Eco-Racismo. A “pureza selvagem”e o activismo!

Os direitos dos povos indígenas ao redor do mundo estão sendo violados em nome da “conservação” – muito embora eles sejam melhores do que quaisquer outros povos em cuidar do seu meio ambiente. A Survival Internacional está lutando contra esses abusos com a sua campanha “Parques precisam de Povos”.

As vozes “contra” as explorações de gás e petróleo em Portugal e na Europa aumentam, e para 2016 vai haver mais grupos a falar contra. Esperamos que grupos onde estão ONG’s, com conhecimentos, aproximação com algumas das petrolíferas, com apoiantes e sócios tragam mais informação do que aquela liberada pelo Estado ou corporações e/ou conseguida por pessoas e grupos populares.

Dificilmente se poderá desmentir que o Ocidente está hoje a resistir às petrolíferas em massa porque estas puseram poços no seu quintal. Se nas décadas em que indígenas, pequenos grupos de activistas, e algumas ONG alertaram para o modo operandos das petrolíferas, da destruição ambiental, da violação dos direitos humanos, no apoio a grupos terroristas e governos corruptos, a massa branca a viver no Ocidente tivesse parado, ouvido e apoiado, as energias fósseis e outras formas de extração de “recursos naturais” não teriam lugar na sociedade moderna, e hoje teríamos uma sociedade mais sustentável ambientalmente e socialmente. Assim agora as petrolíferas preparam-se para fazer o mesmo aos “seus” conterrâneos, e nos seus países de origem o que fizeram nos países “ sub desenvolvidos” e aos povos “selvagens, incultos e não civilizados (domesticados)”.

Aqui no GNN, queremos levar a luta “ambientalista” a outros patamares normalmente não atingidos pelos grandes grupos ocidentais de defesa da natureza. A europa sempre mostrou outro caminho nas leis de defesa do consumidor e do cidadão, aprovando leis de segurança alimentar e de proteção ambiental, quando comparado com os EUA. Até há pouco tempo o petróleo Tar Sands era proibido na Europa, mas este ano o primeiro petroleiro com esse tipo de petróleo entrou em Bilbao, a fractura hidráulica também deveria ser proibida na Europa pelo simples facto de que as leis europeias de gases efeito de estufa não o permitem. Todos os problemas ambientais e problemas sociais dos países de terceiro mundo e EUA estão a caminho da Europa, e são os mesmos grupos ambientalistas que durante 20, 30 ou mais iou menos anos “lutam” na América e no mundo e que nada ou pouco conseguiram, que agora invadem a Europa com as suas ideias, acções, sendo senhores da razão. A Europa nunca teve uma ONG gigante, existem várias criadas em alguns países, mas quando se querem campanhas “reconhecidas” procura-se o nome Greenpeace, e agora 350 org, Sierra Club, etc… ou grupos “europeus” como o WWF sediado na Suíça. Mas quem são estes grupos? O que pensam os americanos, canadianos, ocidentais em geral e os povos indígenas destes grupos? Qual foi o seu papel na defesa dos espaços selvagens? Quais as consequências no presente e no futuro?

Para nós GNN o homem faz parte da natureza e a luta ambientalista não fica pelas árvores, pelos rios, pelas serras, pelo mar, estende-se até á condição intrínseca de elemento natural, parte da árvore, do rio, da espécie animal humana, sem raças, pedigrees ou hierarquia.

Uma coisa que estes grupos têm em comum é a recusa em falar de especismo, impacto da domesticação animal e gases efeito de estufa, na  “Eco-soberania Branca”, e da hierarquia (natural) onde o “homem” está de fora e acima da natureza, alimentada pelas própias… Agora invadem encontros de grupos activistas para passar a sua palavra e importar o seu modo de actuação para outros locais do mundo, estando agora na Europa em força para a luta anti fracking, que não conseguiram levar a cabo no seu continente. Em Portugal, com a entrada das petrolíferas, esses grupos apoiam e financiam acções contra as concessões, mas até onde vão…?

Estes grupos utilizam palavras como “grassroots movement” “desobediência civil, “ arriscar o corpo”, direitos constitucionais, etc…  Mas será…?

O movimento Racismo Ambiental, no Brasil define assim o RA: “Chamamos de Racismo Ambiental às injustiças sociais e ambientais que recaem de forma implacável sobre grupos étnicos vulnerabilizados e sobre outras comunidades, discriminadas por sua ‘raça’, origem ou cor”.

A WWF estando na Europa é reconhecida pela imagem do Panda. Em 2015 o grupo “Survivel Internacional” publicou um artigo onde chamava a atenção para o desinteresse das WWF pelos actos de violência cometidos por esquadrões “anti –invasores” formados com dinheiro da WWF. Estes grupos formados por guardas florestais, policias e soldados são acusados de perseguição, espancamento e tortura dos tribos “pigmeus” Baka nos Camarões. A primeira vez que a WWF foi informada de casos semelhantes foi por volta de 2002, o caso dos Baka foi informado em 2014, até este momento os ataques continuam. Depois de milhares de assinaturas, e depois do povo Baka ter pedido o fim do financiamento a estes grupos, a WWF disse que a campanha era “absurda” e “interesseira”.  Apesar de a WWF declarar que a Comissão dos Direitos Humanos dos Camarões estava a conduzir uma investigação, nada têm sido feito.

A WWF comprometeu-se a apoiar somente a criação de “áreas protegidas” ou restrições á caça e recolha extractivista de subsistência apoiadas pelos Baka. Mas as zonas protegidas foram criadas considerando os Baka “invasores”. Muitos Bakas relatam mortes depois de torturas e espancamentos.

Sobre os animais: “A WWF não apoiaria abertamente a utilização sustentável de vida selvagem para a indústria da caça como método de conservação, se não funcionasse.” WWF

EUA e grupos de conservação:

Os objectivos conservacionistas estão assentes em duas bases erradas, a primeira é que conserva o “selvagem”, que só é possível se realizado pela própria natureza (onde esses grupos não nos inserem). Depois acreditam na hierarquia, onde o ser humano é superior, e onde toda a natureza existe para nos servir. Daí os abusos, onde entendidos moldam a natureza selvagem, expulsando tudo o que não lhes serve, incluindo seres humanos que habitam as regiões á gerações.

Em 2016 o United States National Park Services completa um século, este aniversário acompanha o dogma do colonialismo e do genocídio cometido sobre os nativos americanos. E é este o modelo de conservação que os EUA começou a espalhar pelo mundo em 1916, com a invenção dos parques nacionais. Os problemas começaram em 1864 com o Yosemite Grant Act, onde era considerado que os povos que  habitavam Yosemite por 6.000 anos tinham de sair em nome da conservação. Jonh Muir, conservacionista chamava os indígenas de preguiçosos, essa ideia mantem-se até hoje. Na India um oficial disse que o povo tribal não quer sair da floresta porque têm “comida de graça” e são muitos preguiçosos para trabalhar, então tem de ser forçados.

Os europeus consideravam as terras selvagens porque não eram industrializadas como as deles, mas na verdade eram “moldadas” pelos seus habitantes através de queimas controladas, plantação de árvores e caça que assegurava o balanço de espécies.

Os nativos americanos foram quase todos expulsos dos parques “americanos”, os poucos que ficaram eram forçados a servir os turistas. Chegou ao ponto do turista querer os índios como nos filmes, e assim todos os índios se vestiam como nos filmes Hollywood. Os últimos nativos abandonaram os parques nacionais em 1969, depois de grandes fogos. Os parques deviam manter a selvajaria, mas foram construídos milhares de km de estradas, árvores abatidas para postos de observação, o balanço das espécies animais foram desequilibrados, e os predadores do homem eliminados, foram construídos hotéis de luxo, criadas áreas de alimentação de ursos, mantendo os animais dependentes da vontade humana. A conservação é o moldar do ambiente para extrair dinheiro.

O movimento conservacionista historicamente acompanha a ideia do racismo cientifico e a eugenia que se iniciam com o Yosemite Grant Act. A origem das espécies de Darwin foi publicada 5 anos depois de aprovado o YGA, e Francis Galton (primo de Darwin) estava a desenvolver a sua ideia racista de eugenia. Entusiastas eugenistas eram o escritor E.G. Wells e George Bernard Shaw ( prémio Nobel)que defendiam que aqueles geneticamente inferiores que não conseguissem “justificar a sua existência”, deviam ser humanamente gaseados.

Nomes de conservacionistas caçadores de grandes prémios como Teddy Roosevelt e Madison Grant apoiavam o racismo. O seu primeiro objecticvo era manter as manadas para o seu desporto (caça), a maneira mais fácil era expulsar os “predadores” que a matavam para comer e vestir, os predadores eram nativos americanos e colonialistas pobres.

Da manada de animais não humanos, depois de Galton, facilmente se identificaram as manadas de animais humanos da emigração europeia. Iniciaram a pirâmide hierárquica de “raças” e espalharam o medo de que o país seria destruído pelo que consideravam raças inferiores, incluindo “mediterrâneos” e Judeus, seguindo a ideia que os “arianos” da europa do norte eram os criadores da verdadeira civilização, ciência, cultura, religião e riqueza. Foram coercivamente esterilizadas pessoas, pessoas com problemas mentais, físicos e sociais e pobres.

Madison Grant é um exemplo perfeito de um conservacionista branco, fundador de vários grupos conservacionistas. O seu livro Passing of the Great Race, foi publicado no ano em que o National Parque Service foi fundado. Grant enviou uma tradução do seu livro a Hitler. Ao se investigar a fundo o movimento conservacionista americano e  o movimento de eugenia está clara a sua interligação: AleXander Graham Bell foi o fundador da National Geographic Society; dois membros chave do Sierra Club, David Starr Jordan e Luther Burbank eram membros proeminentes do movimento. George Grineel, fundador da Aububon Society era amigo pessoal de Grinnel. O primeiro director do Nacional Park Services, foi o magnata de minas Stephen Mather, apoiado por Charles Goethe, do Audubon e Kenya Wildlife Societies, chefe regional do Sierra club e defensor das leis de eugenia Nazy

Goethe escreveu a Otmar Freiherr von Verschuer, director do “ racial higiene” de Frankfurt. Verschuer era supervisor e colaborador de Josef Mengele, cientista nazy que realizou experiencias com detidos, incluindo crianças em Auschwitz. Depois da guerra continuou como professor de genética em Munster. No artigo “ Patriotismo and Racial Standarts” publicado em 1936, Goethe escreveu: “ estamos a movermo-nos para um caminho de eliminação da humanidade indesejável como Sambo, o marido de Mandy a “lavadeira”. Em 1965 o estado da califórnia considerou-o o “Cidadão numero 1” pelo governador. Foi Goethe que cunhou o argumento que os mexicanos têm um Q.I baixo.

Figuras conservacionistas aclamadas após guerra europeia incluía Prince Bernhard, ex nazy que se juntou ao Aliados antes da guerra, e Bernhard Grzimek, co- fundador da Friends of Earth Germany, e ex director do Frankfurt Zoological Society, onde influenciou a expulsão dos Maasai e de outras tribos africanas de parques nacionais. Também  Mike Fay da Wildlife Conservation Society, que quando criou o Parque Nouabalé-Ndoki Park no Congo  expulsou o povo Mbendjele com dinheiro de impostos americanos.

A história da “Conservação” interessa porque molda a atitude para com os povos tribais. Hoje não se houve dizer que pretendem salvar a “raça”, mas salientam estar a salvar a herança mundial. Em África e na Ásia, os conservacionistas parecem mais interessados em tomar as terras e lucro do que em algo mais profundo. As parcerias com indústrias de madeira, e extração mineira destruem o ambiente, a população tribal ainda sobre abusos, são abatidos, por causa de caça, enquanto só procuram alimentar a família, enquanto os conservacionistas apoiam os trofeus de caça.

Muitos conservacionistas continuam a acreditar que os indígenas não sabem manejar as suas terras. Outros procuram outro caminho, que beneficie a todos.

Hoje vivemos na “crise” de energia e crise financeira, e no mundo pequenas comunidades são cercadas por poços de petróleo, minas e latifundiários.

Na indústria do petróleo o racismo ambiental pode ser visto na contaminação das crianças a viver perto das suas instalações por empresas como a Shell, Exxon, etc… Uma forma de colonialismo continuado e uma forma de genocídio. É mais fácil atingir comunidades de cor no que diz respeito a destruição ambiental e na falha em pôr em prática os regulamentos em vigor, devido a menor força politica e poder económico. A Globalização veio permitir que as corporações possam ser altamente móveis e procurem governos frágeis para aumentar os lucros, destruindo a cultura e a sustentabilidade para a vida das comunidades locais.

Muitas pessoas são “bem-intencionadas”, “Liberais”, “ verdes”, e quando reconhecem a corrupção ficam tristes e revoltadas. Se não pacificadas, são perigosas para o status quo. Grandes ONG’s verdes apresentam uma sensação de resistência, que geralmente fica por assinaturas, doações mensais, ver vídeos sobre aventura e acção directa com custos elevados e fazer viagens bi anuais á Casa Branca. Estes movimentos ao propor soluções simples e fáceis dentro de um quadro de “resistência Pacifica”, eliminam potenciais activistas, que desequilibrariam o status quo, ficam imperfeitos, enquanto acreditam estar numa resistência com significado real.

Estes movimentos no mundo pouco fizeram para contra atacar as condições económicas e politicas que tornam a participação de pessoas nos movimentos ambientalistas impossível para comunidades de cor com baixo rendimento, que querem ajudar.

Se olharmos para as ONG’s, são ocidentais, brancas, com uma amostra do classismo-racismo intrínseco nos seus pilares (Condescêndencia) . Pretendem separar a solução que eles acham melhor para todo o sistema. Desafiámos as organizações com racismo ambiental incluindo GreenPeace e Sierra Club, para levar as nossas vozes á direção… Eles Resistiram.” Tom Goltooth, director executivo da Indigenous Enviromental Nertwork (2011). Acrescentou: “Olhamos para a 350.org – tivemos de os desafiar a dar-nos voz na luta contra os pipeline. Bill McKibben, o Ivory Tower académico branco, nem sequer queria perder tempo para atrair pessoas de cor para a organização”.

A 350.org é só um exemplo de uma ONG problemática, porque aparenta e parece um movimento de raízes verdadeiro, mas na verdade é um movimento com companhas de multi milhões com caras que recebem cheques de 6 dígitos. A 350.org também foi financiada pela Familia Rockfeller.

O seu objectivo promover campanhas que facilmente impressionam estudantes que passarão a maioria do seu tempo, energia e recursos a dizer á escola para não utilizar combustíveis fósseis. Estes movimentos criam obedientes e passivos “construtores de movimentos”, armados com e-mail list, para marchar para o local cuidadosamente escolhido, aprovado pela policia, e “acção” encenada. Morrem aproximadamente 400.000 pessoas maioritariamente de cor, todos os anos devido a desastres ambientais. O tempo passa e a recuperação dos males feitos a nível global está nas nossas mãos.  Da globalização,  do capitalismo, das grandes ONG’s que fazem acordos com eles, que dizer?

E agora, que pensar?

” O racismo foi inventado pelos ricos para manter a “classe trabalhadora” dividida para que não se unissem e derrubassem o capitalismo. È originário do sistema de classes europeu, onde se defendia que as pessoas só tinham pigmentos de cor na pela se trabalhassem na rua. Os ricos consideravam trabalho manual dever dos inferiores e portanto viam qualquer um com características de trabalhador como inferiores. O termo “sangue azul” apareceu da facilidade com que se via as veias através da pele dos ricos. O termo “Gentleman” ou “Gentlewoman” referiam-se a pessoas educadas que acreditavam que trabalho físico era trabalho de inferiores. Os aristocratas desenvolveram códigos estritos de conduta para excluir os “outsiders” dos privilégios que obtinham. O poder da classe reguladora começou com a obtenção de terras, que lhes deu o monopólio da produção de alimentos. O controlo sobre as terras, eventualmente deu-lhes o controlo sobre os governos. O capitalismo desenvolveu-se entre comerciantes e banqueiros que não possuíam terras mas compravam e vendiam os produtos de artesões ou proprietários de terras.

COMO COMBATER O RACISMO

O primeiro passo é atacar as instituições que “legitimam ” o racismo: poderes políticos e económicos que dizem às pessoas que o comportamento racista e seus ideais são respeitáveis e não tem de se ter vergonha. Temos de mostrar que o racismo é cobarde e imoral. Temos de embaraçar aqueles que se sentem confortáveis com o racismo, e apoiar aqueles que questionam o racismo.

A CAÇA INDIGENA PARA ALIMENTAR, NÃO É IGUAL Á CAÇA PARA TROFEUS DOS SENHORES!

texto a partir de: http://mic.com/articles/56733/are-mainstream-environmental-groups-keeping-racism-alive#.JbohUJQDj

E: http://www.truth-out.org/opinion/item/32487-the-colonial-origins-of-conservation-the-disturbing-history-behind-us-national-parks

Mais: http://grist.org/people/making-the-connections-on-tar-sands-pollution-racism-and-sexism/

e mais: https://youtu.be/GuyNZEvm93s

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