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Eco-Demo(cracia)

Rockfeller

Eco- Demo(cracia)!

O Verde do séc XXI continua a ser o do dinheiro!?

A tribo Yaqui que habita em Loma de Bacum, uma cidade mexicana perto da fronteira com o Arizona (USA) cortou uma secção de cerca de 15 metros do gasoduto transfronteiriço que se encontra nas suas terras como forma de protesto pela imposição da infraestrutura pertencente à Sempra Energy (Califórnia) sem consentimento dos locais. Este gasoduto transfronteiriço foi possível com o apoio e pressão de Hillary Clinton sob o México para privatizar as fontes de gás e petróleo enquanto elemento da administração Obama.

Em 2015 a população Yaqui disse não à construção do oleoduto quando informada pelas autoridades locais, mas este foi em frente na mesma. A Ienova, unidade da Sempra que opera o oleoduto espera decisão judicial para poder restaurar o oleoduto ou escolher outra rota.

Durante a Luta contra o Keystone XL foram em frente dezenas de gasodutos, e planos para mais foram apresentados dentro dos EUA e que atravessam fronteiras. Um dos casos onde a fronteira não foi reconhecida foi o conhecido oleoduto que levou ao movimento popular Standing Rock...

A administração Obama foi considerada pioneira no apoio à economia verde. A sua maior participação (com dinheiros públicos) vai ser a entrega de 100 biliões de dólares até 2020 para as adaptações climáticas nos países em desenvolvimento, como acordado no acordo climático de Paris. Foi mais um passo num plano desenvolvido pela família Rockfeller na sua luta pelo controlo da energia do sec XXI e mais uma vez senhores das soluções e boa vontade…  Teatros Greco-Romanos são encenados com personagens reais, (Nós), numa luta que parece estar ganha mas que se perde sempre… Como?

Neste trabalho vamos ficar pelos políticos e capitalistas, noutro entraremos na ciência por detrás da ideia das alterações climáticas, CO2 e políticas ambientais que oferece legitimidade para toda esta tomada de posse da solução energética auto sustentável e local…

Depois de Al Gore a política norte americana nunca mais foi a mesma e o dinheiro que gera está sempre em crescente…E Hoje?

Começamos por Hillary Clinton que como Secretária de Estado de Obama e em conjunto com um grupo de lobistas da indústria petrolífera, aproveitou o sonho do eco capitalismo para financiar a solução energética mundial e as lutas tornadas mainstream como a desobediência cível encenada e dirigida pela 350 org contra o oleoduto Keystone Xl, por parte de figuras públicas e dirigentes de ONG’s, diziam que parar o KXL era mandar uma mns à indústria Tar Sands pois era uma infraestrutura essencial para as novas explorações de não convencionais,  uma arma sua.

Os indígenas Yaqui acusam Hillary de ser responsável pela permissão de construção à Sempra. Na lista de financiadores da campanha para as presidenciais contra Trump estavam registados 40 lobbistas que trabalharam contra o regulamento das alterações climáticas, defendiam a perfuração offshore e procuravam aprovação para a exportação de gás natural. Ankit Desai, vice-presidente para as relações governamentais na Cheniere Energy doou $82,000 para o campo eleitoral de Clinton. David Leiter em 2014 foi responsável pela aprovação da infraestrutura de exportação de GNL em Hackberry, Louisiana também doou $36,550 para a campanha de Clinton e trabalha para a ExxonMobil.

Durante a administração Obama a luta contra o Keystone XL (KXL) apoderou-se de palavras como Roots Movement (Movimento Popular), desobediência civil e resistência por parte de ONG’s multinacionais com ordenados de milhares de euros que são hoje os principais representantes da solução verde para o sec XXI. Na verdade além da indústria verde também a indústria férrea esperava o fim do apoio do governo ao KXL. Warren Buffet, o 3º homem mais rico do mundo, investiu na BNSF para transportar o petróleo que viria pelo oleoduto e mais ainda. Em 2010 Obama agraciou Buffet com a Medalha da Liberdade, no ano seguinte Obama apresentou a “Regra Buffet” . A Forbes em 2018 apela-o de “ Oracle of Obama”. Uma das ONG’s que mais tem ganho com tuda esta politica verde é a 350 org com raízes na Fundação Rockefeller, como também WWF, e  Sierra Club, ambos recebem doações da fundação Rockefelleretc… Em 2013 o senador Lautenberg e Rockefeller passaram a lei de investimento no transporte,a Rockefeller que na altura dirigia o Senate Commerce Committee disse que: Todas as opiniões “precisam de estar na mesa” para renovar e expandir o sistema ferroviário, portos, auto-estradas.

 

A família Rockefeller é a criadora da solução alternativa energética sem alterações na organização social. Em 2013 a sua fundação concluiu uma iniciativa focada na acessibilidade aos trabalhos verdes nos EUA, SEGUE (Sustainable Employment in a Green US Economy) para resolver a alta taxa de desemprego e alterações climáticas criando a oportunidade imperativa em investir nos trabalhos verdes pelo mundo, com avanços no conhecimento, leis e instituições necessárias para catalisar o crescimento da economia verde. Não é de estranhar que na lista de apoios económicos da fundação estejam sindicatos, ong’s verdes e que na lista de colaboradores da Global Climate March estejam sindicatos. Através do Rockefellers Brothers Fund e de um programa de energia solar e eólica em África liderado pela irlandesa Mainstream Renewable Power foram investidos 1.775M em energia renovável, considerado o maior passo para a energia verde.

No África Energy Forum em 2016 foi defendido um Plano Marshall para África assente em $70 triliões para ajudar as economias em desenvolvimento. No mesmo discurso os EUA são apresentados como os salvadores da Europa através do plano Marshall (European Recovery Program) depois da segunda guerra mundial. Aqui podes consultar a lista dos apoios aos Verdes por parte dos Rockefeller. Na Universidade Rockefeller são aprovados vários estudos sobre Deep Sea Mining para metais para a construção de paneis solares e eólicas, baterias para energia verde, combustível, matéria-prima para novas tecnologias, etc… Gulbenkian era fã da antropologia de Rockefeller e seguiu os seus passos até aos dias de hoje e para o séc. XXI. Hoje a sua Fundação faz o mesmo trabalho verde em Portugal, imitando a Fundação Americana.

JP Morgan é outro nome intrinsecamente ligado ao futuro verde e ao passado negro das energias. Depois de Tesla ter ganho a eletrificação AC na World’s Columbian Exposition em Chicago no ano de 1893, o sistema foi rapidamente adotado como produção para empresas de energia elétrica primeiro nos Estados Unidos e depois em todo o mundo. John D. Rockefeller reagiu à crescente popularidade da iluminação elétrica para todos, que antecipou a tecnologia à base de óleo de lâmpadas de querosene, assim  ajudou empresas como a Ford a iniciar em serie o motor de combustão interna (Gás/Diesel) como o principal meio de transporte terrestre… para todos, porque sabia que Tesla estava a ponto a traçar um caminho para a fabricação de carros elétricos baratos. Ford tinha a ideia dos carros baratos a biodiesel e com fibra de cânhamo, Rockefeller levou a melhor. Do outro lado ( forma de expressão) JP Morgan com o apoio da família Rothschild respondeu ao tornar-se o único patrocinador do empreendimento Tesla. Iniciou-se uma batalha empresarial pelo controlo do fornecimento elétrico, com Rockefeller e os seus protegidos a levarem a melhor com a corrente AC e os carros Ford com petróleo ou Thomas Edison com a sua lâmpada. Mais tarde JP Morgan encabeçou um grupo de banqueiros preocupados com as ideias revolucionárias de Tesla que poderiam tornar impossível controlar a venda e distribuição de energia a preços lucrativos. Em apresentações públicas Tesla introduziu muitas novas tecnologias, inclusive aquela que lhe permitiu exibir sistemas de iluminação elétrica sem fio e geração de energia dos rios sem barragens e a teoria da energia criada pela rotação da terra. Todo isto foi travado por interesses econômicos que juntou “inimigos” para um objetivo comum: Impingir e cobrar por serviços que podiam ser de acesso livre, para manter o controlo das necessidades sociais.

JP Morgan lidera hoje um grupo de banqueiros que têm como objectivo criar uma plataforma Pan Europeia que permita a rápida expansão dos produtos Tesla na Europa. No site do JP Morgan os carros Tesla são considerados uma história de sucesso criada para uma rápida expansão do negócio centralizada na facilidade de taxas e regulamento financeiro na região Europeia.

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Retirado do site.

A operar protegido por um grupo de banqueiros permitiu á Tesla aumentar mais facilmente outras partes do JP Morgan ao apoiar e facilitar o crescimento do negócio.

Elon Musk recebeu, em 2015, um empréstimo de 750 milhões para a Tesla Motors (Que esteve para ser comprada pela Google) do Banco da América, JP Morgan Chase e Deustsche Bank. Em 1999 Musk decidiu comprar o carro mais rápido e mais caro da altura e de sempre, o Mclaren F1 GTR,  e em 2014 congratulava-se com a habilidade do modelo Tesla Model P85D em se comparar à aceleração de 60 milhas horas em 3.2 segundos do Mclaren. Em 2016 o Model S P100D chegou às 60 milhas em 2.28 segundos. Muita gasolina foi gasta…

Onde Musk gasta muito produto petrolífero é na sua empresa Space X, fundada em 2002, que tem como missão tornar os humanos colonizadores e criadores de uma civilização sustentável em Marte. Dentro do programa está o desenvolvimento de meios de transportes em terra de alta velocidade como o Hyperloop. Musk também têm contractos de transporte com a NASA e também criou a OpenAI, uma empresa de investigação para uma inteligência artificial segura por acreditar que o ser humano está muito lento para poder usufruir de toda a informação que a tecnologia nos proporciona. O dinheiro inicial para estes investimentos veio da venda do Paypal, onde foi co-fundador e a Zip2 plataforma que tornou possível que jornais como o New York Times e Hearst pudessem ser lançados on line.

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Trump é um dos aliados de Musk, além do apoio ao contracto com a NASA, Trump também é um dos potenciadores do Hyperloop. Segundo declarações de Shervin Pishevar, co-fundador do Hyperloop, Trump é um Construtor que dá esperança ao projecto. Nessa mesma entrevista Pishevar anunciou a recolha de 85 milhões em fundos. Em 2018 o Hyperloop foi integrado no Plano de Infraestruturas da administração Trump.

O futuro está em foguetões!? Qual a pegada ecológica do programa espacial?

O valor médio será cerca de 30 toneladas de CO2 por lançamento (em 2015 a pegada de um cidadão europeu era de cerca 7 toneladas). Mas em cada lançamento pode-se juntar as 23 toneladas de Perclorato de amônio e pó de alumínio e as 13 toneladas de ácido clorídrico. Imagine-se mais, maiores e mais potentes foguetões.

A fábrica Tesla foi convidada a vir para Portugal, e os verdes jubilaram-se com a possibilidade de o país entrar nesta solução espacial. Um dos critérios a favor era o lítio encontrado em Portugal Continental e no fundo do Atlântico e outros recursos minerais para a construção dos automóveis.

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(representante da Tesla em Portugal)

A sociedade humana encontrou um dominador comum ( Alterações climáticas) para uma luta global econômica e política (Globalização), e mais uma vez o plano é solucionar os seus problemas, deixando de fora as restantes classes e espécies, desperdiçando mais uma vez uma oportunidade de realmente trabalhar para um mundo sustentável, não egocêntrico, seguindo uma doutrina apresentada pelos produtores de poluição. Um dos problemas das mudanças radicais no sistema de organização humana é o assalto dos culpados às ideias sustentáveis e equalitárias dos afectados, isto foi verdade no movimento abolicionista da escravatura, nos direitos da mulher, na política (republica, democracia), das classes sociais mais baixas (Representantes). Ao apontar o dedo acusador ao cidadão, os criadores dos produtos poluentes apoiam hoje soluções que mantiveram na gaveta desde o início dos seus investimentos, para manter a sua fortuna, culpando-nos a nós consumidores dos males do mundo.   o aproveitamento das correntes dos rios e energia da terra para produção de energia de Tesla, que foi transformado em grandes empreendimentos em forma de barragens e transporte de corrente por cabos com necessidade de grande matéria prima e principalmente com manuseamento mortal, e tudo por motivos económicos (poder), ou a recente 1ª Revolução Verde em África são cicatrizes que não devem abrir de novo…

Vamos deixar os mesmos, ou a mesma mentalidade mais uma vez controlar as soluções populares, sustentáveis e necessárias?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

COP-1 a COP-21, Ecocídio pintado de verde!

Passados quase 40 anos, nada muda….

E Tu, queres mudar?

Greenwashing: lavagem de imagem, no sentido de modificação que visa ocultar ou dissimular algo; indica a injustificada apropriação de virtudes ambientalistas por parte de organizações (empresas, governos, etc.) ou pessoas, mediante o uso de técnicas de marketing e relações públicas. Tal prática tem como objectivo ocultar ou desviar a atenção de impactos ambientais negativos por elas gerados. Uma ação que empresas realizam para passar a ideia de que são eco-eficientes, e ambientalmente corretas, etc..

A primeira vez que o termo surgiu foi num artigo da New Scientist em 1989 como Greenwash, mas passado um par de anos comparando o termo a lavagem cerebral (brainwashing) começou a usar-se o termo greenwashing, que ganhou atenção da maioria das pessoas nos anos 2006/2007. O termo também estava intrinsecamente ligado á palavra e atitude do “whitewashing”, que significa controlar e disfarçar crimes, corrupções, escândalos, mudar factos para legitimar acções através de investigações viciadas ou manipulação de opiniões através de apresentação de dados manipulados. Técnica bastante utilizada por Corporações, Organizações, Governos, etc…

É assim com o Pai (Brainwashing), o Filho (whitewashing) e o Espírito Santo (Greenwashing) que quem destrói, quem não respeita, e quem explora pode continuar a fazê-lo sem problemas com um sorriso na cara, e grupos verdes a ajudar.

 

Greenwashing no dia-a-dia:

  • Esquecer de fornecer informação importante de um equipamento eletrónico energeticamente eficiente, que contenha materiais prejudiciais á saúde e ao meio ambiente. (lâmpadas economizadoras de vapor de mercúrio)
  • Combustível de origem fóssil, marcada como gasolina Eco. ( O gás natural prepara-se para ser rotulado como tal)
  • Produtos eficientes, como lâmpadas, produzidas em fábricas que poluem os rios (Todos os produtos produzidos poluem)
  • Utilização de cenários naturais enganosos para vender produtos que não vivem nesse espaço. Máquinas poluidoras em florestas preservadas. (A Galp têm concessão no Amazonas Brasil, mas diz-se ecologicamente consciente)
  • Uso da expressão “ecologicamente amigável” (eco-friendly) (o único modo de ser ecologicamente amigável é deixar de produzir, importar e exportar)
  • Produtos que se dizem 100% naturais (Todo o produto que passa numa linha de montagem, deixa de ser natural)
  • Realçar uma parte verde do produto quando o restante não o é (A civilização é um maior exemplo)
  • Uso de certificados ambientais que parecem ser emitidos por entidade competente e não o é. ( COP’s,)
  • Uso de termos científicos e de informação que a maioria não entende. (Qualquer relatório corporativo é realizado para a maioria não entender, isto se chegar a público)
  • “Demónios Maquiados”. Ex: cigarros orgânicos ou pesticidas ambientalmente amigáveis… (sedentarismo ecológico)

Como se pode reparar o Greenwashing faz parte do dia dia, está em todo o lado desde a prateleira do supermercado, ao produto 100% eco/vegan, passando pela política ambiental e responsabilidade empresarial… Até está na nossa consciência e se não tivermos cuidado, seremos “lavados” e daqui a uma década aceitamos 5ºC acima da era pré industrial… Tentamos ficar com os “mais fortes” e viver.

A COP21 em Paris foi uma representação de uma peça de teatro trágico grego, onde sempre existiu público para rir, sentir-se bem e louvar o acontecimento, olhando para quem é contra como “um bando de palhaços”. O encontro é a vigésima primeira tentativa de chegar a um acordo sobre as alterações climáticas dentro dos quadros da ONU (COP’s) desde 1995. Tudo iniciou com raízes em Estocolmo no ano de 1972 num encontro para redigir um documento com 26 princípios para educar indivíduos a preservar o meio ambiente. Nesse ano foi criada a PNUMA, com sede em Nairóbi, no Quênia.

Em 1988 foi realizada a Conferência de Toronto, pela primeira vez cientistas alertaram sobre a necessidade de redução e gazes efeito de estufa. Foi criado o IPCC (Painel intergovernamental sobre Alterações Climáticas) que vinha servir de medidor de alterações climáticas devido a intervenção humana. Em 1990 realizou-se a Conferência de Genebra onde foi criado o Comite Intergovernamental de Negociação para uma Convenção-Quadro sobre Mudanças Climáticas, onde foi mostrado pela primeira vez sinais de aumento de temperatura do planeta. O Comité foi criado em 1992. Foi em 1992 que se realizou a Conferência do Brasil, que ficou conhecida como Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), também reconhecido como Eco-92. Nesta reunião foi criada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, com o objectivo de estabilizar a concentração de gases efeito de estufa na atmosfera, e criado um documento : Agenda 21 e o 1º acordo chamado: Convenção da Biodiversidade.

Em 1995 cria-se a primeira Conferência das Partes (COP) onde foram produzidas as metas que levaram á criação do Protocolo de Kyoto. Ficou conhecida como conferência de Berlim. Em 1996 foi realizada a COP-2 na Conferência de Genebra, onde foi iniciado o processo de ganhar com os produtos poluentes, onde ficou acordado o apoio financeiro aos países em desenvolvimento por parte da Conferência das Partes para programas de redução de gases efeito de estufa.

Conferência de Kyoto em 1997, conhecida como COP-3 onde foram visíveis conflitos entre a União Europeia e os Estados Unidos. Foi criado o protocolo de Kyoto, onde os países ricos teriam de seguir o acordado, pois são os mais poluentes. Neste encontro surge o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e os certificados de carbono. A COP-4 realizou-se em Buenos Aires em 1998 onde se iria decidir como implementar as medidas aprovadas no tratado de Kyoto, ficou conhecido como o Plano de Acção de Buenos Aires. Em 1999, a COP-5 foi realizada em Bonn, Alemanha onde se “implementou” o Plano de Acções de Buenos Aires, dando inicio a reuniões sobre a Mudança de uso da Terra e Florestas. Durante a COP-6 em Haia em 2000 o conflito entre os EUA e a União Europeia aumentou. Em 2001 os EUA pela voz de W.Bush declarou que o país não assinaria o acordo devido aos altos investimentos.

Ainda em 2001 foram realizadas duas conferências, uma em Bonn (Alemanha) e outra em Marrakesh (Marrocos). O IPCC convoca uma reunião extraordinária a fim de divulgar os dados do terceiro relatório sobre o efeito de estufa devido a actividades humanas. No COP-7 em Marrakesh os países industrializados diminuíram os conflitos.

Conferência de Nova Délhi (Índia, 2002)

Durante a COP-8, redigiram-se as regras do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Pela primeira vez o foco é desenvolvimento sustentável, que no Rio -10 levou á discussão sobre fontes renováveis. Empresas e ONG’s aderiram ao protocolo e criaram projectos sobre créditos de carbono. Na COP-9 em Milão, 2003 foram criados projectos de reflorestamento e regulamentação de sumidouros de carbono para obter créditos de carbono. Em 2004 na cidade de Bueno Aires a COP-10 discutia-se sobre as novas metas do protocologo de Kyoto após 2012. A COP-11 em Montreal em 2005, o Brasil, Índia e China passaram a ser importantes emissores de gases efito de estufa. Foi realizada a primeira Conferência das partes do Protocolo de Kyoto (COP/MOP1) em que a Europa defendia a redução de 20% a 30% de gases até 2030 e de 60% a 80% até 2050.

Conferência de Nairóbi (África, 2006). COP-12 países ricos tornaram-se mais poderosos. Neste ano saiu um estudo sobre os efeitos do aquecimento global e o Tratado de Kyoto é revisto. No Brasil surge o sistema para preservação de florestas, com o nome de Redução de Emissões por desmatamento e Degradação (REdd). Em 2007 , a COP-13 foi realizada em Balí, foi elaborado o mapa do Caminho de Bali ( Bali Action Plan), para um novo compromisso em Copenhague, antes do fim do tratado de Kyoto. Em 2008 em Poznan a COP-14 esperava pela eleição de Obama, o Brasil criou o Plano Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) e apresenta o Fundo Amazônia. Os países em desenvolvimento (Brasil, China, Ìndia, México,e àfrica do Sul) assumiram um compromisso não obrigatório de redução de emissão de gases.

Conferência de Copenhague (Dinamarca, 2009), COP-15 foi apresentado o “Acordo de Copenhaga”, com a oposição de alguns países. No documento os países industrializados deveriam cortar as emissões em 80% em 2050 e 20% até 2020 e contribuir com a doação de 30 biliões de dólares até 2012 para o fundo contra o aquecimento global.  No México, Cancunna COP-16 foi criado o Fundo Verde do Clima– 30 biliões de dólares em 2012 e 100 biliões de dólares após 2020. Um dos pontos discutidos foi reduzir a 2º C a temperatura média em relação aos níveis pré industriais. Em Durban a COP-17 estava na mesa o que fazer com o fim do tratado de Kyoto. Foi discutida a formação de um instrumento legal internacional até 2015, com implementação em 2020, o processo é conhecido como: Plataforma Durban para Acção Aumentada. Apelava para medidas mais severas para conter o aquecimento global. Debateu-se também o funcionamento do Fundo Verde Climático e a criação de um Centro de Tecnologia do Clima

Em 2012 pensa-se a COP-18 no Qatar – caso não exista problemas com a prorrogação do protocolo de Kyoto. Neste ano houve a Conferência no Brasil RIO+20, uma conferência da ONU sobre o desenvolvimento sustentável após 20 anos do Rio-92, o objectivo foi garantir um compromisso entre políticos para o desenvolvimento sustentável.

Conferência no Brasil (Rio de Janeiro, 2012) Rio +20

A Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável mais conhecida como Rio +20 aconteceu na cidade do Rio de Janeiro, após vinte anos de realização das conferências sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável, o Rio-92. O objetivo dessa conferência foi garantir e renovar o compromisso entre os políticos para o desenvolvimento sustentável.

COP-19 foi realizada em Varsóvia, marcada pela necessidade de ajudar países que sofrem com impacto das alterações climáticas, e fortalecimento do projecto REDD+ para proteção das florestas. Principal objetivo era a substituição do Tratado de Kyoto, a ser votada na COP-21 em Paris em 2015. Foi apresentado o Quinto Relatório do IPCC (AR5) sobre o aquecimento climático e a influência humana. Yeb Sano delegado filipino realizou uma greve de fome por 13 dias, em memória das vítimas do furacão Hayan, e também como forma de protesto contra a passividade das Nações Unidas e corporações. Durante a conferência foi demitido o presidente da COP-19, que era ministro do Ambiente polonês.

A COP-20 realizou-se em Lima, Perú onde foi aprovado o “Rascunho Zero”, com o título: “Chamamento de Lima para a Acção sobre o Clima”. O texto refletia sobre 3 diferentes tópicos: corte de emissões; redução do desmatamento; inovação na indústria; investimento em energias renováveis. Ficou decidido que a culpa histórica de emissões será levada em conta

Chegamos á COP-21

A Cimeira de Paris reconheceu que é importante limitar a temperatura do planeta a 1,5º Celsius, em relação à era pré-industrial, para garantir a sobrevivência da maioria dos países vulneráveis. Também estabelece um objetivo de redução para zero emissões líquidas, na segunda metade do século. Os compromissos nacionais só vão ser revistos depois de 2020. Os sectores de aviação e transporte desapareceram do acordo. Nos últimos anos as emissões deste sector aumentaram o dobro.

A Europa precisa de repensar os seus objectivos de política climática para 2030 e principalmente reduzir as emissões drasticamente. Para o obectivo dos 1,5ºC como limite os países ricos terão de ajudar os países mais pobres a desenvolverem-se assentes em energias renováveis.

Portugal aprovou este ano os seus objectivos em termos de política ambiental, no contexto de temperatura global.

(1) Os objetivos para 2030 são:

– Meta de redução das emissões de GEE entre 30% a 40%, assegurada por trajetória de redução entre 18%-23% (ambas com base em 2005);

– Redução do consumo de energia em 30%, em relação à baseline, assente na eficiência energética;

– Fomento das energias renováveis, atingindo 40% do consumo final de energia.

Com o Acordo de Paris, Portugal irá ter de rever também a sua política climática e energética para poder cumprir os novos objetivos assumidos. Para que isto aconteça, Portugal tem de rever e aumentar a ambição de curto prazo nos seguintes setores fundamentais:

– Rever a meta de energias renováveis. É possível atingir 100% de eletricidade renovável já em 2030;

– Reabilitação urbana precisa de ser acelerada com requisitos ambiciosos de eficiência energética;

– Rever a política de mobilidade com a promoção clara dos transportes públicos nas médias e grandes cidades, em detrimento da utilização do transporte individual.

1- Informação retirada de um post da: Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza com o Titulo: MOMENTO HISTÓRICO NA #COP21 COM A APROVAÇÃO DE UM NOVO ACORDO CLIMÁTICO GLOBAL

São 21 reuniões, que se prolongam por décadas, as coisas pioram, e cada vez são apresentadas como mais verdes, controladas ecologicamente e com grupos verdes do lado das corporações. Das reuniões nada sai de concreto para resolver a poluição, mas sim passos para a indústria poder continuar a mentir a si, aos seus clientes, aos representantes democráticos e todos juntos contra quem quer ir ao fundo da verdade. Em Portugal a EDP fez das maiores manobras de Greenwashing quando do lançamento do vídeo sobre as barragens e a conservação de aves e ecossistema. Na política a maior plataforma eólica no mar implementada em Portugal, o “maior campo de paneis solares do mundo”, faz da política energética portuguesa um exemplo. A cogeração já faz parte do sistema energético de algumas das maiores empresas de Portugal: como a Portucel. Até campos de golf conseguem ser “Verdes” alguns com prémios de conservação, como o da Quinta da Marinha em Cascais. A Partex Oil and Gas utiliza a Gulbenkian para “comprar” parceiros e vozes mudas… Quantas vozes vão conseguir “lavar”?

O Greewashing é na verdade para a natureza, animais e para a população geral o mesmo efeito que tem a especulação econômica nos Bancos e sabemos bem quem está pagar!!!

Se ainda creditas nas “COP’s” espalhadas por este mundo… não estamos no mesmo barco, mas em mastros diferentes….