmosfera”, explica Sampaio.


Trabalho, trabalhadores e petróleo!

 www.presal.org.br.  Quem Somos?

“Cresce em todo o país a luta por uma legislação para o setor petróleo que se contraponha ao modelo de concessões imposto pela atual Lei 9.478, criada em 1997 pelo governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso. Há mais de dez anos, nosso petróleo tem sido apropriado pelas empresas privadas. Já foram leiloados 711 blocos petrolíferos do Brasil, num total de 3.383 áreas colocadas em licitação. Neste período, o barril do petróleo saltou de 12 dólares para mais de US$ 100. São 72 grupos econômicos atuando no país em atividades de exploração e produção de petróleo e gás, dos quais metade são multinacionais.

O resultado é que 40% das reservas petrolíferas localizadas na área do Pré-Sal que já foi leiloada pertencem às empresas privadas. O Brasil não tem controle algum sobre o destino destas riquezas. Até mesmo a quantidade produzida é difícil de ser apurada. É o que acontece, por exemplo, com a Shell, que produz cerca de 60 mil barris por dia na Bacia de Campos, sem qualquer controle ou fiscalização do governo. Sem contar que o mesmo governo que criou a Lei 9478/97, impondo a abertura do setor, também vendeu aos acionistas privados 62% das ações da Petrobrás, sendo que 38% destas ações estão na Bolsa de Nova Iorque.

Somos trabalhadores brasileiros e queremos mobilizar todos os setores da sociedade civil organizada para somarem esforços em uma campanha nacional de conscienlização da população sobre a importância estratégica de se garantir o controle estatal e social das reservas brasileiras de petróleo e gás natural. Precisamos assegurar que as riquezas geradas por estes recursos energéticos sejam utilizadas em projetos estratégicos de desenvolvimento nacional que criem empregos, distribuam renda e melhorem a qualidade de vida das populações pobres do nosso país.

Por isso, precisamos urgentemente de uma nova legislação para garantir que as jazidas de petróleo e gás natural sejam controladas pelo Estado e utilizadas em benefício do povo brasileiro.

Objetivo

Lutamos por uma nova legislação para regular o setor petróleo, que garanta ao Estado brasileiro controlar e planejar onde serão investidos os recursos oriundos do Pré-Sal. Por isso, estamos coletando assinaturas para apresentarmos ao Congresso Nacional um projeto de lei de iniciativa popular, que consolide o monopólio estatal do setor petróleo, o fim das concessões para exploração das reservas brasileiras, a destinação social destas riquezas e o fortalecimento da Petrobrás enquanto empresa eminentemente pública.

 

 

Galp Energia e Mohave realizam primeiro poço de exploração no pré-sal do onshore português

A Galp Energia e a Mohave Oil & Gas Corporation, parceiras na exploração petrolífera no onshore português, iniciaram recentemente os trabalhos de perfuração do primeiro poço de exploração, o Alcobaça #1, na concessão Aljubarrota-3. Após as atividades de perfuração e teste do Alcobaça #1, que deverão prolongar-se por cerca de 45 a 55 dias, a Galp Energia tem a opção de adquirir uma participação de 25% em cada uma das outras seis concessões da Mohave Oil&Gas em Portugal.

mapa_portugal_campos_02Agosto2011_PTCom a aquisição de 50% da concessão Aljubarrota 3, que abrange aproximadamente 300.000 acres no onshore português, a Galp Energia aumentou o seu portfólio de exploração em Portugal, que incluía já várias participações em blocos offshore, nomeadamente participações de 30% em quatro blocos na bacia de Peniche e de 50% em três blocos na bacia do Alentejo.  

A aquisição, concretizada no início deste mês, representou mais um passo para a concretização da estratégia de aumento do portefólio de exploração da Galp Energia, centralizado nas suas áreas core, como é o caso da prolífica bacia do Atlântico. O foco exploratório continua assim em geografias, e respetivas geologias, nas quais a Galp Energia reuniu já relevantes conhecimentos, como é o caso de Portugal. A Galp Energia mantém também a sua estratégia de entrar nas primeiras fases de exploração de modo a continuar a captar o maior potencial de criação de valor.

A petrolífera angolana Sonangol anunciou neste sábado em comunicado uma descoberta “à escala internacional” no pré-sal das águas profundas angolanas.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a Sonangol e a norte-americana Cobalt, operadoras do bloco 20, referem que, durante um teste, o poço Lontra “produziu um fluxo estável de 2.500 barris de condensados por dia e 39 milhões de pés cúbicos de gás em igual período”.

“O poço de exploração Lontra perfurou até uma profundidade total de mais de 4195 metros e penetrou aproximadamente 67 metros de espessura útil, de um reservatório de muito boa qualidade. A descoberta foi de um volume significativo de líquidos no intervalo de gás e um intervalo de petróleo bruto”, lê-se ainda no comunicado enviado à Lusa.

A Sonangol e a Cobalt acrescentam que para avaliar o potencial do reservatório descoberto vão ser necessários mais poços de exploração e avaliação, assim como testes adicionais.

Todavia, as duas empresas garantem que o poço Lontra “é uma descoberta à escala internacional” e que o reservatório contém mais gás natural do que o previsto.

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MUDAR O MUNDO, COMEÇANDO LOCALMENTE!

Bacia Lusitaniana e Gás Natural ( não convencional).

As explorações das petrolíferas em Portugal são para gás natural. Neste momento falam-nos de gás natural convencional. Mas apontam como pontos de grande interesse o Tight Gas e o Shale Gas. Tipo de Gases para os quais já se fazem em Portugal investigações e prospecções.
Neste documento ficas a saber o que é o gás natural convencional (Shale Gas) e não convencionais, e um pouco mais sobre a extracção de gás na bacia lusitaniana. Também que temos em comum com o Canadá.

Este documento prova não só a existência de grandes investimentos da industria petrolífera mas também o lobbing que a industria de petrolífera mantêm nas universidades. No  IST de Lisboa trabalha Costa da Silva presidente da Partex Oil and Gas, como professor, conselheiro, júri, etc… . A Partex também tem cotas em empresas de energias alternativas em Portugal, mas não encontramos doutoramentos, dissertações sobre energias alternativas.

Retiramos excertos sobre a bacia e o porquê de se andar à procura de petróleo, das localizações de alguns poços na zona oeste, constituição rochosa, e história da formação que mantêm o gás preso em reservatórios naturais que podem ir até vários milhares de metros de profundidade.

Se a corrupção na politica é reconhecida e combatida, o lobbing legal das corporações que compram/alugam acres de terras e mar para exploração petrolífera é ignorado. A Troika veio não só abrir os bolsos dos portugueses como abrir as portas ao mercado livre. Enquanto nos preocupamos com os ordenados, deveres, direitos, levantar a cabeça e seguir em frente, tornando possível uma melhor sociedade, a industria das energias continua a trabalhar na direcção contrária.
Bacia Lusitania ( Portugal) formação geológica propensa à existência de gás e petróleo.

“Caraterização de formações da Bacia Lusitaniana ( zona emersa) para a produção de gás natural ( não convencional)”

Abaixo, excertos de uma dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em:   Engenharia Geológica e de Minas.

( Documento original aqui): Bacia Lusitaniana

“A presente dissertação, Caraterização de formações da bacia Lusitania (zona emersa) para a produção de gás natural (não convencional), teve como objectivo caraterizar morfologicamente potenciais zonas de existência de gás natural, ou seja, zonas onde a probabilidade de ocorrência de gás natural é maior.

“Palavras-chave: Bacia Lusitaniana; Gás natural não convencional; shale gas; tight gas.”

“A história da prospecção de hidrocarbonetos em Portugal ter-se-á iniciado em meados do século XIX. Data de 1844 uma das primeiras referências à existência de hidrocarbonetos no nosso território. No lugar designado Canto de Azeche, em São Pedro de Muel, entre 1844 e 1861 foram exploradas areias asfálticas.”
GÁS NÃO CONVENCIONAL (Shale Gas)

“Neste capítulo define-se, com algum detalhe, o conceito de gás não convencional assim como as principais categorias ou tipos deste recurso.
Desde o início da exploração petrolífera que os recursos não convencionais têm sido algo descurados, quer ao nível da produção, quer ao nível do seu estudo. Este facto ficou a dever- se à circunstância destes recursos exigirem uma produção e um tratamento mais dificil, não sendo atractivos economicamente. Paralelamente, a exploração destes recursos é bastante mais agressiva para o ambiente e exige também um nível tecnológico consideravelmente superior, comparativamente aos chamados recursos convencionais de hidrocarbonetos.
Segundo a Halliburton, num relatório elaborado para o “Oil and Gas Journal” em Dezembro de 2007, o gás não convencional era um recurso emergente há dez anos, há vinte anos era completamente ignorado mas, hoje em dia, tornou-se no negócio principal de muitas grandes companhias, representando mais de 40% do mercado transaccionado nos Estados Unidos da América (Wylie et al., 2007).”

Uma definição precisa, estável e consensual de gás não convencional é difícil de encontrar pois o que era não convencional ontem, pode, através de avanços tecnológicos ou novos processos, tornar-se convencional amanhã. No fundo, a convencionalidade de um recurso é um conceito dinâmico. No sentido mais abrangente, gás natural não convencional é o gás que é mais difícil e menos económico de extrair, normalmente devido à tecnologia necessária para o alcançar não estar plenamente desenvolvida ou ser mais dispendiosa.

“Segundo um relatório da National Petroleum Council (NPC) dos Estados Unidos da América, de Julho de 2007, define-se gás natural não convencional como o tipo de gás que não pode ser produzido com escoamentos e volumes económicos a não ser que o poço seja estimulado por grandes tratamentos de fractura hidráulica, poços horizontais, poços multi-laterais e/ou outras técnicas que exponham uma maior área do reservatório ao poço.”

TIPOS DE GÁS NÃO CONVENCIONAL
Dentro do conceito ou categoria “gás natural não convencional” existem diversas subcategorias que dividem este grande grupo, tendo em conta factores como o estado físico, a localização ou a génese. Passemos então a definir os tipos de gás natural que podem ser, ou são mesmo, considerados gás natural não convencional. Essencialmente, existem sete categorias principais de gás natural não convencional:

Deep Gas; CBM, Coal Bed Methane; Geopressurized Zones; Arctic Gas; Sub-Sea Hydrates ou Gas Hydrates; Tight Gas; Shale Gas.

DEEP GAS

“Deep Gas ou gás natural profundo é gás que, tal como o nome indica, existe a grandes profundidades, muito abaixo das profundidades de perfuração convencionais. Encontra-se tipicamente a profundidades maiores do que os 15 mil pés (4,5 KM), bastante mais profundo do que os depósitos de gás convencional, que rondam os poucos milhares de pés. Este tipo de gás, no entanto, tem-se tornado mais convencional, sendo que muitos autores já não acomodam este tipo de gás como pertencente à categoria de “não convencional”.
A perfuração muito profunda, exploração e técnicas de extracção têm vindo a melhorar substancialmente, tornando estes depósitos economicamente viáveis. O gás profundo é ainda mais caro de produzir do que o gás dito convencional e, por isso, as condições económicas têm que ser de tal ordem que permitam uma exploração rentável.
Para melhor ilustrar a realidade, temos como exemplo o gás natural descoberto a grandes profundidades na bacia de Anadarko, nos Estados Unidos, em meados de 1978. Recurso virtualmente intocável, era simplesmente impossível e não económico extrair este gás. Era gás profundo e portanto não convencional. No entanto, geraram-se incentivos com a aprovação da regulação market-based rate e Natural Gas Policy Act para a procura e extracção de gás natural não convencional e estimulando também o investimento na exploração e perfuração a grandes profundidades, tornando muito desse gás bastante profundo num recurso comercialmente extraível .”

COAL BED M ETHANE (CBM)

“O carvão é um combustível fóssil, que se forma na terra em condições geológicas semelhantes às da formação do petróleo e do gás. Os depósitos de carvão estão, geralmente, dispostos em veios e são explorados em exploração subterrânea. Muitos destes depósitos também contêm gás natural quer dentro do veio de carvão quer na rocha circundante. Este gás, metano, está confinado e só se liberta para a atmosfera durante as operações mineiras relacionadas com a exploração do carvão.
Desde o início das explorações de carvão, que o Coal Bed Methane (CBM) é considerado um incómodo pela indústria extractora, pois está relacionado com muitos acidentes neste tipo de minas. Geralmente, este gás liberta-se no interior da mina e é diluído, propositadamente, por ar fresco que é insuflado para as galerias e é libertado, sem qualquer controlo, para a atmosfera.
Hoje em dia, o CBM ganhou outro estatuto pois a exploração de carvão já não é tão rentável por si só. Assim sendo, este recurso tornou-se uma fonte de obtenção de gás natural, sendo extraído e injectado em pipelines de gás natural para posterior venda e utilização como matéria-prima industrial na geração de calor e electricidade. O que era antes um subproduto da indústria do carvão torna-se cada vez mais uma fonte de gás natural”

Zonas Geopressurizadas

“São formações subterrâneas naturais que estão sob uma pressão anormalmente elevada para a profundidade a que se encontram. Formadas por camadas de argila que se depositaram e compactaram muito rapidamente sobre uma camada mais porosa e absorvente, geralmente de areia ou de silte, limitadas lateralmente impedindo a migração dos fluidos. A água e gás contidos nas camadas de argila são “espremidas” para fora dessas camadas e entram nos poros dos depósitos de areia e silte. Devido à compressão existente, o gás natural deposita-se nestes poros sob altas pressões (daí o termo geopressurização). Estas zonas, para além das propriedades acima descritas, estão tipicamente localizadas a grandes profundidades, entre 10 mil e 25 mil pés (3 a 7 Km) abaixo da superfície da terra.
A combinação de todos estes factores faz com que a extracção deste tipo de gás natural seja bastante difícil. No entanto, segundo estimativas da Agência Internacional de Energia esta é a fonte que encerra as maiores quantidades de gás natural do mundo.”

SUB-SEA HYDRATES OU GAS HYDRATES (Existente Em Portugal)

Os hidratos de gás metano são a forma de gás natural, não convencional, mais recente a ser descoberta e estudada. Estas formações são sólidos cristalinos em que um hidrocarboneto, geralmente metano, está preso num invólucro de gelo. Ocorrem nos espaços porosos de rochas sedimentares, formando cimentos, nódulos ou camadas. Encontram-se em depósitos sob sedimentos oceânicos ou no interior de formações continentais sedimentares. Estes hidratos assemelham-se a neve derretida ou a derreter, tendo sido descobertos pela primeira vez em regiões de permafrost do Ártico. Contudo, o seu estudo veio revelar que este tipo de formações é muito mais comum do que inicialmente se esperava.
Os hidratos de gás ocorrem abundantemente na natureza, tanto em regiões árticas como em sedimentos marinhos nas proximidades das margens continentais. O hidrato de metano é estável em sedimentos no fundo do mar a mais de 300 metros e, onde ocorre, desempenha uma função de cimentação dos sedimentos soltos, formando uma camada que pode atingir centenas de metros de espessura.
Os fundos oceânicos com ângulos de talude inferiores a 50 graus são estáveis nas margens continentais atlânticas, no entanto, existem muitas marcas de deslizamentos, o que evidencia a ocorrência de um fenómeno desconhecido. A profundidade do topo destas marcas é próxima da profundidade da zona de hidratos, sendo que a análise dos perfis sísmicos indicou uma menor quantidade de hidratos nos sedimentos imediatamente sob as marcas. Este facto sugere que a instabilidade destas formações está na causa dos deslizamentos nas margens continentais. O mecanismo que pode dar origem a estes fenómenos está ligado à destruição destes hidratos na base da camada que os contém. Esta mudança transforma uma zona semi- cimentada numa zona saturada de gás livre com pouca resistência, facilitando o deslizamento.
A causa desta destruição de hidratos é atribuída à redução de pressão devido à diminuição do nível das águas do mar, que ocorrem em períodos glaciares.
Juntamente com o depósito sólido de hidratos, pode ainda estar contido gás convencional sob as formações de hidratos e sedimentos marinhos, que funcionam como uma camada impermeável, ou seja, uma armadilha. Como este gás está sob pressão dentro de uma estrutura cristalina, as suas moléculas estão “arrumadas” de uma forma mais densa do que em qualquer outra forma de gás, convencional ou não. Estas camadas cimentadas pelos hidratos de gás, que funcionam como armadilhas de gás livre existente em camadas inferiores, podem ser vistas como potenciais recursos mas também podem representar potenciais perigos para as operações de perfuração e, como tal, devem ser estudadas.
A produção de gás contido em reservatórios em que as armadilhas sejam deste tipo, pode ser também uma maneira de produzir o gás dos próprios hidratos que, com a redução das pressões do reservatório subjacente, se libertam e recarregam o referido reservatório com gás da armadilha.”

TIGHT GAS (Existente em Portugal)

“O Tight Gas é um gás contido em formações muito compactas e invulgarmente impermeáveis de rocha muito dura, em formações de areias (arenitos e grés) ou calcários muito impermeáveis e não porosos que produzem na sua grande maioria gás seco . Este tipo de formações é designado vulgarmente como Tight Sands e Tight Carbonates, respectivamente.
Uma vez perfurado um reservatório convencional de gás natural, este gás pode começar a ser produzido muito rapidamente e sem grandes dificuldades. Neste tipo de formações (tight) têm de ser aplicadas algumas técnicas, das quais são exemplo a fracturação hidráulica e a acidificação, a fim de que o gás possa ser produzido economicamente.”

Shale Gas ( Existente em Portugal)

O shale é uma rocha sedimentar de grão muito fino  que se parte facilmente em finas
camadas, paralelas entre si. É uma rocha de baixa dureza mas não se desintegra uma vez molhada ou húmida. Estas rochas “xistosas” podem conter gás natural, principalmente quando duas camadas de shale negro confinam uma camada mais fina.

Dry Gas – Gás natural que não contém ou contém quantidades mínimas de hidrocarbonetos líquidos e é constituído por mais de 95% de metano. Contém menos de 0,1 galões de líquidos por cada Mcf (Million cubic feet).

Devido às suas propriedades (impermeabilidade e baixa porosidade) é consideravelmente mais oneroso e difícil extrair o gás neles contido do que em depósitos de gás convencional.
Estas formações são simultaneamente o reservatório e a rocha-mãe, quando a sua génese (da rocha e gás) é contemporânea. Neste caso, a tradução de Shale para Xisto não será correcta, sendo que uma rocha metamórfica passa por processos de pressão e temperatura que ultrapassam em muito as da janela do petróleo e gás natural. Assim, Shale pode também conter na sua definição as margas e calcários argilosos que contêm gás nos seus poros, fracturas e absorvido na sua matriz. Para manter a abrangência da palavra utilizaremos doravante, Shale sem tradução.

Geologicamente, os Shales que contêm gás natural são rochas de grão fino e ricas em matéria orgânica. Os seus poros são muito pequenos, o que torna o fluxo de gás muito difícil no seu interior, podendo classificar-se como impermeáveis, a não ser que estejam naturalmente fracturados ou que se criem essas fracturas para que o fluxo seja facilitado, abrindo ligações entre os seus poros.
Já, há muito tempo, se conhecia a presença de gás nestas formações mas não era viável a sua extracção. No passado recente, a conjugação de dois factores tornou possível e economicamente viável a produção deste gás:

– Avanços na perfuração horizontal;
– Avanços na fracturação hidráulica de maciços.

Analisadas as especificidades dos sete tipos de gás não convencional acima descritos, conclui-se que nem todas as classes se enquadram no âmbito do presente trabalho. No caso do gás ártico e dos hidratos de gás, a sua localização geográfica na região árctica e nas margens continentais (offshore), respectivamente, extrapola o objecto deste estudo (onshore de Portugal).
No caso do CBM, para além de não dispormos de dados referentes à prospecção de carvão na bacia Lusitaniana, o foco será dado aos hidrocarbonetos derivados do petróleo excluindo assim esta classe.

Em relação ao deep gas ou gás profundo, também não será abordado por dois motivos. O primeiro e principal é por que, à data, a maioria das entidades e autores da área não o consideraram não convencional. Em segundo lugar, qualquer outro dos gases aqui abordados pode também estar localizado a profundidades elevadas e daí que esta subcategoria acaba por não fazer sentido. Poderia passar a ser identificada como uma característica de localização de qualquer outro tipo de gás.
Assim como no caso do deep gas, o gás existente em zonas geopressurizadas acaba por ser um tipo ou categoria alicerçada numa especificação de duas características físicas do reservatório. Por um lado a pressão, por esta ser anormalmente alta, por outro lado a profundidade, também elevada. De igual forma, na maior parte da bibliografia consultada, esta categoria não é sequer considerada, remetendo-nos para o mesmo raciocínio anterior, que será englobar esta categoria como sendo um estado físico a que qualquer tipo de reservatório possa estar sujeito.

Resumindo, assumir-se-á que este estudo estará confinado ao Tight Gas e ao Shale Gas por estas serem as duas categorias de gás não convencional cuja presença poderá ser uma realidade neste contexto.

A BACIA LUSITANIANA

A bacia Lusitaniana é uma bacia sedimentar que se desenvolveu na Margem Ocidental Ibérica durante parte do Mesozóico. A sua dinâmica enquadra-se no contexto da fragmentação da Pangeia, mais especificamente da abertura do Atlântico Norte. Caracteriza-se como uma bacia distensiva, pertencente a uma margem continental do tipo atlântico de rift não vulcânica. Ocupa mais de 20 000 km 2 na parte ocidental da Margem Ocidental Ibérica, alongando-se por cerca de 200 km segundo direcção aproximada NNW-SSE e por mais 100 km na direcção perpendicular; cerca de 2/3 aflora na área continental emersa e a restante área, encontra-se imersa, na plataforma continental (Kullberg et al., 2006).

Com base em variações de fácies e espessura das unidades litoestratigráficas do Jurássico Inferior que afloram à superfície, Rocha e Soares (1984) dividiram a bacia em três sectores:

1. Setentrional, limitado a Sul pela falha da Nazaré, com grande espessura de sedimentos depositados durante o Jurássico Inferior e Médio e o Cretácico Superior-Paleogénico, estes formados noutro contexto geodinâmico;

2. Central, situa-se entre as falhas de Nazaré, a Norte, e de Torres Vedras-Montejunto- Arrife, a Sul, onde o Jurássico Médio aflora bem e apresenta fortes espessuras; corresponde, grosso modo, à área aflorante do actual Maciço Calcário Estremenho;

3. Meridional, limitado a Norte pelas falhas de Torres Vedras-Montejunto-Arrife e marcado pela importância da sedimentação do Jurássico Superior e Cretácico Inferior.

A grande fase de rifting iniciou-se no final do Jurássico (Oxfordiano), originando a separação entre a Península Ibérica e a América do Norte no Cretácico Inferior.
O Jurássico superior mostra variações abruptas de espessura devido a uma diferenciação da bacia Lusitaniana em várias sub-bacias de rápida subsidência.

Particularmente durante o Oxfordiano superior-Kimeridgiano inferior, as sub-bacias desenvolveram-se como half-grabens (Turcifal e Arruda) e também como estruturas de erosão de salina (Bombarral-Alcobaça). Estas sub-bacias possuem histórias deposicionais distintas.

Durante o Tithoniano (Portlandiano) manteve-se a mesma evolução sedimentar: sedimentos marinhos a Sul e depósitos terrestres a Norte, com a deposição de sedimentos clásticos continentais grosseiros – Grés Superiores – alcançando agora áreas mais a Sul do que anteriormente.

A Sul de Peniche, a formação de Grés Superiores evolui para sedimentos clásticos de plataforma litoral e carbonatos – “Pteroceriano” – maioritariamente, recoberto por carbonatos litorais de pequena profundidade.

Finalmente, a deposição de carbonatos marinhos só teve continuação na área de Sintra, sem descontinuidade desde o Jurássico superior ate ao Cretácico inferior. No resto da bacia, os sedimentos do Jurássico superior e do Cretácico inferior estão separados por uma grande discordância.
A separação da América do Norte, da Europa e da Ibéria ocorreu na base do Cretácico e resultou em grandes discordâncias nos níveis do Neocomiano e intra-Aptiano. Estas
discordâncias aumentam de amplitude em direcção à margem Este da bacia Lusitaniana e indiciam que as falhas de limite da bacia estiveram activas durante a deposição do Cretácico inferior. A deposição de sedimentos clásticos no Cretácico é posterior a uma grande fase de remobilização dos diapiros, que teve a sua maior intensidade no Jurássico superior.
As sequências deposicionais seguintes representam uma fase pós-rifting do Jurássico superior: a sequência do Valangiano a Aptiano inferior e Aptiano superior a Turoniano demonstram distribuições de fácies semelhantes, com pouca variação de espessura e cobrem grande parte da bacia. Em ambas as sequências, as zonas Norte caracterizam-se por sedimentos clásticos (formação de Torres Vedras). A formação de Torres Vedras formou-se em ambientes fluvio- deltaicos com intercalações calcárias marinhas e/ou pantanosos.
Durante o Cenomaniano, um mar pouco profundo cobriu novamente grande parte da bacia Lusitaniana, depositando localmente calcários (formação do Cacém). A parte Superior da formação do Cacém demonstra uma fácies de regressiva que inclui um aumento dos rudistas.
Durante o Senoniano, a área a Sul do cabo Mondego emergiu. No entanto, a Norte, desenvolveu-se uma bacia do Cretácico superior, que se encheu sequencialmente de sedimentos clásticos de origem continental – formação de Gândara; margas marinhas e calcários – formação Carapau; depósitos de sedimentos clásticos marinhos de baixa profundidade e dolomites – formação Dourada.

A margem Atlântica aparenta ter permanecido uma zona de erosão durante o Cretácico superior – início do Cenozóico.
Durante o Oligocénico, ocorreu apenas sedimentação terrígena esporádica – formação de Benfica – no onshore da bacia Lusitaniana, enquanto na parte offshore, a Oeste e a Norte, foi depositada apenas uma fina sequência de carbonatos marinhos de pouca profundidade variando lateralmente a clastitos terrígenos – formação Espadarte.
O Neogénico encontra-se representado por uma fina sequência de sedimentos clásticos terrígenos – formação da Moreia.
A fase inicial de inversão, que aparenta ter sucedido durante o Campaniano superior- Maastrichiano, está relacionada com o início da fase compressiva da Ibéria com a Europa e África, devido ao seu movimento relativo. A mais recente fase de inversão da bacia ocorreu no fim do Miocénico. A colisão das placas Africana e Ibérica criou uma cadeia montanhosa de rift- bético sobre o Sul de Espanha-Norte de África e criou um regime tectónico compressivo em grande parte do Centro-Sul de Portugal .

FORMAÇÃO DA BRENHA E CANDEEIROS

“Os sedimentos da base da primeira unidade (Liásico médio e superior) são essencialmente constituídos por margas e calcários margosos; no Aaleniano predominam os calcários margosos que passam, no Bajociano, a calcários compactos.
A Formação de Brenha assenta em concordância sobre as Camadas de Coimbra, em toda a bacia.
No sector sul da bacia a sedimentação efectua-se em ambientes sempre menos profundos do que os observados nos restantes sectores para o intervalo de tempo em que se enquadra a Formação de Brenha: rampa interna no Pliensbaquiano, tidal flat no
Toarciano, supra- a inter-mareal no Bajociano e Batoniano e submareal a mareal no Caloviano.
Na parte oriental dos sectores central e norte da bacia, diferencia-se outra unidade, a Formação de Candeeiros, com limite inferior diacrónico desde o Bajociano. A diferenciação destas unidades verifica-se ao longo de um eixo submeridiano (Arunca- Montemor no sector norte e Rio Maior-Porto de Mós-Leiria no sector central), que separa ambientes de plataforma interna, lagunar e intermareal para Este, de ambientes de características hemipelágicas com a formação de turbiditos carbonatados a Oeste.

A Formação de Brenha depositou-se em ambiente de rampa carbonatada externa de águas relativamente profundas, onde são frequentes as faunas de amonites, e a Formação dos Candeeiros em rampa carbonatada interna de pequena profundidade.
Condições de mar aberto passam a prevalecer a partir do Liásico médio e a topografia do fundo continua a apresentar geometria de rampa homoclinal, com o desenvolvimento de turbiditos na sequência margosa com finas intercalações calcárias do Toarciano.
O retorno progressivo à sedimentação carbonatada no final do Toarciano, após um intervalo predominantemente margoso (Liásico médio e superior), é acompanhado, em Peniche, pelo desenvolvimento de fluxos silicicláticos e associações biodetríticas
amalgamadas, sob influência nítida do alto fundo da Berlenga, bastante próximo.
Provavelmente no topo da Formação de Candeeiros (Caloviano?; Caloviano / Oxfordiano?) ocorrem importantes movimentos gravíticos de massas. Citam-se três casos, a título de exemplo: Ateanha, Sicó e Alvaiázere.
No corte tipo localizado na região de Brenha, ao longo da estrada Figueira da Foz- Aveiro, a formação apresenta espessura de aproximadamente 950 m. A parte superiorcarbonatada da Formação da Brenha (Dogger) apresenta espessura inferior à sua
equivalente lateral, a Formação de Candeeiros, por um espessamento em direcção a Este e Sul.”

CONCLUSÕES
“Concluiu-se, em primeiro lugar, que o gás natural, a par do petróleo, é uma importante fonte de energia. É um recurso abundante, mais limpo que os demais combustíveis fósseis e é bastante competitivo no mercado energético.
A prospecção e produção deste recurso no nosso país constitui uma enorme mais-valia económica, tecnológica e social. Este facto materializa-se na redução da dependência energética do exterior, criação de mais-valias para o estado (contratos de concessões, royalties, entre outros), criação de emprego, introdução de valências industriais e o incentivo à formação de quadros qualificados para desempenhar as tarefas necessárias às operações de prospecção e produção.
Concluiu-se também que, para além de prospecção de gás natural convencional, fará sentido, na zona emersa da bacia Lusitaniana, realizar trabalhos mais aprofundados de prospecção de shale gas e tight gas.

Todas as litologias descritas da Bacia, nas formações estudadas (Brenha e Candeeiros), enquadram-se perfeitamente no triângulo onde se “balizam” os reservatórios de shale e, por conseguinte, não é possível ignorar a possibilidade de existência de reservatórios com tais características.

Em relação aos mapas criados, existe uma conclusão que se destaca, após ser realizada a normalização dos volumes de vazios pela área:

A zona 2, situada no concelho de Alenquer, é a zona com maior índice de vazios por área, o que significa que, quando interceptada por um poço vertical, é a zona que terá um maior índice de vazios exposto ao referido poço e, como tal, será provavelmente a área mais interessante a prospectar, sob este ponto de vista.
Embora o volume de vazios seja um bom indicador da qualidade do reservatório existem inúmeros outros parâmetros a ser considerados, mas para os quais não dispomos de informação, como por exemplo o factor de expansão do gás, pressão, temperatura, entre outros.
A produção de um qualquer bem está sujeita à lei da oferta e da procura. O caso do gás não é diferente. As flutuações de preço, quer pela conjuntura internacional quer do ponto de vista da sazonalidade, são factores que afectam a produção ao ponto de a poderem tornar não rentável. Este facto só é passível de ser contornado com uma capacidade de armazenamento para posterior venda, quando o mercado se tornar mais favorável. A produção de gás na bacia Lusitaniana tem como ponto forte a possibilidade de comportar tal armazenamento. Este armazenamento pode ser realizado em diapiros salinos que estão amplamente disseminados pela bacia Lusitaniana, oferecendo uma maior estabilidade à eventual produção.
Finalmente, sugere-se um estudo mais aprofundado às potenciais rochas-mãe existentes na bacia Lusitaniana, pois nelas jaz o potencial de poderem ser simultaneamente rochas reservatório de shale gas e shale oil.

Petroleo, Caldas da Rainha. E Termas?

Petróleo nas Caldas da Rainha. 1 de Abril de 2011, Gazeta das Caldas

parqueAs dificuldades que têm sido levantadas em Alcobaça para a pesquisa de petróleo no subsolo, fizeram com que os responsáveis decidissem lançar uma pesquisa nas Caldas da Rainha, uma vez que, como se sabe desde há algum tempo, existem aflorações do precioso líquido, tanto no concelho vizinho como no mar fronteiro a Peniche.”

 Foto: Carros de investigação para petróleo contratados pela Mohave OIl and Gas/ Porto Energy. As corporações de petróleo parecem que colaboraram com a Gazeta.

Obras na cidade podem detetar indícios de petróleo no subsolo. 29-03-2013, Jornal das Caldas

 Primeira Página; Fala por si

t1A realização de obras na cidade que tem fechado ruas à circulação do trânsito sem  que a população seja avisada, sendo apanhada de surpresa, até pode vir a compensar os incómodos que tem causado, já que no decurso das mesmas foi feita uma perfuração acidental na Rua Coronel Soeiro de Brito, que levou à descoberta de indícios da possibilidade de haver petróleo no subsolo”

Estes dois artigos em jornais regionais das Caldas “tiveram a mesma ideia” para o 1º de Abril (dia das mentiras), a existência de petróleo nas Caldas da Rainha. Ambas as noticias foram desmentidas nas edições seguintes, e apresentadas como partida 1 de Abril. As Caldas está inserida na mesma formação rochosa que as outras localidades do Oeste com formações de hidrocarbonetos (gás, petróleo) como Alcobaça, Rio Maior, Alenquer, S. Pedro Muel, Torres Vedras, Peniche, todas elas já com investimentos e autorizações para investigação e exploração de petróleo e gás natural.

vários artigos sobre exploração de gás e petróleo em jornais locais:

http://www.jornaldascaldas.com/Obras_na_cidade_podem_detetar_indicios_de_petroleo_no_subsolo

http://www.jornaldascaldas.com/coloquio-havera-petroleo-em-peniche

http://www.oesteglobal.co/So_falta_Portugal_encontrar_petroleo_apos_grandes_descobertas_no_Brasil_e_Angola__Presidente_Galp

http://www.jornaldealcobaca.com/Mohave_inicia_trabalhos_de_pesquisa_de_petroleo_dentro_da_cidade_de_Alcobaca

http://www.gazetacaldas.com/10411/petroleo-nas-caldas-da-rainha/

http://www.gazetacaldas.com/31091/hospital-termal-a-interminavel-saga/

http://www.gazetacaldas.com/9697/prospeccao-de-petroleo-em-alcobaca-sem-riscos-para-estruturas-do-mosteiro/

http://www.gazetacaldas.com/20930/mohave-acredita-que-ha-gas-natural-em-alcobaca-com-viabilidade-de-exploracao-ao-longo-de-uma-decada/

http://www.gazetacaldas.com/26420/sinais-encorajadores-na-prospeccao-de-gas-em-alcobaca/

http://www.gazetacaldas.com/25101/mohave-inicia-perfuracao-em-alcobaca-e-a-cidade-ja-ganha-com-a-empreitada/

http://www.gazetacaldas.com/?s=Admiraveis+destinos

Mas a verdade é que é bem possível ser verdade existir petróleo no solo das Caldas. As Caldas está inserida na chamada Bacia Lusitânia.

Neste artigo vamos ficar o mais possível focados nas Caldas da Rainha, mas falaremos também na Bacia Lusitânia para provar que estas noticias e a divulgação da exploração em Alcobaça, nestes jornais pode ser uma Negra e Azul “mentira”. A exploração de petróleo e gás seria desastrosa para as termas. Então para as substituir será preciso afastar a população das decisões sobre o hospital e criar um investimento que assegure o crescimento e progresso da cidade… dizemos nós!

quadrants_ptA Bacia Lusitânia é uma bacia sedimentar que se desenvolveu na Margem Ocidental Ibérica (MOI) durante parte do Mesozóico, e a sua dinâmica enquadra-se no contexto da fragmentação da Pangeia, mais especificamente da abertura do Atlântico Norte.”

participação essencialmente evaporítica é variável no quadro de uma possível coordenação por um mínimo(?) de duas áreas depocêntricas (Wilson & Leinfelder, 1990): uma a Norte, com funcionalidade no diapiro de Caldas da Rainha-Monte Real (…) De acordo com os trabalhos da Shell Prospex Portuguese (in Watkinson, 1989), a Form. de Dagorda (Peniche) subdivide-se em três membros, particularmente expressos na sondagem de S. Mamede” (…)

A Bacia Lusitaniana está limitada a Oeste por uma falha normal de bordo de bacia, que terá uma orientação próxima de NNE-SSW e aflora na actual plataforma continental. O testemunho emerso mais próximo desse limite é dado pelo conjunto de ilhéus da Berlenga, Estelas e Farilhões, situados a Oeste da península de Peniche, pertencentes ao bordo levantado de soco paleozóico. Esta estrutura limitadora da bacia a ocidente é designada por horst da Berlenga. Na outra margem deste relevo estrutural encontra-se uma bacia assimétrica, na actual zona de talude continental, designada por bacia externa (e.g.Kullberg, 2000) ou bacia de Peniche (e.g. Alves at al., 2006).”

Martzi 14 Idade da Crosta Oceânica Atlântica_thumb[5]IV. DINÂMICA DA BACIA

Como foi referido, a Bacia Lusitaniana evoluiu em regime tectónico distensivo durante o Mesozóico, que levou à formação de crosta oceânica Atlântica e da Margem Ocidental Ibérica.”

  V.EVOLUÇÃO PALEOGEOGRÁFICA PÓSRIFT (CRETÁCICO SUP.)

A primeira destas etapas está centrada no corpo carbonatado do Cenomaniano-Turoniano da Estremadura e Beira Litoral (Choffat, 1900; Berthou, 1973; Soares 1966, 1968a, 1968b, 1972, 1980; Lauverjat, 1982), com maior expressão nas regiões de Lisboa-Sintra, Nazaré-Leiria-Ourém e Baixo Mondego.”

Em pleno máximo transgressivo e a partir da parte média do Cenomaniano Sup., a plataforma carbonatada é afectada por movimentos tectónicos ligados à actividade diapírica e à reactivação de eixos de fracturação mais antigos. O rejogo destas estruturas, com destaque para as de Arunca-Montemor-Palhaça, Rio Maior-Leiria-Monte Real-Carriço e Caldas da Rainha-Nazaré-Leiria-Pombal levou à diferenciação de domínios paleogeogáficos”

Em finais do Cenomaniano Sup. [zona de Pseudonodosoides (Callapez, 2001, 2004), equivalente à zona

standard de Juddii (Kennedy,1985) o desenvolvimento da plataforma é fortemente perturbado por movimentos com carácter compressivo, que resultam em soerguimento dos sectores situados a Sul do eixo de Caldas da Rainha-Nazaré-Leiria-Pombal.

http://run.unl.pt

Sistemas Petrolíferos

ROCHAS MÃE E GERAÇÃO DE PETRÓLEO

Quantidades significativas de petróleo foram geradas nas bacias Lusitânica e do Porto como mostram as numerosas manifestações superficiais e indícios encontrados em sondagens. Na bacia do Algarve, os indícios de petróleo encontrados são menos significativos apesar de, em 2 das 5 sondagens perfuradas até hoje, terem sido detectados indícios de gás e/ou óleo. Quanto à bacia do Alentejo e às restantes 5 bacias exteriores (no deep-offshore), nada pode ser afirmado peremptoriamente uma vez que nunca foram perfuradas, mas não há razão para duvidar da existência de um sistema petrolífero também nestas bacias

Análises geoquímicas a amostras do Norte da bacia Lusitânica revelaram espessuras de rocha geradora entre 140 a 190 m, valores de TOC entre 0,2 e 5,8 % e valores de reflectância média de vitrinite entre 0,7 e 2,0 %, o que coloca essas amostras na janela de óleo-gás Recifes carbonatados, sobretudo do Jurássico Superior, são comuns na bacia Lusitânica. Reservatórios razoáveis a bons encontram-se localmente no Jurássico Superior desta bacia

ARMADILHAS

As armadilhas de petróleo são estruturas estratigráficas e/ou tectónicas (ou estruturais) que permitem a sua  acumulação. Nas bacias portuguesas existem ambos os tipos mas, provavelmente, mais de 90% das sondagens  realizadas, até hoje em Portugal, tinham como objectivo armadilhas estruturais. Isto reflecte provavelmente o facto de as armadilhas estruturais serem mais fáceis de identificar na sísmica do que as armadilhas estratigráficas. Outra causa, pode ter a ver com o facto de, muitas vezes, as armadilhas estruturais apresentarem maiores acumulações de petróleo que as armadilhas estratigráficas e na altura em que a maioria das sondagens foram efectuadas em Portugal, anos 70 e 80, as concessionárias procuravam grandes campos petrolíferos.

Alguns exemplos de armadilhas perfuradas emPortugal:

Anticlinais: e.g. sondagem Moreia-1, no offshore da Figueira da Foz, na bacia Lusitânica.
Falhas: e.g. sondagem 14A-1 (falha inversa), também no offshore da Figueira da Foz, na bacia Lusitânica.
Diapiros de sal: e.g. sondagens de Monte-Real, a Norte de Leiria, na bacia Lusitânica.
Reservatórios fracturados: e.g. sondagens da Abadia, em Torres Vedras, na bacia Lusitânica.
Recifes: e.g. sondagem Touro-1, no offshore de Viana do Castelo, na bacia do Porto.
Canais fluviais: e.g. sondagem Aljubarrota-1, perto de Alcobaça, na bacia Lusitânica.

http://www.dgeg.pt/dpep/pt/geology_pt/wells_summary_pt.htm

Geologia do Petróleo de Portugal

AS BACIAS SEDIMENTARES MESO-CENOZÓICAS

Os novos dados de sísmica e de gravimetria adquiridos pela TGS-NOPEC (ver a página História da pesquisa) permitiu uma melhor demarcação das bacias sedimentares do onshore, do offshore pouco profundo e permitiu ainda reconhecer novas bacias desenvolvidas em águas mais profundas

A bacia Lusitânica, localizada a Sul da bacia do Porto, é a maior das bacias interiores portuguesas e estende-se do onshore para o offshore com uma área de cerca de 22000 km2. O pacote sedimentar que a preenche, com cerca de 6 km de espessura, tem uma idade semelhante à da bacia do Porto mas apresenta uma maior espessura dos sedimentos do Jurássico, em comparação com os do Cretácico. Tal como acontece com a bacia do Porto, também aqui a espessura dos sedimentos Cenozóicos é fina.

A evolução das bacias exteriores não é tão bem conhecida uma vez que a maior parte dos dados cobrindo esta área só recentemente se encontra disponível. O relatório “Portugal Deep 2000 Evaluation Report”images, realizado e comercializado pela TGS, fornece o enquadramento geológico regional das bacias do deep-offshore de Portugal. Alguns dos modelos propostos no relatório estão disponíveis no site:  http://www.tgsnopec.no.

A área total das bacias exteriores ainda é desconhecida. A sísmica TGS do deep-offshore fornece uma ideia das formas destas bacias, mas os seus limites são ainda incertos. O mesmo pode ser dito quanto à espessura sedimentar e idade dos sedimentos. No entanto, podemos afirmar que a espessura do pacote sedimentar Cenozóico parece significativamente mais espesso do que é observado nas bacias interiores da margem ocidental, o que permite pensar num futuro promissor para a pesquisa destas bacias.

No Neogénico ocorreu de novo um período de subsidência e transgressão em todas as bacias, particularmente no Sul da bacia Lusitânica e nas bacias do Alentejo e Algarve, onde foram acumuladas espessas sequências de materiais terrígenos e de carbonatos marinhos pouco profundos.

As Corporações utilizam uma técnica conhecida por Fait Acompli – Uma facto consumado; uma acção que é completada antes que aqueles afetados por ela possam inquirir ou reverte-la.

03piombinoCOVAs táticas são várias, criam-se os problemas e presenta-se a solução.

Se um dia aparecer nos Jornais; Petróleo nas Caldas da Rainha não será no 1º de Abril.

As Caldas está no meio de toda a investigação e exploração de hidrocarbonetos na zona Oeste, mas somos os únicos em que a economia depende do turismo (termas), o que não quiser que o Estado facilite terrenos para petróleo e gás como faz para o “turismo” de luxo, onde o exemplo do Bom Sucesso está aos olhos de todos.

 Com a crise, as corporações investem em tudo o que queiram vender. O  “nosso” País com o FMI, está a saldo. O envestimento pela industria do petroleo para extração e modos de vida dos seus investidores estão bem patentes na zona Oeste. Se pensa que não pode mudar o que está mal. O que vão pensar as gerações futuras?

Localidades para fracking,Portugal

Setembro de 2011

A Porto Energy ( Mohave Oil) anuncia que completou a aquisição de mais de 1,000 km2 de dados 3D seismic sobre o Cabo Mondego-2 e São pedro de Muel offshore.

Adicionalmente, a companhia iniciou um programa 2D seismic de 240 km2 sobre a Serra de Montejunto que inclui Lapaduços e Cruz de Pedra. O programa atingirá a mancha do Jurassic Carbonate, Jurassic Reefs e Pre-Salt Silves e está desenhado para localizar e definir locais para futuros poços. Ao completar este trabalho, a empresa terá cumprido as suas obrigações sobre o trabalho com o governo Português.

“Estamos preparados a aplicar tecnologia de exploração no nosso programa, nunca utilizada em Portugal”, diz Joseph Ash, presidente da Porto Energy. Estamos também decididos a furar sem parar com optimismo em Aljubarrota.

Como já noticiado, a empresa esta atualmente a furar o poço SPC-2 para testar um segundo Jurassic Reef que está abaixo verticalmente 1,700 metros aproximadamente. Dependendo dos resultados do SPC-2, a empresa antecipa mobilizar o rig para o poço Alj-4 para fazer teste de fluido baseado nas analises a 65 metros do core convencional e 430 metros de buracos abertos na formação de  Brenha na zona baixa. Esta zona mais baixa não tinha sido identificada nos poços anteriores, nesta seção.  Esta nova informação sugere que a estimulação por fratura pode não ser necessária.

PETROLEO em PORTUGAL

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A seguir vem um resumo da história da pesquisa de petróleo em Portugal

Onde descobri que em 1938 foi emitido um alvará de concessão de pesquisa de petróleo e Tar Sands (areias betuminosas), em território “português”.

Em 1973/74 foram emitidos 30 contratos de áreas offshore.

 

Desde 1978 a 2004 foram atribuídas 39 áreas de avaliação.

Em 2006 só a Mohave Oil & Gas corporation operava em Portugal. Adquiriu 760 km2 offshore e 224 km2 onshore.

Em 2007 assinaram-se 12 novos contractos

Empresas directamente envolvidas:

Repsol- YPF (Espanha), RWE – Dea (Alemanha), Hardman Resources Ltd, Petroleos de Portugal, Petrogal S.A., Partex Oil and Gas Corporation, Petrobras international, Galp.

A Pesquisa de Petróleo em Portugal

EM RESUMO…

Apesar de alguns trabalhos de pesquisa terem sido realizados (mapa) ao longo dos anos nas bacias sedimentares portuguesas, pode considerar-se que estas se encontram subavaliada. Mesmo a bacia Lusitânica, a mais pesquisada das bacias portuguesas, com uma densidade de sondagens da ordem de 2,4 por 1000 km2, é disso um bom exemplo.

Os resultados das sondagens foram muitas vezes encorajadores e não existem dúvidas da presença – pelo menos em algumas das bacias – de todos os componentes (rochas mãe maduras, reservatórios selados e armadilhas) necessários a potenciais acumulações económicas de petróleo. Contudo, ainda não existe produção em Portugal.

As bacias “tradicionais” (Porto, Lusitânica e Algarve) continuam a estimular a pesquisa com a procura de novos objectivos que permitam obter descobertas comerciais, como é comprovado pelo continuado interesse das companhias que continuam a achar que vale a pena investir na pesquisa em Portugal.

As áreas de fronteira – as bacias mais profundas e exteriores para Oeste e Sul da plataforma continental – apresentam novas oportunidades de pesquisa, particularmente tendo em conta os termos contratuais e um regime fiscal muito favoráveis.

HISTÓRIA DA PESQUISA

As primeiras sondagens de pesquisa foram efectuadas no início do século passado. Estas eram, na maioria, pouco profundas e localizadas junto a ocorrência de rochas impregnadas por petróleo à superfície (seeps), no onshore, Norte e Sul da bacia Lusitânica.

Em 1938 foi emitido um alvará de concessão para pesquisa de petróleo e substâncias betuminosas, abrangendo as bacias Lusitânica e do Algarve. Por várias vezes houve transmissão dos direitos desta concessão, que se manteve activa até 1968.

Durante o período de vigência da concessão foram adquiridos, no onshore da bacia Lusitânica, cerca de 3264 km de sísmica de reflexão, na maioria mono-canal, levantamentos de gravimetria e um pequeno levantamento magnético perto de Lisboa. Nesta bacia foram ainda efectuadas 78 sondagens de pesquisa, das quais apenas 33 atingiram profundidades superiores a 500 m. Muitas destas sondagens apresentaram fortes indícios de petróleo e algumas atingiram produção sub-comercial. Durante este período, na bacia do Algarve, apenas foram efectuados levantamentos de gravimetria.

Depois do abandono desta concessão, sob nova legislação de petróleo, as áreas de prospecção e pesquisa, onshore e offshore, foram divididas em blocos, tendo por base uma malha regular e postos a concurso internacional. Do concurso resultou a assinatura de 30 contratos para áreas no offshore, em 1973 e 1974. O último destes contratos terminou em 1979. Durante este período foram realizados cerca de 21237 km de levantamentos sísmicos de reflexão multi-canal, gravimétricos e magnéticos. Para além destes levantamentos foram efectuadas 22 sondagens, 5 das quais na bacia do Porto, 14 na bacia Lusitânica e 3 na bacia do Algarve. Todas as sondagens foram fechadas e abandonadas, embora algumas tenham apresentado muito bons indícios de petróleo e duas delas, Moreia-1 e 14 A-1, produziram pequenas quantidades de óleo em drillstem tests.

Depois de 1979, a pesquisa abrandou consideravelmente no offshore. Todavia, em 1978 ressurge o interesse pelo onshore. Assim, de 1978 a 2004, foram atribuídas 39 áreas, das quais 23 concessões no onshore da bacia Lusitânica (duas destas abrangem lotes no onshore e no offshore), 15 concessões no offshore (11 na bacia do Porto, 3 na bacia do Algarve e 1 na bacia Lusitânica) e 1 licença de avaliação prévia no deep-offshore da bacia do Algarve. Durante este período foram efectuadas 28 sondagens, das quais 23 no onshore da bacia Lusitânica e 5 no offshore (3 na bacia do Porto e 2 na bacia do Algarve). Também em muitas destas sondagens foram encontrados bons indícios de petróleo, sobretudo óleo. Foram ainda adquiridos cerca de 36000 km de sísmica convencional, dos quais cerca de 27600 no âmbito de campanhas de sísmica multi-cliente – cerca de 4600 km pela GSI em 1984 e cerca de 23000 km pela TGS-NOPEC de 1999 a 2002.

Na sequência do levantamento sísmico e gravimétrico no deep-offshore realizado pela TGS-NOPEC em 1999-2002, foi lançado, em 2002, o Concurso Público para Atribuição de Direitos de Prospecção, Pesquisa, Desenvolvimento e Produção de Petróleo no Deep-Offshore. O grupo formado pelas empresas Repsol-YPF (Espanha) e RWE-Dea (Alemanha) candidatou-se aos blocos 13 e 14, que foram adjudicados em 2005.

No final de 2006, apenas uma companhia operava em Portugal, Mohave Oil & Gas Corporation, detentora de 2 concessões no onshore da bacia Lusitânica. Na região de Alcobaça, a Mohave encontrou fortes indícios de gás em duas das sondagens realizada e, na região de Torres Vedras, tem realizado um conjunto de sondagens, com recuperação de óleo em fracturas e iniciou testes de produção. A empresa adquiriu ainda 760 km de sísmica no offshore e 224 km no onshore. Esta sísmica e estas sondagens já foram consideradas nos totais atrás referidos.

Em 2007 houve um significativo incremento na prospecção e pesquisa de petróleo em Portugal com a assinatura de 12 novos contratos de concessão:

–  a 1 de Fevereiro de 2007, 3 contratos de concessão com as empresas Hardman Resources Ltd., Petróleos de Portugal – Petrogal S.A. e Partex Oil and Gas (Holdings) Corporation, em consórcio (“Hardman / Galp / Partex”), para as áreas Lavagante, Santola e Gamba, no deep-offshore da bacia do Alentejo (mapa).

Desde 25 de Março de 2010, por transmissão de posições contratuais, estas áreas são detidas pelas empresas Petrobras International Braspetro B.V. e Petróleos de Portugal – Petrogal S.A., em consórcio (“Petrobras / Galp”);

–  a 18 de Maio de 2007, 4 contratos de concessão com as empresas Petrobras International Braspetro B.V., Petróleos de Portugal – Petrogal S.A. e Partex Oil and Gas (Holdings) Corporation, em consórcio (“Petrobras / Galp / Partex”), para as áreas Camarão, Amêijoa, Mexilhão e Ostra, no deep-offshore da bacia de Peniche (mapa)

–           a 3 de Agosto de 2007, 5 contratos de concessão com a empresa Mohave Oil & Gas Corporation, para as áreas Cabo Mondego-2, S. Pedro de Muel-2, Aljubarrota-3, Rio Maior-2 e Torres Vedras-3, no onshore e offshore da bacia Lusitânica (mapa).

Em 2008 o consórcio Hardman / Galp / Partex realizou uma campanha sísmica 2D de 3.307 km na bacia do Alentejo (mapa) de modo a complementar e apertar a malha da sísmica previamente adquirida na área – a campanha sísmica da TGS-NOPEC registada entre 2000-2002.

Ainda em 2008 o consórcio Petrobras / Galp / Partex realizou uma campanha sísmica 2D de 8.615 km na bacia de Peniche (mapa) de modo a complementar e apertar a malha da sísmica previamente adquirida pela TGS-NOPEC, entre 2000-2002, nessa área.

A Mohave Oil & Gas Corporation prossegue o processo de aquisição, no onshore, de duas campanhas de sísmica 3D.

CONTACTOS: Divisão para a Pesquisa e Exploração de Petróleo

Teresinha Abecasis

(Chefe da DPEP)

email: teresinha.abecassis@dgge.pt

Telef.: +351 21 7969753

Virgilio Cabrita da Silva

(Consultor E&P)

email: virgilio.cabritadasilva@dgge.pt

Telef.: +351 21 7954871

Avenida da República 45, 5º Esq.

1050-187 Lisboa

Telef.: +351 21 795 4871

Fax:  +351 21 795 4926

NÃO AO PETROLEO EM PORTUGAL, NÃO ÀS TAR SANDS (areias betuminosas)