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Cabeça Gorda, Matacães/Runa

pc270150Poço em Torres Vedras

Na Cabeça Gorda, entre Runa e Matacães a 3Km de Torres Vedras, por volta de 1974 , esteve a ser queimado durante mais de 2 meses gás natural. Ao fim de dois meses os técnicos mandaram selar o poço .  Há quem diga que a Sacor (Sacor depois GALP) é que mandou selar o poço.

Em 2014 apareceu  um(a) advogado(a) da Dª Isabel dos Santos com interesse em comprar uns bocadinhos de terreno mesmo encostados à área. dizem que a Dª Isabel já comprou uma quinta encostada a esses terrenos .

Concluiu-se também que, para além de prospecção de gás natural convencional, fará sentido, na zona emersa da bacia Lusitaniana, realizar trabalhos mais aprofundados de prospecção de shale gas e tight gas. À partida, quando se apresentam evidências de um recurso convencional, como é claro nos poços estudados, aplicando a teoria do triângulo de recursos, sabe-se que existem também em muito maiores quantidades de recursos não convencionais mais difíceis de produzir. No caso específico do shale e tight gas, sabe-se que as litologias dos reservatórios mais conhecidos internacionalmente são litologias que não são estranhas à bacia Lusitaniana.

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A zona 2, situada no concelho de Alenquer, é a zona com maior índice de vazios por área, o que significa que, quando interceptada por um poço vertical, é a zona que terá um maior índice de vazios exposto ao referido poço e, como tal, será provavelmente a área mais interessante a prospectar, sob este ponto de vista.

Finalmente, sugere-se um estudo mais aprofundado às potenciais rochas-mãe existentes na bacia Lusitana, pois nelas jaz o potencial de poderem ser simultaneamente rochas reservatório de shale gas e shale oil.

Potencial para “Plays” de “Shale Gas” da Formação de Mira – (Carbónico, Sul de Portugal).

Será que foi aqui que começou o interesse pelo onshore no Algarve?

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( Algarve, Estremadura, Alto Alentejo e Baixo Alentejo estudados para gás de xisto. Podes ver os mapas das concessões e áreas identificadas )

Mais uma área estudada para Shale gas (Gás de Xisto), o Alentejo continua a ser de Norte a Sul estudado para se descobrir fontes de gás não convencional depois do alto Alentejo na Serra da Ossa, também se procura no Baixo Alentejo.

Potencial para “Plays” de “Shale Gas” da Formação de Mira – (Carbónico, Sul de Portugal).

O Grupo do Flysch do Baixo Alentejo tem vindo a ser apontado como um potencial “play” de “shale gás especialmente na Formação de Mira. Para tal, foram realizadas análises sobre 32 amostras, 26 pertencentes à Formação de Mira e 6 já pertencentes à base da Formação Brejeira, para determinar o grau de maturação (Cristalinidade da Illite) e os parâmetros de geoquímica orgânica (Rock-Eval Pirólise), sendo posteriormente relacionados com dados previamente existentes. A Zona Sul Portuguesa (ZSP) e o seu Grupo do Flysch do Baixo Alentejo (GFBA) foram considerados como potenciais geradores de gás natural não convencional (shale gas). Foram recolhidas algumas amostras das formações Mira e Brejeira. O estudo aqui foi desenvolvido para uma tese de Mestrado em Engenharia Geológica e de Minas no Instituto Superior Técnico (IST), tendo sido realizado no sector central da ZSP, entre as cidades de Almodôvar (distrito de Beja) e Monchique, as análises de geoquímica orgânica foram devidamente embaladas e enviadas para os laboratórios GeoData em Sehnde, Alemanha, os resultados sugerem um estado de maturação avançado para todas as amostras, entre a janela do gás húmido e a sobrematuração. Os resultados de Rock-Eval sugerem um potencial gerador baixo, com indicadores de presença de hidrocarbonetos. Considerando a totalidade do conjunto de dados, as formações parecem ter tido algum potencial gerador aquando da sua deposição tendo gerado e expelido hidrocarbonetos entre o fim do Paleozoico e o início do Mesozoico (Triásico).

“CONCLUSÃO

A Formação de Mira, bem como todo o GFBA no geral, apresenta um elevado grau de maturação e aparenta ter esgotado o seu potencial gerador. Contudo é de salientar que a existência de picos S1 do ensaio de Rock-Eval sugerem a existência de hidrocarbonetos gerados e aprisionados na formação, ainda que em baixas quantidades. Esta situação, aliado à complexa geometria, intercalação de grauvaques e os prováveis custos associados à logistica, limitam severamente a atractividade da região perante a industria petrolífera. Existe no entanto a possibilidade de estas formações terem alimentado um sistema petrolífero com reservatórios convencionais Mesozóicos a Sul, no Algarve, assumindo que exista uma concordância de “Timings” entre maturação, reservatório, selo e armadilha.

“Agradecimentos

PARTEX OIL&GAS (Financiamento de Rock-Eval pirólise e TOC)

Prof. Doutor António Costa e Silva (Orientador)”

Pedro Branco1 , Nuno Pimentel2

1 Instituto Superior Técnico, Engenharia Geológica e de Minas

2 Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

Informação retirada de documento apresentado no IV Congresso Jovens Investigadores em Geociências, LEG 2014. “Potencial para “Plays” de “Shale Gas” da Formação de Mira (Carbónico, Sul de Portugal).

O povo queria ser “Doutor/Engenheiro” para viver melhor. Pelo caminho esqueceu-se de quem foi! Queria conhecimento para poder ser! E hoje o que é?

Se a biosfera se satura de venenos letais, se o meio ambiente se degrada e polui, se o encombrement ameaça sofucar, afogar e paralisar o homem, todos devem saber se ainda vão a tempo de emendar a civilização, de se defender e de preparar um mundo habitável aos que vierem” . O Suicídio da Humanidade; Lucien Barnier, Cadernos do Século 1970 ( Ano Europeu da Conservação da Natureza.) 

 

Pombal e Gás de Xisto

 

No final de Setembro de 2015 a ENMC em representação do Estado assinou um contrato de concessão petrolífera com Ian Lincoln Lusted em representação da Australis Oil & Gas Portugal, com sede em Lisboa. Em 2017 a empresa iniciará estudos geológicos e geoquímicos do sob solo, para em 2020 iniciar as primeiras sondagens (perfurações) que seguirão até aproximadamente 2030, onde terá de iniciar a fase de produção, que terá um prazo de 25 anos.

No contracto está especificamente um ponto que se refere a leis para a utilização de técnicas de fracturação hidráulica, e que a única possibilidade de utilização è uma lei internacional que elimine a lei portuguesa que a poderá proibir (Para isso as corporações contam com o contracto comercial (TTIP).

Passados 5 anos da data da aprovação de cada plano geral para a produção de petróleo, a concessionária terá de terminar a demarcação dos blocos petrolíferos onde exista evidência de hidrocarbonetos. Perto do Final o contacto específica: “ A concessionária assume total responsabilidade por perdas e danos e pelos demais riscos associados á sua actividade, não existindo qualquer responsabilidade do Estado (…)”

A corporação pode entrar em incumprimento das obrigações contractuais ou atrasar os trabalhos, no todo ou em parte se for causado por “Forças Maiores”.  As forças maiores identificadas pelo estado e pela corporação são: actos de guerra, actos de terrorismo, tumultos, rebeliões ou revoltas civis, terramotos, tempestades ou catastofres naturais, explosões, incêndios ou expropriações, nacionalizações, interferência das autoridades governamentais e ainda greves nacionais ou ragionais ou conflitos laborais (oficiais ou não). Se os motivos de “Força Maior” durarem mais de 15 dias consecutivos, as Partes reunir-se-ão imediatamente para acordarem nas medidas a serem tomadas para a remoção da causa de Força Maior. Se o atrazo dos trabalhos iniciais atingirem os 3 meses consecutivos, a Concessionária poderá anular o contracto por falta de condições para cumprir as suas obrigações.

O Estado vai receber 15 euros por km2 durante os 3 primeiros anos; durante o restante tempo do peridodo inicial 30 euros por km2, na fase de produção 100 euros por km2.

A ENMC proíbe a Concessionária, bem como todas os que trabalham com ela a divulgar dados e a manter confidencial todos os dados e elementos de informação obtidos no decurso das suas actividades, não podendo transmitir a terceiros sem autorização prévia. Excepto quando obrigada por lei, por regras de bolsa de valores, para efeitos de auditoria com vista a participação nas concessões ou transações a serem celebradas com a concessionária. Os dados são confidenciais por 5 anos.

No caso de produção a Concessionária em caso de produção de gás natural, terá de pagar à ENMC, por campo petrolífero:

3% dos primeiros 5 milhões de barris de petróleo equivalente comercializados. (1 barril de petróleo equivalente são: 6000 pés cúbicos de gás= a um barril de petróleo liquido)

6% dos 5 milhões de barris seguintes comercializados

8% dos restantes barris comercializados.

A única responsável em fiscalizar os trabalhos é a ENMC.

No inico de Dezembro a ENMC teve reuniões com 12 câmaras dos concelhos de Pombal e Batalha para informação e colaboração…

 

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Batalha e Gás de xisto

No final de Setembro de 2015 a ENMC em representação do Estado assinou um contrato de concessão petrolífera com Ian Lincoln Lusted em representação da Australis Oil & Gas Portugal, com sede em Lisboa. Em 2017 a empresa iniciará estudos geológicos e geoquímicos , para em 2020 iniciar as primeiras sondagens (perfurações) que seguirão até aproximadamente 2030, onde terá de iniciar a fase de produção, que terá um prazo de 25 anos.

No contracto está especificamente um ponto que se refere a leis para a utilização de técnicas de fracturação hidráulica, e que a única possibilidade de utilização ´uma lei internacional que elimine a lei portuguesa que a poderá proibir (Para isso as corporações contam com o contracto comercial: TTIP).

Passados 5 anos da data da aprovação de cada plano geral para a produção de petróleo, a concessionária terá de terminar a demarcação dos blocos petrolíferos onde exista evidência de hidrocarbonetos. Perto do Final o contacto específica: “ A concessionária assume total responsabilidade por perdas e danos e pelos demais riscos associados á sua actividade, não existindo qualquer responsabilidade do Estado (…)”

A corporação pode entrar em incumprimento das obrigações contractuais ou atrasar os trabalhos, no todo ou em parte se for causado por “Forças Maiores”.  As forças maiores identificadas pelo estado e pela corporação são: actos de guerra, actos de terrorismo, , tumultos, rebeliões ou revoltas civis, terramotos, tempestades ou catastofres naturais, explosões, incêndios ou expropriações, nacionalizações, interferência das autoridades governamentais e ainda greves nacionais ou ragionais ou conflitos laborais ( oficiais ou não). Se os motivos de “Força Maior”  durarem mais de 15 dias consecutivos, as Partes reunir-se-ão imediatamente para acordarem nas medidas a serem tomadas para a remoção da causa de Força Maior. Se o prazo dos trabalhos iniciais atingirem os 3 meses consecutivos, a Concessionária poderá anular o contracto por falta de condições para cumprir as suas obrigações.

O Estado vai receber 15 euros por km2 durante os 3 primeiros anos; durante o restante tempo do peridodo inicial 30 euros por km2, na fase de produção 100 euros por km2.

A ENMC proíbe a Concessionária, bem como todas os que trabalham com ela a divulgar dados. Terá de  manter confidencial todos os dados e elementos de informação obtidos no decurso das suas actividades, não podendo transmitir a terceiros sem autorização prévia. Excepto quando obrigada por lei, por regras de bolsa de valores, para efeitos de auditoria com vista a participação nas concessões ou transações a serem celebradas com a concessionária. Os dados são confidenciais por 5 anos.

No caso de produção a Concessionária em caso de produção de gás natural, terá de pagar à ENMC, por campo petrolífero:

3% dos primeiros 5 milhões de barris de petróleo equivalente comercializados. (1 barril de petróleo equivalente são: 6000 pés cúbicos de gás= a um barril de petróleo liquido)

6% dos 5 milhões de barris seguintes comercializados

8% dos restantes barris comercializados.

A única responsável em fiscalizar os trabalhos é a ENMC.

Em Dezembro a ENMC reunio com as 12  câmaras do Concelho de Batalha e Pombal para informação e cordenação.

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2015: Shale Gas (gás de xisto) No Alto Alentejo… e Algarve

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Portugal fracturado ao meio?

Alto Alentejo na mira da obsessão petrolífera. Segundo declarações de António Costa Silva, da Partex Oil and Gas à RTP a localidade de Estremoz/Serra D’Ossa são zonas com possibilidades de armazenar gás natural suficiente para exploração. O LNEG (Laboratório Nacional de Energia e Geologia) refere que “temos de ter investidores que estejam apostados a investir em Portugal, que vejam que o investimento lhes vai trazer uma mais-valia económica no final.” Estas localidades juntam-se ás da zona litoral da estremadura, Bombarral, Cadaval e Alenquer como áreas de gás de xisto (shale gas) em Portugal, na bacia do Algarve também se identificou uma possibilidade de gás de xisto para exploração. António Costa diz que “Portugal está numa situação desolada e triste” porque ignora estes polos económicos, “há um processo de gaseificação da economia americana” realçou tentando passar uma boa imagem da exploração de shale gas nos EUA. Segundo Joaquim Góis, professor na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) “É o gás de xisto também, na sua fase de exploração, aquele que levanta problemas ambientais”. Mesmo Sabendo dos problemas que a extração de gás de xisto esta a provocar nos EUA, Canadá, etc, mesmo depois de vários países europeus não só terem proibido o Fraking (técnica necessária á extração do gás de xisto por perfuração horizontal e fracturacão hidráulica) Teresa Pontes, presidente do LNEG disse “é preciso sabermos de antemão, que  para perfurar o solo e partir a rocha para extrair o gás, não vamos atingir aquíferos”. Um artigo da RTP acaba com esta frase: “Os peritos pedem agora mais estudos e que se mantenha a discussão pública.

A Serra D’Ossa desde os anos 50 que sofreu uma mudança profunda no seu ecossistema com a plantação massiva de eucaliptos, desequilibrando para sempre a sua biodiversidade. É casa da Águia-de-Bonelli, um dos animais em perigo de extinção em Portugal, devido à caça (ilegal), envenenamento e choque contra as linhas elétricas, e grandemente devido às perturbações e alterações do seu habitat. habitat da Gineta, espécie protegida, caçada regularmente nas armadilhas para predadores nas reservas de caça, sendo regularmente ignorado o seu estatuto de espécie protegida. A Cobra de Capuz, com um estatuto de conservação vulnerável, devido maioritariamente á destruição do seu habitat. Nos anfíbios o Sapo-parteiro-ibérico, com estatuto de conservação pouco preocupante, pode estar em perigo devido á destruição e habitat e alterações climáticas.

As suas plantas belas como a Rosa-Albardeira, outras com estatuto de preservação como o Orvalho-do-Sol, e muitas outras tradicionalmente usadas pela população local, para medicina tradicional e tradição gastronómica estão em perigo, mesmo depois de sobreviver a 6.000 hectares de Eucalipto.

Às espécies animais referidas acima, devemos juntar a Cegonha Preta, o Bufo Real, a Lontra e os Morcegos.

O Centro de Educação e Interpretação Ambiental da Serra D’Ossa (CEIA), inaugurado em 2002, deixa um apelo: “Pensamos ser este o momento ideal para as entidades competentes traçarem um destino para a Serra, que passe nomeadamente pela divulgação e valorização do património natural nela existente, englobando necessariamente iniciativa privada e poder local. Pelo nosso lado, esse continua a ser o nosso sonho e faremos tudo ao nosso alcance para a sua concretização, promovendo e protegendo o rico e diversificado património existente na Serra d’Ossa”.Em Estremoz existe o Centro de Ciência Viva, “local onde a ciência e a tecnologia rompem os laboratórios…”. Um dos seus principais projectos é a colaboração com a escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Évora, principalmente através do laboratório de investigação de Rochas Industriais e Ornamentais e do centro de geofísica de Évora, para descobrir como funciona a terra, “Um planeta maravilhoso onde todos os fenómenos aparecem interligados”.

No Algarve as shale gas estão na área offshore (no Mar). Na bacia do Algarve também se estudam os Mud Vulcanoes (erupções de água e lama/barro), acompanhadas por gás metano. Uma das melhores fontes de informação sobre shales, e natureza dos materiais.

“Leões, tigres, elefantes, pandas, tubarões, baleias, morcegos, praticamente todos os anfíbios e muitos outros animais estão seriamente ameaçados de desaparecerem para sempre, devido a factores tão diversos como perda/destruição do habitat natural, alterações climáticas, poluição, caça furtiva e tráfico.”

O que é afinal o abandono? Que animais são considerados em estado de abandono? Porque razão o abandono animal não deve abranger apenas os animais deixados na rua?

Por estas razões o abandono animal não é só o ato de jogar o animal na rua ou num canil municipal. O conceito de abandono é bem mais alargado e engloba uma boa parcela de outros animais em situação de risco.”  Mundo dos animais.PT

“Se as abelhas desaparecerem da face da Terra, então o homem só terá mais quatro anos de vida. Sem abelhas não há mais polinização, não há mais plantas, não há mais animais, não há mais homem.”

Albert Einstein

Açores e gás de Xisto ( I Need You)

Açores e produtos “Fracking”?

Os Açores podem ser entreposto de exportação de gás americano. A ideia foi defendida pelo secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Bruno Maçães.

Em 2013 Valente de Oliveira, coordenador europeu do projeto das Autoestradas do Mar, defendia perante o presidente dos Açores a realização de estudos para a criação de uma plataforma de abastecimento de gás natural entre os EUA e a Europa.

“Julgo que é altura, talvez, de repensar e reavaliar a importância do transporte marítimo mas, sobretudo, a forma como toda esta questão, do ponto de vista logístico e da interligação, se pode processar nos Açores com benefício para a nossa economia”, frisou.

O que é o projecto Autoestradas do Mar?

Em 2001 a EU no seu Livro Branco sobre Transportes, propôs o desenvolvimento de Autoestradas do Mar, como alternativa ao transporte terrestre, com benefícios ambientais. Tudo realizado com fundos europeus. Será parte do Trans-European Network (TEM-T).

O projecto da plataforma de gás nos Açores faz parte do projecto dentro do (TEM-T) na parte de infraestruturas de energia. Que pretende: “assegurar que a rede estratégica de armazenamento de energias esteja completa até 2020″. Diz respeito á produção de energia, transporte e armazenamento. A Comissão identificou 12 prioridades e áreas como o transporte de eletricidade, gás, petróleo e CO2, e está a promover projectos para os implementar.

Em 2010 Cavaco Silva, num congresso sobre as potencialidades marítimas, defendeu que Portugal devia influenciar a EU a apoiar a exploração económica do mar, continuando o discurso dado no dia 25 de Abril desse ano. Cavaco referiu-se aos “Portos do Futuro”. Cavaco Silva falou da importância da EU em apoiar de forma “generosa e sustentada” as “auto-estradas do mar”, nomeadamente através da remoção do excesso de procedimentos administrativos.

Em 2013 o Presidente do Governo dos Açores manifestou interesse no projecto Autoestradas do Mar. Segundo o próprio a grande meta do projecto é a rentabilização ainda mais do mar, para a economia da região e para se atingir o objectivo último da criação de riqueza e de emprego. A região dos Açores, através dos portos integra o projecto COSTA, que envolve Portugal, Espanha, Itália e Grécia. O COSTA pretende preparar um plano director de gás natural liquefeito para o transporte marítimo de curta distância entre o mar Mediterrâneo e a parte norte do Atlântico.

Este ano, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus disse não temer as consequências para Portugal e para a Região Autónoma do acordo comercial entre a Europa e os Estados Unidos (TTIP).

Mais portos em Portugal estão inseridos neste projecto. Em Sines, em Matosinhos e no Algarve,  também se pretende fazer obras de “melhoramento e aumento dos portos”, para a entrada e saída de super petroleiros. O Acordo de projecto segue as linhas americanas de necessidade utilizando o acordo TTIP, entre os governos dos EUA e UE… mais uma vez os cidadãos ficam de fora da decisão…. Mercado Global…

Toda a infraestrutura necessária para a nova aposta energética está a ser paga com dinheiros públicos, com lucros para os privados. No futuro paga-se com a saúde, aumento do nível de vida e sofrimento…

 

Impactos ambientais das actividades de extracção de gás de xisto e de óleo de xisto

Movimento Anti-Extração Gás de Xisto, Barreiro

Intervenção de João Ferreira no Parlamento Europeu

http://www.pcp.pt/impactos-ambientais-das-actividades-de-extrac%C3%A7%C3%A3o-de-g%C3%A1s-de-xisto-e-de-%C3%B3leo-de-xisto

Recomenda-nos o mais elementar bom senso que, no mínimo e desde já, se imponha uma moratória na exploração de jazidas de gás e petróleo de xisto.

Os impactos ambientais associados à exploração destas jazidas são significativos e muito negativos. A fracturação hidráulica, a injecção de químicos poluentes, eventualmente tóxicos, nos maciços rochosos acarretam necessariamente uma enorme instabilidade desses maciços e a degradação de recursos hídricos subterrâneos ou dos cursos de água drenantes dos maciços xistentos.

Só estes impactos seriam motivo para banir a exploração destes recursos. No mínimo, fiquemos pela moratória.

Além do mais, não está comprovado que seja positivo o retorno da quantidade de energia consumida em tão extensivo e intensivo método de extracção.

Seria interessante conhecer, se é que existem, os resultados de uma avaliação do retorno de energia por energia investida (uma avaliação…

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Bacia Lusitaniana e Gás Natural ( não convencional).

As explorações das petrolíferas em Portugal são para gás natural. Neste momento falam-nos de gás natural convencional. Mas apontam como pontos de grande interesse o Tight Gas e o Shale Gas. Tipo de Gases para os quais já se fazem em Portugal investigações e prospecções.
Neste documento ficas a saber o que é o gás natural convencional (Shale Gas) e não convencionais, e um pouco mais sobre a extracção de gás na bacia lusitaniana. Também que temos em comum com o Canadá.

Este documento prova não só a existência de grandes investimentos da industria petrolífera mas também o lobbing que a industria de petrolífera mantêm nas universidades. No  IST de Lisboa trabalha Costa da Silva presidente da Partex Oil and Gas, como professor, conselheiro, júri, etc… . A Partex também tem cotas em empresas de energias alternativas em Portugal, mas não encontramos doutoramentos, dissertações sobre energias alternativas.

Retiramos excertos sobre a bacia e o porquê de se andar à procura de petróleo, das localizações de alguns poços na zona oeste, constituição rochosa, e história da formação que mantêm o gás preso em reservatórios naturais que podem ir até vários milhares de metros de profundidade.

Se a corrupção na politica é reconhecida e combatida, o lobbing legal das corporações que compram/alugam acres de terras e mar para exploração petrolífera é ignorado. A Troika veio não só abrir os bolsos dos portugueses como abrir as portas ao mercado livre. Enquanto nos preocupamos com os ordenados, deveres, direitos, levantar a cabeça e seguir em frente, tornando possível uma melhor sociedade, a industria das energias continua a trabalhar na direcção contrária.
Bacia Lusitania ( Portugal) formação geológica propensa à existência de gás e petróleo.

“Caraterização de formações da Bacia Lusitaniana ( zona emersa) para a produção de gás natural ( não convencional)”

Abaixo, excertos de uma dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em:   Engenharia Geológica e de Minas.

( Documento original aqui): Bacia Lusitaniana

“A presente dissertação, Caraterização de formações da bacia Lusitania (zona emersa) para a produção de gás natural (não convencional), teve como objectivo caraterizar morfologicamente potenciais zonas de existência de gás natural, ou seja, zonas onde a probabilidade de ocorrência de gás natural é maior.

“Palavras-chave: Bacia Lusitaniana; Gás natural não convencional; shale gas; tight gas.”

“A história da prospecção de hidrocarbonetos em Portugal ter-se-á iniciado em meados do século XIX. Data de 1844 uma das primeiras referências à existência de hidrocarbonetos no nosso território. No lugar designado Canto de Azeche, em São Pedro de Muel, entre 1844 e 1861 foram exploradas areias asfálticas.”
GÁS NÃO CONVENCIONAL (Shale Gas)

“Neste capítulo define-se, com algum detalhe, o conceito de gás não convencional assim como as principais categorias ou tipos deste recurso.
Desde o início da exploração petrolífera que os recursos não convencionais têm sido algo descurados, quer ao nível da produção, quer ao nível do seu estudo. Este facto ficou a dever- se à circunstância destes recursos exigirem uma produção e um tratamento mais dificil, não sendo atractivos economicamente. Paralelamente, a exploração destes recursos é bastante mais agressiva para o ambiente e exige também um nível tecnológico consideravelmente superior, comparativamente aos chamados recursos convencionais de hidrocarbonetos.
Segundo a Halliburton, num relatório elaborado para o “Oil and Gas Journal” em Dezembro de 2007, o gás não convencional era um recurso emergente há dez anos, há vinte anos era completamente ignorado mas, hoje em dia, tornou-se no negócio principal de muitas grandes companhias, representando mais de 40% do mercado transaccionado nos Estados Unidos da América (Wylie et al., 2007).”

Uma definição precisa, estável e consensual de gás não convencional é difícil de encontrar pois o que era não convencional ontem, pode, através de avanços tecnológicos ou novos processos, tornar-se convencional amanhã. No fundo, a convencionalidade de um recurso é um conceito dinâmico. No sentido mais abrangente, gás natural não convencional é o gás que é mais difícil e menos económico de extrair, normalmente devido à tecnologia necessária para o alcançar não estar plenamente desenvolvida ou ser mais dispendiosa.

“Segundo um relatório da National Petroleum Council (NPC) dos Estados Unidos da América, de Julho de 2007, define-se gás natural não convencional como o tipo de gás que não pode ser produzido com escoamentos e volumes económicos a não ser que o poço seja estimulado por grandes tratamentos de fractura hidráulica, poços horizontais, poços multi-laterais e/ou outras técnicas que exponham uma maior área do reservatório ao poço.”

TIPOS DE GÁS NÃO CONVENCIONAL
Dentro do conceito ou categoria “gás natural não convencional” existem diversas subcategorias que dividem este grande grupo, tendo em conta factores como o estado físico, a localização ou a génese. Passemos então a definir os tipos de gás natural que podem ser, ou são mesmo, considerados gás natural não convencional. Essencialmente, existem sete categorias principais de gás natural não convencional:

Deep Gas; CBM, Coal Bed Methane; Geopressurized Zones; Arctic Gas; Sub-Sea Hydrates ou Gas Hydrates; Tight Gas; Shale Gas.

DEEP GAS

“Deep Gas ou gás natural profundo é gás que, tal como o nome indica, existe a grandes profundidades, muito abaixo das profundidades de perfuração convencionais. Encontra-se tipicamente a profundidades maiores do que os 15 mil pés (4,5 KM), bastante mais profundo do que os depósitos de gás convencional, que rondam os poucos milhares de pés. Este tipo de gás, no entanto, tem-se tornado mais convencional, sendo que muitos autores já não acomodam este tipo de gás como pertencente à categoria de “não convencional”.
A perfuração muito profunda, exploração e técnicas de extracção têm vindo a melhorar substancialmente, tornando estes depósitos economicamente viáveis. O gás profundo é ainda mais caro de produzir do que o gás dito convencional e, por isso, as condições económicas têm que ser de tal ordem que permitam uma exploração rentável.
Para melhor ilustrar a realidade, temos como exemplo o gás natural descoberto a grandes profundidades na bacia de Anadarko, nos Estados Unidos, em meados de 1978. Recurso virtualmente intocável, era simplesmente impossível e não económico extrair este gás. Era gás profundo e portanto não convencional. No entanto, geraram-se incentivos com a aprovação da regulação market-based rate e Natural Gas Policy Act para a procura e extracção de gás natural não convencional e estimulando também o investimento na exploração e perfuração a grandes profundidades, tornando muito desse gás bastante profundo num recurso comercialmente extraível .”

COAL BED M ETHANE (CBM)

“O carvão é um combustível fóssil, que se forma na terra em condições geológicas semelhantes às da formação do petróleo e do gás. Os depósitos de carvão estão, geralmente, dispostos em veios e são explorados em exploração subterrânea. Muitos destes depósitos também contêm gás natural quer dentro do veio de carvão quer na rocha circundante. Este gás, metano, está confinado e só se liberta para a atmosfera durante as operações mineiras relacionadas com a exploração do carvão.
Desde o início das explorações de carvão, que o Coal Bed Methane (CBM) é considerado um incómodo pela indústria extractora, pois está relacionado com muitos acidentes neste tipo de minas. Geralmente, este gás liberta-se no interior da mina e é diluído, propositadamente, por ar fresco que é insuflado para as galerias e é libertado, sem qualquer controlo, para a atmosfera.
Hoje em dia, o CBM ganhou outro estatuto pois a exploração de carvão já não é tão rentável por si só. Assim sendo, este recurso tornou-se uma fonte de obtenção de gás natural, sendo extraído e injectado em pipelines de gás natural para posterior venda e utilização como matéria-prima industrial na geração de calor e electricidade. O que era antes um subproduto da indústria do carvão torna-se cada vez mais uma fonte de gás natural”

Zonas Geopressurizadas

“São formações subterrâneas naturais que estão sob uma pressão anormalmente elevada para a profundidade a que se encontram. Formadas por camadas de argila que se depositaram e compactaram muito rapidamente sobre uma camada mais porosa e absorvente, geralmente de areia ou de silte, limitadas lateralmente impedindo a migração dos fluidos. A água e gás contidos nas camadas de argila são “espremidas” para fora dessas camadas e entram nos poros dos depósitos de areia e silte. Devido à compressão existente, o gás natural deposita-se nestes poros sob altas pressões (daí o termo geopressurização). Estas zonas, para além das propriedades acima descritas, estão tipicamente localizadas a grandes profundidades, entre 10 mil e 25 mil pés (3 a 7 Km) abaixo da superfície da terra.
A combinação de todos estes factores faz com que a extracção deste tipo de gás natural seja bastante difícil. No entanto, segundo estimativas da Agência Internacional de Energia esta é a fonte que encerra as maiores quantidades de gás natural do mundo.”

SUB-SEA HYDRATES OU GAS HYDRATES (Existente Em Portugal)

Os hidratos de gás metano são a forma de gás natural, não convencional, mais recente a ser descoberta e estudada. Estas formações são sólidos cristalinos em que um hidrocarboneto, geralmente metano, está preso num invólucro de gelo. Ocorrem nos espaços porosos de rochas sedimentares, formando cimentos, nódulos ou camadas. Encontram-se em depósitos sob sedimentos oceânicos ou no interior de formações continentais sedimentares. Estes hidratos assemelham-se a neve derretida ou a derreter, tendo sido descobertos pela primeira vez em regiões de permafrost do Ártico. Contudo, o seu estudo veio revelar que este tipo de formações é muito mais comum do que inicialmente se esperava.
Os hidratos de gás ocorrem abundantemente na natureza, tanto em regiões árticas como em sedimentos marinhos nas proximidades das margens continentais. O hidrato de metano é estável em sedimentos no fundo do mar a mais de 300 metros e, onde ocorre, desempenha uma função de cimentação dos sedimentos soltos, formando uma camada que pode atingir centenas de metros de espessura.
Os fundos oceânicos com ângulos de talude inferiores a 50 graus são estáveis nas margens continentais atlânticas, no entanto, existem muitas marcas de deslizamentos, o que evidencia a ocorrência de um fenómeno desconhecido. A profundidade do topo destas marcas é próxima da profundidade da zona de hidratos, sendo que a análise dos perfis sísmicos indicou uma menor quantidade de hidratos nos sedimentos imediatamente sob as marcas. Este facto sugere que a instabilidade destas formações está na causa dos deslizamentos nas margens continentais. O mecanismo que pode dar origem a estes fenómenos está ligado à destruição destes hidratos na base da camada que os contém. Esta mudança transforma uma zona semi- cimentada numa zona saturada de gás livre com pouca resistência, facilitando o deslizamento.
A causa desta destruição de hidratos é atribuída à redução de pressão devido à diminuição do nível das águas do mar, que ocorrem em períodos glaciares.
Juntamente com o depósito sólido de hidratos, pode ainda estar contido gás convencional sob as formações de hidratos e sedimentos marinhos, que funcionam como uma camada impermeável, ou seja, uma armadilha. Como este gás está sob pressão dentro de uma estrutura cristalina, as suas moléculas estão “arrumadas” de uma forma mais densa do que em qualquer outra forma de gás, convencional ou não. Estas camadas cimentadas pelos hidratos de gás, que funcionam como armadilhas de gás livre existente em camadas inferiores, podem ser vistas como potenciais recursos mas também podem representar potenciais perigos para as operações de perfuração e, como tal, devem ser estudadas.
A produção de gás contido em reservatórios em que as armadilhas sejam deste tipo, pode ser também uma maneira de produzir o gás dos próprios hidratos que, com a redução das pressões do reservatório subjacente, se libertam e recarregam o referido reservatório com gás da armadilha.”

TIGHT GAS (Existente em Portugal)

“O Tight Gas é um gás contido em formações muito compactas e invulgarmente impermeáveis de rocha muito dura, em formações de areias (arenitos e grés) ou calcários muito impermeáveis e não porosos que produzem na sua grande maioria gás seco . Este tipo de formações é designado vulgarmente como Tight Sands e Tight Carbonates, respectivamente.
Uma vez perfurado um reservatório convencional de gás natural, este gás pode começar a ser produzido muito rapidamente e sem grandes dificuldades. Neste tipo de formações (tight) têm de ser aplicadas algumas técnicas, das quais são exemplo a fracturação hidráulica e a acidificação, a fim de que o gás possa ser produzido economicamente.”

Shale Gas ( Existente em Portugal)

O shale é uma rocha sedimentar de grão muito fino  que se parte facilmente em finas
camadas, paralelas entre si. É uma rocha de baixa dureza mas não se desintegra uma vez molhada ou húmida. Estas rochas “xistosas” podem conter gás natural, principalmente quando duas camadas de shale negro confinam uma camada mais fina.

Dry Gas – Gás natural que não contém ou contém quantidades mínimas de hidrocarbonetos líquidos e é constituído por mais de 95% de metano. Contém menos de 0,1 galões de líquidos por cada Mcf (Million cubic feet).

Devido às suas propriedades (impermeabilidade e baixa porosidade) é consideravelmente mais oneroso e difícil extrair o gás neles contido do que em depósitos de gás convencional.
Estas formações são simultaneamente o reservatório e a rocha-mãe, quando a sua génese (da rocha e gás) é contemporânea. Neste caso, a tradução de Shale para Xisto não será correcta, sendo que uma rocha metamórfica passa por processos de pressão e temperatura que ultrapassam em muito as da janela do petróleo e gás natural. Assim, Shale pode também conter na sua definição as margas e calcários argilosos que contêm gás nos seus poros, fracturas e absorvido na sua matriz. Para manter a abrangência da palavra utilizaremos doravante, Shale sem tradução.

Geologicamente, os Shales que contêm gás natural são rochas de grão fino e ricas em matéria orgânica. Os seus poros são muito pequenos, o que torna o fluxo de gás muito difícil no seu interior, podendo classificar-se como impermeáveis, a não ser que estejam naturalmente fracturados ou que se criem essas fracturas para que o fluxo seja facilitado, abrindo ligações entre os seus poros.
Já, há muito tempo, se conhecia a presença de gás nestas formações mas não era viável a sua extracção. No passado recente, a conjugação de dois factores tornou possível e economicamente viável a produção deste gás:

– Avanços na perfuração horizontal;
– Avanços na fracturação hidráulica de maciços.

Analisadas as especificidades dos sete tipos de gás não convencional acima descritos, conclui-se que nem todas as classes se enquadram no âmbito do presente trabalho. No caso do gás ártico e dos hidratos de gás, a sua localização geográfica na região árctica e nas margens continentais (offshore), respectivamente, extrapola o objecto deste estudo (onshore de Portugal).
No caso do CBM, para além de não dispormos de dados referentes à prospecção de carvão na bacia Lusitaniana, o foco será dado aos hidrocarbonetos derivados do petróleo excluindo assim esta classe.

Em relação ao deep gas ou gás profundo, também não será abordado por dois motivos. O primeiro e principal é por que, à data, a maioria das entidades e autores da área não o consideraram não convencional. Em segundo lugar, qualquer outro dos gases aqui abordados pode também estar localizado a profundidades elevadas e daí que esta subcategoria acaba por não fazer sentido. Poderia passar a ser identificada como uma característica de localização de qualquer outro tipo de gás.
Assim como no caso do deep gas, o gás existente em zonas geopressurizadas acaba por ser um tipo ou categoria alicerçada numa especificação de duas características físicas do reservatório. Por um lado a pressão, por esta ser anormalmente alta, por outro lado a profundidade, também elevada. De igual forma, na maior parte da bibliografia consultada, esta categoria não é sequer considerada, remetendo-nos para o mesmo raciocínio anterior, que será englobar esta categoria como sendo um estado físico a que qualquer tipo de reservatório possa estar sujeito.

Resumindo, assumir-se-á que este estudo estará confinado ao Tight Gas e ao Shale Gas por estas serem as duas categorias de gás não convencional cuja presença poderá ser uma realidade neste contexto.

A BACIA LUSITANIANA

A bacia Lusitaniana é uma bacia sedimentar que se desenvolveu na Margem Ocidental Ibérica durante parte do Mesozóico. A sua dinâmica enquadra-se no contexto da fragmentação da Pangeia, mais especificamente da abertura do Atlântico Norte. Caracteriza-se como uma bacia distensiva, pertencente a uma margem continental do tipo atlântico de rift não vulcânica. Ocupa mais de 20 000 km 2 na parte ocidental da Margem Ocidental Ibérica, alongando-se por cerca de 200 km segundo direcção aproximada NNW-SSE e por mais 100 km na direcção perpendicular; cerca de 2/3 aflora na área continental emersa e a restante área, encontra-se imersa, na plataforma continental (Kullberg et al., 2006).

Com base em variações de fácies e espessura das unidades litoestratigráficas do Jurássico Inferior que afloram à superfície, Rocha e Soares (1984) dividiram a bacia em três sectores:

1. Setentrional, limitado a Sul pela falha da Nazaré, com grande espessura de sedimentos depositados durante o Jurássico Inferior e Médio e o Cretácico Superior-Paleogénico, estes formados noutro contexto geodinâmico;

2. Central, situa-se entre as falhas de Nazaré, a Norte, e de Torres Vedras-Montejunto- Arrife, a Sul, onde o Jurássico Médio aflora bem e apresenta fortes espessuras; corresponde, grosso modo, à área aflorante do actual Maciço Calcário Estremenho;

3. Meridional, limitado a Norte pelas falhas de Torres Vedras-Montejunto-Arrife e marcado pela importância da sedimentação do Jurássico Superior e Cretácico Inferior.

A grande fase de rifting iniciou-se no final do Jurássico (Oxfordiano), originando a separação entre a Península Ibérica e a América do Norte no Cretácico Inferior.
O Jurássico superior mostra variações abruptas de espessura devido a uma diferenciação da bacia Lusitaniana em várias sub-bacias de rápida subsidência.

Particularmente durante o Oxfordiano superior-Kimeridgiano inferior, as sub-bacias desenvolveram-se como half-grabens (Turcifal e Arruda) e também como estruturas de erosão de salina (Bombarral-Alcobaça). Estas sub-bacias possuem histórias deposicionais distintas.

Durante o Tithoniano (Portlandiano) manteve-se a mesma evolução sedimentar: sedimentos marinhos a Sul e depósitos terrestres a Norte, com a deposição de sedimentos clásticos continentais grosseiros – Grés Superiores – alcançando agora áreas mais a Sul do que anteriormente.

A Sul de Peniche, a formação de Grés Superiores evolui para sedimentos clásticos de plataforma litoral e carbonatos – “Pteroceriano” – maioritariamente, recoberto por carbonatos litorais de pequena profundidade.

Finalmente, a deposição de carbonatos marinhos só teve continuação na área de Sintra, sem descontinuidade desde o Jurássico superior ate ao Cretácico inferior. No resto da bacia, os sedimentos do Jurássico superior e do Cretácico inferior estão separados por uma grande discordância.
A separação da América do Norte, da Europa e da Ibéria ocorreu na base do Cretácico e resultou em grandes discordâncias nos níveis do Neocomiano e intra-Aptiano. Estas
discordâncias aumentam de amplitude em direcção à margem Este da bacia Lusitaniana e indiciam que as falhas de limite da bacia estiveram activas durante a deposição do Cretácico inferior. A deposição de sedimentos clásticos no Cretácico é posterior a uma grande fase de remobilização dos diapiros, que teve a sua maior intensidade no Jurássico superior.
As sequências deposicionais seguintes representam uma fase pós-rifting do Jurássico superior: a sequência do Valangiano a Aptiano inferior e Aptiano superior a Turoniano demonstram distribuições de fácies semelhantes, com pouca variação de espessura e cobrem grande parte da bacia. Em ambas as sequências, as zonas Norte caracterizam-se por sedimentos clásticos (formação de Torres Vedras). A formação de Torres Vedras formou-se em ambientes fluvio- deltaicos com intercalações calcárias marinhas e/ou pantanosos.
Durante o Cenomaniano, um mar pouco profundo cobriu novamente grande parte da bacia Lusitaniana, depositando localmente calcários (formação do Cacém). A parte Superior da formação do Cacém demonstra uma fácies de regressiva que inclui um aumento dos rudistas.
Durante o Senoniano, a área a Sul do cabo Mondego emergiu. No entanto, a Norte, desenvolveu-se uma bacia do Cretácico superior, que se encheu sequencialmente de sedimentos clásticos de origem continental – formação de Gândara; margas marinhas e calcários – formação Carapau; depósitos de sedimentos clásticos marinhos de baixa profundidade e dolomites – formação Dourada.

A margem Atlântica aparenta ter permanecido uma zona de erosão durante o Cretácico superior – início do Cenozóico.
Durante o Oligocénico, ocorreu apenas sedimentação terrígena esporádica – formação de Benfica – no onshore da bacia Lusitaniana, enquanto na parte offshore, a Oeste e a Norte, foi depositada apenas uma fina sequência de carbonatos marinhos de pouca profundidade variando lateralmente a clastitos terrígenos – formação Espadarte.
O Neogénico encontra-se representado por uma fina sequência de sedimentos clásticos terrígenos – formação da Moreia.
A fase inicial de inversão, que aparenta ter sucedido durante o Campaniano superior- Maastrichiano, está relacionada com o início da fase compressiva da Ibéria com a Europa e África, devido ao seu movimento relativo. A mais recente fase de inversão da bacia ocorreu no fim do Miocénico. A colisão das placas Africana e Ibérica criou uma cadeia montanhosa de rift- bético sobre o Sul de Espanha-Norte de África e criou um regime tectónico compressivo em grande parte do Centro-Sul de Portugal .

FORMAÇÃO DA BRENHA E CANDEEIROS

“Os sedimentos da base da primeira unidade (Liásico médio e superior) são essencialmente constituídos por margas e calcários margosos; no Aaleniano predominam os calcários margosos que passam, no Bajociano, a calcários compactos.
A Formação de Brenha assenta em concordância sobre as Camadas de Coimbra, em toda a bacia.
No sector sul da bacia a sedimentação efectua-se em ambientes sempre menos profundos do que os observados nos restantes sectores para o intervalo de tempo em que se enquadra a Formação de Brenha: rampa interna no Pliensbaquiano, tidal flat no
Toarciano, supra- a inter-mareal no Bajociano e Batoniano e submareal a mareal no Caloviano.
Na parte oriental dos sectores central e norte da bacia, diferencia-se outra unidade, a Formação de Candeeiros, com limite inferior diacrónico desde o Bajociano. A diferenciação destas unidades verifica-se ao longo de um eixo submeridiano (Arunca- Montemor no sector norte e Rio Maior-Porto de Mós-Leiria no sector central), que separa ambientes de plataforma interna, lagunar e intermareal para Este, de ambientes de características hemipelágicas com a formação de turbiditos carbonatados a Oeste.

A Formação de Brenha depositou-se em ambiente de rampa carbonatada externa de águas relativamente profundas, onde são frequentes as faunas de amonites, e a Formação dos Candeeiros em rampa carbonatada interna de pequena profundidade.
Condições de mar aberto passam a prevalecer a partir do Liásico médio e a topografia do fundo continua a apresentar geometria de rampa homoclinal, com o desenvolvimento de turbiditos na sequência margosa com finas intercalações calcárias do Toarciano.
O retorno progressivo à sedimentação carbonatada no final do Toarciano, após um intervalo predominantemente margoso (Liásico médio e superior), é acompanhado, em Peniche, pelo desenvolvimento de fluxos silicicláticos e associações biodetríticas
amalgamadas, sob influência nítida do alto fundo da Berlenga, bastante próximo.
Provavelmente no topo da Formação de Candeeiros (Caloviano?; Caloviano / Oxfordiano?) ocorrem importantes movimentos gravíticos de massas. Citam-se três casos, a título de exemplo: Ateanha, Sicó e Alvaiázere.
No corte tipo localizado na região de Brenha, ao longo da estrada Figueira da Foz- Aveiro, a formação apresenta espessura de aproximadamente 950 m. A parte superiorcarbonatada da Formação da Brenha (Dogger) apresenta espessura inferior à sua
equivalente lateral, a Formação de Candeeiros, por um espessamento em direcção a Este e Sul.”

CONCLUSÕES
“Concluiu-se, em primeiro lugar, que o gás natural, a par do petróleo, é uma importante fonte de energia. É um recurso abundante, mais limpo que os demais combustíveis fósseis e é bastante competitivo no mercado energético.
A prospecção e produção deste recurso no nosso país constitui uma enorme mais-valia económica, tecnológica e social. Este facto materializa-se na redução da dependência energética do exterior, criação de mais-valias para o estado (contratos de concessões, royalties, entre outros), criação de emprego, introdução de valências industriais e o incentivo à formação de quadros qualificados para desempenhar as tarefas necessárias às operações de prospecção e produção.
Concluiu-se também que, para além de prospecção de gás natural convencional, fará sentido, na zona emersa da bacia Lusitaniana, realizar trabalhos mais aprofundados de prospecção de shale gas e tight gas.

Todas as litologias descritas da Bacia, nas formações estudadas (Brenha e Candeeiros), enquadram-se perfeitamente no triângulo onde se “balizam” os reservatórios de shale e, por conseguinte, não é possível ignorar a possibilidade de existência de reservatórios com tais características.

Em relação aos mapas criados, existe uma conclusão que se destaca, após ser realizada a normalização dos volumes de vazios pela área:

A zona 2, situada no concelho de Alenquer, é a zona com maior índice de vazios por área, o que significa que, quando interceptada por um poço vertical, é a zona que terá um maior índice de vazios exposto ao referido poço e, como tal, será provavelmente a área mais interessante a prospectar, sob este ponto de vista.
Embora o volume de vazios seja um bom indicador da qualidade do reservatório existem inúmeros outros parâmetros a ser considerados, mas para os quais não dispomos de informação, como por exemplo o factor de expansão do gás, pressão, temperatura, entre outros.
A produção de um qualquer bem está sujeita à lei da oferta e da procura. O caso do gás não é diferente. As flutuações de preço, quer pela conjuntura internacional quer do ponto de vista da sazonalidade, são factores que afectam a produção ao ponto de a poderem tornar não rentável. Este facto só é passível de ser contornado com uma capacidade de armazenamento para posterior venda, quando o mercado se tornar mais favorável. A produção de gás na bacia Lusitaniana tem como ponto forte a possibilidade de comportar tal armazenamento. Este armazenamento pode ser realizado em diapiros salinos que estão amplamente disseminados pela bacia Lusitaniana, oferecendo uma maior estabilidade à eventual produção.
Finalmente, sugere-se um estudo mais aprofundado às potenciais rochas-mãe existentes na bacia Lusitaniana, pois nelas jaz o potencial de poderem ser simultaneamente rochas reservatório de shale gas e shale oil.

Àgua e Fracking (privatização)

Conflito de interesses entre empresas privadas de água com o lobbing do fracking

Vender água ás empresas de perfuração (fracking), um dos maiores utilizadores de água do setor privado.

Duas das maiores empresas de água, estão a participar no lobbing massivo para se expandir no Shale Gas — uma atividade industrial que promete enriquecer as empresas de águas, mas ao mesmo por em perigo as fontes de água potável.

A situação é: alguns observadores descrevem-no como um problema de conflito de interesses – e acompanha os assuntos complexos levantados pela privatização de infraestruturas e serviços como água, prisões e estradas.

As empresas americanas; American Water e Aqua America – são lideres no fornecimento de água na Pensilvânia, onde o fracking está em altas. Eles vendem água às empresas de gás — que utilizam uma técnica que requer quantidades massivas de água – e expressaram o interesse em tratar água tóxica derivada das perfurações, uma oportunidade lucrativa.

Os investidores e donos das empresas, e lobbistas da utilidade das águas são também “membros associados” da poderosa industria de gás na Marcellus Shale Coalition, um facto confirmado pelo representante da coligação Travis Windle, que diz que os associados pagam $15,000 anualmente. “Os nossos associados são realmente a espinha dorsal da industria”.

Ambas as empresas de água servem milhões de pessoas pelos EUA … Aqua America serve 11 estados e a American Water está em mais de 30 estados.

A coligação, que é liderada pelos principais produtores de gás, defende o “desenvolvimento responsável de gás natural” irá desenvolver a economia da região enquanto fornece uma importante fonte de energia domestica. Reportaram mais de $2 milhões gastos em lobbing nas expedições na Pensilvânia desde 2010.

A Aqua America juntou-se à coligação em 2010 e a Pensilvânia American Water – subsidiária da American Water – juntou-se em 2011.

A perfuração de Shale Gas utiliza uma combinação de perfuração horizontal e hidraulic fracturing (fracking), para extrair o gás das formações rochosas. A técnica controversa força milhões de litros de água– misturada com areia e químicos – a entrar na rocha e parti-la para libertar o gás. Juntamente aos riscos destas técnicas, o processo produz grande quantidade de água tóxica que dificilmente será potável novamente.

A EPA, está a conduzir um estudo “para investigar os potencias adversos do fracking na qualidade das águas e na saúde publica”. Separadamente a EPA, está a testar a água de alguns residentes na Pensilvânia, que dizem que as explorações de gás natural perto de suas casas contaminaram as águas.

No meio disto tudo as empresas de água, vendem -na para fracking enquanto dizem querer que o fracking seja feito de uma maneira ecologicamente responsável. Numa apresentação aos investidores, a American Water disse referindo-se aos lucros  “ realizar retornos adicionais derivado das águas a empresas de fracking, enquanto estamos atentos à proteção das fontes de água”. Na apresentação a empresa notou que “ vende água a utilizadores de fracking em 24 pontos de distribuição na Pensilvânia”, e que “vendeu 250.4 milhões de gallons de água para fracking de janeiro até Dezembro de 2011, ganhando $1,6 milhões.

American Water por Terry Maenza diz que a companhia apoia a proteção ambiental e que o seu papel na coligação não mudará devido ao seu papel na coligação de shale porque também é membro de inúmeros grupos ambientais.

Em Portugal a pressão (lobbing) para a privatização da água está ao rubro , depois de se pagar as construções das barragens para criar energia elétrica, privatiza-se a EDP, depois de se pagar instalações e infraestruturas para distribuição de gás natural, privatiza-se a REN (gasodutos e rede elétrica). Depois de vendermos ou alugarmos as terras para eucalipto, pagamos o material que produzem, apesar de as corporações de fabrico de produtos derivados de papel de eucalipto ganharem mais com a introdução de novas fontes de energia (cogeração a gás natural), como a Portucell (Navigator).

Quem vai beneficiar com o fracking em Portugal são as corporações privadas e os políticos corruptos. Criaram um mercado de energias, que agora começa a pedir o que não há, dinheiro.

Os preços da água, gás e eletricidade serão muito mais baratos para as corporações e mais caro para o cidadão comum. Se o preço for “equilibrado” será num valor que grande parte da população (pequenos agricultores, associações de solidariedade, etc) não poderá pagar sem efeitos nocivos no seu desenvolvimento. A água está a ser privatizada para ser vendida ao melhor preço de mercado, e como tem provado estes últimos anos, a economia é mais importante que o bem estar civil.

As barragens foram o primeiro passo para nos roubarem as águas, controlar o fornecimento (quantidade, para quem, a que preço). As energias renováveis estão abafadas, dando dinheiro a quem já o tem, sendo inacessível para a maioria dos que queriam utiliza-la como um bem social e não um bem económico.

A água é um elemento que está em 70% do nosso corpo. As doenças aumentam porque a água está doente. O preço dos alimentos aumenta porque a água é um elemento pela qual se compete em lutas muitas vezes desiguais. Já não é o caso do vizinho da horta de cima cortar o carreiro com um bocado de terra ou tábuas. Aqui discute-se o direito a ser dono da água, de decidir a quem a fornecer, que valor tem, sem uma necessidade real de sobrevivência, mas sim de lucro e poder.

A água corria livre nos rios, hoje não. À água era saudável hoje já não. A água é o elemento vivo mais antigo da terra, donde veio a vida e hoje mata. Porquê?

LIBERDADE PARA AS ÁGUAS, PARA PODERMOS SER LIVRES!

 

Fracking: O novo problema das águas globais

FRACKING:

A NOVA CRISE GLOBAL DE ÁGUA

 Na última década, avanços tecnológicos em perfuração horizontal e fracking tem permitido á industria do petróleo e gás extrair grandes quantidades de petróleo e gás natural de formações rochosas nos EUA. No entanto, a prática provou-se ser controversa. A poluição da perfuração e fracking causa grandes problemas ambientais e problemas públicos de saúde e criar sérios, riscos de longa duração para os lençóis de água.

Neste relatório, Food and Water Europe olha sobre os riscos e custos do desenvolvimento de operações Shale que se tem demonstrado nos EUA, incluindo custos económicos que vão de encontro ás ofertas de benefícios económicos desta prática.

Aqui vai um sumário sobre desenvolvimento de Shale em 6 países: França, Bulgária, Africa do Sul, China e Argentina.

  • Forte oposição pública ao fracking na França e Bulgária levou á proibição nacional da prática
  • O governo da Polónia deu a boa vinda ao desenvolvimento de Shale no país, mas problemas durante o processo de autorizar prospeções levou o plano por água abaixo.
  • À espera de uma revisão ambiental pelo governo da África do Sul, a Royal Dutch pode ser autorizada a perfurar na Bacia de Karoo
  • O governo Chinês está a pressionar a sua expansão de Shale, e inúmeras corporações de petróleo estão em parceria com corporações chinesas, tanto nos EUA como na China
  •  Na Argentina, as corporações de gás e petróleo iniciaram o desenvolvimento de Oil Shale e Shale gas na bacia de Neuquén, com o apoio do governo argentino

Introdução:

Avanços na tecnologia e no fracking tornou agora economicamente possível extrair petróleo e gás natural das rochas e outras formações rochosas impermeáveis. No entanto, enquanto a perfuração e o fracking tem sido o Boom da indústria nos EUA, tem sido um pesadelo para os americanos expostos à poluição que acompanha estas operações.

A indústria do petróleo e gás querem agora levar este pesadelo a todo mundo. Empresas estatais e privadas de petróleo e gás estão a fazer parcerias com companhias americanas, dando capital para o desenvolvimento das explorações, em troca do conhecimento técnico para as perfuraçõe no Mundo. Muitas destas companhias também trabalham para assegurar direitos à extração de gás e Oil Shale e Shale Gas pelo mundo.

Devido ao gás natural ser relativamente livre de queimas de combustível fóssil, comparado com o petróleo e carvão, foi carimbado como uma fonte de energia que podia potencialmente servir como ponte para um futuro baixo de carbono alimentado por fontes de energia renovável e limpa. No entanto olhando não só para a combustão, o impacto ambiental total do desenvolvimento de Shale Gas não é nada amigável, nem para uma ponte. Mete em perigo os lençóis de água, estudos científicos sobre gases efeito de estufa libertados nas operações revelam que utilizar gás natural em vez de cravão pode na realidade acelerar as alterações climáticas nas próximas décadas. Claro, em contraste com o Shale gas, não existe a pretensão de levar o Oil Shale aos mesmos patamares de benefícios ambientais.

Este relatório revê os riscos e custos da exploração de gás de xisto, como demonstrado nos EUA, e pede aos países para banir esta perigosa prática. Para ilustrar o alcance da ameaça do fracking á saúde pública e ao meio ambiente, o estatuto dos empreendimentos de Shale em 6 Países, vai ser sumarizado.

História e a próxima onda de fracking

 Fracking é o processo de injectar líquidos – tipicamente uma mistura de água, areia e químicos—em poços em altas pressões para quebrar as rochas, permitindo ao gás/ou petróleo contidos nessa formação rochosa viajarem para o poço.

Não é uma nova técnica. As corporações de petróleo e gás utilizam o fracking desde 1860 para estimular a produção dos poços de petróleo. A Halliburton é apontada como a responsável pela primeira aplicação comercial de fracking para produzir gás natural,  em 2000, 0 fracking era utilizado em 90/95% dos poços de petróleo e gás nos EUA. No entanto, a escala do fracking moderno é uma mudança radical da utilizada no petróleo e gás convencional.

Alvos de Gás natural convencionalde rocha e outras formações pela qual o gás realmente flui. Quando uma reserva de gás é confirmada dentro destas rochas impermeáveis, um poço vertical é perfurado até ao reservatório e faz fluir o gás.

Em, contraste, gás natural não convencional existente nas rochas fica lá, em areias ou camas de cravão, é restrito se não for “fracked” (Fracturado). Igualmente, o fracking é essencial para libertar “Tigth Oil”.

A combinação de fracking avançado e técnicas de fracking horizontal tornou economicamente viável extrair grandes quantidades de Shale Oil e Shale gas. Enquanto o fracking permite que o gás passar para um poço, para começar, perfuração horizontal através de uma camada fina de rocha, por exemplo, dá a cada poço mais exposição ao petróleo e gás nas rochas

Depois das perfurações horizontais ou verticais estarem acabadas, e as saídas dos poços cimentadas, as corporações injetam milhões de litros de fluidos do fracking para partir a rocha e abri-la para o gás poder ser retirado. Dependendo da geologia, entre 25 a 75 % dos milhões de fluidos do fracking utilizado para cada poço volta á superfície como lixo toxico. Um grande volume de água salgada contendo naturalmente contaminantes também é produzida como desperdício. Combinados estes dois fluidos tóxicos, devido ao fracking, como material radioactivo e outros poluentes, fogem para o solo e águas subterrâneas. Não contentes com esta tecnologia avançada, a indústria do petróleo e gás esta a desenvolver a capacidade de aumentar a quantidade de fluidos do fracking e a pressão para gerar mais fracturas para extrair mais petróleo.

A experiencia americana: riscos e custos

 O aumento das perfurações e operações de fracking necessárias para extrair o gás e petróleo das rochas aumentou os riscos e custos da prática. O Fracking moderno requer milhões de litros de água para cada poço, e a desenvolvimento de Shale pode competir com necessidades essenciais de água em regiões de falta de água. Fontes de água publica podem também ser poluídas em diferentes etapas do processo e mesmo muito tempo depois, resultando em custos significativos na saúde publica. Custos adicionais devem-se a doenças devido á poluição do ar, e a economia rural sofre com o impacto negativo das perfurações de fracking na agricultura e turismo.

Impacto do fracking nas águas públicas (exemplo dos EUA)

 O fracking está implicado na contaminação de lençóis de água pelos EUA. ProPublica identificou mais de 1.000 casos de contaminação de águas perto dos locais de extracção, documentados por tribunais, estados e governos locais pelo país desde 2009. A Pensilvânia multou a Marcellus Shale por 1,544 violações só em 2010.

Pavillion, Wyoming:

Em 2010, a U.S. Environmental protection Agency fez um estudo preliminar onde encontrou possíveis contaminações de água perto de poços de fracking e recomendou aos residentes evitar beber água da torneira. Foram investigados 39 poços em zonas rurais e encontrou benzene e metano nas águas. Os poços também estavam contaminados com os aditivos do fracking: 2-butoexythanol phosphate. Em Dezembro de 2011, foi lançado um relatório concluindo que o fracking possivelmente contamina com metano os lençóis de água perto de Pavillion, e que a contaminação foi possivelmente devido às fugas de superfície e água tóxica.

Dimock, Pennsylvania:

Em 2009, os legisladores da Pennylvania ordenaram à Cabot Oil and Gas Corporation para parar com todo o fracking em Susquehanna County depois de 3 derrames num poço numa semana que poluiu terras húmidas e causou a morte da fauna marítima local. Estes derrames verteram 8,420 gallons (31.873167356 litros) de fluidos tóxicos contendo lubrificantes fabricado pela Halliburton que são potenciais cancerígenos.  O fracking também poluiu poços familiares, e as pessoas já não a podem utilizar. A Pennylvania multou a Cabot em mais de $240,000, mas custou mais de $10 Milhões para transportar a água potável às famílias afectadas. Em Dezembro, a Calbot pagou $4.1 milhões a 19 famílias que tiveram as suas águas contaminadas por metano devido ao fracking. Em 2012,a U.S. EPA começou a prover água limpa a estas famílias depois da Calbot ter sido libertada das suas obrigações pelo estado do Pennylvania.

Garfield County, Colorado:

Os 8,000 poços em Garfield County começam a estar perto de zonas residenciais. Um estudo revelou que com o aumento dos poços, aumenta também a concentração de metano nas águas. Os legisladores multaram a EnCana Oil and Gas por migração de metano para os lençóis de água através de falhas naturais. Em 2008. Um lago de água tóxica verteu 1,6 milhões de fluidos, que migraram para o Colorado River.

Parker County, Texas:

Em 2010, a U.S. EPA determinou que poços de fracking contaminaram um aquífero de água potável com metano, benzene e outros químicos que forma adicionados quimicamente.

Como é que o fracking polui os lençóis de água potável

São muitas as maneiras pela qual o fracking polui as águas. Primeiro, mesmo depois dos fluidos químicos serem injectados no chão, eles podem ser vertidos no local dos poços, ou no transporte, causando contaminação.

Os químicos utilizados são tudo menos seguros. Cientistas descobriram que 25% dos químicos podem causar cancro; 37% distúrbios no sistema endocrine; 40 a 50% pode afetar o sistema nervoso, cardiovascular e o sistema imunitário; e mais de 75% podem resultar em perda do sistema respiratório e sensorial. Estas águas tóxicas contem não só potenciais químicos tóxicos, mas também contaminantes naturais, incluindo, Sal, Barium, Strontium; poluentes orgânicos —Benzene, Toluene e normalmente material radioactivo (Radium 226). Uma investigação do New York Times descobriu que ¾ dos poços de fracking na Pennsylvania e West Virginia estudados produziam água contaminada com altos níveis de radiação, incluindo poços que continham valores centenas de vezes mais altos do que permitido, e pelo menos 15 poços com níveis milhares de vezes acima dos valores.

Em 2010, um poço rebentou e libertou um geyser de gás e de fluidos de fracking com 75 pés de altura que entornou 35,000 gallons ( 132.4894123 litros ) de agua tóxica, quando uma válvula, libertou Choride, sodium, barium e strontium, também continha hydrochloric acid.. Dois meses depois um fogo nos tanques de armazenamento de águas tóxicas feriu 3 trabalhadores. A Pennsylvania multou a Chesapeake Energy 284 vezes por violações desde 2008.

Também, a água de superfície pode ser poluída por descargas das instalações de tratamento que recebam as águas do fracking mas que não estão equipadas para tratar tantos contaminantes na água. Por exemplo, entre 2008 e 2009 na Pennsylvania, pelo menos metade dos desperdícios do fracking foi para estações de tratamento públicas que não estavam preparadas para tal. Os rios também mostram subidas de Bromides, uma preocupação particular porque as bromides podem reagir com desinfectantes durante o tratamento da água, formando Brominated trihalomethanes (THM). Quando formado, o THM é difícil e caro remover da água, e a exposição ao THM implica cancro e defeitos de nascença.

Um estudo da Nacional Academy of Ciences descobriu que as concentrações médias de metano nos poços de água potável em áreas ativas de exploração de gás eram 17 vezes mais latas do que áreas não ativas, possivelmente devido a derrames. Em 2008, uma casa em Ohio explodiu devido á infiltração de metano na água canalizada, devido ao fracking. Em 2010, depois da U.S. EPA dizer aos residentes de Wyoming para não beber da sua água devido a contaminação, a U.S. EPA determinou que 2 casas no Texas estavam em risco de explosão devido a altos níveis de gás natural na água devido ao fracking.

A U.S. EPA relatou que fluidos tóxicos de fracking contaminou pelo menos um poço de água em West Virginia e possivelmente outros. Em 2004, no Colorado, uma má selagem de um poço de fracking levou a contaminação de água a 4.000 pés de distância. Em Novembro de 2011, foi dado a conhecer um relatório de lençóis de água contaminados perto de operações de perfuração e fracking em Pavillion, Wyoming, concluindo que “ os dados indicam que o impacto da contaminação dos lençóis de água pode ser explicado pelas operações de Hidraulic fracturing.

Muitos dos casos de contaminação direta, seja de metano ou aguas tóxicas, são devidos á má selagem dos poços, quando passam por um aquífero.

O facto é que, dependendo da geologia, 25 a 75% dos fluidos do fracking que voltam à superfície, milhões de gallons (biliões de litros de água tóxica) ficam debaixo de terra depois de ser injectado. Uma vez debaixo de chão, os fluidos misturam-se com ocorrências naturais e é submetido a forças geológicas e processos químicos durante longo período de tempo, de anos a décadas. Até onde e quanto depressa pode viajar, e como mudar quimicamente, é impossível saber e controlar.

Poluição do ar devido ao fracking

  A exploração de Shale resulta em mais emissões de gases efeito de estufa que explorações convencionais de petróleo e gás. Esta poluição vem dos geradores e compressores nos locais de perfuração, tráfico de veículos pesados e da ventilação das águas residuais nos tanques, que podem provocar grande degradação do ar. Isto significa que existem impactos significantes no ambiente e na saúde quando examinamos o ciclo-de-vida do shale gás, e estes impactos são mais negativos que os benefícios, que torna falso que as shale sejam benéficas para o aquecimento global.

Shale gas é primariamente composto por metano, que é um potente gás efeito de estufa, estudos científicos recentes demonstram que, devido á quantidade de metano libertado durante a exploração moderna de Shale Gas em vez do carvão pode acelerar o efeito de estufa, não reduzi-lo. Isto deve-se ao fato que o shale gas emite significativamente menos poluição de carbono quando queimado. Assume-se que a procura por gás natural irá desviar a procura por carvão, não substitui-lo, se tal acontecer o impacto será muito mais devastador.

Poluentes encontrados perto de áreas de fracking são; metanol, formaldehyde e carbon disulfide. Compostos orgânicos voláteis, que incluem; nitrogen oxides, benzene e toluene, são também libertados durante o fracking. Estes compostos misturados com as emissões do tráfico de veículos pesados, grandes geradores e compressores formam o Gruond-level ozone que pode, combinado com matéria de partículas formar nevoeiro. Exposição prolongada a esse nevoeiro está ligada a vários cancros, doenças cardíacas, diabetes e morte prematura em adultos, e asmas, nascimento prematuro e défices cognitivos em crianças.

È extremamente difícil ligar directamente saúde individual com níveis de poluentes no ar. No entanto, existem inúmeros relatórios de saúde pública que coincidem com o aparecimento do shale que estão ligados à poluição. Por exemplo, residentes de Dish, Texas, que viveram 11 anos perto de estações de compressão de gás natural ficaram preocupados com o odor, barulho e problemas de saúde, como enxaquecas e apagões. Também sentiam problemas neurológicos e cegueira nos seus cavalos.

Em Wyoming, perfuração e fracking causaram poluição ground-level ozone que excedia a quantidades registadas em Los Angeles. No Texas, um hospital que serve 6 “conselho” com extracção de shale gas assinalou níveis de asma 3 vezes mais elevado que a média usual. Isto ilustra o sério impato na saúde publica devido ao fracking, e realça o pensamento que assume que a transição para shale gas irá reduzir a poluição do ar só porque o shale gas queima mais limpo que outro combustível fóssil.

Licitações exageradas sobre os benefícios económicos

 A exploração de shale não só acelera como aumenta os perigos para a saúde pública nos EUA através da poluição do ar e da água; Também afetou as economias locais. Enquanto a indústria promove criação de trabalho e investimento local, normalmente não contam com os resultados a longo prazo na economia e significante erosão na qualidade de vida das comunidades locais. Muitas das proponentes economias benéficas são só uma miragem, as companhias de energia baseadas em algures não compram matérias para o fracking, e os trabalhos habitualmente vão para trabalhadores que viajam de shale para shale.

Os poços trazem trabalho para camiões que danificam as zonas rurais e transportam materiais altamente tóxicos e águas residuais. Foi estimado que o trabalho nos EUA nas Shale, cada poço requer entre 890 a 1,350 grandes camiões. O barulho da perfuração a operar dura por 24 horas por dia, 7 dias por semana. As vistas são substituídas por poços de gás, que desce o valor dos terrenos e afeta o turismo e indústrias de “recriação” como, passeios, piqueniques, observação de pássaros, etc…

Os poços de gás não só desvalorizam a propriedade onde estão, mas também o valor das propriedades vizinhas.

Durante a construção e perfuração, os poços de gás aumentam significativamente o tráfico de veículos pesados e os custos da reparação dos estragos nas estradas locais são suportadas pela população. O fraking também requer gasodutos para transportar o gás, que põem em perigo os locais, devido a explosão. Em 2011, uma explosão, em Allentown, Pennsylvania, matou 5 trabalhadores, outras explosões aconteceram em Ohio, Califórnia, Michigan e Texas, alguns fatais.

Agricultores, que dependem da saúde da terra, têm de tomar decisões difíceis. Já morreram animais depois de beberem de água contaminada com fluidos dos fracking. Em 2009, 48 vacas foram postas em quarentena, devido a um derrame, que podia contamina-las. Os agricultores orgânicos podem perder a sua avaliação se os seus terrenos e águas forem contaminados.

Em contraste com o legado de poluição ambiental a exploração de shale deixa para trás, qualquer economia positiva vinda do fracking é de pouca duração: emprego, construção, procura de habitação e bons ordenados são significativos no inicio, mas diminui quando as operações diminuem e mudam para outro lado. Quase todos os trabalhos associados com Shale são durante a altura da perfuração e fracturação (fracking). Isto significa que os empregados da corporação, muitos dos quais de passagem, viajam de poço em poço, enquanto as perfurações e poços aumentam.

FRAKING NO MUNDO

 Direitos de propriedade dos minerais

 Nos EUA, os donos de terras tipicamente têm o direito às reservas de petróleo e gás nos seus terrenos privados. Como consequência, a indústria criou uma aliança natural com os donos das terras que procuram ganhos económicos pessoais. De acordo com Ben van Beurden, chefe da Shell Chemical, “os trabalhos são mais fáceis se os donos dos terrenos sejam os donos do petróleo ou gás”. Continuou “Em locais como o Norte da Europa, os direitos aos minerais são do estado.”

Conclusão:

A rápida expansão de operações shale e fracking nos EUA resultou em impatos ambientais e problemas de saúde pública. Juntos, derrames de produtos tóxicos e águas tóxicas estão inerentes á indústria e não podem ser impedidos por legislação.

Acrescentando poluição do ar torna os perigos bem claros.

Os países ainda não expostos aos riscos do fracking têm a oportunidade de escolher um caminho diferente, um que encontre “ as necessidades do presente sem comprometer a fiabilidade do futuro. .

 

 Retirado do trabalho de: http://www.foodandwatereurope.org